segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fármaco contra o cancro pode travar doenças vasculares

Investigadoras portuguesas descobrem novo efeito do "imatinib"; estudo vai ser publicado na revista «Angiogenesis»

O imatinib – composto usado no tratamento de alguns tipos de cancro – pode combater também doenças vasculares. A descoberta da nova terapêutica deste fármaco pertence a três investigadoras portuguesas. O estudo será publicado na revista biomédica «Angiogenesis».

Sabiam que o fármaco era utilizado em células tumorais e decidiram investigar se, também, teria o mesmo efeito no combate à aterosclerose. A equipa de investigadoras do Serviço de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) partiu de uma probabilidade, cujo estudo veio a validar. “O imatinib pode ser um bom agente terapêutico contra a arterosclerose, a restenose e outras doenças do foro vascular”, anunciou Ana Sofia Rocha, bióloga que desenvolveu a investigação.

Caracterizadas pelo crescimento anormal das células do músculo liso (as células de revestimento dos vasos sanguíneos) as doenças vasculares, especificamente, a aterosclerose continua entre as principais causas de doença e morte, em Portugal, embora já existam outros medicamentos capazes de bloquear o processo aterosclerótico.

Este facto não dissuadiu a equipa do Porto na procura de mecanismos alternativos. “Os resultados mostraram que o imatinib pode reverter a aterosclerose”, reforçou Raquel Soares (bioquímica que orientou o estudo), destacando ainda que o fármaco “pode evitar o reaparecimento de obstrução do vaso” (restenose) – que acontece, em muitos casos, após cirurgia.

Segundo explicou Ana Sofia Rocha, “nos ensaios constatámos que a incubação com imatinib reduzia a capacidade e viabilidade de migração das células do músculo liso”, revelando ainda que “foi encontrado um aumento significativo da percentagem de células mortas após o tratamento com o fármaco.”

Ressalvando que os ensaios feitos pertencem a uma fase preliminar, a investigadora antecipou que, o próximo passo de um longo caminho de ensaios clínicos, será “a utilização de modelos animais, nomeadamente, ratos com predisposição para a doença.”

Caso vingue, a descoberta de Ana Rocha, Raquel Soares e Isabel Azevedo pode significar um meio para reduzir o número drástico de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e enfartes do miocárdio.

De acordo com dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia, 60% dos portugueses tem os níveis sanguíneos de colesterol elevados. Hipertensão arterial, obedidade, sedentarismo, tabagismo são factores que, equacionados ao colesterol, potenciam o risco de doenças vasculares.


Raquel Pacheco
Fontes: FMUP/Fundação Portuguesa de Cardiologia

Baldacci já retirou do mercado os lotes 05006 e 26605 de Lauroderme Creme

A Farmoquímica Baldacci anunciou esta segunda-feira que já retirou do mercado nacional os dois lotes do produto Lauroderme Creme, conforme havia anunciado a semana passada, devido à existência de granulosidade, que pode provocar desconforto ao tacto, mas não representa qualquer perigo para a saúde pública, disse à Lusa Vítor Coelho, responsável pela divisão de "Consumer Health" da empresa.

De acordo com o responsável, em causa estão os lotes 05006 e 26605, à venda em Portugal desde o ano passado, e que correspondem a uma forma de apresentação do medicamento com pouca representatividade em termos de vendas.

"A forma de apresentação em questão deve representar 1,5 a dois por cento das vendas totais em Portugal e não tem grande expressão quando comparada, por exemplo, com a pasta cutânea", explicou Vítor Coelho.

A recolha dos lotes em causa foi decidida na semana passada, imediatamente depois de detectado o anormal aspecto final granuloso, e contou com o acompanhamento da Autoridade Nacional do Medicamento (INFARMED).

"Este é um aspecto mais ligado à cosmética, uma vez que não estão em causa a saúde pública, a eficácia e segurança do produto", acrescentou

O Lauroderme Creme não está sujeito a receita médica e é usado como protector da pele, estando disponível em pasta, liquido, pó cutâneo e creme.

A empresa recomenda aos consumidores que estejam a usar estes lotes que se dirijam a uma farmácia para proceder à sua substituição da embalagem.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Afinal tomar a pílula não aumenta o risco de cancro da mama

Afinal os métodos anticoncepcionais orais não parecem estar directamente relacionados com o cancro da mama, pois a taxa de sobrevivência à doença não varia conforme as mulheres tomem ou não a pílula. A conclusão foi divulgada na passada sexta-feira pelo jornal Obstetrics and Gynecology e contraria estudos anteriores que apontavam a pílula anticoncepcional como um dos principais factores de risco do cancro da mama.

Segundo Herbert R. Peterson, um dos responsáveis pelo estudo, os resultados apurados são “muito tranquilizantes”, pois permitiram também concluir que “não parece existir nenhum motivo de preocupação sobre o facto de as mulheres tomarem a pílula em idades jovens, pelo menos relativamente ao problema do cancro da mama”.

A crença de que o cancro da mama está relacionado com a utilização de métodos anticoncepcionais orais surgiu em 1996, depois de uma análise a 54 estudos ter detectado que as mulheres que tomam a pílula têm um risco acrescido de desenvolver a doença.

Contudo, o estudo agora levado a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA, sugere que o facto de as mulheres tomarem a pílula as aproxima dos cuidados de saúde, o que pode conduzir a um diagnóstico precoce, contribuindo para a diminuição da taxa de mortalidade da doença, pois evitaria que o tumor chegasse a um estado avançado.

Actualmente, a taxa de mortalidade por cancro da mama, em mulheres entre os 20 e os 54 anos, que tomam a pílula, é de 4,292 mulheres.

No entanto, os investigadores não encontraram um aumento da mortalidade nem associado ao uso da pílula, nem à duração da sua utilização, ou tão pouco a alguma formulação especifica deste método anticoncepcional. Aliás, as mulheres que utilizem correntemente este método podem ter um decréscimo de 10 por cento na probabilidade de virem a sofrer da doença, ainda que os investigadores não tenham percebido exactamente como se dá esta relação.

De facto, um outro estudo realizado em 2002 também não encontrou maiores riscos de cancro da mama, em mulheres que tomem a pílula, relembra Peterson.

“Existem dúzias e dúzias de estudos que abordam a relação entre a pílula e o cancro da mama, mas quando analisamos as suas conclusões de forma comparativa percebemos que o resultado é muito tranquilizante, pelo menos no que respeita à mortalidade da doença”, constata o investigador.

No entanto, os investigadores não conseguiram ainda apurar qual o real efeito da pílula durante a menopausa, isto apesar de um estudo recente ter indicado que as mulheres que recorram a terapias de compensação hormonal, nesta altura, têm um risco acrescido de virem a desenvolver a doença.

Pelo sim pelo não, Peterson acredita que “para as mulheres até aos 40 anos, que não sejam fumadoras, os métodos de contracepção oral continuam a ser a solução, para muitas uma boa solução”, mas para ter a certeza serão ainda necessários mais estudos que venham comprovar esta conclusão e que esclareçam a segurança da pílula em mulheres mais velhas.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Rede virtual sobre fármacos e tratamentos
Pfizer associa-se a fórum online para médicos


A Pfizer, multinacional suíça do sector farmacêutico, associou-se ao fórum online Sermo, uma página dedicada exclusivamente à classe médica (www.sermo.com), a quem visa fornecer informações detalhadas sobre a área do medicamento e dos dados clínicos a ele respeitantes.

Na rede virtual os médicos participam em debates, que resultam da sugestão dos utentes do site, trocam informações com os colegas, designadamente sobre a evolução registada nos tratamentos ou a posologia mais indicada para determinados casos clínicos. Há ainda a possibilidade de debater opiniões e pedir conselhos no que toca a diagnósticos e terapias. “Através desta associação com o Sermo, a Pfizer tenta descobrir, com ajuda dos médicos, a melhor maneira de trocar informações pela internet”, explicou o laboratório à Agence France-Presse. O Sermo está disponível online desde 2006 para os clínicos, mediante uma assinatura gratuita, estimando-se que tenha actualmente cerca de 30 mil assinantes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, Sermo.com

Crucell entra em acordo com a MedImmune para desenvolver anticorpos

A compania biotecnológica holandesa Crucell entrou num acordo exclusivo de licenciamento e investigação com a MedImmune, unidade da AstraZeneca, para desenvolver e comercializar anticorpos bacterianos para o tratamento e prevenção de infecções adquiridas nos hospitais.

A Crucell anunciou que a MedImmune irá efectuar pagamentos iniciais, anuais e quando forem atingidos objectivos, que poderão exceder os 40 milhões de dólares, para além do financiamento para investigação e desenvolvimento, e ainda regalias relativas às vendas, num valor não revelado.

Segundo a companhia, esta parceria combina as capacidades únicas de investigação, descoberta e desenvolvimento de anticorpos da Crucell com o conhecimento em desenvolvimento clínico e comercialização de anticorpos anti-infecciosos da MedImmune.

A MedImmune irá poder trabalhar com a tecnologia de anticorpos MAbstract da Crucell, que utiliza um método de subtracção de selecção para gerar anticorpos humanos, que a companhia afirma não estar disponível com outra tecnologia. Esta tecnologia pode ser utilizada para uma selecção mais rápida de especificidades monoclonais, e para identificar alvos únicos em proteínas, vírus, bactérias e células vivas ou tecidos. Também pode ser usada para identificar as regiões de ligação de anticorpos e antigénios, para ajudar no desenvolvimento de vacinas ou inibidores de pequenas moléculas.

Apesar dos resultados desta colaboração não serem esperados até daqui a alguns anos, este acordo é visto como uma validação importante da tecnologia da Crucell, e uma extensão positiva do seu negócio.

Segundo um analista da SNS, Marcel Wijma, os mercados para os tratamentos contra este tipo de infecções é substancial. No geral, este acordo é uma extensão positiva da pipeline actual de vacinas e anticorpos.

Segundo a Crucell, este acordo com a MedImmune tem como objectivo trabalhar numa das cinco áreas específicas de infecções adquiridas nos hospitais, sendo que a Crucell irá trabalhar independentemente nas outras quarto áreas.

A Crucell afirmou que as infecções bacterianas adquiridas nos hospitais afectam aproximadamente 2 milhões de pacientes por ano nos Estados Unidos e na Europa, provocando mais de 200 mil mortes.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, www.in-pharmatechnologist.com, Reuters, Forbes
Farmácia portuense quer facilitar acesso à imunização
Vacina contra o VPH a preço de custo


No mesmo dia em que começou a ser comercializada em Portugal a segunda vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH), agente responsável pelo cancro do colo do útero, uma farmácia portuense decidiu vender a imunização mais antiga a preço de custo. A ideia é democratizar o acesso a um medicamento que, pelo elevado preço, se torna indisponível para muitas famílias. O crédito também é uma opção…

A entrada no mercado farmacêutico português da segunda vacina contra o Vírus do Papiloma Humano levou a direcção da Farmácia de Santa Catarina, na cidade do Porto, a optar por vender as duas imunizações ao mesmo preço, sendo que a vacina que já existia no mercado confere imunidade relativamente a quatro tipos de vírus (6, 11, 16 e 18), enquanto a nova apenas protege das estirpes 16 e 18. O preço do novo tratamento ronda os 433 euros, divididos entre três doses de 144,41 euros cada, mas a farmácia portuense vai vendê-la a 399 euros, o preço que paga por ela, e que equivale a um custo de 130 euros por cada uma das três doses.
Na prática as duas vacinas passam a custar exactamente o mesmo, o que, para os responsáveis por esta iniciativa traduz um esforço no sentido da democratização do acesso ao medicamento por parte da população mais carenciada, tendo em conta que o cancro do útero é actualmente uma das doenças mais mortíferas para as mulheres lusitanas, e considerando ainda que nas famílias em que haja mais do que uma menina em idade de ser vacinada a situação assumirá contornos de grande problemática, visto que a despesa aumenta de modo considerável.
Numa iniciativa que demonstra o elevado espírito de solidariedade da direcção da Farmácia Santa Catarina para com os seus clientes, que na grande maioria recusavam comprar a vacina por não terem disponibilidade financeira para a pagar, o estabelecimento abdicou totalmente da sua faixa de lucro, possibilitando ainda a aquisição da imunização a crédito. Nas palavras do director técnico da Farmácia Santa Catarina, Carlos Almeida, além de esta ideia materializar “um serviço de utilidade pública”, contribuirá previsivelmente para atrair um maior número de clientes ao estabelecimento, fidelizando-os na aquisição daquele e de outros medicamentos, agora e no futuro. Nos últimos dias o responsável admitiu já ter percebido um aumento do número de pessoas que cruzaram a porta da farmácia em busca da vacina ou de outro tipo de produtos.
Porque “a prevenção do cancro do colo do útero não pode ser um privilégio dos ricos”, e tendo em conta que, mesmo custando 390 euros a imunização continua a ter um preço demasiado elevado para a generalidade das carteiras portuguesas, o farmacêutico do Porto entendeu permitir ainda a celebração de contratos de crédito, que são firmados ao balcão do estabelecimento, com vista a que ninguém seja obrigado a deixar de se vacinar por não dispor de meios financeiros para tal.

Carla Teixeira
Fonte: JornalismoPortoNet

FDA aprova Hycamtin Oral para o cancro do pulmão de pequenas células

Primeira terapia oral aprovada pela FDA irá permitir aos pacientes serem tratados em casa

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou o Hycamtin Oral (topotecano), da GlaxoSmithKline (GSK), para o tratamento da reincidência do cancro do pulmão de pequenas células, uma forma bastante rara da doença. A GSK declarou que o fármaco estará disponível em 2008.

A Glaxo sublinhou que o Hycamtin oral é o primeiro agente-único de quimioterapia aprovado para o tratamento do cancro do pulmão de pequenas células, após falha da terapia de primeira linha, e que irá permitir que os pacientes sejam tratados em casa. Especificamente, as cápsulas orais de Hycamtin foram aprovadas para o tratamento de pacientes que responderam total ou parcialmente ao tratamento de primeira linha com quimioterapia, e que estão, pelo menos, a 45 dias de terminar o tratamento. As cápsulas de Hycamtin pertencem à classe de fármacos conhecidos por inibidores da topoisomerase I (topo-I).

A GSK indicou que esta aprovação baseou-se nos resultados positivos da Fase III do estudo que comparou os pacientes com reincidência do cancro do pulmão de pequenas células, que receberam cápsulas de Hycamtin mais cuidados de suporte, com pacientes que só receberam cuidados de suporte, para além dos resultados adicionais dos estudos de Fase II e III.

A GSK anunciou que já submeteu pedidos de registo para o Hycamtin Oral na Europa, Canadá e noutros mercados mundiais.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.rttnews.com, CNNMoney

Eli Lilly deverá liderar mercado de fármacos para a osteoporose em 2011

A farmacêutica norte-americana Eli Lilly deverá surgir como a principal empresa no sector dos medicamentos para a osteoporose até 2011, principalmente por se manter afastada da crescente competitividade no segmento dos biofosfonatos, revela um relatório elaborado pela “Decision Resources” e pelo “Millennium Research Group”.

A Eli Lilly, que no final do período previsto deverá reteruma quota de 29,7 por cento no mercado dos mediamentos para a osteoporose, possui dois fármacos principais no seu portfolio de produtos para o tratamento desta doença, nenhum dos quais se insere na classe dos biofosfonatos. O Evista (Raloxifeno) pertence ao grupo farmacoterapêutico dos moduladores selectivos do receptor do estrogénio, por sua vez, o Forsteo (Teriparatida) é o fragmento activo da hormona paratiroideia humana endógena.

No mercado dos biofosfonatos, os investidores habituais, como a Merck, a Procter & Gamble e a Sanofi-Aventis estão progressivamente a ser desafiados por novas terapias que exigem tomas menos frequentes, ao mesmo tempo que sobre eles paira a ameaça do surgimento de novas classes de medicamentos e de versões genéricas de terapias líder.

“Tanto o Evista como o Forsteo estão protegidos por patente até ao final da previsão; por isso mesmo irão fornecer uma base forte para o crescimento da Eli Lilly, especialmente tendo em conta a nova indicação do Evista na prevenção do cancro da mama inicial e o aumento da confiança dos médicos no Forsteo”, afirmou Matthew Runnalls, analista do “Millennium Research Group”.

No entanto, de acordo com o especialista, o principal impulsionador do crescimento da empresa nos anos mais próximos a 2011 deverá ser o arzoxifene, um modulador selectivo do receptor do estrogénio de segunda geração ainda em ensaios clínicos. Ainda assim, o lançamento deste medicamento deverá estar sujeito a algumas complicações por surgir depois do Viviant, um modulador selectivo do receptor do estrogénio de segunda geração desenvolvido pela Merck, e do Aprela, a combinação entre uma nova terapia de substituição hormonal e um modulador selectivo do receptor do estrogénio, também da Merck, salientou Runnalls.

O mesmo estudo sugere também que apesar de deter a patente do Fosamax (Ácido alendrónico) na Europa continental, a posição de liderança da Merck no mercado dos biofosfonatos – que gerou 1,4 mil milhões de euros nas receitas do sector da osteoporose em 2006 - deverá ser dizimada pelas versões genéricas do fármaco nos Estados Unidos da América, Japão e Reino Unido.

A Merck deverá assistir a uma quebra na sua quota de mercado, que desce dos 37.7 por cento para os 9.1 pontos percentuais em 2011. Uma lacuna que deverá ser equilibrada pela presença da Eli Lilly e de outras empresas nesse novo mercado competitivo. A Wyeth, a Amgen e a Novartis irão mais do que duplicar a sua quota de mercado em 2011, diz ainda o mesmo documento.

Mais de 20 por cento dos médicos inquiridos no âmbito deste relatório prevêem que a Wyeth será a empresa mais influente no ramo da osteoporose durante os próximos cinco anos, graças ao Viviant e ao Aprela. A Novartis e a Amgen deverão também apoderar-se de uma fatia significativa do mercado, no primeiro caso devido ao Aclasta, um biosfonato injectável de administração anual, e no segundo, graças ao Denosumab, o primeiro biológico da sua classe, administrado duas vezes por ano.

Marta Bilro

Fonte: PR Newswire, PharmaLive, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Sanofi Pasteur quer desenvolver vacina contra malária

Farmacêutica firmou parceria com o Instituto Pasteur

A Sanofi Pasteur, unidade de vacinas da farmacêutica Sanofi-Aventis, estabeleceu uma parceria com o Instituto Pasteur, um laboratório francês de destaque na área das ciências da saúde, com o objectivo de desenvolver uma vacina contra a malária, doença para a qual ainda não existe imunização.

O acordo vai permitir à Sanofi Pasteur aceder a antigénios identificados pelo Instituto Pasteur derivados do "plasmodium falciparum", o parasita responsável pela maior parte dos casos mortais da doença.

O projecto conta também com a colaboração de outras entidades, incluindo a da Universidade de Oxford, de forma a desenvolver uma vacina eficaz contra a doença que afecta anualmente 500 mil pessoas, das quais um milhão acabam por falecer.

“A Sanofi Pasteur explora continuamente novos caminhos para desenvolver vacinas inovadoras e este acordo com o Instituto Pasteur sublinha o envolvimento histórico da empresa em parcerias público-privadas com instituições de renome para ajudar a melhorar a saúde pública”, afirmou Wayne Pisano, presidente e director executivo da Sanofi Pasteur.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 40 por cento da população mundial esteja em risco de contrair malária.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes.

Analgésicos têm escassa comparticipação em Portugal

Em Portugal, são os doentes que suportam a maior parte dos encargos financeiros relativos aos analgésicos. A taxa de comparticipação destes medicamentos no país é uma das mais baixas da União Europeia, alerta o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, que pretende que essa comparticipação aumente dos 37 para os 95 por cento.

“A taxa de comparticipação de analgésicos em Portugal é muito baixa relativamente à da esmagadora maioria dos países europeus, já que nalguns países os analgésicos opióides são até gratuitos, com comparticipações de 100 por cento”, salientou o médico José Romão, em declarações à Lusa, esta segunda-feira, dia em que começa a Semana Europeia Contra a Dor, este ano dedicada à mulher.

O ideal, de acordo com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, seria que a comparticipação para os analgésicos fosse de 95 por cento, a máxima permitida pelo Ministério da Saúde. Até porque, a falta de recursos não pode justificar “que doentes com dor crónica não possam ser tratados”, salientou José Romão.

Em Portugal há um sério contraste que se verifica entre a baixa taxa de comparticipação dos analgésicos comparativamente à comparticipação de 69 por cento dos anti-inflamatórios, que têm “muitos efeitos laterais que são potencialmente graves”, como sangramentos ou úlceras gástricas e pépticas.

O consumo de analgésicos opióides por pessoa em Portugal é seis vezes inferior ao de Espanha, 12 vezes inferior a França, 15 vezes da Alemanha e fica 20 vezes abaixo do registado no Reino Unido, indicam dados da Organização Mundial de Saúde referentes a 2004.

A “maior probabilidade” das mulheres, relativamente aos homens, para apresentarem “dores múltiplas simultâneas” faz com que, este ano, a Semana Europeia Contra a Dor seja dedicada ao sexo feminino. Segundo explicou José Romão, são os factores hormonais e biológicos que explicam e condicionam várias patologias que afectam mais as mulheres. A Semana Europeia surge também da necessidade de “agitar o meio científico” e chamar a atenção de clínicos e investigadores para as diferentes necessidades das mulheres em matéria de controlo da dor.

A situação não é nova e já tinha sido abordada pelo Farmacia.com.pt num artigo dedicado ao tratamento da dor oncológica. O trabalho, no qual se destacavam as barreiras que se colocam no acesso a estes fármacos tanto por parte do doente como do profissional de saúde, alertava também para o facto de na maioria dos países comunitários os medicamentos para a doença crónica, onde se inclui a dor oncológica, serem comparticipados a 100 por cento pelo Estado. Por sua vez, “em Portugal, e à luz da legislação vigente, o doente de ambulatório tem que suportar um encargo financeiro de pelo menos 45 por cento, da sua medicação antiálgica”, refere um relatório do primeiro P.A.I.N. (Pain Associates International Network) workshop realizado em território nacional, em 2004, sob o tema “Barreiras ao adequado tratamento da Dor Oncológica em Portugal”.

Dor interfere de forma grave no trabalho de 85% dos doentes

Um estudo realizado em pessoas que frequentam unidades de dor crónica nos hospitais portugueses revelou que em 85 por cento dos doentes, a dor interfere de forma moderada ou grave no trabalho. Um problema que poderia ser minimizado, uma vez que se devidamente utilizados, os medicamentos permitem controlar a dor em cerca de 95 por cento dos casos.

Um outro trabalho levado a cabo em 2003 pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge indica que 26 por cento dos doentes sente que a dor tem impacto no seu trabalho; quinze dias de trabalho por ano são perdidos devido à dor e um em cada cinco doentes perde o seu emprego (19%). Para além disso, 74 por cento dos portugueses afirmaram ter tido pelo menos um episódio de dor e 50 por cento manifestaram ter tido mais de um tipo de dor. Entre as dores mais frequentes estão as dores lombares (51%), dores nos ossos e articulações (45%) e dores de cabeça (35%).

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Público, Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor, E-mail do Farmacia-Press, Farmacia.com.pt.

FDA reavalia administração de Tamiflu em crianças

O Comité de Aconselhamento Pediátrico da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) vai reavaliar a segurança do tratamento com Tamiflu (Oseltamivir) em crianças. A reunião está marcada para o dia 27 de Novembro, quase dois anos depois do medicamento ter sido associado à morte de pelo menos uma dúzia de crianças japonesas.

De acordo com uma nota informativa publicada no portal da FDA, o comité de especialistas deverá analisar os efeitos secundários neurológicos e comportamentais provocados pelo fármaco em crianças às quais o mesmo foi administrado. O Tamiflu está sujeito a uma avaliação anual desde que, em 2005, foram relatados casos de suicídio, alucinações e lesões auto-infligidas em pacientes que receberam o tratamento.

O ano passado, o comité de aconselhamento recomendou à Roche uma actualização à rotulagem da substância de forma a alertar para potenciais comportamentos irregulares em pacientes que estejam a receber o tratamento.

Recorde-se que, em Julho deste ano, uma família japonesa processou o ministério da saúde nipónico pela morte do filho que alegavam ter acontecido na sequência da ingestão de Tamiflu. De acordo com os familiares o rapaz terá saído de casa descalço quando foi atropelado por um veículo pesado, cerca de duas horas depois de tomar o medicamento.

Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, o caso surgiu alguns meses depois das autoridades de saúde japonesas terem emitido avisos sobre a utilização do fármaco, indicando aos médicos que não o prescrevessem a doentes na faixa etária entre os 10 e os 19 anos, devido à detecção de dezenas de casos de mortes e ferimentos entre adolescentes aos quais este tinha sido administrado. A Roche negou qualquer relação entre a ingestão do medicamento e a ocorrência comportamentos fora do padrão normal.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Farmacia.com.pt.

FDA aprova Isentress

Novo tratamento anti-HIV disponível nos EUA

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) deu luz verde ao Isentress (raltegravir), o novo tratamento da Merck contra o HIV e o primeiro na classe dos medicamentos anti-retrovirais denominados inibidores da integrase, que bloqueiam a intromissão do ADN do HIV no ADN humano. Fica assim disponível uma nova opção para os pacientes cujo vírus já desenvolveu resistência a outros medicamentos.

De acordo com a farmacêutica norte-americana, a FDA aprovou a utilização do Isentress em associação com outros anti-retrovirais no tratamento de pacientes com HIV-1, já submetidos a outras terapias anti-HIV, que demonstrem actividade do vírus mesmo depois de lhes terem sido administrados outros anti-retrovirais.

O Isentress é a primeira terapia anti-HIV desenvolvida pela Merck desde 1999. As estimativas dos analistas indicam que as vendas do fármaco poderão gerar mais de 700 milhões de euros, por ano, a nível mundial. Actualmente, cerca de 150 mil pacientes nos Estados Unidos da América poderão beneficiar do Isentreess, que deverá chegar ao mercado daquele país dentro de suas semanas, avançou o vice-presidente do departamento de doenças infecciosas e produtos hospitalares da Merck.

Os custos do tratamento deverão rondar os 18,96 euros por dia ou 7.000 euros anuais (27 dólares norte-americanos por dia ou 10.000 dólares por ano), um preço semelhante ao que é cobrado por outros fármacos anti-HIV recentemente desenvolvidos, revelou Amy Rose, porta-voz da empresa.

“Parece muito seguro, comparativamente a outras substâncias”, comentou Homayoon Khanlou, director de medicina na “AIDS Healthcare Foundation” e um dos investigadores envolvidos nos ensaios clínicos. “É muito forte em termos de supressão viral”, salientou o mesmo responsável. A aplicação do tratamento em pacientes órfãos está também a ser analisada pela Merck.

Esta é a segunda nova categoria de fármacos anti-HIV a chegar ao mercado durante este ano. O Selzentry, da Pfizer, recebeu recentemente aprovação da FDA e da Comissão Europeia e é o primeiro medicamento que actua através do bloqueio do CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Farmacia.com.pt.

Rinite alérgica afecta 21% das crianças em idade pré-escolar

Doença está “sub-diagnosticada e sub-tratada” alerta a SPAIC

A rinite alérgica afecta 21 por cento das crianças em idade pré-escolar, revela o primeiro estudo português que avaliou a prevalência de doenças alérgicas em crianças entre os 3 e os 5 anos de idade. Os resultados do ARPA KIDS, realizado pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), vão ser apresentados esta quarta-feira, às 10 horas, no Museu das Crianças, no Jardim Zoológico de Lisboa.

A SPAIC avaliou a prevalência da rinite alérgica e de sintomas de asma em mais de 5000 crianças. Os resultados demonstram que a doença “está sub-diagnosticada e sub-tratada, não recebendo cuidados médicos num número significativo de casos”, referem os responsáveis.

A asma poderá atingir um quarto desta faixa etária da população, sendo que apenas um quinto tinha o diagnóstico já estabelecido. Confirma-se, por isso, “que a alergia começa na infância, pelo que a prevenção deve acompanhar esta tendência”, refere um comunicado da SPAIC enviado ao Farmacia.com.pt.

Entre as queixas de rinite, o nariz congestionado por mais de uma hora seguida foi o principal sintoma citado, sendo que 25 por cento das crianças teve pelo menos uma crise de falta de ar no último ano. Os sintomas são “crónicos” e “muito perturbadores da qualidade de vida das crianças em idade pré-escolar”, alerta a SPAIC.

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal e constitui uma patologia muito frequente na população, sendo que a sua principal causa são os alergénios, como os ácaros, fungos, pólens, faneras de animais e látex.

Os sintomas típicos são caracterizados por crises de espirros, congestão e obstrução nasal, corrimento aquoso e sensação de pressão na cabeça. A comichão nasal é muito frequente podendo envolver, também a garganta, ouvidos e olhos.

No tratamento farmacológico da rinite alérgica podem ser aplicados anti-hístamínicos orais (Buclizina, Dexclorofeniramina, Cetirizina, Ebastina), anti-Inflamatórios (corticosteroides intranasais e anti-Ieucotrienos) ou descongestionantes nasais (Efedrina, Fenilefrina, Nafazolina). Pode também optar-se pela imunoterapia específica através da aplicação da vacinação anti-alérgica.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do Farmacia-Press, SPAIC.com, Médico Assistente online, Farmácia Técnica.

Revista Idade Maior é apresentada esta quarta-feira

Publicação salienta a importância de viver com saúde depois dos 55 anos

A pensar nos interesses e na saúde dos adultos com mais de 55 anos de idade vai ser apresentada, esta quarta-feira, a Revista Idade Maior, uma publicação gratuita e especialmente dirigida àquela camada de público, que surge agora num novo formato. A exibição vai decorrer na Universidade de Lisboa Para a Terceira Idade, às 10h30, e conta com a presença de vários oradores que alertam para as questões de saúde a partir dos 55 anos.

“Viver com saúde depois dos 55” é o mote para a palestra que será ministrada pelo geriatra João Gorjão Clara, Coordenador do Grupo de Investigação e Tratamento do Doente Idoso e Director do Serviço de Medicina Interna II do Hospital Pulido Valente, que vai abordar a temática dos cuidados de saúde na Idade Maior. Para salientar a importância da actividade física em todas as idades estará presente o fisisatra Manuel Martins. Por sua vez, a apresentadora Luísa Castel-Branco vai destacar a necessidade de enfrentar a doença de forma positiva.

Fruto de uma parceria entre a farmacêutica Pfizer, a Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e a Direcção-Geral de Saúde, a iniciativa integra-se no projecto Idade Maior, iniciado em 2005 com o objectivo incentivar comportamentos saudáveis e educar para a gestão da doença junto dos adultos de idade maior (maiores de 55 anos).

O novo formato da publicação centra-se cada vez mais na saúde, uma questão prioritária nesta faixa etária, sem esquecer a vertente mais lúdica que oferece também passatempos ao leitor. A revista pode ser encontrada nos Centros de Saúde de todo o País e ainda nas Câmaras Municipais, Centros de Dia, Sociedades Recreativas, Universidades da Terceira Idade e outros locais de interesse público.

Emília Barradas de Noronha, Directora da Universidade de Lisboa para a Terceira Idade, será a anfitriã deste evento, no qual participa também Carlos Macedo, Director de Assuntos Governamentais e Públicos da Pfizer.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do Farmacia-press, Pfizer.

Encontros bimestrais em Lisboa
Farmacêuticos debatem regulamentação


Hélder Mota Filipe, vice-presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) preside no dia 8 de Novembro, em Lisboa, ao primeiro de uma série de encontros bimestrais promovidos pelo Colégio da Especialidade em Assuntos Regulamentares da Ordem dos Farmacêuticos para debater temas relevantes naquela área.

Segundo avança a OF na sua página online, a conferência deste ciclo tem como título «Responsabilidade farmacêutica no âmbito dos Assuntos Regulamentares», e deverá decorrer nas instalações do Hotel Dom Pedro Palace, na capital, a partir das 18h30, visando proporcionar aos profissionais de Farmácia uma oportunidade única para analisarem e debaterem, com diversos especialistas na área, o papel da classe no contexto da regulamentação do sector, que fruto da iminente aplicação de nova legislação anunciada pelo Governo – que concretiza, entre outros aspectos relevantes, a liberalização da propriedade das farmácias – atravessa uma fase de mudança e de consequente adaptação a novas regras.
Neste primeiro encontro dinamizado pelo Colégio de Especialidade em Assuntos Regulamentares da Ordem dos Farmacêuticos deverá ser tida em conta, para discussão, a questão da responsabilidade dos profissionais do sector, bem como as competências adicionais que lhe serão exigidas e o impacto que essas novas normas terão nas organizações em que desempenham funções. Nesta reunião e nas que hão-de seguir-se no âmbito deste ciclo, poderão participar todos os farmacêuticos especialistas em Assuntos Regulamentares interessados, bastando para tal comunicar a sua presença através do e-mail colegios@ordemfarmaceuticos.pt.

Perfil
Nascido em Mafra no dia 8 de Outubro de 1965, Hélder Dias Mota Filipe concluiu a sua licenciatura em Ciências Farmacêuticas em 1990, pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Na mesma altura iniciou actividade docente, na qualidade de professor assistente estagiário e investigador. Em 1996, na mesma academia, obteve o grau de doutor em Farmacologia, tendo concluído o seu pós-doutoramento em 1999 no William Harvey Research Institute, em Londres. Enquanto investigador esteve ligado à Comissão de Avaliação de Medicamentos, à Comissão Nacional de Ética para a Investigação Clínica e à equipa de peritos da Agência Europeia do Medicamento, tendo também feito parte da direcção da Sociedade Portuguesa de Farmacologia, entre outras actividades de índole internacional.
Segundo adianta o Infarmed na sua página online, ao longo da sua carreira Hélder Mota Filipe terá sido “autor de mais de uma centena de comunicações a reuniões científicas e de mais de 40 artigos em diversas publicações internacionais nas áreas da Farmacologia e da Medicina Experimental”. Actualmente exerce a missão de professor associado de Farmacologia e Imunofarmacologia, e em simultâneo é investigador da Unidade de Farmacologia e Farmacotoxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Desde 2005 acumula ainda, em parceria com Luísa Carvalho, a vice-presidência da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, Infarmed