Uma equipa de oito cientistas analisou, durante 11 meses, mais de 500 estudos já realizados acerca do aspartame, que é utilizado desde 1981 e se encontra presente em perto de 500 produtos farmacêuticos.
“Estudos científicos controlados confirmam a segurança do aspartame e não revelam uma relação credível entre a ingestão de aspartame em níveis consumidos por seres humanos e problemas relacionados ao sistema nervoso e ao comportamento, nem quaisquer outros sintomas ou doenças”, referem os investigadores, acrescentando que “não há provas credíveis de que o aspartame seja um carcinogénio”. Esta conclusão vai ao encontro da posição oficial tomada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que defende que “o aspartame é seguro enquanto adoçante”.
A investigação, que recorreu à revisão de estudos com mais de 25 anos, incluindo trabalhos não publicados e submetidos à avaliação da FDA, analisou indivíduos que sofriam de Parkinson, diabetes, alergias, depressão, e algumas crianças, incluindo as que sofriam de hiperactividade ou relatavam sensibilidade ao açúcar. O painel de cientistas analisou também os níveis de consumos de aspartame.
A pesquisa revelou que a média de consumo diário de aspartame se situava nos 4,9mg/kg, o que significa que, mesmo entre os indivíduos que mais utilizavam a substância, o consumo do adoçante ficou muito abaixo dos níveis estabelecidos para a dose diária aceitável estabelecida pela FDA e pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (entre 50 e 40mg/kg por dia).
“O consumo situa-se abaixo dos níveis de ingestão diária recomendados, mesmo entre as populações que mais ingerem a substância. Não foram encontradas provas credíveis de que o aspartame é carcinogénio, neutoróxico, ou que possuí quaisquer outros efeitos adversos para a saúde mesmo quando consumido em níveis muito acima dos estabelecidos para o consumo diário”, refere o relatório.
A segurança do adoçante tem sido posta em causa em várias ocasiões. Um estudo publicado em Junho indicava que o consumo de aspartame em ratos provocava riscos acrescidos de desenvolver leucemia, linfomas e cancro da mama. Na altura, a FDA mostrou-se interessada em rever essa investigação mas, baseando-se em trabalhos anteriores que apoiavam a segurança da substância, não encontrou motivos para alterar a sua posição acerca do adoçante.
Marta Bilro
Fonte: US-Pharmacologist.com, Farmacia.com.pt.
Sem comentários:
Enviar um comentário