quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Descoberta molécula capaz de impedir replicação do vírus
Pneumonia atípica pode ser travada


Uma equipa de investigadores da Clínica Mayo, com sede em Rochester, no estado norte-americano do Minnesota, descobriu no vírus causador da pneumonia atípica uma molécula capaz de impedir a sua reprodução. É uma nova esperança na luta para travar a doença descoberta em 2002, e que causa a morte de cerca de 15 por cento dos infectados.

O coronavírus humano é o agente infeccioso responsável por mais de 30 por cento das vulgares constipações, que apesar de incómodas para os doentes não são, em situação normal, motivo de grande preocupação, curando-se ao fim de poucos dias. No entanto, em 2002 uma versão potencialmente mortal do coronavírus provocou o pânico na Ásia, espalhando-se por vários países e lançou o alarme à escala global. O vírus responsável pela síndroma respiratória aguda severa (SRAS), que culminou na morte de pelo menos 15 por cento dos indivíduos infectados, multiplica-se tendo por base a criação da enzima CCP, que estimula a formação dos módulos químicos necessários à sua replicação.
Fazer frente à doença emergente mediante o recurso aos tratamentos para a vulgar gripe revelou-se uma má aposta, mas os investigadores da Clínica Mayo acreditam ter agora descoberto a chave para chegar onde nenhum fármaco chegou antes: de acordo com o estudo publicado na revista científica «New Scientist», apesar de há muito tempo se saber que as substâncias inibidoras poderiam impedir a reprodução da enzima CCP, até ao momento nenhum laboratório conseguiu desenvolver uma terapia que demonstrasse ter essa capacidade. Desta feita, contudo, os cientistas conseguiram recriar uma versão laboratorial da CCP, com o objectivo de identificar uma molécula com características que a tornassem eficaz na obstaculização do processo de replicação, e isolaram a molécula CS11.
Com uma estrutura bastante semelhante à do Tamiflu, o medicamento da empresa farmacêutica Roche destinado ao tratamento da vulgar gripe humana e também da chamada gripe das aves, a CS11 surgiu como resposta para controlar o vírus H5N1 (até ao momento incontrolável). A investigação vai continuar, de acordo com aquela equipa de investigadores, no sentido de chegar ao desenvolvimento de tratamentos farmacológicos para a pneumonia atípica, que no início desta década disseminou o pânico em todo o mundo, matando milhares de pessoas. Portugal escapou imune à onda de contágios, não tendo sido confirmado qualquer caso da doença.

Carla Teixeira
Fonte: «New Scientist»

Espanha detecta substância tóxica em dentífricos

Pastas de dentes são chinesas e metade é comercializada em Portugal

Uma substância tóxica - dietilenglicol (DEG) – foi encontrada pelas autoridades espanholas em dez marcas de dentífricos, noticiou a EFE.

Segundo divulgou a EFE, a Agência Espanhola do Medicamento e Produtos Sanitários (AEMPS) esclareceu que as pastas “são de origem chinesa e foram introduzidas no mercado de forma ilegal”, referindo ainda que “apesar dos riscos para a saúde serem mínimos, é preocupante pelo número de consumidores envolvidos.”

De acordo com a agência noticiosa de Espanha, o Instituto Nacional de Consumo espanhol analisou, até 20 de Julho, 387 amostras de dentífricos, das 401 que recolheu e detectou entre 0,4% e 8,3% de DEG nas seguintes marcas: Spearmint, Spearmint Tri Leaf, Morning Baby, Qyz, Active, Active Ultrawhite, Aloe Supeerwhitening, Amalfi-Dent Lassic, Amalfi-Dent e Herbal.

O certo é que, se o dietilenglicol (substância tóxica encontrada) for ingerido com regularidade, pode desencadear problemas nos rins ou no fígado, sendo as crianças, o alvo mais vulnerável.


Infarmed sem alerta
Segundo relatou o Diário de Notícias, pelo menos, metade daquelas pastas de dentes são comercializadas em Portugal. No entanto, as autoridades portuguesas ainda não terão recebido o alerta sobre os produtos em causa.

Em declarações àquele diário, o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) assegurou que, “caso se desconfie que tais dentífricos estão no mercado nacional, repetem-se os procedimentos usados para com as pastas de dentes Colgate, importadas da África de Sul, há 15 dias. Ou seja, mandam-se de imediato retirar do mercado” o que ficará a cargo da Autoridade de Segurança Alimentar Económica.

Raquel Pacheco

Fonte: EFE/DN

Fabrico de genérico concedido à Iquego

Poucos laboratórios no Brasil têm permissão para produzir Ibuprofeno

A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) passa a ser um dos poucos laboratórios do país (Brasil) que têm permissão para fabricar o Ibuprofeno 300mg. Esta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu à Iquego o registo para a produção deste medicamento anti-inflamatório de nome genérico.

De acordo com o jornal online «Góias Agora», trata-se do segundo registo para a fabricação do Ibuprofeno concedido a um laboratório estatal. “O outro, entre os 18 existentes no Brasil, é o Farmanguinhos, ligado ao Instituto Osvaldo Cruz, do Rio de Janeiro.”

O fármaco em causa é um anti-inflamatório – que também é utilizado como analgésico - indicado no tratamento de doenças como artrite reumatóide, artrite reumatóide juvenil, menstruação dolorosa (dismenorreia), doenças inflamatórias, dores, febres e osteoartrites, cefaleia vascular e gota.

Segundo informa o «Góias Agora», a venda do Ibuprofeno 300mg fica facilitada pelo fato de o medicamento fazer parte dos programas de atenção básica da saúde dos governos federal, estaduais e municipais.

A Iquego congratula-se com a obtenção do registo, considerando “muito importante porque eleva o mix de produtos da indústria” e frisando que, deste modo, equaciona mais um medicamento à Relação Nacional de Medicamentos fabricado pelo laboratório.

“É um medicamento com um mercado pouco explorado e que leva vantagem, do ponto de vista terapêutico, sobre o diclofenaco, porque não tem tantos efeitos colaterais”, sublinhou o gerente de vendas da Iquego, Kleber Menezes, anunciando que o parque industrial “está apto a iniciar a produção imediatamente.”

Raquel Pacheco

Fonte: «Góias Agora»

Ressonância “mais confiável” do que mamografia

No diagnóstico do cancro da mama, a ressonância magnética é “mais confiável” do que a mamografia. A conclusão saiu de dois estudos conduzidos por oncologistas da Clínica Mayo (EUA). A mesma investigação elege, também, a ressonância para a detecção de novos tumores em casos já diagnosticados.

Uma das descobertas – segundo os resultados apresentados durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco na sigla inglesa) – indica que os tumores ipsilaterais (na mesma mama afectada) e contralaterais (na mama antes não afectada) “possuem padrões distintos.”

Ao comparar dois exames na detecção de cancro de mama ipsilateral, os investigadores descobriram que “os exames de ressonância detectaram tumores não observados pela mamografia em 16% das 390 doentes.”

“O exame de ressonância em toda a mama é importante especialmente para mulheres jovens, já que nestas pacientes os tumores tendem a ser mais agressivos”, conluiram os cientistas com base no primeiro estudo.

No que concerne ao segundo estudo (focado na detecção de cancro de mama contralateral), os especialistas anunciaram que “o exame de ressonância detectou tumores não encontrados na mamografia em 3,2% das 401 mulheres estudadas.”

Recorde-se que, em Abril passado, a American Cancer Society (Sociedade Americana de Oncologia) aprovou novas directrizes onde é recomendado: “As mulheres na faixa de alto risco de desenvolvimento de cancro de mama devem se submeter a exames anuais de ressonância magnética e mamografia a partir dos 30 anos de idade.”

Por cá…

De acordo com os dados mais recentes da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), por ano, no País, aparecem 4500 novos casos e morrem 1.800 doentes. A Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) calcula que, cerca de 1 em cada 10 mulheres, virá a desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida.

Vítor Veloso, presidente da LPCC, disse corroborar da recomendação deste exame, em Portugal, às mulheres com grande risco de desenvolver este tipo de cancro, reforçando que "a imagiologia por ressonância magnética é fundamental para o despiste de pequenas lesões em mamas de risco."

O custo, esse, é elevado (cerca de cinco vezes superior ao de uma mamografia), no entanto, Vítor Veloso considerou que o Serviço Nacional de Saúde "tem toda a obrigação de comparticipar esses exames", sustentando que "as mamas de grande risco não são tantas que fosse incomportável - representam um máximo de cinco por cento dos casos e é hoje em dia consensual a sua utilidade" concretizou.

Por seu turno, - contactada pelo Farmacia.com.pt – uma fonte do IPO do Porto informou que a ressonância “não é usada em todas as utentes” justificando que “o País não tem capacidade económica para fazer do exame um método de rastreio.” Embora reconhecendo a diferença (relativamente à eficácia) entre os dois exames, esclareceu que, a ressonância magnética à mama “infelizmente, só é feita em situações muito especiais.”

Raquel Pacheco

Fontes: Soxhlet/LPCC/CiênciaHoje/SPO/contacto telefónico IPO-Porto

FDA quer mais dados sobre o Trexima

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) emitiu a segunda carta de aprovação para o Trexima (sumatriptano/naproxeno), na qual requisita mais informações à Pozen e à GlaxoSmithKline acerca do medicamento. A notificação oficial da FDA contém requisitos específicos que devem ser cumpridos antes de ser concedida uma possível autorização de comercialização final.

Apesar de não exigir dados adicionais acerca da segurança do Trexima a nível cardiovascular, a entidade reguladora norte-americana pede à Pozen para ter em conta as preocupações da FDA sobre as implicações de um estudo pré-clínico acerca dos riscos cromossomáticos no qual a genotoxicidade da combinação do naproxeno com o sumatriptano é analisada, mas nunca das duas substâncias em separado.

O Trexima resulta da associação do Imitrex, da GlaxoSmithKline (sumatriptano, comercializado em Portugal como Imigran) com o anti-inflamatório naproxeno. As empresas têm planos para solicitar uma reunião com a FDA o mais rapidamente possível para discutir os passos necessários para ir ao encontro das preocupações da entidade reguladora.

Em Junho de 2006 a FDA emitiu a primeira carta de aprovação para o Trexima na qual exigia informações adicionais acerca da segurança do fármaco. Os dados apresentados pelas farmacêuticas responsáveis foram recusados pela FDA em Novembro. As empresas voltaram a submeter novos detalhes sobre a segurança do medicamento em Janeiro.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Hemscott, Forbes.

Tobira adquire direitos de fármacos experimentais anti-HIV da Takeda

O laboratório japonês Takeda Pharmaceutical chegou a acordo com a Tobira Therapeutics para a venda dos direitos de dois fármacos experimentais anti-HIV. O contrato garante à empresa norte-americana os direitos de produção e comercialização, a nível mundial, de dois medicamentos de administração oral da Takeda, o TAK-220 e o TAK-652.

A farmacêutica nipónica deverá receber um pagamento adiantado, bem como pagamentos por cumprimento de objectivos e royalties das vendas, segundo divulgou a empresa através de um comunicado divulgado no seu portal electrónico. No entanto, a Takeda escusou-se a revelar os detalhes financeiros envolvidos nesta parceria.

Os dois candidatos a fármacos encontram-se na primeira de três fases de estudo necessárias para a investigação regulamentar. Os medicamentos pertencem a uma nova classe de fármacos para o VIH que interferem com o vírus quando ele entra nas células imunitárias humanas através do receptor CCR5, a mesma categoria onde se insere o Maraviroc, produzido pela Pfizer.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Aids Portugal.

Informação discrepante relativa a um dos excipientes
Recolha voluntária da pomada Protaxil

O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde acaba de emitir uma nota em que informa que os Laboratórios Delta Lda., em virtude de ter sido encontrada informação discrepante relativa a um dos excipientes na composição, entre o acondicionamento primário, secundário, resumo das características do medicamento e folheto informativo do medicamento Protaxil pomada 50mg/g, está a proceder à recolha voluntária de vários lotes daquele produto.

Numa nota informativa assinada por Hélder Mota Filipe, membro do Conselho Directivo do Infarmed, aquela autoridade dá conta de que estão a ser recolhidos das farmácias os lotes com os números 02002, 03001, 40129, 5390 e 6299 (registo n.º 9697409) do medicamento. Em conformidade com essa decisão o Infarmed ordenou a suspensão imediata da comercialização dos referidos lotes, informando, contudo, que o defeito de qualidade detectado nas embalagens do fármaco não apresenta qualquer risco para a saúde dos seus utilizadores, já que se relaciona apenas com a existência de informação discrepante relativa a um dos excipientes presentes na composição do fármaco. O Protaxil (proglumetacina) é um anti-inflamatório não esteróide usado no tratamento de doenças do aparelho locomotor, e que está sujeito a receita médica. Está disponível no mercado farmacêutico português em pomada, comprimidos revestidos e supositórios.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Expofarma na FIL a 8,9 e 10 de Novembro

A Expofarma 2007/Feira Nacional da Farmácia, certame que reúne, anualmente, stands representativos da indústria farmacêutica, do sector da distribuição, das farmácias e de equipamentos farmacêuticos, realiza-se entre os dias 8 e 10 de Novembro no pavilhão 2 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.

A maior exposição anual do sector farmacêutico em Portugal, criada em 1998, foi recentemente adquirida pela Associação Nacional de farmácias (ANF) através da Farminveste. O evento assumiu uma nova imagem e transfere-se para a FIL, onde dez mil metros quadrados serão organizados de forma a simplificar as visitas dos profissionais, facilitando os contactos comerciais e as oportunidades de negócio.

Durante os três dias em que decorre a Feira Nacional da Farmácia são esperados seis mil profissionais do sector. As principais empresas fornecedoras de mobiliário, tecnologias de informação e serviços financeiros para farmácia, bem como da indústria farmacêutica, distribuição e fabricantes de equipamentos vão figurar entre os expositores do certame.

Numa iniciativa paralela reúnem-se oradores nacionais e internacionais dos vários ramos e áreas de interesse do sector farmacêutico que debatem diversos temas ao longo de 48 conferências. Está também prevista, no dia 10 de Novembro, uma Noite da Farmácia, com jantar de gala acompanhado de um espectáculo.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT.net, Expofarma.pt.

EMEA aprova estatuto de medicamento órfão para o ISA247 no tratamento da uveíte

O Comité de Medicamentos Órfãos (COMP) da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (AEAM) emitiu um parecer positivo relativamente à designação de medicamento órfão para o ISA247 no tratamento da uveíte crónica não infecciosa. A decisão será agora comunicada pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) à Comissão Europeia que deve proferir uma decisão dentro de 30 dias.

A designação de substância órfã proporciona à Isotechnika, empresa responsável pelo produto, uma variedade de incentivos, entre os quais se destacam a exclusividade de comercialização por um período de 10 anos após a aprovação do fármaco, reduções de impostos e aconselhamento científico gratuito.

A Uveíte é uma inflamação dentro do olho, nos tecidos da úvea, que incluem a íris, o corpo ciliar e a coróide. A uveíte pode ser o resultado directo de trauma ocular e pode estar associada a alguma doença sistémica existente. Cerca de 40 por cento das pessoas com uveíte têm uma doença que também afecta outros órgãos do corpo. Independentemente da causa, a uveíte pode danificar rapidamente o olho e provocar complicações prolongadas, como o glaucoma, as cataratas e o descolamento da retina.

Marta Bilro

Fonte: PRNewswire, Manual Merck.

Wayne Hockmeyer integra quadro de directores da Baxter

A farmacêutica norte-americana Baxter International Inc. elegeu Wayne T. Hockmeyer como membro do quadro de directores, posição que deve assumir a partir de Setembro. Fundador da MedImmune, Hockmeyer foi também presidente e director executivo da empresa de biotecnologia que recentemente foi adquirida pela AstraZeneca.

Para o presidente e director executivo da Baxter, Robert L. Parkinson, Jr., “Wayne é uma mais-valia para o quadro de directores” não só pela sua enorme experiência executiva, mas também ao nível científico e operacional. Os seus conhecimentos científicos e no sector da investigação e desenvolvimento representam uma mais-valia para que a empresa “alcance os seus objectivos de inovação e crescimento”, acrescentou.

Entre 1998 e 2000, Hockmeyer assumiu as funções de director executivo e presidente da MedImmune, tendo posteriormente desempenhado os mesmos cargos na MedImmune Ventures Inc. até a empresa ser comprada pela AstraZeneca. Anteriormente tinha também ocupado o cargo de vice-presidente no Laboratório de Investigação e Desenvolvimento de Produtos no Praxis Biologics Inc. e foi director do Departamento de Imunologia no Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed. Hockmeyer é actualmente membro do quadro de directores da Middlebrook Pharmaceuticals, Inc., da GenVec Inc., e da Idenix Pharmaceuticals Inc.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, PR Newswire.

Universidade Católica Portuguesa disponibiliza inquérito online
Avaliar saber e sensibilização sobre a listeriose

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a promover um questionário online que pretende fazer uma recolha sistemática de dados que permitam aferir o conhecimento da população e a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a listeriose, infecção de origem alimentar que, apesar da baixa prevalência, têm grande impacto na saúde pública pela severidade das sequelas e pelos elevados índices de mortalidade, que atingem 20 a 40 por cento em doentes com o sistema imunológico debilitado pela sida ou pelo cancro.

A iniciativa integra o projecto «Listeriose em Portugal: informar para prevenir», financiado pelo Programa Saúde XXI, e tem como objectivo o desenvolvimento de novos materiais informativos e de apoio à prevenção e ao diagnóstico da doença, colmatando em simultâneo as lacunas sentidas por profissionais de saúde e pelas populações, designadamente entre os indivíduos que se encontram em maior risco de contrair a doença ou de sofrer um impacto acrescido depois de a contraírem. Na base do questionário estão questões relacionadas com a prevenção, o diagnóstico, a declaração de ocorrências e as necessidades de formação e informação.
Provocada pelo bacilo «listeria monocytogenes» – que se se encontra amplamente disseminado no solo, na vegetação, na água, nos esgotos e em inúmeras espécies animais –, a listeriose pode decorrer do consumo de alimentos contaminados (uma vez que o bacilo se desenvolve a uma temperatura óptima que varia entre 20 e 37 graus, embora também se multiplique em temperaturas de refrigeração (entre dois e quatro graus), mas também por contacto directo com animais e seres humanos infectados. Os casos de listeriose humana são relativamente raros, mas atingem enorme gravidade, com grave sintomatologia gastrointestinal que pode potenciar o surgimento de septicémia e meningoencefalites com alta mortalidade.
Nos adultos a forma mais frequente de listeriose é a meningite, que em cerca de 20 por cento dos casos leva ao surgimento de abcessos cerebrais, rigidez na nuca e, se o doente não receber tratamento, confusão mental, coma e morte. Também os olhos podem ser afectados, tornando-se vermelhos e dolorosos, bem como, numa fase posterior, os gânglios linfáticos, o sangue, as meninges e, em casos muito raros, as válvulas do coração, provocando insuficiência cardíaca. O tratamento da listeriose é feito à base de penicilina, que pode ser combinada com um antibiótico como a tobramicina e, para as lesões oculares, eritromicina. No início deste mês a norte-americana Food and Drug Administration aprovou o Listex para o tratamento dos alimentos, nos quais não causa qualquer impacto em termos de sabor, cheiro ou cor, nem altera as propriedades dos produtos tratados.
Em Portugal, segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar, é feita desde 1996, de acordo com o disposto na Portaria Portaria nº 533/93, de 21 de Maio (alterada pela Portaria 56/96), a avaliação da presença da listeria no leite cru e para produção de queijo, bem como a mais de 250 outros produtos de origem animal cujo consumo é feito normalmente sem pressupor qualquer cozinhado. Os dados do estudo que a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a levar a cabo permitirá actualizar a informação sobre a listeriose junto dos profissionais de saúde, potenciando uma melhor prestação de cuidados no futuro.

Carla Teixeira
Fonte: Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, PR Newswire, Saúde na Internet, Eurosurveillance, estudo «Importância das zoonoses na segurança alimentar».

Adiada decisão acerca da aprovação europeia para o Oracea

A MediGene AG foi informada pela CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. que foi adiada para 2008 a decisão acerca da autorização de comercialização europeia do fármaco Oracea para o tratamento da rosácea, uma doença de pele.

O comité dos nove países envolvidos no procedimento de descentralização (Grupo de Coordenação para o Reconhecimento Mútuo e Procedimentos Descentralizados) não chegou a uma decisão unânime e, por isso, encaminhou o procedimento para um outro comité para a tomada de decisão. O Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês), que é o responsável pelos procedimentos de aprovação centralizada na Europa, irá decidir pela maioria de votos a autorização de comercialização do Oracea. Este procedimento normalmente demora cerca de seis meses. A MediGene não espera que este desenvolvimento tenha qualquer impacto nas previsões dos resultados gerais da companhia para o ano financeiro de 2007. O pico potencial das vendas anuais para o Oracea prevê-se que na Europa seja de aproximadamente 20 milhões de euros.

O Oracea é o primeiro fármaco para o tratamento sistémico da rosácea com lesões inflamatórias, tanto a curto como a longo prazo. O antibiótico de doxiciclina, pela sua forma de administração inovadora e de doses baixas, é libertado de uma maneira que deve ter um efeito anti-inflamatório sem afectar as bactérias normais do corpo. Os dados do desenvolvimento sugerem que os efeitos secundários característicos dos antibióticos podem ser largamente evitados, assim como o desenvolvimento de bactérias resistentes. Os ensaios clínicos do Oracea nos Estados Unidos mostraram uma eficácia superior do que a do placebo, tendo também sido bem tolerado.

O Dr. Peter Heinrich, presidente da MediGene AG, comentou que a companhia acredita que o Oracea cumpre os critérios para receber autorização de comercialização. O parceiro CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. comprometeu-se a fazer todos os possíveis para conseguir a aprovação e para concluir o procedimento com sucesso.

Até agora, as candidaturas para a autorização de comercialização do Oracea foram submetidas pela companhia norte-americana CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. na Alemanha, Reino Unido, Itália, Áustria, Irlanda, Suécia, Finlândia, Luxemburgo e Holanda. A MediGene adquiriu à CollaGenex os direitos de comercialização pan-europeia do Oracea em 2006. Nos Estados Unidos o fármaco já foi aprovado e está a ser comercializado com êxito desde 2006.

Na Europa, aproximadamente 15 milhões de pessoas são afectadas pela rosácea. Em Portugal, meio milhão de pessoas sofre desta doença crónica, cuja prevalência está a aumentar de forma gradual. Esta doença afecta quatro vezes mais as mulheres adultas do que os homens.

O que é a rosácea?
A rosácea, uma doença de pele, é uma inflamação da pele facial, especialmente na parte central da face. O aparecimento desta doença ocorre normalmente entre os 40 e os 50 anos, sendo uma doença crónica e episódica. As causas da rosácea ainda são desconhecidas, contudo, tanto a predisposição genética como influências externas parecem estar envolvidas no seu aparecimento.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, saude.sapo.pt