quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Farmacêutica britânica adquire patente baseada na medicina tradicional chinesa

Pela primeira vez, a China vende medicina tradicional a um país estrangeiro

A Phytopharm iniciou um acordo com o Instituto Beijing, da academia médica militar da China, para o desenvolvimento de novos alimentos funcionais e produtos farmacêuticos, incluindo um produto para a memória e concentração. Pela primeira vez, a China vende a um país estrangeiro uma patente de um medicamento baseado na medicina tradicional chinesa.

Segundo os termos do acordo, a Phytopharm e o Instituto Beijing irão colaborar para desenvolver o produto líder do Instituto para a memória e concentração, seleccionado da biblioteca de compostos patenteados derivados da medicina tradicional chinesa. Este acordo também é extensível a outros compostos patenteados que possam ter utilidade noutras doenças, incluindo distúrbios vasculares e acidentes vasculares cerebrais. O Instituto Beijing concedeu à Phytopharm uma licença exclusiva para desenvolver e comercializar globalmente estes produtos, em troca de regalias e pagamentos pontuais quando forem atingidos determinados objectivos pré-definidos. Os valores envolvidos no acordo não foram revelados.

A medicina tradicional chinesa tem sido utilizada desde há milhares de anos e ao longo desse tempo acumulou-se uma riqueza de conhecimentos e sabedoria relativa ao uso medicinal das plantas. Os investigadores do Instituto Beijing possuem um conhecimento aprofundado da medicina tradicional chinesa e a sua pesquisa nos últimos dez anos levou à identificação de um produto líder que tem o potencial de melhorar a memória e a concentração. A Phytopharm irá desenvolver este produto em testes pré-clínicos e progredir para os ensaios clínicos.

O Dr. Daryl Rees, presidente da Phytopharm, afirmou que a companhia está entusiasmada com o acordo realizado com o Instituto Beijing, uma vez que este completa um dos objectivos estratégicos da companhia, o de expandir o portfolio de produtos com um novo alimento funcional experimental para a memória e concentração, uma área na qual a companhia adquiriu experiência. Os cientistas do Instituto Beijing trazem conhecimentos significativos em medicina tradicional chinesa e a Phytopharm espera com expectativa começar a trabalhar com o Instituto para o progresso do produto líder através de desenvolvimentos clínicos. O Dr. Rees sublinhou ainda que os países ocidentais têm uma percepção negativa da medicina tradicional chinesa, mas que os resultados pré-clínicos do fármaco são muito promissores.

O Dr Xiaoming Yang, director do Instituto Beijing, declarou que o Instituto está orgulhoso pelo facto do seu conhecimento e experiência extensivos em medicina tradicional chinesa terem sido reconhecidos pela Phytopharm, e anseia por uma colaboração longa e proveitosa.

Isabel Marques

Fontes: www.nortemedico.pt, www.phytopharm.co.uk
PCP promete levar assunto ao Parlamento no regresso de férias
Venda livre de medicamentos novamente em debate


O secretário-geral do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa, anunciou hoje a intenção de regressar de férias, em Setembro, com uma proposta de novo debate na Assembleia da República sobre as questões da liberalização da propriedade das farmácias e da venda livre de medicamentos. Na base da decisão anunciada pelo líder do PCP está a defesa dos interesse dos cidadãos menos favorecidos.

Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Ordem dos Farmacêuticos, que na sequência das eleições de 21 de Junho conduziu Irene Silveira ao cargo de bastonária, está durante esta semana a desdobrar-se numa série de contactos com os diversos grupos parlamentares, no âmbito de uma ronda que teve início no dia 27 de Julho, com um encontro com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, em que os elementos da nova direcção da OF expressaram as suas principais preocupações com a evolução prevista para o sector. Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas no final da reunião do PCP com os representantes máximos dos farmacêuticos, cujo ponto central foi precisamente a nova regulamentação do sector, que deverá ser legislada pelo Governo nos próximos meses.
Nesta matéria, e segundo a opinião expressa pelos deputados comunistas, a tutela “prometeu a terra do leite e do mel”, mas “omitiu o papel que tanto as farmácias como os farmacêuticos têm junto das populações mais isoladas e das pessoas mais idosas ou desfavorecidas”. Jerónimo de Sousa considerou que “começa a ser perceptível que o utente não beneficiou com a liberalização” do sector, e que “hoje são as grandes superfícies as principais beneficiárias” das mudanças introduzidas. Reconhecendo que o PCP e a Ordem dos Farmacêuticos têm “diferentes pontos de vista”, o secretário-geral do PCP preferiu sublinhar os pontos de concordância entre as duas entidades, designadamente no que respeita ao plano deontológico e às necessidades dos utentes e dos doentes. Irene Silveira não prestou declarações no final do encontro, adiantando apenas que a ronda de encontros com os partidos só visa debater a situação do sector farmacêutico “numa lógica de bom diálogo”. Essa tinha sido, aliás, uma das garantias dadas pela bastonária durante a campanha para a Ordem, conforme o farmacia.com.pt noticiou nessa altura.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Ordem dos Enfermeiros lança alerta sobre benefícios do leite materno

De forma a alertar as mães para os benefícios da amamentação, a Ordem dos Enfermeiros (OE) anunciou hoje, Dia Internacional do Aleitamento Materno, que pretende recorrer ao envio de postais electrónicos e a pacotes de açúcar, onde constarão imagens de bebés de expressão feliz junto da mama da mãe, pois a amamentação na primeira hora de vida é fundamental e salva aproximadamente um milhão de bebés.

Para além das imagens, estarão patentes também algumas frases apelativas, como "desde o primeiro minuto... perfeito, perfeito só o leite materno" ou "desde o primeiro minuto... 100 por cento satisfeito".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a recomendar às mães que amamentem os seus bebés pelo menos até aos seis meses e como complemento alimentar até aos dois anos, pois o leite materno é um alimento completo, a nível da quantidade de nutrientes, de fácil digestão, reduz o risco de obesidade, aumenta as defesas imunitárias e, ao desenvolver os músculos da face, evita dificuldades na fala.

No entanto, não são apenas os bebés que são beneficiados pela amamentação, também as mães ganham em dar aos bebés o seu leite, pois este diminui as hemorragias pós-parto, o risco de contrair cancro da mama e facilita a recuperação de peso, contribuindo ainda para uma melhor saúde financeira de toda a família e para uma maior comodidade no dia-a-dia.

Para esclarecer e sensibilizar, a OE enviou já a todos os seus membros uma carta informativa dedicada a este tema, disponibilizando também a versão portuguesa do Código Internacional de Marketing dos Substitutos do Leite Materno, aprovado na Assembleia Mundial da Saúde de 1981 e que transformou as políticas de comercialização das fórmulas para lactentes.

De acordo com os folhetos informativos da OE, a amamentação "é um acto ecológico, não desperdiça recursos naturais e não produz lixo ou poluição", pelo que todo o planeta é assim recompensado pela amamentação.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Sanofi-Aventis sofre quebra de 6% nos lucros do segundo semestre

Os lucros da farmacêutica francesa Sanofi-Aventis caíram 6,3 por cento no segundo trimestre do ano, quando comparados com igual período de 2007. O impacto provocado pela competição no mercado dos genéricos, a reestruturação da empresa e os efeitos das taxas cambiais são apontados como os principais responsáveis pela quebra registada. No cômputo dos primeiros seis meses do ano os lucros decresceram 4,3 por cento, para cerca de 4 mil milhões de euros.

Entre Abril e Junho de 2007, os lucros líquidos da empresa sofreram uma diminuição de 6,3 por cento, para os 1,68 mil milhões de euros, comparativamente aos 1,79 mil milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior. As vendas líquidas registaram uma quebra de 2 por cento para os 6.94 mil milhões de euros, relativamente aos 7,08 mil milhões de euros contabilizados no segundo trimestre de 2006.

O cenário altera-se no que diz respeito às vendas dos 15 produtos de topo do laboratório que registaram um aumento na ordem dos 2,5 por cento, para os 4,29 mil milhões de euros, no segundo trimestre do ano corrente. O principal impulso fica a dever-se ao Lovenox (Enoxaparina sódica) – o medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, que rendeu 671 milhões de euros (mais 15,5%), e ao Antus (Insulina glargina), com uma subida de 26 por cento para os 503 milhões de euros.

As vendas europeias do Plavix (Clopidogrel) cresceram 4,1 por cento no segundo trimestre, para os 452 milhões de euros. A forte concorrência no sector dos genéricos fez-se sentir nas vendas do Ambien IR (Zolpidem) nos Estados Unidos da América, bem como do Eloxatin (Oxaliplatina) na Europa, onde as vendas caíram 36 por cento, para os 97 milhões de euros.

A Sanofi-Aventis pretende adquirir mais de 3 mil milhões de euros de acções da própria empresa até à primeira quinzena de Maio de 2008 numa tentativa de impulsionar a subida do preço das acções.

Marta Bilro

Fonte: Maket Watch, CNN Money.

Sinovac Biotech fixa parceria exclusiva com a GlaxoSmithKline China

A Sinovac Biotech, empresa chinesa líder no fornecimento de produtos biofarmacêuticos, estabeleceu um acordo exclusivo de promoção de serviços com a GlaxoSmithKline (GSK) Investment Co., Ltd., unidade da GSK estabelecida na China. As duas empresas vão comercializar e promover o Anflu(R), uma vacina para a gripe sazonal produzida e desenvolvida pela Sinovac.

A unidade chinesa da GSK fica responsável pela distribuição da fórmula de dosagem para adultos, enquanto a Sinovac vai comercializar a fórmula pediátrica do medicamento. “A colaboração com a GSK vai fortalecer as vendas e a comercialização de ambas as empresas, criando uma sinergia para a distribuição do Anflu(R)”, frisou Weidong Yin, presidente e director executivo da Sinovac. O responsável considera que a oportunidade de trabalhar em cooperação com uma farmacêutica mundialmente reconhecida representa um passo significativo para a Sinovac.

“Proteger as pessoas na China contra a gripe – pandémica ou sazonal – é um desafio importante para a nossa indústria e para as autoridades de saúde”, sublinhou Amy Huang, directora regional da GSK na China e em Hong Kong. Segundo Huang, esta colaboração é uma prova da vontade da GSK em cooperar com os parceiros locais para enfrentar o desafio. “A Sinovac é um dos mais activos produtores de vacinas chineses no franchise de vacinas contra a gripe pandémica e sazonal, pelo que prevemos muitas sinergias entre a GSK e a Sinovac”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Violação da patente do Clarinex motiva processo contra a Glenmark

A Sepracor e a Universidade do Massachusstts processaram o laboratório indiano Glenmark Pharmaceuticals alegando que o Clarinex (Desloratadina), um antialergénico que esta empresa farmacêutica se prepara para lançar no mercado norte-americano, viola a patente do medicamento que lhes foi atribuída.

“Não podemos comentar o assunto, uma vez que o caso se encontra em segredo de justiça”, declarou um porta-voz da Glenmatk citado pelo jornal “Financial Express”, acerca do processo interposto na justiça norte-americana.

A Glenmark submeteu uma candidatura abreviada para novo fármaco à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos, na qual requisita uma autorização de comercialização para o Clarinex, utilizado no tratamento da rinite alérgica sazonal. As vendas do medicamanto, comercializado em Portugal como Aerius, atingiram os 527 milhões de euros em 2006.

Marta Bilro

Fonte: Forbes

Dor neuropática é alvo de campanha de sensibilização

Condição clínica afecta 7,7% dos portugueses

Com o objectivo de alertar a população para a dor neuropática, uma condição clínica que pode afectar até 7,7 por cento da população portuguesa, tem inicio, em Agosto, a primeira fase da Campanha da Sensibilização para a Dor. A iniciativa é da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), em conjunto com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e com os Laboratórios Pfizer.

Muitas vezes sub-diagnosticada e sub-tratada, a dor neuropática é provocada por uma anormalidade em qualquer ponto da via nervosa. Uma determinada anomalia altera os sinais nervosos, que, deste modo, são interpretados de forma anormal no cérebro. Esta patologia pode produzir uma dor profunda ou uma sensação como a hipersensibilidade ao tacto. A dor neuropática pode ter um impacto muito negativo na vida dos doentes, interferindo nas actividades regulares do dia-a-dia. O simples contacto da roupa sobre a pele pode, por vezes, dar origem a uma dor bastante intensa e incapacitante.

Alguns estudos chamam a atenção para o impacto económico da doença derivado da perda de produtividade, mas também do maior consumo de recursos de saúde, estimando-se que os custos totais com a saúde dispendidos por estes doentes sejam três vezes superiores ao da população em geral. A descrição dos sintomas é fundamental para orientar o médico no diagnóstico e no tratamento mais adequado e atempado da dor neuropática, cujos sintomas são frequentemente descritos como sensações de queimadura, formigueiro, choque eléctrico, que se podem agravar à noite.

A campanha, de âmbito nacional, recorre a diversos suportes comunicacionais para divulgar imagens representativas de várias situações dolorosas como é o caso de andar por cima de brasas ou sentir formigas a caminhar nos pés, de modo a ilustrar os reais sintomas que estes doentes sentem diariamente.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT.net, Manual Merck, Saúde na Internet.

Pílula do dia seguinte é vendida sem receita médica
Alerta para os efeitos do consumo abusivo

Portugal é um dos países em que a contracepção de emergência – a chamada "pílula do dia seguinte" – é actualmente comercializada nas farmácias sem exigência de receita médica, circunstância que poderá explicar em parte o fenómeno do seu crescente consumo. A utilização abusiva daquele método, no entanto, representa graves riscos para a saúde da mulher, segundo alertam médicos e farmacêuticos.

Uma única toma da pílula do dia seguinte equivale ao consumo de 15 comprimidos de uma vulgar pílula anticoncepcional, tendo em conta o volume ingerido do princípio activo do fármaco (levonorgestrel) e de progesterona, hormona que já foi encontrada na génese do cancro da mama de algumas raças de cadelas. Por este motivo, qualquer abuso na utilização da contracepção oral de emergência potenciará efeitos negativos assinaláveis, com tendência aumentar consoante as doses forem também aumentando.
O médico Daniel Pereira da Silva, membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, sublinha que o "uso abusivo" da pílula do dia seguinte poderá aumentar não só o risco de desenvolvimento de um cancro da mama, mas também o de a mulher poder sofrer de problemas relativos à vasoconstrição (processo biológico contrário à vasodilatação, que corresponde à contracção dos vasos sanguíneos em consequência da contracção do músculo liso presente na parede desses vasos).
Os últimos estudos sobre contracepção oral de emergência indicam que os escalões etários entre os 15 e os 19 anos e entre os 20 e os 25 são aqueles em que há maior consumo, que tende a estabilizar-se quando a vida afectiva ganha contornos de maior permanência, e por regra se assume o uso de um método contraceptivo regular. Daniel Pereira da Silva planeia, a breve trecho, supervisionar uma acção de sensibilização em escolas secundárias da Região Centro, seguindo a orientação expressa em vários estudos realizados no Norte europeu, que atestam que a interiorização da mensagem é mais eficaz quando esta é passada por técnicos, por comparação com os professores, que tendem a usar uma linguagem paternalista e moralista.

Realidade espanhola
Há semanas que os ginecologistas e obstetras espanhóis se mostram convencidos de que a dispensa da contracepção de emergência sem exigência de apresentação de receita médica pode ser a chave para travar o progressivo número de intervenções de interrupção voluntária da gravidez no país. Considerando que a pílula do dia seguinte é um método contraceptivo sem efeitos secundários assinaláveis (os dados agora apontados em Portugal parecem não convencer os médicos do país vizinho), e não um medicamento abortivo, entendem que um uso mais generalizado poderia ser positivo.
Apontando como exemplos os Estados Unidos, a França ou o Reino Unido, onde a comercialização do produto também não pressupõe a obrigatoriedade de um receituário, os profissionais de saúde espanhóis pedem que a população seja mais bem informada sobre contracepção e o uso adequado da chamada pílula abortiva, e que a mesma seja dispensada sem necessidade de receita, preconizando também uma maior aposta na sua distribuição, de forma a torná-la acessível junto de comunidades onde até agora não tem sido, sobretudo ao fim-de-semana, a altura em que é mais requisitada.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Saúde na Internet, El Pais, PortalFarma, Wikipédia
Dúvidas sobre prescrição médica motivaram 14 auditorias
IGS não encontrou sinais de corrupção


A Inspecção-Geral de Saúde realizou 14 auditorias ao longo do ano passado, com o objectivo de apurar a existência de irregularidades no que respeita à relação entre a participação de médicos em eventos e congressos promovidos pela indústria farmacêutica e o aumento das prescrições dos medicamentos dessas empresas. De acordo com o relatório da IGS relativo a 2006, agora divulgado, nada foi encontrado.

Segundo uma notícia avançada hoje pelo semanário «Sol», após uma investigação criteriosa, que incidiu essencialmente em congressos e acções de formação dinamizadas por companhias farmacêuticas com representação em Portugal, "não foram encontradas evidências sobre um eventual efeito indutor" da participação dos médicos em iniciativas promovidas pelos laboratórios e a sua predisposição para receitar os medicamentos das marcas por eles produzidas. No relatório de 2006, a IGS "deu especial atenção ao peso dos medicamentos e serviços farmacêuticos na despesa do Serviço Nacional de Saúde", bem como à "qualidade e humanização dos serviços prestados aos utentes", de acordo com a notícia publicada no site do «Sol».

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, semanário «Sol», PortugalDiário

Plavix perde protecção de patente no Brasil

O Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, entrou em domínio público, no Brasil. O fármaco passa assim a poder ser produzido por laboratórios de medicamentos genéricos, a um preço reduzido em 35 por cento, no mínimo, relativamente ao que é cobrado pela versão de marca.

A acção jurídica interposta pela farmacêutica Sanofi-Aventis, que pretendia a extensão da patente do medicamento, foi recusada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. De acordo com a justiça brasileira, a extensão da patente violaria o prazo de vinte anos estabelecido pela Lei de Propriedade Industrial, contado a partir da data do primeiro registo do medicamento elaborado pelo laboratório. Por ter sido patenteado em França no dia 17 de Fevereiro de 1987, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) concedeu a exclusividade da patente apenas até 17 de Fevereiro de 2007.

Para além disso, a pressão exercida pela Sanofi-Aventis vai contra o interessa público, defendeu a procuradoria, uma vez que o tratamento custa, anualmente, perto de 1.300 euros (3,3 mil reais) por cada paciente. A produção de uma versão genérica do Plavix beneficia tanto a população como o governo brasileiro que poderá obter o medicamento a preços mais acessíveis. “O país, entidade estatal que tem o dever de garantir a saúde da população, será beneficiado com a maior oferta do produto, podendo economizar nas contas públicas e oferecer mais medicamentos à população”, refere a decisão judicial.

Marta Bilro

Fonte: Consultor Jurídico

Hospital de Santa Maria recebe a maior farmácia de Portugal

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai ser o primeiro do país a abrir uma farmácia, algo que deverá acontecer antes de Março do próximo ano. A primeira farmácia a ser instalada dentro de um hospital público português será a maior em território luso. Com uma facturação prevista de 17 milhões de euros anuais e uma margem de lucro que se aproxima dos 20 por cento o espaço deverá ter 500 metros quadrados.

O concurso público, que é lançado esta semana pelo Ministério da Saúde, propõe uma concessão por cinco anos e possibilidade de alargar o negócio a novas actividades farmacêuticas. As condições impostas para a gestão desta farmácia foram definidas através dos requisitos do concurso público, homologados pelo secretário de Estado da Saúde na semana passada.

Segundo avança o Diário Económico, há já seis hospitais com autorização do Infarmed para receberem farmácias, entre os quais estão o S. João, no Porto, o Hospital de Faro, o Santo André, em Leiria, o Hospital Padre Américo, no Vale do Sousa, o Centro Hospitalar de Coimbra, e o Centro Hospitalar de Torres Vedras.

Estas novas unidades de saúde vão funcionar como qualquer outra farmácia do país, não sendo de uso exclusivo dos doentes que se desloquem ao hospital onde está instalada. Adalberto Campos Fernandes, presidente do Hospital de Santa Maria, revelou, em declarações ao Diário Económico, que a farmácia vai ter 500 metros quadrados. O responsável espera receber 600 mil euros de renda fixa pela utilização do espaço, em conjunto com 3 por cento da facturação da farmácia. As contas feitas pelo matutino da área económica apontam para estimativas de facturação anual na ordem dos 17 milhões de euros. Isto porque, somando a receita média em Portugal, que custa 42 euros, multiplicando o valor pelos 1.100 doentes que deve receber provenientes da urgência, e posteriormente multiplicando o resultado pelos 365 dias em que a farmácia permanecerá aberta, obtém-se um valor anual de 16,8 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Diário Económico

Estudo divulgado na revista científica «PLos Medicine»
Profilaxia da malária põe bebés em risco

Um estudo do Consórcio Internacional de Tratamento Intermitente da Malária divulgado nesta semana na revista científica «PLos Medicine» concluiu que a utilização de tratamentos para a prevenção da malária em crianças com menos de um ano acelera o seu sistema imunitário, mas tem o efeito contraproducente de potenciar o risco acrescido de uma recaída na forma mais grave da doença.

Na investigação, que entre 1995 e 1999 acompanhou 415 crianças em Ifakara, na Tanzânia (região onde existe um cenário endémico de malária), foi administrado de forma contínua, durante o primeiro ano de vida dos bebés, o fármaco profiláctico Deltaprim, visando reduzir a exposição das crianças aos antigenes do "plasmodium falciparum", o parasita responsável pela variante mais mortífera do paludismo. À luz dos resultados agora tornados públicos, a medicação preventiva teve como efeito uma aceleração do funcionamento do sistema imunitário dos doentes, comprovando-se também o risco de, mais tarde, essas crianças poderem desenvolver anemias e formas mais graves de malária. O Consórcio Internacional de Tratamento Intermitente da Malária congrega 17 unidades internacionais, sendo financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, com apoio da Organização Mundial de Saúde e da Unicef.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe
Sandoz lança embalagens de 40 e 200 comprimidos
Cefalexina com novas apresentações

A Sandoz, divisão da companhia farmacêutica Novartis, vai lançar no mercado duas novas apresentações do cefalexina, um medicamento antibiótico beta lactâmico cefalosporínico de primeira geração usado no tratamento de infecções bacterianas como pneumonia e doenças dos ossos, da pele, do ouvido e das vias urinárias. As embalagens de 40 e 200 comprimidos de 500 mg deverão chegar ao mercado com um preço 60 por cento inferior ao do fármaco de referência.

Até ao momento a gama de cefalexina da Sandoz tinha disponíveis apenas embalagens de oito cápsulas ou de 10 comprimidos de 500 mg. A subsidiária do grupo suíço Novartis está actualmente presente em 110 países e é líder mundial no segmento dos medicamentos genéricos. Comercializa igualmente substâncias biotecnológicas avtivas e anti-infecciosas, e oferece uma vasta gama de produtos não patenteados: mais de 840 princípios activos e cerca de cinco mil apresentações diferentes.

Carla Teixeira
Fonte: SEGS.com.br, Medline Plus