terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Novo fármaco para a psoríase procura aprovação nos Estados Unidos e Europa

As unidades da Johnson & Johnson, Centocor Inc e Janssen-Cilag International NV, apresentaram pedidos de aprovação para o ustekinumab (CNTO 1275) à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) e à Agência Europeia do Medicamento (EMEA), para o tratamento da psoríase em placas moderada a grave em adultos.

Os pedidos basearam-se num programa de desenvolvimento completo, incluindo dados de dois grandes ensaios de Fase III multicêntricos, aleatórios, duplamente cegos e controlados por placebo, envolvendo 2 000 pacientes, que avaliaram a segurança e a eficácia do ustekinumab.

O ustekinumab é um novo anticorpo monoclonal humano com um novo mecanismo de acção que atinge as citoquinas interleucina-12(IL-12) e interleucina-23 (IL-23), proteínas que ocorrem naturalmente e que são importantes na regulação das respostas imunitárias, pensando-se que estão associadas a alguns distúrbios inflamatórios provocados por uma resposta imunitária, incluindo a psoríase.

Estima-se que 125 milhões de pessoas em todo o mundo tenham psoríase, incluindo cerca de 7,5 milhões de americanos e 10 milhões de europeus.

A Centocor descobriu o ustekinumab e detém os direitos de comercialização exclusivos do produto nos Estados Unidos. A Janssen-Cilag tem os direitos de comercialização exclusivos em todos os países fora dos Estados Unidos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney, PharmaLive

Células cancerígenas podem resistir à quimioterapia

Descoberta alemã alerta para mecanismo que permite enzima superar alguns danos da terapia e levar a célula a multiplicar-se

O objectivo da quimioterapia é que a célula cancerígena deixe de se reproduzir. No entanto, investigadores da Universidade de Ludwig Maximilians, na Alemanha, anunciaram ter descoberto um mecanismo que ajudará as células tumorais a resistirem à quimioterapia.

À luz do estudo publicado na revista «Science» a equipa alemã analisou um processo sequencial onde terá constatado que uma enzima é capaz de fazer novas cópias de ADN para que as células tumorais possam continuar a multiplicar-se.

“Observou-se que uma enzima, denominada de eta-polimerasa, pode superar alguns danos causados pela quimioterapia, recuperando ADN danificado e prolongando, assim, a vida da célula tumoral”, explicaram.

Segundo informa a «Science», neste estudo, "os investigadores observaram quatro estruturas de ADN com enzimas eta-polimerasa - em diferentes fases do processo de resolver estes defeitos do ADN - para tentarem compreender com exactidão como se superam e se reparam as lesões de ADN."

Raquel Pacheco

Fonte: Science

FDA: Estatuto fast-track para fármaco para a distrofia muscular de Duchenne

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu o estatuto fast-track ao fármaco experimental AVI-4658, da companhia biotecnológica norte-americana AVI BioPharma Inc, para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne (DMD), um distúrbio genético fatal que afecta as crianças.

O fármaco candidato utiliza a tecnologia “Exon Skipping PreRNA”, ou ESPRIT, da companhia, para beneficiar potencialmente os pacientes com DMD que têm mutações no exon 51 do gene da distrofina. Em modelos animais, esta tecnologia demonstrou a capacidade de contornar selectivamente os exons defeituosos, assim restaurando os níveis quase normais da produção de distrofina. A companhia acredita que ao utilizar o AVI 4658 para transpor o exon 51, podem ser produzidos níveis clinicamente relevantes de distrofina, limitando a posterior piora da função muscular em alguns pacientes.

A companhia planeia iniciar o ensaio clínico do fármaco, que recentemente recebeu o estatuto de medicamento órfão, em meados de 2008, para avaliar a sua segurança e potencial eficácia em pacientes ambulatórios com DMD.

A distrofia muscular de Duchenne é o distúrbio genético fatal mais comum que afecta as crianças em todo o mundo. É uma doença devastadora e incurável que desgasta os músculos, causada pela mutação no gene da distrofina, uma proteína que tem um papel estrutural importante nas fibras musculares. Quando a distrofina está em falta ou não funciona o resultado é a perda de membrana e danos na fibra, levando à degeneração e morte da fibra muscular.

A designação fast-track é concedida para facilitar o desenvolvimento e para acelerar a revisão dos fármacos para doenças graves e potencialmente fatais, de modo a que estes cheguem ao mercado mais rapidamente. O estatuto significa que a companhia pode submeter dados à FDA à medida que ficam disponíveis e recebe o feedback da agência, em vez de ter de esperar e entregar tudo ao mesmo tempo.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.businesswire.com

Decifrado receptor que pode ajudar a produzir novos medicamentos

Cientistas acreditam que proteína descodificada tem grande potencial para criar fármacos mais eficazes

Investigadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e do Laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, no Reino Unido, conseguiram decifrar uma membrana proteínica específica, que terá um grande potencial para fabricar medicamentos.

“Este tipo de membranas é responsável por algumas doenças do corpo humano e pode ser utilizado para produzir novos fármacos e mais eficazes para o futuro”, afirmou o norte-americano e líder do estudo, Brian Kobilka.

Salientando que mais de metade dos medicamentos dados aos doentes funcionam porque têm como objectivo um determinado receptor das células do corpo, para curar uma doença, os cientistas revelaram que a investigação permitiu decifrar um destes receptores.

“A maioria destas hormonas e neurotransmissores funcionam através destes receptores. Todos eles estão estruturalmente relacionados, o que significa que, sabendo mais de um receptor específico, serão possíveis avanços em relação a todos”, explicou Brian Kobilka.

De acordo com o investigador norte-americano, o receptor decifrado tem “um papel importante em doenças do coração, regulação da pressão sanguínea, inflamação e desordens psicológicas”, concretizando que “são candidatos ideais para terapias de vários tipos de doenças.”

Raquel Pacheco

Fonte: Medscape/ http://www2.mrc-lmb.cam.ac.uk/ www.stanford.edu/

Congestão nasal afecta mais de 450 mil portugueses

Primeiro estudo sobre prevalência da sintomatologia revela que 18% da população tem problemas crónicos com a respiração pelo nariz

Mais de 450 mil portugueses, com mais de 15 anos de idade, sofre de congestão nasal grave, sendo que, a maior incidência recai sobre as mulheres. Os resultados saíram do primeiro estudo português sobre a prevalência desta sintomatologia.

Desenvolvido pelas Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e pela Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia (SPO), o estudo teve por objectivo “caracterizar a população no que diz respeito à prevalência da congestão nasal em Portugal Continental”, informam em comunicado enviado ao farmacia.com.pt.

Na nota, as entidades destacam ainda que, com este estudo “foi possível também construir de um modo pioneiro um índice de congestão nasal que pode levar, se muito elevado, a procurar ajuda médica para diagnóstico e tratamento do problema.”

De acordo com os resultados divulgados, 19% dos inquiridos relataram nariz entupido ou congestionado, 16% mencionou o corrimento nasal ou o pingo no nariz e 15% disse acordar de manhã com o nariz tapado, ou seja, congestionado.

“Se 4,6% da população refere sintomas muito graves de congestão nasal, mais 13,3% refere esta sintomatologia com características moderadas, o que aproximará dos 18% a percentagem dos habitantes adultos que têm problemas crónicos com a respiração pelo nariz”, concluíram.

Sintomas

A congestão nasal é um sintoma que, para além da sua relação com as infecções respiratórias, está muito associado a outras patologias crónicas tais como a rinite alérgica ou a rinossinusite.

Segundo a SPAIC, os sintomas mais frequentes são “nariz entupido, pressão nos seios nasais, respirar pela boca, dificuldades em ter cheiro e dificuldades em descongestionar o nariz, corrimento nasal (pingo do nariz) e dificuldades em trabalhar ou estudar.”

Raquel Pacheco

Fontes: farmacia-press/SPAIC

APDP promove V Congresso de Educadores em Diabetes

Relação entre os profissionais de saúde e o doente é o tema central

A pensar nos profissionais de saúde que no dia-a-dia lidam directamente com a diabetes e com o doente diabético, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) promove, nos próximos dia 6 e 7 de Dezembro, em Lisboa, o V Congresso de Educadores em Diabetes.

“É objectivo deste encontro aprender com a troca experiências das equipas de educação, mas também, associar num mesmo tempo de formação os vários elementos que as compões: médicos, enfermeiros, nutricionistas, dietistas, psicólogos, pedagogos e pessoas com diabetes”, esclarece a APDP em comunicado de imprensa enviado ao farmacia.com.pt.

De acordo com a nota, o congresso - que decorrerá durante dois dias no Hotel Altis - conta com cerca de 400 participantes. “São profissionais de saúde que irão reunir-se em grupos de trabalho e trocar experiências diversas que tocam temas tão diversos como a atitude do próprio formador, as estratégias para a decisão, a gestão de tempo, as metodologias de ensino inseridas na educação em grupo até aos cuidados a ter com o pé ou a contagem de hidratos de carbono.”

A importância da relação entre os profissionais de saúde e o doente é o tema central que girará em torno das sessões. Durante o programa serão, também, abordados “temas teóricos que versam a actividade educativa, bem como actividades práticas orientadas por especialistas nas várias áreas ligadas à diabetes”, informa a associação.

Destacando a consulta como o ponto basilar e o cerne para “a constituição de um bom relacionamento”, a APDP considera tratar-se de “um momento crucial para o conhecimento mútuo, para a construção de uma relação de confiança e de compreensão partilhada, razão por que todos os aspectos que a envolvem devem ser analisados em pormenor”, frisou.


“Educação do doente é elemento terapêutico”

Para o director clínico da APDP e coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Diabetes, José Manuel Boavida, “a educação do doente deve ser entendida por todos como um elemento terapêutico fundamental para o controlo metabólico, prevenção das complicações tardias e integração social da pessoa com diabetes.”

Raquel Pacheco

Fonte: APDP/farmacia-press

Pé Diabético: Cooprofar promove curso

A cada 30 segundo é amputado um membro em todo o mundo

Dotar os formandos de conhecimentos específicos sobre a doença do pé diabético - patologia, diagnósticos e tratamentos – é o objectivo de mais um curso promovido pela Cooprofar (Cooperativa dos Proprietários de Farmácia) que, desde 1975, dedica-se à distribuição de produtos farmacêuticos em Portugal.

O pé diabético traduz-se numa perda da sensibilidade dos membros inferiores. Submetidos a excessos de pressão, os pés ganham lesões que, se não forem tratadas a tempo, poderão levar a uma amputação. Em muitos dos casos, não são tratados, porque não são sentidos. Outra dificuldade detectada refere-se aos diabéticos obesos ou aqueles cuja doença já provocou cegueira, não conseguindo, assim, ver os pés.

Em todo o mundo, a cada 30 segundos é amputado um membro devido ao pé diabético. A realidade de um cenário alarmante moveu a Cooprofar a fomentar junto dos associados, profissionais de saúde e do público em geral um curso que decorre, hoje e no próximo dia 6, no Hotel Mélia Ria, em Aveiro.

De acordo com fonte da empresa, o conteúdo programático focalizará a Epidemiologia do pé diabético; Fisiopatologia do pé diabético; Etiologia da ferida no pé diabético; Tratamento da ferida no pé diabético; Aconselhamento ao diabético na prevenção e após ferida e o papel da Medicina Hiperbárica no tratamento de pé diabético.

Com a duração de oito horas (das 19h00 às 23h30) a formação será ministrada por profissionais de saúde na área da enfermagem que desempenham funções no Hospital Pedro Hispano: Manuel Lopes, Filipe Alvarilhão e Edgar Cachada.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes é a terceira causa de morte no mundo, onde 7,6 por cento da população sofre da doença. A OMS prevê que os índices de mortalidade aumentem 25% na próxima década, caso não sejam tomadas as medidas necessárias para travar o avanço da epidemia, pondo em causa a actual esperança média de vida. Em Portugal, estima-se que existam já mais de 700 mil diabéticos.

Raquel Pacheco

Fonte: Cooprofar/OMS/farmacia.com.pt

Sida: Fiocruz vai produzir novo fármaco antiretroviral

Os laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, vão começar a produzir um dos novos medicamentos usados na terapêutica antiretroviral, anunciou o director da Farmanguinhos, Eduardo de Azeredo Costa.

Congratulando-se com o facto de o laboratório ter provado que tinha condições de produzir o medicamento com o mesmo princípio activo dentro do Brasil, o dirigente da Farmanguinhos considerou que "é sempre bom reforçar e lembrar que a atitude da prevenção é a mais importante. Ninguém pode relaxar o factor prevenção e pensar que há medicamentos bons, pois não é porque nós produzimos fármacos que podemos pensar que o problema da sida se resolverá assim. Ajuda, trata, mas não mata o vírus”, frisou.

Uma ideia que foi concretizada pelo coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Sida (Abia), Veriano Terto: "Ainda não existe uma vacina ou um fármaco que seja capaz de retirar o vírus do corpo da pessoa infectada. A prevenção ainda é o melhor remédio. Não é porque existe o tratamento para a sida que o problema está resolvido, o tratamento não significa a cura", reforçou.

De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) há, em todo o mundo, 33 milhões de doentes com sida. Só no Brasil, em 2007, já foram registados cerca de 13 mil casos.
Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil/Reuters

FDA vai avaliar efeitos colaterais de medicamento antitabágico

Casos relatados associam início da toma com ideias suicidas e sonolência…

A entidade reguladora dos alimentos e fármacos, nos Estados Unidos, (Food and Drug Administration – FDA) garante que irá averiguar o relato de efeitos colaterais feito por doentes administrados com Champix (tartarato de vareniclina) - medicamento antitabágico produzido pelos laboratórios Pfizer.

Depressão, pensamento e comportamento suicidas, pesadelos, tonturas, fadiga, sonolência, dores de cabeça, insónia, náuseas e vómito são alguns dos efeitos adversos descritos. Neste sentido, a FDA – juntamente com a MHRA (Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency) – já asseverou que está a analisar "todos efeitos secundários possíveis e previstos na bula do fármaco."

Contudo, segundo revela uma avaliação preliminar, muitos dos casos narrados reflectem “uma associação entre o início do tratamento (de alguns dias a semanas) do Champix com a concepção de ideias suicidas e alteração de humor."

No entanto, nestes casos, o papel do fármaco não está totalmente esclarecido pois sabe-se que a cessação do fumo - com ou sem tratamento - aparece associada a sintomas de retirada da nicotina e à exacerbação de doenças psiquiátricas subjacentes. Porém, nem todos os intervenientes (dos casos relatados) tinham uma história de doença psiquiátrica pré-existente e, nem todos, tinham parado de fumar.

Face a estes episódios, a FDA destacou a sua atenção, ressalvando, porém, que ainda não chegou a uma conclusão se esta informação requer alguma acção regulatória e se irá actualizar o documento quando houver informações ou análises viáveis.

De referir que, segundo os testes realizados com o medicamento - e divulgados oportunamente pelo farmacia.com.pt - , 44% dos tabagistas terão deixado de fumar depois do tratamento, comparativamente com os 18% que receberam um placebo e os 30% que tomaram outro fármaco - bupropiona (genérico do Zyban).

Raquel Pacheco

Fontes: FDA/Medicines and Healthcare products Regulatory Agency/PharmaNews

Medcenter e Medscape lançam juntos novo portal









Em Portugal, Espanha e na América Latina

A Medcenter, empresa multinacional de educação médica e serviços de marketing especializada no sector farmacêutico, e a WebMD, empresa líder mundial no sector de informação em saúde e proprietária do Medscape (maior portal médico mundial) anunciaram, ontem, uma parceria que resultou num novo portal para médicos.

Acessível através do endereço - www.medcenter.com/medscape - o novo portal vai oferecer desde notícias médicas, informações sobre as principais doenças, até à cobertura dos principais congressos médicos internacionais e educação médica continuada.

Wayne Gattinella, presidente da WebMD considera que a expansão para Portugal, Espanha e América Latina “vai permitir capitalizar as oportunidades nestes importantes mercados e oferecer aos médicos informação médica actualizada para melhorar o seu conhecimento e prática clínica", anunciando que “está ainda a ser potencializada a rede de médicos e o relacionamento com as comunidades científicas da Medcenter nestas regiões, com o intuito de trazer o conteúdo médico relevante e actualizado do Medscape para estes importantes mercados."

Neste sentido, foi dada a garantia de que o novo portal oferecerá aos médicos o melhor do Medscape e da Medcenter. “O Medscape fornece o conteúdo médico original para clínicos gerais e especialistas, além de outros profissionais de saúde. A Medcenter oferece soluções nas áreas de educação médica, serviços de marketing e pesquisa de mercado”, esclareceu.

“Melhor canal de comunicação com médicos”

Carlos Eduardo Reis, presidente da Medcenter, subscreveu a satisfação relativa à parceria, reforçando a convicção de que “a credibilidade, experiência e a base de médicos usuários dos nossos serviços, na Europa e na América Latina, associados à marca e à extraordinária quantidade de conteúdo de qualidade da Medscape, permitirão a Medcenter oferecer aos nossos clientes da indústria farmacêutica o melhor canal de comunicação com os médicos."

Segundo explicou o responsável, o portal trará as versões em português e espanhol do extenso conteúdo Medscape e será divulgado pela Medcenter para os mais de 250 milmédicos usuários de seus serviços e para toda a comunidade médica através das sociedades científicas que certificam as actividades de educação médica da Medcenter, realizadas na Europa e na América Latina.

Raquel Pacheco

Fonte : PRNewswire / http://www.corp.medcenter.com

“Cocktails” de fármacos para a sida podem preservar cérebro

Os “cocktails” de fármacos para a sida podem restringir as lesões cerebrais associadas ao HIV-1, sugere um estudo sueco publicado no jornal «Neurology».

À luz de uma investigação conduzida por uma equipa da Universidade Goteborg, na Suécia, - que envolveu 53 doentes com HIV de ambos os sexos - o tipo de tratamento analiasado parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo vírus.

De acordo com Asa Mellgren, professora que coordenou o estudo, o HIV pode atacar o cérebro e os nervos para provocar danos no sistema imunitário. “Antes da introdução dos ‘cocktails’ de fármacos – designados como terapêutica antiretroviral altamente eficaz (HAART na sigla em ingês) - cerca de 20% dos doentes desenvolviam demência”, informou, ressalvando que, “nem todos os fármacos usados nestas combinações penetram no cérebro, logo, não se sabe muito bem o quanto a HAART ajudou.”

Segundo explicou a investigadora, “foi testado o líquido cefalorraquidiano dos doentes” (também designado de fluido cerebrospinal, apresenta um aspecto límpido e transparente e localiza-se ao nível do sistema nervoso central) e “foi-lhes administrada HAART durante um ano”, rematando que “antes do tratamento, 21 doentes tinham elevados níveis de proteína leve dos neurofilamentos, que se julga indicar os danos cerebrais.”

Desta feita, os cientistas suecos revelaram que, três meses após o tratamento com HAART, “os níveis elevados da proteína baixaram para valores normais em quase metade dos doentes e, após um ano, apenas quarto doentes tinham ainda níveis elevados da proteína leve dos neurifilamentos.”

Perante os resultados, Asa Mellgren disse acreditar que este tipo de tratamento “parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo HIV", destacando que o estudo “confirma que a proteína leve dos neurifilamentos é útil como marcador para a monitorização dos danos cerebrais em indivíduos com HIV e para avaliar a eficiência da HAART."

Raquel Pacheco

Fontes: http://www.neurology.org/Reuters