quarta-feira, 25 de março de 2009

Utilizadores de codeína apresentam um risco mais elevado de acidentes

Investigadores noruegueses revelaram que as pessoas que utilizam codeína, um analgésico, apresentam um risco mais elevado de sofrerem acidentes rodoviários com danos pessoais do que aquelas que não a utilizam.

Os investigadores do Instituto Norueguês de Saúde Pública utilizaram informações da base de dados norueguesa de prescrições e registos de acidentes rodoviários para estudar se os utilizadores de codeína ou tramadol tinham um risco acrescido de estar envolvidos em acidentes de tráfico com danos pessoais.

Durante os 33 meses do estudo, foram registados 181 acidentes rodoviários com danos pessoais nos quais o condutor tinha sido exposto à codeína e 20 após exposição ao tramadol.

A investigadora principal, a Dra. Liliana Bachs, referiu que a exposição é definida como os primeiros sete dias após a dispensa de uma receita médica de uma preparação com codeína ou tramadol.

O estudo, publicado na “Clinical Pharmacology & Therapeutics”, demonstrou que o risco de estar envolvido num acidente rodoviário com danos pessoais era duas vezes mais elevado no período após se dispensar uma receita de codeína.

Para as pessoas que utilizaram aproximadamente mais de 400 comprimidos por ano, o risco de estar envolvido num acidente rodoviário era três vezes maior.

A codeína e o tramadol são analgésicos, do grupo dos opióides, utilizados para aliviar a dor leve a moderada. Em Portugal, são diversos os medicamentos que contêm codeína, como alguns antitússicos, incluindo o Toseína, Sedotusse, Euphon, Codipront e o Codol, alguns analgésicos e antipiréticos, incluindo o Dafalgan Codeína, Dol-U-Ron e o Dolviran, e em medicamento usados na enxaqueca, como o Migraleve.

Os medicamentos contendo tramadol são variados e incluem analgésicos estupefacientes, como o Dolpar, Gelotralib, Nobligan, Paxilfar, Tramal, Travex, Zydol, Zytram, Tilalgin, Zaldiar e diversas versões genéricas.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/25/Codeine_users_have_higher_accident_risk/UPI-55301237998187/

Ácidos gordos ómega-3 reduzem risco de cancro da próstata avançado

Investigadores norte-americanos referiram que os ácidos gordos ómega-3 parecem ter um efeito protector contra o cancro da próstata avançado, mesmo nos homens que apresentam uma variante particular no gene COX-2, que aumenta o risco da doença.

O Dr. John S. Witte, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, afirmou que investigações anteriores têm demonstrado a protecção fornecida pelos ómega-3, mas este é um dos primeiros estudos que demonstra a protecção contra o cancro da próstata avançado e a interacção com o gene COX-2.

Os investigadores realizaram uma análise a 466 homens diagnosticados com cancro da próstata agressivo e a 478 homens saudáveis. A dieta foi avaliada através de questionários de frequência de alimentos e os investigadores efectuaram ainda a genotipagem de nove variantes do COX-2.

A equipa de investigação relatou, na “Clinical Cancer Research”, que aumentar a ingestão de ácidos gordos ómega-3 de cadeia longa, como os encontrados no salmão e marisco, foi fortemente associada a uma diminuição do risco de cancro da próstata agressivo.

Os homens que consumiram a maior quantidade destes ómega-3 apresentaram uma redução de 63 por cento do risco de cancro da próstata agressivo, em comparação com os homens que consumiram a menor quantidade.

O Dr. Witte sublinhou que um facto importante é que este efeito protector foi ainda mais forte nos homens que apresentam uma variante do COX-2, a rs4647310, que é um factor de risco do cancro da próstata.

Especificamente, os homens com baixa ingestão de ómega-3 e com esta variante em particular tinham cinco vezes mais risco de cancro da próstata avançado. Por outro lado, os homens com elevada ingestão de ómega-3 tinham um risco substancialmente reduzido, mesmo se apresentavam a variante rs4647310.

Por outras palavras, o risco acrescido de cancro da próstata avançado associado à variante rs4647310 do gene COX-2 foi essencialmente invertido pelo aumento da ingestão de ácidos gordos ómega-3 de cadeia longa, em meio grama por dia.

Em termos práticos, o efeito mais forte foi observado através da ingestão de peixes de carne escura, como o salmão, uma ou mais vezes por semana.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/25/eline/links/20090325elin026.html

Fumar aumenta o risco de inflamação do pâncreas

Investigação dinamarquesa demonstrou que fumar aumenta o risco de desenvolver uma inflamação do pâncreas difícil de tratar, denominada pancreatite, sendo que o risco pode persistir mesmo depois de se deixar de fumar.

Estudos anteriores têm sugerido que o tabagismo poderá estar associado a danos no pâncreas, mas tem sido difícil estabelecer o tabaco como um factor de risco da doença. O consumo excessivo de álcool e os cálculos biliares são consideradas as principais causas na maioria dos casos de pancreatite.

Para investigar se fumar realmente prejudica o pâncreas, a Dra. Janne Schurmann Tolstrup, da Universidade do Sul da Dinamarca, em Copenhaga, e colegas analisaram os resultados de exames físicos e o estilo de vida de 17 905 homens e mulheres, para determinar a associação entre o tabagismo e a pancreatite. Os participantes foram seguidos durante uma média de 20 anos.

De acordo com os investigadores, os participantes que fumavam no início do estudo, ou que tinham sido fumadores, apresentavam maiores riscos de desenvolver pancreatite aguda e crónica, em comparação com os não fumadores. Os participantes que fumavam cerca de 15 a 24 cigarros por dia tinham 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença.

No final do estudo, 235 pessoas desenvolveram pancreatite, sendo que aproximadamente 46 por cento dos casos foram atribuídos ao tabagismo. Os investigadores descobriram que o efeito do tabaco foi independente do consumo de álcool e cálculos biliares.

Entre os participantes, 58 por cento das mulheres e 68 por cento dos homens eram fumadores, 15 por cento das mulheres e 19 por cento dos homens eram ex-fumadores, e 28 por cento das mulheres e 13 por cento dos homens nunca tinham fumado.

Os investigadores concluíram, na “Archives of Internal Medicine”, que, excluindo as evidências epidemiológicas de uma associação entre o tabagismo e o desenvolvimento de pancreatite aguda e crónica, parece plausível um efeito biológico do tabagismo, tanto em modelos animais como em estudos em humanos, pois ambos demonstram alterações no pâncreas e no funcionamento pancreático depois da exposição ao fumo do tabaco.

A pancreatite, uma inflamação do pâncreas que se costuma caracterizar por dor abdominal, tem aumentado nas últimas décadas.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1118591/03/09/El-tabaquismo-aumenta-el-riesgo-de-pancreatitis.html
www.reutershealth.com/archive/2009/03/24/eline/links/20090324elin005.html

Tibolona reduz gordura corporal nas mulheres na pós-menopausa

Resultados de um estudo revelaram que o tratamento com a hormona sintética tibolona está associado a uma redução da gordura corporal e dos níveis de leptina nas mulheres na pós-menopausa.

O Dr. Mithat Erenus, do Hospital Universitário de Marmara, em Istambul, na Turquia, e colegas dividiram aleatoriamente 120 mulheres por três grupos, tendo um grupo recebido uma combinação de 0,625 miligramas (mg) de estrogénio mais 2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona, outro 2,5 mg de tibolona, e outro não recebeu tratamento, servindo assim de controlo, durante seis meses.

Os investigadores relataram, na “Fertility and Sterility”, que os níveis de leptina estavam fortemente correlacionados com a percentagem total de gordura e o total de massa gorda no início.

Após seis meses, as mulheres do grupo de controlo apresentaram um aumento de peso e uma diminuição gradual dos níveis de leptina. A leptina é uma hormona natural que regula o metabolismo da gordura. As mulheres na pós-menopausa tendem a ganhar peso acompanhado com uma redução das concentrações de leptina. Isto pode explicar a tendência das mulheres acumularem gordura visceral após a menopausa.

As mulheres que receberam terapia hormonal (estrogénio mais medroxiprogesterona) apresentaram um aumento significativo dos níveis de leptina. Contudo, as mulheres no grupo da tibolona apresentaram uma redução significativa dos níveis de leptina acompanhada com uma diminuição da massa gorda total, da percentagem de gordura e um aumento da massa magra total. As alterações nos níveis de leptina foram mais pronunciados nas mulheres magras.

A administração da terapia hormonal aumenta os níveis de leptina, enquanto mantém o peso corporal e a distribuição da gordura corporal, mas a utilização de tibolona reduz os níveis de leptina, a percentagem de gordura total e a massa gorda total.

Contudo, os investigadores referiram que este estudo não incluiu informações sobre os níveis de hormonas de crescimento ou actividade física, que podem ter impacto no ganho de peso nas mulheres na pós-menopausa.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/24/eline/links/20090324elin022.html