sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Clamídia causa infertilidade

A clamídia, a doença sexualmente transmissível que mais pessoas afecta no mundo, pode provocar infertilidade, tanto nos homens como nas mulheres, de acordo com um estudo desenvolvido em Espanha que envolveu 143 participantes.

O professor catedrático de genética, da Universidade Autônoma de Madri, Jaime Gosálvez, co-autor da pesquisa, desenvolveu, em colaboração com investigadores do Hospital Juan Canalejo de La Coruña (Espanha), uma técnica que prova a correlação entre a clamídia e a infertilidade.

O resultado da investigação será publicado na "Fertility and Sterility", mas foi já apresentado na Conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva e revelou que o sémen dos homens afectados pela bactéria Chlamydia trachomatis apresenta graus de fragmentação de ADN que variam entre os 35% e os 45%. Em pessoas sem a doença, esses níveis são de aproximadamente 15%.

Apesar de os homens afectados com clamídia apresentarem uma fragmentação do esperma três vezes superior à de um homem saudável, a infecção decorrente não provoca sintomas nem altera os parâmetros de concentração, morfologia e mobilidade do sémen e dos espermatozóides.

No entanto, depois de terem sido medicados com antibiótico durante três a quatro meses, os homens infectados conseguiram uma regeneração parcial do esperma, existindo mesmo a hipótese de recuperarem a fertilidade.

Segundo o cientista, a descoberta é importante tanto por causa da quantidade de pessoas afectadas pela bactéria (dois terços das mulheres e metade dos homens do mundo) como pela dificuldade em sua detecção.

A infecção por Chlamydia trachomatis surge por contacto sexual desprotegido e o local da infecção depende do tipo da relação sexual que originou o contágio. No homem, aparece corrimento uretral escasso e ardor mais ou menos intenso ao urinar, sintomas estes mais frequentes de manhã.

Na mulher, na grande maioria dos casos, a infecção não produz sintomas, podendo ocasionar corrimento ligeiro. No entanto, se a infecção não for tratada a tempo, pode alastrar, ocasionando uma inflamação nas trompas e nos ovários, que pode originar infertilidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em todo o mundo, surjam cerca de 250 milhões de novos casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST), por ano. Destes, cerca de três milhões são infecções por clamídia.

Inês de Matos

Fonte: Folha de São Paulo, Focus, Fórum Enfermagem, Médicos na Internet

Excesso de vitamina E pode agravar processo inflamatório

Cientistas registam efeito antagónico e alertam para riscos do consumo indiscriminado

Quanto maior for o consumo de vitamina E, pior poderá ser o efeito num quadro clínico de inflamação, ou seja, administrada em doses elevadas, afinal o seu papel não é “anti”, mas pró-inflamatório. A descoberta saiu de um estudo conduzido por investigadores do Instituto Oswaldo Cruz, no Brasil, noticiado na Agência FAPESP.

A vitamina E é reconhecida como potencial antioxidante e anti-inflamatório, no entanto, um estudo realizado no Laboratório de Imunofarmacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fundação Oswaldo Cruz, apontou um possível papel antagónico em processos inflamatórios, levando ao alerta: a administração de uma dosagem excessiva pode ter como consequência um agravamento do quadro clínico.

De acordo com a investigação brasileira, a vitamina E tem um efeito inibitório na actividade do receptor nuclear PPAR gama - proteínas existentes no núcleo das células e que são importantes na comunicação celular - somente quando administrada em baixa quantidade.

Segundo explicou a bióloga Adriana Ribeiro Silva - coordenadora da investigação que durou dois anos -, “constatámos que o efeito anti-inflamatório da vitamina E pode ocorrer por meio do receptor PPAR gama, porém, verificámos que, quando administrada em altas doses, a vitamina não tem efeito sobre a proteína e permite a inflamação”, concretizando que, “o carácter anti-inflamatório da vitamina seria devido ao efeito inibitório na activação do receptor."

Na investigação, os cientistas utilizaram ratos como modelo experimental, nos quais provocaram um processo inflamatório e avaliaram o efeito do tratamento com vitamina E depois da administração de fármacos usados em tratamentos clínicos.

“Constatou-se que uma dose de 40 microgramas por cavidade (por animal) tem efeito anti-inflamatório mas, se a dose for aumentada para 120 microgramas por cavidade, a vitamina E passa a ter actividade pró-inflamatória”, revelou Adriana Silva, destacando que o facto é “muito relevante porque esta dose mais elevada é a mais frequentemente prescrita para humanos.”

Estudo traz “luz” a novos fármacos

Outro aspecto a destacar é o contributo destes resultados face aos medicamentos que se ligam ao receptor PPAR gama e que são utilizados clinicamente e aceites comercialmente como anti-diabéticos. “O próprio estudo começou com a proposta de avaliar o uso desses fármacos no tratamento da diabetes”, informou a bióloga.

Para a investigadora, a investigação traz uma outra vantagem: "Hoje temos dificuldade em produzir fármacos que tenham efeitos desejados e não apresentem os efeitos colaterais. Cada vez mais se tem tentado encontrar alvos moleculares, como o PPAR gama, com actividades dentro da célula", salientou.

À Agência FASPEP, Adriana Ribeiro Silva adiantou ainda que, a equipa do IOC pretende destacar os efeitos antioxidantes da vitamina E e “propor a sua aplicação como um anti-inflamatório que possa ser utilizado de forma mais ampla”, inclusive, em doenças do foro infeccioso, nomeadamente, por bactérias e outros microrganismos. Está já planeada também uma nova etapa da investigação que será investigar as actividades pró e anti inflamatória da vitamina E com foco na sepsia.

Raquel Pacheco

Fontes: Agência FAPESP

Modificar microorganismos para obter moléculas farmacêuticas

Cientistas norte-americanos focam investigação em sistemas microbianos como futuras "fábricas" de compostos químicos

Os microorganismos podem ser usados como "pequenas e eficientes fábricas" de moléculas farmacêuticas para combater o cancro, o envelhecimento e a obesidade. A garantia é dada por cientistas da Universidade de Buffalo (Estados Unidos) que estão a investigar a modificação genética de microorganismos para estes fins.

Mostrar o potencial da modificação de organismos, focando as investigações na obtenção de isoflavonóides é a missão desta equipa norte-americana, estimando que, já no final deste ano, seja obtida uma escala de produção piloto de isoflavonóides.

“O objectivo é utilizar enzimas para que a bactéria Escherichia coli seja capaz de fabricar o composto químico de que precisamos”, explicou Matheos A. G. Koffas, professor na Universidade de Buffalo.

De acordo com o investigador, os sistemas microbianos “permitem que grandes quantidades de compostos químicos de importância farmacêutica sejam fabricadas por meio de processos mais eficientes, mais baratos e mais ambientalmente amigáveis.”

Matheos Koffas advogou que fabricar produtos químicos por esta via “reduz a dependência de derivados de petróleo, assim como, a necessidade de uso de temperaturas elevadas, de metais pesados, de condições de acidez extrema e de solventes perigosos”, acrescentando que, “poderiam ainda ser realizadas reacções químicas muito complexas nas bactérias, necessárias para a síntese de certos fármacos e que são muito difíceis de serem executadas por métodos químicos convencionais.”

Neste sentido, os investigadores norte-americanos revelaram que esperam produzir 400 miligramas de flavonóides por litro de cultivos de bactérias, um número que ultrapassa em larga escala os 20 miligramas obtidos por outros sistemas de produção.

Segundo anunciou a equipa, está a ser utilizada a mesma estratégia para a produção de outros compostos, “como certos pigmentos naturais que poderiam substituir os sintéticos que são usados como aditivos alimentares.”


Isoflavonóides interessam indústria farmacêutica

Os isoflavonóides são fitoestrogénios, os quais apresentam alguns efeitos estrogénicos nas células. Existem três classes: lignans, flavonóides e isoflavonóides. Os primeiros encontram-se nos cereais, grãos, frutos e vegetais . Os lignans, depois de metabolizados pela microflora intestinal, aumentam no plasma sanguíneo constituintes tais como as enterolactonas e o enterodiol. Os fitoestrogénios podem interferir no metabolismo e biodisponibilidade dos esteróides, e inibir algumas enzimas cruciais para a proliferação celular.

Assim, os flavonóides são considerdos compostos interessantes para a indústria farmacêutica pelas suas propriedades antioxidantes e anticancerígenas e muits são difíceis de serem produzidos pelos métodos actuais.

Os cientistas trabalham em colaboração com a companhia First Wave Technologies que recebeu um subsídio da National Science Foundation (Estados Unidos) para levar a cabo esta investigação que foi divulgada dias depois do anúncio do Nobel da Medicina.

Raquel Pacheco
Fonte: Reuters/BBC
Farmacêutica portuguesa distribui Osteocare®
Prisfar apela à prevenção da osteoporose


Por ocasião do Dia Mundial da Osteoporose, que se assinala neste sábado, a Prisfar (companhia farmacêutica portuguesa vocacionada para o mercado da automedicação que faz a distribuição do Osteocare®, o primeiro suplemento completo de cálcio) lança um apelo junto dos cidadãos, no sentido da prevenção de uma doença que, apesar de silenciosa, afecta significativamente a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo, atingindo também cerca de 500 mil portugueses.

Tendo em conta que as mulheres na fase de pré-menopausa são as principais vítimas da osteoporose, que vai enfraquecendo os ossos e aumentando o risco da ocorrência de fracturas, sendo quase sempre coadjuvada, nessa missão destruidora, por hábitos alimentares pouco saudáveis, onde normalmente é gritante a falta o leite e dos seus derivados, a Prisfar alerta para o facto de os efeitos da doença, perversos e por vezes irreversíveis, fazem dela “uma das mais comuns, debilitantes e dispendiosas doenças crónicas”, e atesta que “a melhor forma de a evitar é fazendo a sua prevenção”, desde a infância, com algumas medidas simples que devem continuar durante toda a vida, e entre as quais avultam a prática de exercício físico regular, a abstinência do tabaco e a contenção no que toca ao consumo excessivo de álcool, a par de uma alimentação essencialmente rica em cálcio.
Quando, mesmo levando a cabo um programa preventivo bem definido, nem sempre se consegue atingir os níveis adequados de cálcio no organismo, entram em cena os suplementos de cálcio, que assumem “um importante papel” na luta contra a doença. A Prisfar informa que o Osteocare® foi o primeiro suplemento completo de cálcio a ser introduzido no mercado farmacêutico português, tendo sido desenvolvido para ajudar a manter os ossos fortes e saudáveis, ao mesmo tempo que fornece os nutrientes mais importantes para o metabolismo ósseo, como cálcio, magnésio, zinco e vitamina D. De acordo com a empresa farmacêutica, dois comprimidos de Osteocare® por dia equivalem à Dose Diária Recomendada de cálcio, magnésio, vitamina D, zinco, cobre, manganês, selénio e boro. Além da apresentação em comprimidos, o medicamento está também disponível sob a forma de líquido, com sabor a laranja.

Carla Teixeira
Fonte: MediaHealth, APOROS

Osteoporose afecta meio milhão de portugueses

Especialistas reforçam que combate à doença começa na juventude

No âmbito do Dia Mundial da Osteoporose, que se assinala neste sábado, a Universidade do Porto (UP) divulgou um estudo nacional que dita uma realidade dramática: a osteoporose atinge meio milhão de pessoas e afecta uma em cada três mulheres, após os 50 anos de idade.

Normalmente associada à velhice, esta é uma doença que, segundo os especialistas, pode ser prevenida na juventude. “Esta patologia não é uma consequência do envelhecimento, se for prevenida precocemente. O objectivo é fortalecer os ossos enquanto somos jovens, com vista à sua preservação à medida que envelhecemos”, alertaram.

De acordo com a investigação da UP, em Portugal, ocorrem, anualmente, cerca de 3000 fracturas osteoporóticas do colo do fémur. A prevenção médica da doença passa pela administração de medicamentos adequados a cada pessoa. O objectivo é reduzir o risco de fracturas, sendo os bisfosfonatos, nomeadamente, o risedronato, os tratamentos de primeira linha a este nível.

“Nunca é demasiado cedo para prevenir a osteoporose nem demasiado tarde para tratá-la”, frisou Eugénia Simões, reumatologista do Instituto Português de Reumatologia (IPR).

Conhecida como epidemia silenciosa, devido à ausência de sintomas, é frequente que o seu diagnóstico seja feito tardiamente, na sequência de uma fractura inesperada. A osteoporose caracteriza-se pela diminuição da resistência do osso, que o torna mais frágil e susceptível de fracturar. As fracturas vertebrais podem até acontecer sem que a pessoa se aperceba.

Raquel Pacheco
Fonte: UP/IPR/Manual Merck

Tabaco, álcool, pouco peso e má nutrição prejudicam ossos

Novo relatório da Fundação Internacional de Osteoporose prevê que incidência de fractura de quadril aumente em 310% e 240% em homens e mulheres, até 2050

De acordo com um novo relatório divulgado, hoje, pela Fundação Internacional de Osteoporose fumar, beber mais do que duas unidades de álcool por dia, estar abaixo do peso, falta de exercício e uma alimentação insuficiente são factores de risco comuns, tanto modificáveis quanto fixos, que propiciam o desenvolvimento da osteoporose.

"Em todo o mundo, a incidência da osteoporose está a aumentar em proporções epidémicas. Agora sabemos que, uma entre três mulheres, e um entre cinco homens acima dos cinquenta anos irão ter uma fractura osteoporótica", revelou o autor do relatório «Vença a Quebra: Conheça e Reduza Seus Factores de Risco de Osteoporose», Cyrus Cooper.

A advertência de Cooper foi reforçada com o alerta do dirigente da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF - sigla inglesa de International Osteoporosis Foundation). Segundo Daniel Navid, "até 2050, estima-se que a incidência de fractura de quadril - uma das grandes consequências da doença - irá aumentar em 310 e 240 por cento em homens e mulheres”, destacando que “as fracturas relacionadas com a osteoporose, frequentemente, implicam em dor, perda da função e, nos piores casos, em morte."

Dia Mundial da Osteoporose assinalado em 80 países


«Vença a Quebra» é, também, o lema do Dia Mundial da Osteoporose de 2007, (WOD - World Osteoporosis Day) que, amanhã (dia 20), é assinalado em mais de 80 países. Nesta data, a IOF relembra que, “para vencer a quebra e evitar as fracturas” as pessoas devem seguir “um estilo de vida amigo dos ossos, com uma dieta nutricional que inclua cálcio e vitamina D em doses suficientes, fazer exercícios regulares, evitar o tabaco e o álcool em excesso.” Outra recomendação é realizar o teste de Um Minuto Sobre o Risco da Osteoporose da IOF, disponível em: (http://www.iofbonehealth.org/patients-public/risk-test.html)


Factores de risco modificáveis e fixos

Aos factores de risco modificáveis da osteoporose relaciona-se um estilo de vida incorrecto, nomeadamente, nutrição deficiente, índice baixo de massa corporal, distúrbios alimentares, álcool, fumo e quantidade insuficiente de exercícios. No que concerne aos indicadores fixos são aqueles que nascem com o indivíduo e, por isso, inalteráveis. Incluem idade, sexo, histórico familiar de fracturas, a presença de uma fractura anterior, etnia e o início de menopausa precoce.

O WOD 2007 tem o apoio de uma doação educacional sem restrições concedida por quatro patrocinadores de Ouro Globais: Fonterra Brands, Novartis, MSD e Tetra Pak.

Raquel Pacheco
Fontes: PRNewswire/ International Osteoporosis Foundation

DGS quer consultas para deixar o vício do tabaco em todos os centros de saúde

A Direcção Geral de Saúde (DGS) quer que todos os centros de saúde disponibilizem consultas específicas para quem quer deixar de fumar, uma recomendação que surge a propósito da nova lei do tabaco que entrará em vigor dia 01 de Janeiro de 2008.

As consultas destinam-se aos funcionários e aos utentes do Serviço Nacional de Saúde e já se encontram em funcionamento em algumas unidades de saúde.

No entanto, a recomendação da DGS é extensível também aos hospitais públicos, em particular aos serviços de cardiologia, pneumologia, psiquiatria, oncologia, obstetrícia, psiquiatria e centros de atendimento a alcoólicos e toxicodependentes.

"Sempre que a dimensão dos serviços e da população atendida não justifique a criação de uma consulta especializada, devem ser estabelecidos protocolos com outras consultas especializadas, de modo a garantir o acesso adequado dos fumadores que necessitem deste tipo de apoio", refere a circular assinada pelo director-geral da Saúde.

Com a entrada em vigor da nova lei do tabaco, os hospitais e serviços psiquiátricos deverão criar áreas exclusivamente dedicadas a pacientes fumadores, isto apesar de a nova lei ter uma vertente preventiva e proibir o acto de fumar nos estabelecimentos de saúde. Estas áreas devem estar fisicamente separadas das restantes instalações ou disporem de um sistema de ventilação que evite que o fumo se espalhe às áreas contíguas.

Para protecção dos não fumadores, os estabelecimentos de saúde deverão garantir ventilação directa para o exterior através de um sistema de extracção de ar e, para além disto, a Direcção-Geral da Saúde recomenda ainda que os espaços criados para os fumadores sejam "completamente compartimentados e isolados das zonas de não fumadores" e que sejam apenas destinados ao acto de fumar.

De acordo com a lei, os órgãos directivos ou dirigentes máximos dos estabelecimentos de saúde que não façam uma correcta divisão das zonas para pacientes fumadores podem pagar uma multa de 2.500 a 10 mil euros.

Também para os fumadores que não respeitem a lei e que fumem fora das áreas ao ar livre e das destinadas a fumadores existem multas, contra-ordenações que podem ir dos 50 aos 750 euros.


Inês de Matos

Fonte: Lusa

Atripla recebe opinião positiva do CHMP

Medicamento “3 em 1” contra o HIV pode chegar em breve ao mercado europeu

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) emitiu um parecer positivo para o Atripla, uma terapia anti-HIV que resulta da associação entre o Sustiva (Efavirenz), o Viread (Tenofovir) e a Emtriva (Emtricitabina).

O Viread e o Emtriva, ambos produzidos pela Gilead Sciences, são actualmente vendidos combinados sob o nome de Truvada. O Sustiva é fabricado pelo laboratório norte-americano Bristol-Myers Squibb, porém os direitos de comercialização do medicamento pertencem à Merck.

De acordo com as farmacêuticas responsáveis pelo medicamento, a recomendação do CHMP aplica-se especificamente ao tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana -1 em pacientes adultos com supressão virológica para os níveis RNA superiores a 50 cópias/ml na sua terapia actual de combinação antiretroviral durante um período superior a três meses.

O fármaco combina três componentes da terapia anti-retroviral altamente activa, ou HAART, – dois inibidores não competitivos da transcriptase reversa e um inibidor da transcriptase reversa não nucleósido – em apenas um comprimido de toma diária única.

A recomendação do comité de especialistas da EMEA vai agora ser reavaliada pela Comissão Europeia. A decisão acerca da autorização de comercialização do Atripla deverá surgir próximo do final do ano corrente.

Também denominado como comprimido “três em um”, o Atripla é comercializado nos Estados Unidos da América desde Junho de 2006. Durante o primeiro ano de vendas no mercado norte-americano o fármaco rendeu 122 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, StreetInsider.com, Trading Markets, RTT News, Farmacia.com.pt.

DGS quer consultas de cessação tabágica em todos os centros de saúde

Todos os centros de saúde deverão passar a dispor de consultas específicas de cessação tabágica, indica uma recomendação da Direcção-Geral da Saúde (DGS), emitida a propósito da nova lei do tabaco, que entra em vigor no dia 1 de Janeiro do próximo ano.

Estas consultas, que já podem ser acedidas nalguns serviços, destinam-se a funcionários e utentes do Serviço Nacional de Saúde, sendo que, a recomendação estende-se também a alguns serviços hospitalares públicos, em particular aos serviços de cardiologia, pneumologia, psiquiatria, oncologia, obstetrícia, psiquiatria e centros de atendimento a alcoólicos e toxicodependentes.

O importante é “garantir o acesso adequado dos fumadores que necessitem deste tipo de apoio”, pelo que, quando a “dimensão dos serviços e da população atendida não justifique a criação de uma consulta especializada, devem ser estabelecidos protocolos com outras consultas especializadas”, refere a circular assinada pelo director-geral da Saúde citada pela agência Lusa.

Apesar da nova lei de prevenção do tabagismo deliberar a proibição de fumar em estabelecimentos de saúde, os hospitais e serviços psiquiátricos terão permissão para criarem áreas exclusivamente dedicadas a pacientes fumadores.

Estes espaços devem estar fisicamente separados das restantes instalações ou disporem de um sistema de ventilação que evite que o fumo se espalhe às áreas contíguas. Para garantir a protecção dos não fumadores, deve também ser garantida a instalação de um sistema de extracção de ar com ventilação directa para o exterior.

À parte do que é estabelecido pela lei, as recomendações da DGS falam ainda na criação de espaços destinados aos fumadores que sejam “completamente compartimentados e isolados das zonas de não fumadores” e que sejam apenas destinados ao acto de fumar.

De acordo com a lei, os órgãos directivos ou dirigentes máximos dos estabelecimentos de saúde que não cumpram as directivas para a correcta divisão das zonas para pacientes fumadores poderão sujeitar-se ao pagamento de uma multa que oscila entre os 2.500e os 10 mil euros.

Já no caso das pessoas que resolvam fumar nos estabelecimentos de saúde fora das áreas ao ar livre e das destinadas a fumadores a contra-ordenação pode ir dos 50 aos 750 euros.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Público.

UE autoriza reintrodução do Viracept no mercado

Roche está pronta para começar a distribuir o fármaco

A farmacêutica suíça Roche recebeu autorização da União Europeia (UE) para voltar a comercializar o Viracept (nelfinavir), um anti-retroviral utilizado no tratamento de doentes infectados com o vírus da Sida.

De acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira pela Roche, o laboratório está pronto para proceder á distribuição do fármaco, cuja autorização de introdução no mercado (AIM) foi suspensa no dia 6 de Agosto de 2007, depois de ter sido detectada, em alguns lotes do fármaco, a presença de mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular.

Tal como tinha sido noticiado pelo Farmacia.com.pt, no final do mês de Setembro a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) tinha já levantado a suspensão da autorização de comercialização do medicamento que agora volta ao mercado com autorização da UE.

Nessa altura, o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA realizou uma inspecção no local de fabrico do medicamento, durante a qual foram verificadas as medidas preventivas levadas a cabo pela farmacêutica suíça para corrigir a situação, tendo concluído que a causa da contaminação tinha sido eliminada.

A decisão já foi aplaudida pelo director executivo de operações farmacêuticas da empresa, Williams Burns. “As nossas equipas trabalharam com diligência na produção e em estreita colaboração com as autoridades de saúde, prestadores de cuidados de saúde, organizações não governamentais e grupos de pacientes com a intenção de voltar a fornecer este medicamento”, afirmou.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Forbes, Reuters, Diário Digital, Farmacia.com.pt.

CHMP dá parecer positivo ao Avamys

Novo medicamento da GSK para a rinite alérgica

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) emitiu uma opinião positiva para o Avamys (fluticasona furoato), um spray nasal desenvolvido pela GlaxoSmithKline e destinado ao tratamento dos sintomas da rinite alérgica em pacientes adultos, adolescentes e crianças entre os 6 e os 11 anos de idade.

De acordo com um comunicado publicado no portal da farmacêutica britânica, os ensaios clínicos de Fase III indicaram que o medicamento demonstrou eficácia superior ao placebo no tratamento dos sintomas de alergia nasal, incluindo o congestionamento, os espirros, a comichão e o corrimento.

Para além disso, acrescenta o laboratório, o Avamys é o único corticoesteróide em spray a revelar melhorias no alívio dos sintomas dos olhos associados às alergias sazonais, como a vermelhidão, a comichão, o ardor e o lacrimejamento.

O parecer da entidade reguladora é importante “para os 60 milhões de europeus cuja qualidade de vida sofre um sério impacto devido à rinite alérgica”, salientou Andrew Witty, presidente da GlaxoSmithKline Europa.

Segundo afirmou o mesmo responsável, o fármaco permite tratar 70 por cento dos casos de rinite alérgica que afectam tanto o nariz como os olhos.

Marta Bilro

Fonte: GlaxoSmithKline, Hemscott, PharmaLive.

Lucros da Eli Lilly sobem 6% no terceiro trimestre do ano

Os lucros da farmacêutica norte-americana Eli Lilly cresceram 6 por cento no terceiro trimestre de 2007, para os 648,6 milhões de euros, ou 59,5 cêntimos por acção, comparativamente aos 611,7 milhões de euros, ou 56 cêntimos por acção, registados em igual período do ano anterior.

Por sua vez, as vendas da empresa alcançaram um aumento de 19 por cento para os 3,2 mil milhões de euros, face aos 2,7 mil milhões de euros obtidos no período homólogo de 2006.

As previsões dos analistas da Thomson Financial indicavam que, em média, os ganhos da Eli Lilly deveriam chegar aos 60,9 cêntimos por acção, com receitas de 3,17 mil milhões de euros.

De acordo com a empresa, os resultados foram impulsionados pelo sucesso das vendas de medicamentos destinados ao tratamento da depressão. Exemplo disso é o Cymbalta (Duloxetina), cujas vendas cresceram 47 por cento entre Julho e Setembro de 2007, para os 359,4 milhões de euros.

O antipsicótico Zyprexa (Olanzapina) também alcançou bons resultados, com as vendas a subirem 8 por cento no terceiro trimestre do ano, para os 1,17 mil milhões de euros. O mesmo aconteceu com as vendas do Cialis (Tadalafil), que subiram 27 por cento, para os 217,8 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Market Watch, Gazeta Mercantil.

Parceria da Secção Regional do Norte da OF e do Rivoli
«Jesus Cristo Superstar» com desconto


A Secção Regional do Norte da Ordem dos Farmacêuticos e o Rivoli Teatro Municipal, incontornável sala de espectáculos da cidade do Porto, firmaram uma parceria que permitirá aos farmacêuticos assistir ao espectáculo «Jesus Cristo Superstar», de Filipe La Féria, a preços reduzidos.

A iniciativa é válida até ao dia 28 deste mês, para as sessões das 21h30 de terças, quartas e quintas-feiras, e consubstancia-se numa redução de 50 por cento do custo do bilhete para os profissionais de Farmácia, que previamente deverão reservar o seu lugar através de um dos seguintes números de telefone: 222071265 ou 222031074, procedendo ao levantamento do ingresso no balcão de atendimento do Rivoli, no dia escolhido para assistirem ao espectáculo. Além do desconto de 50 por cento nos dias anunciados, o Rivoli concede um desconto de 10 por cento aos farmacêuticos que pretendam assistir à peça encenada por La Féria nas sessões das sextas, sábados ou domingos.
Num país onde há tantos anos se ouve falar da crise do teatro, e de um divórcio dos cidadãos face à cultura, «Jesus Cristo Superstar» é já um fenómeno de sucesso, com lotações esgotadas diariamente no Rivoli, por onde já passaram mais de 60 mil espectadores desde a estreia da ópera-rock que revolucionou o mundo da música pop na década de 1970, e que tem, nesta encenação de Filipe La Féria, uma leitura contemporânea, com a acção a decorrer no cenário das Torres Gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, destruídas nos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, site oficial do espectáculo

Medicamentos com clobutinol retirados do mercado Europeu

EMEA concluiu que riscos são superiores aos benefícios

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) chegou à conclusão que os riscos associados à toma de clobutinol são superiores aos benefícios e recomenda, por isso, a recolha do medicamento de todos os mercados da União Europeia (UE), bem como de todas as Autorizações de Introdução no Mercado (A.I.M.) de medicamentos para a tosse contendo clobutinol.

Apesar de, em Portugal, o Silomat ser o único fármaco à venda que tem como princípio activo o clobutinol, estão disponíveis, noutros mercados europeus, vários medicamentos contendo esta substância com o estatuto de dispensa de medicamento não sujeito a receita médica, indicados para o tratamento sintomático de curta duração da tosse irritativa, não produtiva.

A reavaliação dos medicamentos contendo clobutinol iniciou-se em Setembro do ano corrente, quando a autoridade reguladora alemã suspendeu as AIMs destes fármacos depois dos mesmos terem sido associados a efeitos adversos cardíacos.

Na altura, a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), ordenou a suspensão imediata da sua comercialização no mercado português, exortando os doentes que estivessem a fazer tratamento com o Silomat a interromper de imediato a sua administração. Agora, face à reavaliação levada a cabo pelo Comité Científico de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) o medicamento vai ser retirado de todo o mercado Europeu.

Na base desta decisão estão as conclusões obtidas pelo CHMP que indicam que “a utilização do clobutinol está associada a risco de prolongamento do intervalo QT, o que conduz a alterações no batimento cardíaco e é conhecido por estar associado a abrandamento e interrupção do ritmo cardíaco, especialmente quando utilizado em doses elevadas”, afirma uma nota informativa emitida pelo Infarmed.

Uma vez que estão disponíveis alternativas terapêuticas, “o CHMP considera que os benefícios destes medicamentos não superam os riscos”, pelo que recomenda a suspensão na EU de todas as AIMs de medicamentos contendo clobutinol. O parecer está agora a ser enviado à Comissão Europeia para adopção da decisão, a qual será posteriormente aplicada a todos os Estados Membros da UE.

Disponível em xarope, solução oral e comprimido revestido, o Silomat é desenvolvido e comercializado pela farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim e distribuído em Portugal pela União Internacional Laboratórios Farmacêuticos Lda. (Unilfarma) que pediu a recolha do mesmo.

Em declarações à Agência Lusa, o director médico da empresa farmacêutica, Carlos Trabulo, sublinhou a ausência de registo de casos fatais devido à toma do medicamento e explicou que o potencial risco de arritmias cardíacas existe apenas durante a acção do fármaco já que o "medicamento é eliminado da circulação em 24 horas e não há qualquer efeito prolongado, nem há sequelas".

Em 2006 foram vendidas em Portugal 320 mil unidades do Silomat, o que representou um valor líquido de cerca de 1,2 milhões de euros. Em 46 anos de comercialização, o Silomat registou 200 milhões de administrações em todo o mundo.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.

Dispositivo evita uma média de 120 injecções por mês
Bomba de insulina disponível em Portugal


Poderá constituir-se numa verdadeira revolução na qualidade de vida dos doentes diabéticos. Já se encontra disponível em Portugal um inovador dispositivo de administração de insulina que apresenta como vantagem primacial a possibilidade de acabar com as muitas e incómodas injecções a que aqueles pacientes estão tantas vezes sujeitos. A bomba de insulina já é uma realidade no nosso país.

A principal mais-valia do novo método salta de imediato à vista: com a bomba de insulina o diabético vê abolida a necessidade da picada diária, tendo como consequência imediata uma melhor qualidade de vida e, por inerência, um mais eficaz controlo da diabetes. A terapia com base neste pequeno aparelho substitui a tradicional injecção diária por uma injecção de três em três dias, o que equivale a dizer que serão cerca de 120 menos picadas por mês, associadas a uma menor taxa de complicações. Se o facto de ser menos picado do que o estritamente necessário é algo que previsivelmente agrada a qualquer um dos cerca de 20 mil doentes diabéticos, no caso das crianças essa mais-valia ganha contornos ainda mais expressivos, como lembra Paulo Madureira, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal.
O pequeno aparelho, com o tamanho de um “pager” e apenas 100 gramas de peso, administra as doses diárias de insulina de forma permanente durante as 24 horas do dia, e é programado de acordo com as necessidades específicas de cada doente. A bomba dispõe de um pequeno reservatório de insulina de acção rápida que, ligada a um tubo muito fino, conduz a medicação a um cateter colocado debaixo da pele, que tem, esse sim, de ser substituído a cada três dias. O dispositivo electrónico permite aos doentes diabéticos uma nova qualidade de vida, já que poderá fazer as suas refeições, levar a cabo a actividade física que entender e gerir o seu próprio stress, fazendo variar a quantidade de insulina administrada sem ter de se sujeitar a mais picadas, como explica Helena Cardoso, especialista em endocrinologia e nutrição médica do Hospital de Santo António, na cidade do Porto.
Porque “o bom controlo da diabetes é a melhor prevenção das suas complicações”, Francisco Carrilho, endocrinologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, atesta também que “investir no bom controlo da diabetes é também uma forma de poupar recursos, pois evita-se complicações e doenças que, além do sofrimento humano que provocam, obrigam também ao gasto de recursos profissionais e económicos muito elevados”.
Dados da Federação Internacional da Diabetes estimam em cerca de 230 milhões o número de pessoas que, à escala mundial, sofrem desta doença, prevendo-se que esse número possa atingir os 350 milhões em 2025. Diariamente, segundo a mesma fonte, são feitos aproximadamente 200 diagnósticos de diabetes de tipo I (insulino-dependente) em crianças, sendo que actualmente haverá mais de 440 mil em todo o mundo que, com menos de 14 anos de idade, já são portadoras da doença. Em Portugal a realidade também não é animadora, estimando-se uma prevalência de 650 mil diabéticos, 20 mil dos quais serão jovens com a forma mais grave da doença.

Carla Teixeira
Fonte: Hill and Knowlton

FDA: Perda súbita de audição relacionada com Viagra, Cialis e Levitra

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) anunciou que os medicamentos para o tratamento da disfunção eréctil, Viagra (Sildenafil), Cialis (Tadalafil), e Levitra (Vardenafil) irão ter avisos proeminentes na rotulagem sobre o risco de perda súbita de audição.

A FDA comunicou que os avisos nos fármacos da Pfizer Inc., da Eli Lilly & Co. e da Bayer AG irão ser expostos na informação de prescrição. As companhias reafirmaram a segurança dos seus medicamentos.

A FDA encontrou 29 relatórios de perda súbita de audição em pessoas que tomaram os fármacos para a disfunção eréctil desde 1996. A agência reguladora norte-americana ainda não tem a certeza de que os fármacos provocaram a perda de audição e vai continuar a investigar. A perda de audição foi temporária em cerca de um terço dos casos.

A FDA também declarou que nos ensaios clínicos destes fármacos alguns pacientes relataram perda de audição, acrescentando ainda que na maioria dos casos a perda súbita de audição ocorreu num ouvido.

Estes fármacos já vêm com informação de prescrição que alerta para raras ocorrências de perda súbita de visão. O Viagra vem acompanhado de avisos sobre surdez, e o novo alerta será mais proeminente.

Todos estes medicamentos pertencem à categoria dos inibidores da fosfodiesterase cinco (PDE5). Apesar de nenhuma relação causal ter sido estabelecida, a FDA acredita que a forte relação temporal entre a utilização de inibidores da PDE5 e a perda súbita de audição nestes casos justificou as revisões da rotulagem dos produtos desta classe.

Os pacientes a tomar medicamentos para a disfunção eréctil que sofrerem uma perda de audição devem descontinuar a sua utilização. Mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo utilizaram estes medicamentos.

A FDA também está a negociar com a Pfizer relativamente à linguagem de aviso do Revatio, um fármaco que utiliza o ingrediente activo do Viagra para tratar a hipertensão da artéria pulmonar. Os pacientes a tomar Revatio devem consultar imediatamente um médico, caso sofram este efeito secundário.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, CNNMoney

Vacina experimental contra a malária da GSK apresenta resultados positivos

A vacina experimental contra a malária da GlaxoSmithKline (GSK) demonstrou ser segura e efectiva na redução do risco de morte em bebés e crianças. A vacina, a RTS,S/AS02D, foi testada em Moçambique e demonstrou uma redução de novas infecções na ordem dos 65 por cento.

O ensaio decorreu entre 2005 e 2007, e envolveu 214 bebés entre as 10 e as 18 semanas de vida. As crianças receberam aleatoriamente a vacina contra a malária, também conhecida como Mosquirix, ou a vacina da GSK contra a hepatite B, a Engerix-B, em três doses nas semanas 10, 14 e 18. Três meses após a última dose os dados demonstraram que a RTS,S/AS02D reduziu as novas infecções da malária em 65 por cento, em comparação com a terapia de controlo. Adicionalmente, a vacina reduziu a incidência de malária clínica em 35 por cento após seis meses de seguimento.

A companhia planeia lançar os testes de última fase da vacina experimental contra a malária na segunda metade de 2008, e espera que esta envolva 16 000 bebés e crianças de sete países africanos. Potencialmente a GSK irá procurar a aprovação em 2011. Caso seja aprovada, a vacina será a primeira contra a malária, uma doença que infecta 350 milhões de pessoas anualmente a nível mundial.

O principal autor do estudo, Pedro Alonso, da Universidade de Barcelona, afirmou que isto é um grande avanço. Os bebés carregam um peso desproporcionado da doença, e a taxa de fatalidades da doenças é muito mais elevada nos bebés do que em crianças mais velhas. Os investigadores não sabiam se as crianças pequenas podiam desenvolver defesas contra o parasita da malária, o Plasmodium falciparum. Alonso sublinhou que é a primeira vez que isto é observado e os investigadores pensam que é uma situação muito importante. Esta descoberta pode ajudar a prevenir 800 mil mortes de crianças por ano no continente africano.

A vacina da GSK prepara o organismo para reconhecer e destruir a forma da malária que inicia a infecção humana, esta viaja desde picada de mosquito até às células do fígado. A vacina actua em duas partes do sistema imunitário: anticorpos e células T que combatem a infecção.

A GSK investiu mais de 300 milhões de dólares no desenvolvimento da vacina, e planeia gastar ainda entre 50 milhões a 100 milhões de dólares nos próximos quarto anos.
Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Bloomberg