quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Alzheimer: teste já disponível em Portugal

Investigador garante que em caso de resultado positivo "fiabilidade ronda os 85 %"

Detectar qual a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver Alzheimer já é possível em Portugal. O teste para despistar a doença está disponível no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, avançou a Agência Lusa. A equipa portuguesa de investigadores está agora a trabalhar num teste que faculte resultados fiáveis também para o risco de incidência de Parkinson.

De acordo com o investigador Tiago Fleming Outeiro, da Unidade de Neurociência Celular e Molecular do Instituto de Medicina Molecular (IMM), o teste destinar-se-á somente às pessoas que preencham alguns critérios: “Para realizar o teste, é necessário que exista uma indicação médica nesse sentido, o que geralmente ocorre apenas com pessoas que reúnem determinadas condições, como terem mais de 60 anos ou possuírem doentes de Alzheimer na família”, clarificou.

Explicando que o teste “consiste na determinação dos níveis de 18 proteínas no plasma sanguíneo em doentes em estádios iniciais da doença” (ou seja, quando os sintomas ainda não se manifestaram) -, o investigador asseverou que, quando o teste dá um resultado positivo “a fiabilidade ronda os 85 por cento.”

No caso da resposta ser afirmativa, Tiago Fleming Outeiro considerou o facto de a pessoa poder necessitar de “acompanhamento psicológico”, ressalvando que “entre o resultado e o surgimento dos primeiros sintomas podem passar até cinco anos.”

Segundo revelou o investigador, a “imprecisão do tempo” - entre a obtenção de um resultado positivo e o desencadear da doença – “é um dos aspectos que a aperfeiçoar”, sublinhando que o objectivo dos estudos é “detectar a probabilidade de ocorrer a doença com o máximo de antecedência face ao aparecimento dos primeiros sinais.”

Perante o facto de ainda existir cura para a doença de Alzheimer, Tiago Outeiro destacou que “ao existir um conhecimento antecipado de que uma pessoa vai - quase garantidamente - sofrer da doença, podem-se colocar logo em curso terapias adequadas a cada caso”, reforçando que, pelo menos, poder-se-á “retardar o surgimento dos sintomas da patologia.”

No que concerne ao preço do teste, o investigador do IMM esclareceu: “Não é possível falar em 100, 200 ou 300 euros, pois o teste até pode ser feito a custo reduzido ou sem custos, se se comprovar que tem interesse para a investigação.”

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/IMM

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