terça-feira, 16 de outubro de 2007

Byetta pode estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes

FDA lança alerta sobre o fármaco da Amylin Pharmaceuticals e Eli Lilly

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) lançou um aviso para o facto de que o fármaco para o tratamento da diabetes tipo 2, o Byetta, da Eli Lilly e da companhia biotecnológica Amylin Pharmaceuticals, poder estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes. A Amylin concordou adicionar informação, acerca da pancreatite aguda, à secção de precauções do Byetta, segundo a FDA.

O Byetta (exenatida) foi relacionado com 30 casos de inflamação do pâncreas, o que levou as farmacêuticas a recomendar precauções na utilização do tratamento. Cinco dos pacientes tiveram graves complicações, como falha renal, e 22 apresentaram melhoras após pararem com o tratamento.

A FDA aconselhou os médicos a monitorar os pacientes e a descontinuar o Byetta se houvesse sinais de inflamação, tais como, dores abdominais fortes e persistentes que podem entender-se até às costas, e que podem ser acompanhadas de náuseas e vómitos. Contudo, são necessários testes para confirmar a pancreatite aguda. Os casos graves de pancreatite podem provocar hemorragias, danos nos tecidos, infecções, e levar à libertação de toxinas e enzimas na corrente sanguínea que podem danificar o coração, pulmões, rins e outros órgãos. A pancreatite aguda é principalmente causada por cálculos biliares, outras doenças da vesícula biliar, e uso de álcool.

O Byetta é uma hormona sintética injectável, administrada duas vezes por dia, que estimula as células no pâncreas a produzir insulina, quando o nível de açúcar no sangue está elevado, ajudando a converter esse açúcar em energia. O fármaco foi aprovado nos Estados Unidos, em Abril de 2005, para adultos com diabetes tipo 2, e tem sido utilizado até agora por aproximadamente 700 mil pessoas a nível mundial. A Amylin e a Lilly já tinham acrescentado, no ano passado, alguns dados sobre a doença à informação de prescrição fornecida com o fármaco.

O fármaco gerou vendas de 430,2 milhões de dólares, no ano passado, representando 90 por cento dos lucros da Amylin, e sendo um dos medicamentos da Lilly com um crescimento mais rápido.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online

Composto presente na fruta pode ser determinante no combate ao cancro

Que o consumo de fruta é essencial para uma alimentação saudável já toda a gente sabia, mas o que se desconhecia era o papel que alguns frutos podem desempenhar no combate ao cancro. Frutos como a manga, as uvas e os morangos contêm um componente denominado Lupeol capaz de impedir que os tumores localizados na zona da cabeça e do pescoço cresçam e se espalhem.

Uma experiência realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Hong Kong testou o lupeol em ratos e mostrou que o desempenho deste componente, principalmente quando combinado com a quimioterapia, não só foi muito animador, como não apresentou efeitos secundários relevantes.

De acordo com Anthony Yuen, professor do departamento cirúrgico da Universidade de Hong Kong, “o lupeol consegue suprimir o movimento das células cancerígenas, bem como o seu crescimento, mostrando resultados mais positivos do que os medicamentos convencionais”.

“O lupeol é até mais eficaz se for combinado com a quimioterapia, apresentando efeitos secundários muito ligeiros”, continua o investigador.

A equipa responsável pelo estudo, que foi publicado no passado mês de Setembro no jornal “Cancer Research”, tenciona agora realizar mais experiências com animais e admite que, no futuro, a possibilidade de realizar testes em seres humanos não está posta de parte.

Os tumores localizados no pescoço e na cabeça englobam o cancro no nariz,, na cavidade oral, na garganta, nas cordas vocais, na tiróide e nas glândulas salivares, tipos de tumores que afectam mais a população asiática do que a ocidental.

O consumo excessivo de álcool, o tabagismo e uma alimentação deficitária são alguns dos principais factores de risco para estas doenças, cujo tratamento se tem revelado muito difícil.

Em 50 por cento dos casos os tumores só são diagnosticados em fases já muito avançadas, quando a cura já é muito difícil e os tumores já cresceram tanto que se tornaram inoperáveis.

A cirurgia para remover tumores nestas zonas do corpo humano é muito complicada, desde logo porque implica a remoção de grandes quantidades de pele que tenha sido afectada pela doença, pelo que os cirurgiões têm que planear muito bem, antes de realizar a cirurgia, de que forma vão depois cobrir toda a área de onde foi retirada a pele.

Yuen acredita que o lupeol, que também se encontra em alguns vegetais como é o caso da azeitona, consegue bloquear a proteína natural denominada NFKB, cuja acção auxilia o crescimento das células, incluindo das células cancerígenas.

Neste estudo, o lupeol foi administrado em ratos infectados com células cancerígenas nas zonas do pescoço e da cabeça e permitiu concluir que este componente dos frutos e vegetais “não apenas suprime o crescimento do tumor, como também leva à sua diminuição. Comparado com os medicamentos convencionais, o lopeol reduz o tamanho do tumor num período de tempo muito menor”, explica Terence Lee, outro dos investigadores participantes no estudo.

Por outro lado, “os fármacos convencionais levaram ao emagrecimento dos ratos, ao contrário do que sucedeu com o lupeol, uma vez que os animais mantiveram a sua massa corporal”, adiantou ainda Lee, explicando que no combate ao cancro, o emagrecimento excessivo dos pacientes é sempre visto como um mau sinal.

Os especialistas esperam agora que o lupeol seja aplicado a outros tipos de cancro, que dependam também da acção da proteína NFKB para crescer e se espalhar. “Poderá ser possível aplicar o lupeol noutros cancros, uma vez que este composto consegue suprimir o efeito da proteína NFKB, cuja acção é determinante também no cancro da próstata e da mama”, acredita Yuen.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Lucros da Genentech aumentam 21 por cento no terceiro trimestre de 2007

A companhia biotecnológica californiana Genentech Inc. apresentou um aumento nos lucros na ordem dos 21 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2007. Os dados da facturação, relativos a este período, destacam as vendas do fármaco oncológico para o cancro colorectal e do pulmão, o Avastin, que pela primeira vez alcançou o marco de ser o medicamento mais vendido pela companhia, maioritariamente controlada pela Roche.

Os lucros líquidos do terceiro trimestre da segunda maior companhia biotecnológica cresceram até aos 685 milhões de dólares, 64 cêntimos por acção, em comparação com os 568 milhões de dólares, 53 cêntimos por acção, no mesmo período do ano anterior.

Os ganhos aumentaram para os 2,91 mil milhões de dólares, liderados por um salto de 37 por cento nas vendas do Avastin, que atingiram os 597 milhões de dólares. Conjuntamente, o Avastin, aprovado em 2004, e o Rituxan, um tratamento para o Linfoma de Não-Hodgkin, já com dez anos, que apresentou vendas de 572 milhões de dólares (aumento de 12%), geraram mais de metade das vendas da Genentech, nos Estados Unidos.

As vendas do Avastin também excederam os 564 milhões de dólares do segundo trimestre. Alguns analistas temiam que as vendas do fármaco descessem em relação ao trimestre anterior, uma vez que dados tinham demonstrado que doses mais baixas funcionavam tão bem como as doses mais elevadas no tratamento do cancro do pulmão.

O Herceptin, para o cancro da mama, teve vendas de 320 milhões de dólares, um aumento de 6 por cento. As vendas do Lucentis, o novo fármaco para a degeneração macular, aprovado em Junho de 2006, atingiram os 198 milhões de dólares, mas estiveram abaixo do trimestre anterior e longe das estimativas de 210 milhões de dólares dos analistas.

Não tendo em conta despesas, incluindo aquelas relacionadas com a aquisição da companhia biotecnológica Tanox Inc., no valor de 919 milhões de dólares, no trimestre passado, a Genentech ganhou 778 milhões de dólares, ou 73 cêntimos por acção.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, Los Angeles Times

Desfibrilhadores da Medtronic: Doentes correm risco “mínimo” de disfunção

IPRC diz que pacientes portugueses não necessitam de observação urgente

O Instituto Português do Ritmo Cardíaco (IPRC) considera que os doentes que possam ter implantados aparelhos desfibrilhadores da firma Medtronic correm um risco mínimo de disfunção. Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt os responsáveis referem que os dados até agora disponíveis não justificam uma observação urgente dos pacientes.

O mesmo documento dá ainda a conhecer a posição sustentada pela Associação Europeia do Ritmo Cardíaco da Sociedade Europeia de Cardiologia que “não recomenda a substituição dos sistemas implantados, considerando que o risco da sua remoção ou da implantação de outro eléctrodo é superior ao da sua manutenção”.

Apesar de defender a necessidade de divulgar as recomendações europeias junto dos electrofisiologistas cardíacos, o IPCR refere que relativamente aos doentes portugueses “não se justifica a sua observação urgente”. Os pacientes devem manter a conduta que lhes é habitualmente recomendada, entrando em contacto com o médico caso notem algum sintoma ou descarga eléctrica efectuada pelo aparelho e comparecerem às suas consultas de seguimento nas datas programadas, salienta a nota assinada por Daniel Bonhorst e Pedro Adragão, presidente e vice-presidente do IPRC, respectivamente.

A reacção do IPRC surge depois da Medtronic ter retirado do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento. De acordo com a empresa norte-americana, os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis, uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, pelo que, os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Instituto Português do Ritmo Cardíaco.

Quando rir pode ser um bom remédio…

Especialista defende que terapia do riso diminui dor, aumenta defesas, promeve saúde mental e melhor funcionamento do organismo


Diminuição da dor e aumento da auto-estima e de sentimentos de felicidade são os resultados preliminares anunciados pela Associação Oncológica do Algarve (AOA) que, recentemente, abraçou a terapia do riso.

“O humor é um factor protector da saúde.” Uma conclusão inequívoca que Arlete Lourenço, terapeuta do riso na AOA, garantiu chegar logo na primeira sessão: "Após a primeira sessão de terapia do riso havia menos dores, nomeadamente nas articulações, e maiores sentimentos de felicidade e de auto-estima."

Entre os benefícios de dar umas boas gargalhadas, a especialista destacou o também “o aumento das defesas imunológicas e a capacidade de reagir às doenças, promovendo a saúde mental evitando a sua degeneração.”

Arlete Lourenço – que é ainda enfermeira na Psiquiatria do Hospital de Faro - reforça a sua tese abordando outros estudos que monstraram que “a terapia do riso altera para melhor o nível cardíaco, pulmonar, digestivo e músculo-esquelético das pessoas.”

De acordo com a terapeuta, as sessões de terapia “seguem o método indiano «Madan Kataria» (fundador do Clube Internacional do Riso), ou seja, baseiam-se na execução de exercícios de riso que estimulem a auto-estima e são seguidos por uma fase de relaxamento”, explicou.

Segundo revelou Arlete Lourenço, mas suas formações, já encontrou desde enfermeiros e administradores de hospitais, até economistas ou de profissionais das medicinas tradicionais.

«Madan Kataria» diz que rir é "uma energia positiva que traz saúde, felicidade e bem estar", como sendo, a melhor prevenção contra a doença.


Rir antes de amamentar torna leite materno mais saudável

Uma investigação conduzida por cientistas japoneses permitiu constatar que mães que deram uma boa gargalhada horas antes de amamentar os bebés produziram um leite mais saudável. O estudo foi publicado no NewScientist.com.

Comparativamente com as mães mais sisudas, o resultado evidenciado foi a nível da prevenção de alergias na pele. De acordo com a equipa japonesa, os bebés com eczema e que foram amamentados por mamãs sorridentes “apresentaram sintomas bastante mais atenuados.”

Foi ainda comprovado que, o leite da “mãe feliz”, também, contém maiores níveis de melatonina, uma hormona associada ao relaxamento.


Raquel Pacheco
Fontes: AOA/Lusa/ NewScientist.com/www.pubmed.com

Doenças oncológicas não são mistério em Coimbra

Cancro da mama é o que mais preocupa e mulheres são as mais "preventivas"; Helena Gervásio quer estudo na região Sul

Em Coimbra, as pessoas estão bem informadas sobre as doenças oncológicas. A conclusão saiu de um estudo divulgado, hoje, onde cerca de 65,5 por cento da população disse estar informada e, 27 por cento destes, considera-se bem ou muito bem informado. O cancro da mama é o que espoleta maior preocupação, avançou a Agência Lusa.

O inquérito – promovido Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e a Sociedade Portuguesa de Senologia e a Novartis Oncology - envolveu 142 cidadãos residentes em Coimbra. O cancro da mama é a doença que mais preocupa os inquiridos (77,5 por cento), seguindo-se o cancro da próstata (44 por cento), o cancro do pulmão (43 por cento) e o cancro do útero (41,5 por cento).

Durante a sessão de apresentação das conclusões do estudo, Maria Helena Gervásio, presidente da SPO, revelou que “em 90 por cento dos casos” os inquiridos estão conscientes de que a vigilância médica pode evitar o cancro, assim como, reconhecem na informação um meio para a detecção precoce. No entanto, segundo foi divulgado “um terço” assumiu não adoptar posturas de prevenção.

No que concerne aos meios de informação onde os inquiridos assimilam conhecimentos sobre a doença, a televisão lidera as respostas com (71 por cento), seguindo-se os folhetos informativos (60 por cento) e os jornais (47 por cento).

Relativamente ao perfil dos “mais preocupados”, o inquérito traça que “são cidadãos com idade mais avançada e com mais elevadas habilitações literárias, e com maior incidência - as mulheres.”

"Hoje a doença já não é igual a morte, como antigamente. Muitas vezes consegue-se a cura, daí a importância do estar informado", vincou Helena Gervásio, apelando para que seja feita, também, uma pesquisa que cubra o Sul do país no sentido de “se obter um visão mais genérica dos comportamentos dos cidadãos portugueses.”

De referir que, o Grande Porto já foi palco de um estudo similar.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa

Lucros da Johnson & Johnson caem 7,7% no terceiro trimestre de 2007

A Johnson & Johnson, empresa norte-americana de produtos de saúde e higiene pessoal, sofreu uma quebra nos lucros de 7,7 por cento no terceiro trimestre de 2007, comparativamente a igual período do ano anterior. Num comunicado divulgado esta terça-feira, o grupo informa que os lucros líquidos relativos ao terceiro trimestre foram de 1,8 mil milhões de euros, relativamente aos 1,9 mil milhões de euros registados no terceiro trimestre de 2006.

As reestruturações da empresa, que envolvem a supressão de mais de 4 mil postos de trabalho, e a diminuição da procura do Procrit, um medicamento utilizado no tratamento da anemia, são apontadas com as principais justificações para este decréscimo nos lucros J&J. Ainda assim, os resultados superaram as expectativas de Wall Street.

Por outro lado, as vendas do grupo aproximaram-se dos 10,5 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, uma subida de 12,7 por cento face ao período homólogo de 2006. Nos nove primeiros meses de 2007 as vendas da J&J atingiram os 31,8 mil milhões de euros, mais 13,6 pontos percentuais que em igual período do ano anterior.

Apesar da descida nos lucros, a empresa elevou as expectativas relativas aos resultados para o cômputo do ano para um lucro de 2,89 a 2,91 euros por acção, excluindo o impacto dos custos com a investigação e desenvolvimento e as reestruturações. A J&J detém actualmente mais de 250 empresas que operam em 57 países e empregam cerca de 120 mil funcionários.

Marta Bilro

Fonte: elEconomista.es, Reuters, Pharmalot, Folha de São Paulo.

Descoberto método que amplia concepção de novos fármacos

Estudo de cientista portuguesa abre caminho a preparação, manipulação, reacção e inovação de compostos

Foi descoberto um novo método que permite a concepção de novos medicamentos. O mérito é de uma investigadora portuguesa, cujo estudo está publicado nas revistas internacionais de referência no domínio da química orgânica, catapultando, assim, o seu contributo para os laboratórios científicos de todo o mundo.

Face à crescente necessidade de encontrar novos tratamentos e os problemas associados com a resistência dos medicamentos existentes, “este é um contributo interessante para alargar a variedade de métodos existentes para o desenvolvimento de novos fármacos", avaliou à Agência Lusa a investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Teresa Pinho e Melo.

De acordo com um comunicado distribuído pela FCTUC a que o farmacia.com.pt teve acesso, a investigação de Teresa Pinho e Melo – iniciada, em 1995, e que contou com a colaboração de técnicos do país Basco – resultou na descoberta de “um novo método selectivo de preparação de beta-aminoácidos quirais” (uma classe de compostos com propriedades únicas), fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Segundo destaca a nota de imprensa, o novo método de síntese de preparação de compostos orgânicos da cientista poderá ser explorado mundialmente, “facultando o aparecimento de novos compostos de referência para a indústria farmacêutica ou para outras aplicações industriais" e “permitindo o desenvolvimento de novos medicamentos a longo prazo.”

O trabalho de Teresa Pinho e Melo contou com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e prolongar-se-á ao longo de mais três anos, informa a FCTUC.

Raquel Pacheco
Fonte: FCTUC/Lusa

Vendas da Roche cresceram 12% nos primeiros nove meses de 2007

A farmacêutica suíça Roche anunciou um crescimento de 12 por cento nas vendas durante os primeiros nove meses de 2007, para os 20,2 mil milhões de euros, um número que, de acordo com a empresa, reflecte já o abrandamento nas encomendas do Tamiflu (Oseltamivir).

Em igual período do ano anterior as vendas da Roche registaram um crescimento na ordem dos 19 por cento, tendo sido fortemente impulsionadas pelas vendas do medicamento contra a gripe sazonal e pandémica. Nos primeiros nove meses de 2007 a comercialização do Tamiflu terá sofrido uma quebra de 2 por cento. No que diz respeito ao terceiro trimestre a diminuição ascendeu aos 60 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano anterior.

No entanto, a Roche afirma que esta quebra era já esperada à medida que os stocks dos governos ficaram completos no que toca ao armazenamento do fármaco para fazer frente a possíveis pandemias.

O grupo registou também uma redução nas vendas do Herceptin, que subiram apenas 18 por cento, a taxa mais baixa desde os últimos cinco trimestres, refere a Bloomberg. Ao contrário, as vendas do Avastin (Bevacizumab), utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com carcinoma metastizado do cólon ou do recto, cancro da mama metastático e cancro do pulmão de células não pequenas, subiram 41 por cento a nível mundial, face ao mesmo período do ano anterior.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, Roche, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Tribunal condena Wyeth por tratamentos hormonais que causaram cancro da mama

A farmacêutica norte-americana Wyeth foi esta segunda-feira condenada a pagar quase 134 milhões de dólares (94,3 milhões de euros) a três mulheres que contraíram cancro da mama devido a tratamentos hormonais contra a menopausa.

A Wyeth já anunciou que vai recorrer da sentença, uma vez que considera que os tratamentos, aprovados pelas autoridades de saúde norte-americanas, eram "seguros e eficazes quando utilizados segundo as indicações", informou o grupo farmacêutico em comunicado.

As mulheres alegaram em tribunal que contraíram a doença devido ao tratamento com Premarin e Prempro, duas terapias hormonais de substituição de estrogénio.

De acordo com o advogado das queixosas, cerca de nove mil mulheres já apresentaram queixa nos tribunais contra o grupo Wyeth.

Os dois medicamentos em causa neste processo não são comercializados em Portugal.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Medtronic recolhe desfibrilhadores com defeito

Aparelhos podem ter causado a morte de cinco pacientes

A Medtronic, empresa norte-americana de equipamentos de tecnologia médica, retirou do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento, que poderão ter estado na origem de cinco mortes, confirmou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). O dispositivo está também à venda em Portugal.

A distribuição dos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis foi suspensa voluntariamente pela empresa “devido ao risco de ruptura dos mesmos”, informa a Medtronic. Os dispositivos são usados para detectar uma alteração do ritmo cardíaco, sendo capazes de provocar automaticamente uma descarga eléctrica para corrigir a alteração detectada, informa a agência Lusa citando fonte oficial do Infarmed.

Ainda assim, a Medtronic “não aconselha aos doentes a substituição profilática dos eléctrodos Sprint Fidelis, pois os riscos de remoção ou inserção de outro eléctrodo são muito superiores ao risco mínimo para o doente que constitui a fractura do eléctrodo”, refere a empresa em comunicado.

Os pacientes que suspeitem ter um eléctrodo Sprint Fidelis deverão consultar os seus médicos, aconselha a Medtronics, salientando que não há qualquer problema com os doentes que têm um pacemaker da marca.

De acordo com dados da empresa, em todo o mundo deverão ter sido implantados perto de 268 mil eléctrodos deste género, 506 dos quais em Portugal. O Infarmed afirmou que "em conjunto com a empresa responsável, está a efectuar todas as diligências necessárias com vista, quer à correcta informação dos profissionais de saúde que implantaram ou acompanham os doentes implantados, quer à operacionalização das medidas correctivas”.

“Não há qualquer problema com os desfibrilhadores”

Na sequência destes acontecimentos, a Medtronics já veio a público esclarecer que apenas retirou do mercado um tipo de eléctrodos dos seus desfibrilhadores, pelo que não há qualquer problema com os aparelhos propriamente ditos.

Os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis da Medtronic, que são uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, um aparelho para corrigir arritmias.

A empresa garante, por isso, que os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, AFP.

Pfizer, Sanofi-Aventis e J&J podem estar interessadas na aquisição da Biogen Idec

Propostas deverão ascender aos 21 mil milhões de euros

A Biogen Idec anda à procura de comprador e os analistas prevêem que as propostas de aquisição se possam situar entre os 17,7 e os 21,2 mil milhões de euros. Na corrida figuram algumas das farmacêuticas de topo a nível mundial que pretendem expandir o seu portfolio de medicamentos biológicos.

De acordo com analistas do sector bancário e farmacêutico, tanto a Pfizer, como a Sanofi-Aventis ou a Johnson & Johnson (J&J) beneficiariam da aquisição da empresa norte-americana pelo facto de lhes permitir ganhar relevo na produção, comercialização e investigação de proteínas e fármacos de anticorpos.

Apesar da sua colaboração com a Biogen no desenvolvimento do MabThera (Rituximab), a Roche poderá ser das menos interessadas no negócio, uma vez que já possui uma presença significativa na produção de medicamentos biotecnológicos. “Muitos estão interessados em obter capacidade biológica. Os que já a têm provavelmente não farão ofertas, por isso considero que a Roche e a AstraZeneca podem ser eliminadas”, afirmou Bem Yeoh, analista do sector na Dresdner Kleinwort.

A britânica GlaxoSmithKline poderia ser outra das potenciais compradoras, no entanto, tal não deverá verificar-se, uma vez que a empresa está a concentrar-se noutras prioridades, avançam os especialistas do sector. A Novartis, por sua vez, já foi apontada por alguns analistas como uma possível compradora, porém, a sua presença competitiva no sector dos tratamentos para a esclerose múltipla poderia excluí-la.

“Um grande número de empresas afirmaram recentemente que ainda não têm uma presença significativa na biotecnologia, por isso penso que deverão surgir bastantes interessados”, referiu Paul Diggle, da Nomura Code Securities.

A aquisição, não será, no entanto, um investimento pouco dispendioso. Os 11,1 mil milhões de euros que a AstraZeneca pagou pela MedImmune - equivalentes a 11 vezes o valor das vendas anuais da empresa - são exemplo do apetite das grandes farmacêuticas relativamente ao investimento biotecnológico. A mesma escala de valorização colocaria a possível aquisição da Biogen nos 24 mil milhões de euros.

Ainda assim, os analistas defendem uma avaliação mais modesta, até porque, as terapias alvo da Biogen para o tratamento da esclerose múltipla enfrentam a concorrência de outros produtos, o mesmo acontece com o Avonex (Interferão beta-1a), que está a ser ameaçado pelos biogenéricos. Por outro lado, alguns acreditam agora que as vendas anuais do Tysabri (Natalizumab), desenvolvido pela Biogen em parceria coma a Elan Corp, poderão render milhões de dólares.

A Biogen anunciou na última sexta-feira que está à procura de um comprador, um comunicado que surge quatro anos depois da empresa ter sido adquirida pela Idec Pahrmaceutical por 4,7 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Reuters.

Carácter humano do farmacêutico é o aspecto mais valorizado pelo utente

As características humanas dos serviços farmacêuticos e o interesse demonstrado pelo farmacêutico no impacto que os problemas de saúde do doente provocam na sua vida activa são os aspectos mais valorizados pelos pacientes no que toca ao atendimento. As conclusões resultam de um estudo apresentado por Djenane Ramalho de Olivera, professora do departamento de Farmácia Social da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil, durante o V Congresso Nacional de Atendimento Farmacêutico, que decorreu em Oviedo, Espanha.

O estudo pretendeu avaliar “as experiencias vividas pelos pacientes face ao atendimento farmacêutico em dois países muito distintos como são o Brasil e os Estados Unidos da América” (EUA), explicou a responsável, citada pelo Correo Farmacéutico. Nesse sentido, foi realizada uma meta-análise de dois estudos qualitativos nos quais se analisou os pacientes, o seu pensamento e sentimentos depois do atendimento prestado pelo farmacêutico.

O primeiro estudo, realizado nos EUA, consistia numa investigação etnográfica dos serviços de atendimento farmacêutico em clínicas e farmácias comunitárias, durante oito meses e realizado através de entrevistas aos utentes. No segundo, lavado a cabo no Brasil, foram entrevistados 33 utentes de farmácias de Belo Horizonte.

Depois de observar os dados das duas investigações, Djenane Ramalho de Olivera constatou que, na altura de avaliar a atenção recebida, todos os utentes, destacavam, em primeiro lugar, o carácter humano dos farmacêuticos e o interesse demonstrado pelos pacientes e pela sua doença. As vivências relatadas podem, segundo a autora, estar a indicar “novos caminhos para o progresso da prática do atendimento farmacêutico e chamam a atenção para a necessidade de haver alterações no ensino que permitam formar farmacêuticos mais competentes humana e tecnicamente”.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

50% dos fármacos em desenvolvimento são biotecnológicos

Os medicamentos biotecnológicos representam já 20 por cento do mercado farmacêutico, sendo que 50 por cento dos compostos que actualmente se encontram em investigação são fármacos de origem biológica. As conclusões resultam de uma reunião mundial de especialistas do sector organizada pela Ifpma e que decorreu a semana passada em Genebra, na Suíça.

De acordo com os participantes do encontro, entre os biológicos já comercializados encontram-se hormonas, anticorpos monoclonais, enzimas terapêuticas, vacinas, terapia génica, imunoterapias ou interferência de ARN. Os dados apresentados pelos especialistas indicam ainda que a maior parte da investigação e desenvolvimento que está a ser realizada na área biotecnológica tem como alvo a luta contra o cancro. Logo depois seguem-se das novas moléculas para doenças infecciosas, desordens do sistema auto-imune, HIV/Sida, doenças cardiovasculrares, problemas neurológicos, diabetes e problemas digestivos.

“Mais de 325 milhões de pessoas no mundo foram beneficiadas por mais de 155 fármacos e vacinas biotecnológicas”, salientou Kenneth B. Seamon, do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Cambridge, citado pelo Correo Farmacéutico. Segundo explicou o responsável, a eficácia e segurança destes fármacos estão amplamente comprovadas e os mesmos fornecem soluções para as doenças mais importantes.

Seamon acredita que “a biotecnologia está preparada para enfrentar os reptos actuais com tratamentos inovadores” e salienta que o caminho a seguir deve ser o de conseguir resolver problemas como o facto de só existir tratamento para 10 mil das 30 mil doenças conhecidas actualmente. Para além disso, pretende-se conseguir obter mais alvos terapêuticos, para passar dos 500 que actualmente existem para perto de 10 mil num futuro próximo e desenvolver mecanismos poderosos de diagnóstico e tratamento para os cerca de 30 milhões de europeus que sofrem de doenças raras.

A tecnologia recombinante, por exemplo, está a ser crucial no desenvolvimento de vacinas para doenças infecciosas, ao mesmo tempo que se estuda a sequenciação genómica dos patogénios para perceber melhor a sua estrutura biológica e identificar novos antimicrobianos, escreve o portal. A bioinformática, por sua vez, está a ser vital na identificação de novos alvos, e a tecnologia recombinante é uma parte fundamental da elaboração de produtos terapêuticos.

Tudo isto está a reflectir-se na saúde do paciente, considera Seamon. “Os fármacos biotecnológicos estão a oferecer uma oportunidade única e prometedora para prover tratamentos para doenças graves e dar resposta às exigências dos sistemas de saúde”, sublinhou. A isto, acresce ainda o facto da segurança e qualidade dos medicamentos biotecnológicos não ficar atrás da segurança e qualidade dos fármacos que se obtêm por processos químicos, até porque consegue superá-las.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

APED preconiza aumento para os 95 por cento
Comparticipação de analgésicos é muito baixa


Os analgésicos actualmente disponíveis nas farmácias portuguesas são dos mais caros de toda a Europa. Em causa está o facto de no nosso país a comparticipação daqueles fármacos ser de apenas 37 por cento, quando há estados em que chega muito perto ou mesmo aos 100 por cento. A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor demanda um aumento daquela taxa para os 95 por cento.

Considerando que a sintomatologia da dor não pode continuar a ser desvalorizada, como tem sucedido até aqui, quer pelos profissionais de saúde, quer pelos próprios doentes, e tendo em conta que a taxa máxima de comparticipação actualmente admitida pelo Ministério da Saúde português é de 95 por cento, já que o governo português não prevê a gratuitidade daqueles fármacos, decorrente de um apoio na ordem dos 100 por cento, a APED estabelece a comparação entre a realidade nacional e o cenário comum na generalidade dos países da Europa, para demandar uma subida substancial do apoio estatal à aquisição de analgésicos.
José Romão, médico do Hospital Geral de Santo António, no Porto, e elemento da direcção da Associação para o Estudo da Dor, atesta que “a taxa de comparticipação de analgésicos em Portugal é muito baixa relativamente à da esmagadora maioria dos países europeus, já que em alguns desses países os analgésicos opióides chegam a ser gratuitos, usufruindo de comparticipações que atingem os 100 por cento”. Na opinião da APED, a comparticipação “adequada” aos analgésicos é de 95 por cento, sendo “inaceitável” que doentes com dor crónica possam ser impedidos de receber tratamento por falta de recursos económicos.
O clínico vai mais longe e compara a taxa de comparticipação dos analgésicos com a dos anti-inflamatórios, de 69 por cento, apesar de aqueles medicamentos revelarem “muitos efeitos secundários que são potencialmente graves”, tais como sangramentos e úlceras pépticas. Dados da Organização Mundial de Saúde relativos a 2004 demonstraram que o consumo de analgésicos opióides em Portugal é inferior ao que ocorre na grande maioria dos países europeus: seis vezes menos do que em Espanha, 12 vezes menos do que em França, 15 vezes menos do que na Alemanha e 20 vezes menos do que no Reino Unido. A associação exorta por isso a tutela a rever o apoio dado aos doentes que sofrem de dor crónica e que têm nos medicamentos analgésicos a principal fonte de alívio dos sintomas e de conforto no quotidiano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, APED

Liga dos Amigos do Hospital São Bernardo vai oferecer 15 cadeiras terapêuticas para Oncologia

A Liga dos Amigos do Hospital São Bernardo (LAHSB) anunciou segunda-feira que pretende adquirir 15 cadeiras terapêuticas para equipar as novas instalações do serviço de oncologia daquela unidade hospitalar, situada em Setúbal, um objectivo que deverá estar cumprido até ao final do ano.

De acordo com Cândido Teixeira, presidente da LAHSB, a aquisição das 15 cadeiras terapêuticas, com um valor global de 30.000 euros, é um dos objectivos da Liga e deverá ser alcançado durante a campanha de sensibilização para a prevenção do cancro da mama, que decorre de 18 a 20 de Outubro, em Setúbal.

Cândido Teixeira falou aos jornalistas durante a apresentação pública de uma acção de prevenção contra o cancro da mama, promovida pela LAHSB e pela Sociedade Portuguesa de Senologia, no âmbito de uma campanha nacional que decorre ao longo do mês de Outubro.

Esta campanha de prevenção do cancro da mama deverá contar com a ajuda da antiga primeira-dama Maria José Ritta, que participa, sexta-feira, num passeio pela baixa da cidade de Setúbal, a que se seguem outras iniciativas, que terão lugar sábado à tarde no Auditório Charlot.

“O melhor diagnóstico do cancro da mama nas mulheres é a prevenção através do auto-exame, de preferência nos cinco dias após o período menstrual”, uma vez que a detecção precoce permite o tratamento de mais de 805 por cento dos casos, adianta a médica Emília Vaz Pereira, da Sociedade Portuguesa de Senologia.

“Em 2006 operámos 107 mulheres no Hospital São Bernardo, para além de muitas outras que foram tratadas sem cirurgia”, disse Emília Vaz Pereira, reforçando a ideia de que o auto-exame, feito pela própria mulher, é fundamental.

Emília Vaz Pereira lembra ainda que todas as mulheres com mais de 40 anos devem fazer uma mamografia todos os anos e que “qualquer mulher que detecte um corrimento mamilar, um nódulo palpável, uma alteração de cor ou de calor da mama, deve recorrer de imediato ao seu médico de família”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa