terça-feira, 4 de setembro de 2007

Número de jovens bipolares aumentou 40 vezes na última década

Um grupo de investigadores americanos chegou à conclusão de que o número de jovens a quem foi diagnosticada a doença bipolar, uma doença psiquiátrica grave que envolve períodos de humor muito elevado e de depressão, tem vindo a aumentar ao longo da última década, período em que foi registado um aumento da doença de cerca de 40 vezes.

Os investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, liderados por Mark Olfson, e o Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque compararam os números dos anos entre 1994-1995 e 2002-2003, com base em consultas que culminaram em diagnósticos de desordem bipolar, em jovens até aos 19 anos. A conclusão mostrou que em 1994-1995 o número de casos numa população de 100 mil pessoas era de 25, enquanto que em 2002-2003 a realidade mostrava um aumento da incidência da doença superior a 40 vezes, com 1003 casos, em cada 100 mil indivíduos.

Como justificação para o aumento exponencial do número de casos, os especialistas apontam a subdiagnosticação da doença, que só recentemente foi completamente reconhecida, registando-se apenas agora a rectificação do problema. Por outro lado, este súbito reconhecimento da doença pode ser também um problema, pois os diagnósticos que estão agora a ser feitos podem ser exagerados. No entanto, os investigadores reclamam que"sem testes independentes dos diagnósticos sistemáticos, não conseguimos escolher com confiança uma destas hipóteses".

Na maioria dos casos os pacientes são medicados com fármacos psicotrópicos, como estabilizadores de humor, antipsicóticos e antidepressivos. Mas os cientistas têm duvidas sobre os benefícios deste tipo de medicamentos e alertam que "é urgente" avaliar a eficácia e segurança destas drogas.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Vacina contra a gastroenterite infantil demonstra eficácia de quase 100 por cento

A eficácia da vacina contra o vírus que provoca a gastroenterite pediátrica é de quase 100 por cento, pelos menos os resultados obtidos ao longo dos dois anos posteriores à sua administração revelaram-se muito positivos, tal como foi adiantado no 25º Congresso Internacional de Pediatria, em Atenas.

A avaliação dos resultados esteve a cabo de um estudo europeu sobre a eficácia de rotavirus e testes de segurança (REST), que concluiu que a vacina oral pentavalente contra o rotavírus é eficaz em 98 por cento dos casos, prevenindo a evolução para estados mais graves da doença, nas duas estações após a vacinação.

Na análise foram avaliados mais de trinta mil lactentes europeus e verificou-se que a administração da vacina proporcionou a diminuição de 95 por cento das hospitalizações e consultas de urgência, diminuindo ainda em 87 por cento as consultas médicas.

Devido ao excelente desempenho da vacina e à sua eficácia e segurança, a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) anunciou, no início de Agosto, a sua intenção de emitir em breve recomendações sobre o uso da vacina. Fernanda Rodrigues, da secção de Infecciologia Pediátrica da SPP, admite que estas vacinas “são eficazes”, ainda que os tipos de rotavírus em circulação tenham uma variação local e temporal, adiantando ainda que “estão já programados estudos epidemiológicos a nível nacional que permitam avaliar a situação no país e monitorizar a eficácia da vacina".

"O rotavírus é o agente causal mais frequentemente implicado e as gastroenterites agudas provocadas por este vírus têm um importante impacto nos sistemas de saúde e nas famílias. Em 2006 foram aprovadas para utilização duas vacinas contra este vírus, eficazes e seguras para os tipos de rotavírus mais frequentemente encontrados", defende Fernanda Rodrigues.

Para a pediatra Filipa Prata, do Hospital de Santa Maria (Lisboa), a questão que se põe agora prende-se com a relação custo/beneficio da vacina, “para que as comissões técnicas possam avaliar a sua possível integração no Plano Nacional de Vacinação". Todavia, para a pediatra esta não é uma prioridade, pois existem “outras vacinas importantes como a vacina pneumocócica conjugada (mais conhecida pelo nome comercial Prevenar para evitar septicemia, meningite ou pneumonia bacteriemica) ou a indicada para o Papilomavírus Humano (que provoca o cancro do colo do útero)".

O que se torna imperativo é pois que os pais tenham consciência que “a gastroentrite pediátrica existe, que há uma vacina eficaz e que é a única medida através da qual se pode diminuir a morbilidade associada à doença", considera Filipa Prata.

A vacina contra o rotavírus deve ser administrada até às 26 semanas, registando-se a incidência da gastroenterite abaixo dos cinco anos, mas o seu pico regista-se entre os seis e os 24 meses. Em Portugal, estão disponíveis duas vacinas cujo custo varia entre os 160 (duas doses) e os 170 euros (três doses).

A infecção, cujos principais sintomas são diarreia aquosa, vómitos, febre e dor abdominal, provoca cerca de meio milhão de mortes todos os anos em crianças com menos de cinco anos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

AVC: Bayer estuda benefícios de toma diária de aspirina

Os benefícios da Aspirina na redução do primeiro episódio cardiovascular e de acidente vascular cerebral (AVC) estão a ser alvo de um ensaio clínico recentemente iniciado pela farmacêutica alemã Bayer. O estudo, que envolve 12 mil pacientes, prolongando-se por cinco anos, foi anunciado durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Viena, Áustria.

A investigação está a ser levada a cabo em cinco países - Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) - e pretende analisar os efeitos da ingestão de uma dose diária de aspirina na redução da ocorrência de ataques cardíacos em fase inicial, fatais e não fatais, e de AVC em pacientes em risco moderado.

“Esperamos expandir significativamente o já consistente conjunto de provas que sustentam a utilização da aspirina na prevenção primária de episódios cardiovasculares – desta vez numa população de indivíduos com risco moderado”, afirmou Michael Gaziano, do “Brigham and Women's Hospital”, em Boston, nos EUA, e presidente do comité que fiscaliza o estudo.

O facto de este ser um dos maiores ensaios clínicos a avaliar os efeitos da aspirina na prevenção de episódios cardiovasculares faz com que “o recrutamento dos doentes apropriados em diversos países” seja um dos ingredientes essenciais de sucesso para a investigação, salienta a farmacêutica responsável.

Os dados da Organização Mundial de saúde são conta de números alarmantes no que toca às doenças do coração e aos AVC, identificando-os como as principais causas de morte a nível mundial, responsáveis por 17,5 milhões, ou 30 por cento, das mortes anuais. Para além disso, “os encargos financeiros associados são enormes”, afirma a Bayer, dado que só a União Europeia gastou, em 2006, 169 mil milhões de euros em despesas anuais associadas às doenças cardiovasculares.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times.

AstraZeneca vai ter Unidade de Farmacologia Clínica na China

A AstraZeneca prepara-se para estabelecer uma parceria estratégica com o 3rd Hospital da Universidade de Pequim. A manobra vai permitir à farmacêutica criar a sua primeira Unidade de Farmacologia Clínica na China.

O novo projecto dá ao laboratório a possibilidade de aumentar as capacidades de investigação clínica no local e acelerar o acesso a novos medicamentos que possam beneficiar os pacientes chineses. A unidade deverá centrar-se na realização de ensaios clínicos de Fase I, incluindo a análise das evoluções ao nível da farmacologia clínica e da segurança, passos essenciais para o lançamento de um novo medicamento no mercado chinês.

Segundo os termos do acordo, a AstraZeneca vai proporcionar formação de pessoal em auditoria de sistemas e serviços de consultadoria aos profissionais do 3rd Hospital da Universidade de Pequim. Para além disso, a empresa deverá também investir na actualização das instalações, alterações necessárias para a investigação clínica de fármacos destinados ao tratamento de infecções, da diabetes e doenças cardiovasculares.

Esta parceria vai permitir à AstraZeneca expandir a capacidade de investigação ao nível dos ensaios clínicos de primeira fase para as empresas locais de farmacologia clínica, proporcionando à China a oportunidade de desenvolver o sector da investigação e desenvolvimento através do contacto directo e da troca de experiências entre profissionais.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch.

Atriance aprovado na Europa

O Atriance (solução de nelarabina para infusão) recebeu aprovação por parte da Comissão Europeia (CE) para o tratamento de pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de células T (LLA-T) e Linfoma Linfoblástico das células T (LBL-T), nos casos em que os pacientes não responderam ao tratamento de, pelo menos, dois regimes de quimioterapia, ou que tenham tido uma recaída após esses tratamentos.

Como tinha sido noticiado no farmacia.com.pt, no dia 27 de Junho, a EMEA já tinha emitido uma opinião positiva relativamente ao Atriance. A aprovação deste fármaco da GlaxoSmithKline baseou-se nos dados de dois ensaios fundamentais de Fase II. Num dos estudos, seis pessoas de um subgrupo de 28 pacientes adultos, com recaída ou persistência das doenças, apresentaram uma resposta completa com ou sem restauração dos níveis normais de células do sangue, enquanto que um recebeu um transplante de células estaminais.

Esta aprovação por parte da CE tem como resultado uma autorização de comercialização única com rotulagem unificada que é imediatamente válida em todos os 27 Estados-Membros, bem como licenças nacionais idênticas normalmente emitidas na Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Segundo o Professor Dieter Hoelzer, da Universidade J.W.Goethe, na Alemanha, esta é uma aprovação importante e significativa para os pacientes afectados e para os seus médicos em toda a Europa. A nelarabina pode oferecer uma oportunidade valiosa para pacientes com poucas opções, para avançarem para um tratamento potencialmente curativo. Muitas terapias que são actualmente utilizadas são combinações de fármacos citotóxicos que têm uma elevada taxa de toxicidade. A nelarabina administrada sem ser conjugada com outros fármacos tem demonstrado ser activa e com um perfil previsível de efeitos secundários, e a forma como é administrada permite a alguns pacientes voltar a casa entre os ciclos de tratamento.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.gsk.com

Schering-Plough adquire licença de fármaco experimental de acadesina

Fármaco destina-se à prevenção das complicações associadas à cirurgia cardíaca

A Schering-Plough adquiriu a licença mundial de desenvolvimento e comercialização relativa à acadesina, um agente regulador da adenosina (ARA), um novo princípio activo da propriedade da PeriCor Therapeutics. Contudo, os valores envolvidos na transacção não foram revelados.

Actualmente, a acadesina está a ser investigada em ensaios clínicos de Fase III como uma infusão intravenosa, para a prevenção de resultados cardiovasculares e cerebrovasculares adversos que possam ocorrer como complicações associadas a isquemia/reperfusão, em pacientes submetidos a uma cirurgia de derivação coronária (bypass coronário) de tipo cardiopulmonar. Esta grave complicação põe em risco a vida dos pacientes submetidos a este tipo de intervenção cirúrgica, não existindo ainda um tratamento.

Ainda que esta técnica tenha melhorado, tendo-se assim reduzido a morbilidade e mortalidade associadas, as complicações que advêm deste procedimento, como a isquemia por derrame, são ainda muito elevadas. Segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Cardíaca, nos 30 dias após a intervenção existe um risco de 13,4 por cento de apresentar complicações mais graves e inclusive risco de morte.

A acadesina tem sido estudada em ensaios controlados por placebo que incluíram mais de 4 000 pacientes. A Schering-Plough irá conduzir ainda outro ensaio de Fase III, randomizado e controlado por placebo, uma vez que é necessário para obter aprovação. Um agente como a acadesina, que demonstrou reduzir as complicações cirúrgicas como AVC, falha cardíaca e morte, que podem surgir na cirurgia coronária, irá representar uma grande contribuição para o bem-estar dos pacientes, assim como também ajudará a reduzir os custos em cuidados de saúde.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.pericortherapeutics.com

Xoma concede licença de tecnologia de anticorpos à Pfizer

A Xoma Ltd., farmacêutica norte-americana, concedeu à Pfizer os direitos mundiais não exclusivos da sua tecnologia patenteada de expressão da célula bacteriana para expressão de fagos (phage display, em inglês) e para a investigação, desenvolvimento e fabrico de outros produtos de anticorpos.

Segundo os termos do acordo, a Xoma irá receber um pagamento adiantado por inteiro, de 30 milhões de dólares em dinheiro, e outros pagamentos relativos a regalias, e ainda quando forem atingidos objectivos decorrentes das vendas de todos os produtos envolvidos neste acordo, incluindo os produtos que estão actualmente nas fases finais de desenvolvimento clínico. A tecnologia de expressão da célula bacteriana é utilizada para descobrir e monitorar, assim como para desenvolver e fabricar, anticorpos recombinantes para uso comercial.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.xoma.com
Novo medicamento disponível no mercado nacional
Suboxone bloqueia efeito da heroína


Já se encontra disponível no mercado farmacêutico português, e pode ser administrado em adultos e crianças com mais de 15 anos de idade, no tratamento da dependência da heroína. O Suboxone, medicamento que tem como princípios activos a buprenorfina e a naloxona, recebeu do Infarmed a comparticipação no escalão C (37 por cento), e revela como maior benefício face às alternativas terapêuticas para aqueles doentes o facto de permitir uma maior autonomia no tratamento, que pode ser feito em casa, de forma a dar aos pacientes um elevado grau de reintegração social e laboral.

Como a metadona, também o Suboxone age como substituto de heroína, uma vez que combina a buprenorfina, um agonista opiáceo, com a naxolona, um antagonista opiáceo ministrado em caso de sobredosagem, mas apresenta como principal vantagem o facto de não obrigar o doente a deslocar-se a ao consultório médico ou centro de atendimento de toxicodependentes para fazer a sua administração. A buprenorfina era utilizada como terapia de substituição em regime de monoterapia, sob a designação de Subutex. Serve de alternativa à metadona, visto que permite uma desabituação mais fácil. Depois de ter sido positivamente avaliado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e de agora ter recebido o escalão C de comparticipação do Infarmed, o Suboxone deverá ser posto à venda em Portugal em finais deste mês ou meados do próximo, segundo informações entretanto avançadas ao jornal «Correio da Manhã» por Ana Nogueira, que representa o laboratório que comercializa o produto.
No nosso país a heroína surge ainda como a principal droga de consumo nos chamados contextos problemáticos, e entre 2005 e a actualidade, segundo números do Instituto da Droga e da Toxicodependência, aquela era a substância aditiva referida como consumo principal por 54 a 87 por cento dos utentes dos centros de reabilitação portugueses. Em declarações ao jornal o director do Centro de Acompanhamento de Toxicodependentes das Taipas, Luís Patrício, explicou que “a vantagem deste novo medicamento reside na impossibilidade de utilização indevida por via endovenosa, ao contrário da buprenorfina por si só”, acrescentando que na Finlândia, o único país europeu onde o Suboxone já foi testado, os médicos “não observaram diferenças ao nível de privação entre o fármaco e o anterior Subutex”. Ana Nogueira contrapõe, frisando que “a naloxona não é absorvida por via sublingual, e por isso não faz efeito. No entanto, segundo frisa a especialista, se os comprimidos forem injectados “produzem uma sensação de privação ou de ressaca, dissuadindo o uso indevido”.
No «Relatório europeu de avaliação público», a que o farmacia.com.pt teve acesso, os peritos do Comité dos Medicamentos de Uso Humano da EMEA dão conta de uma série de conclusões resultantes de estudos realizados com o novo fármaco, e explicam o que é, para que serve, que finalidade tem, como se usa, como foi estudado e por que razão foi aprovado. Assim, escrevem os especialistas, Suboxone é um novo medicamento que diz respeito a Comprimidos sublinguais brancos e hexagonais, contêm duas substâncias activas – buprenorfina e naloxona – e estão disponíveis em duas versões diferentes, de acordo com as dosagens: 2mg de buprenorfina e 0,5mg de naloxona ou 8mg da primeira e 2mg da segunda. Deverá ser utilizado por toxicodependentes que tenham concordado em submeter-se a tratamento com substitutos dos opiáceos que normalmente usam, de que se destacam a heroína e a morfina.
Indissociável da obrigatoriedade de apresentação de uma receita médica especial, a administração do Suboxone só está prevista em adultos e crianças de idade superior a 15 anos, e deverá ter lugar sempre sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de opiáceos, refere a EMEA. Os efeitos de medicamento foram testados em modelos experimentais, antes de serem usados em seres humanos, demonstrando que tem efeitos mais eficazes do que um placebo. Como riscos secundários eventuais, há a destacar insónias, obstipação, náuseas, suores, dores de cabeça e síndrome de abstinência. O Suboxone não deve também ser utilizado em pessoas que possam ser hipersensíveis à buprenorfina, à naloxona ou a qualquer outro dos outros componentes, nem em portadores de formas graves de insuficiência pulmonar ou hepática, intoxicação aguda pelo álcool ou delirium tremens provocado pela abstinência.

Carla Teixeira
Fonte: e-mail do Farmácia Press, «Correio da Manhã», «Relatório europeu de avaliação público» da EMEA

Economia e saúde em debate na Gulbenkian

A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebe, entre os dias 22 e 24 de Novembro, a 10ª Conferência Nacional da Associação Portuguesa de Economia da Saúde (APES). O evento insere-se na comemoração do vigésimo aniversário da associação e pretende proporcionar um fórum de debate sobre os temas mais actuais em economia, gestão e política da saúde.

De acordo com a organização, esta é uma oportunidade para confirmar o caminho percorrido pela Economia da saúde em Portugal durante os 20 anos que decorreram desde que foi fundada a APES. Pretende-se também dar a conhecer o trabalho de investigadores portugueses e estrangeiros no campo da análise económica dos sistemas de saúde e discutir assuntos que interessam a todos os profissionais do sector da saúde, académicos e sociedade em geral.

A conferência está aberta a todos os temas no âmbito da disciplina de Economia da Saúde, onde se incluem os estudos teóricos, aplicados ou casos que possam interessar a profissionais e académicos dentro ou fora do sector da saúde. A APES quer fomentar a partilha de ideias, experiências e resultados de investigação não apenas entre a comunidade de economistas da saúde mas também entre todos os que são responsáveis pelo desenvolvimento, articulação e implementação das políticas em saúde.

Entre os conferencistas estão Robert Evans, professor catedrático no Departamento de Economia da University of British Columbia e um dos mais reputados economistas da saúde a nível mundial; Michael Drummond, professor catedrático de Economia da Saúde e ex-director do Centre for Health Economics da Universidade de York; e Patricia Danzon, professora catedrática na Wharton School of Management, na Universidade da Pensilvânia, internacionalmente reconhecida nos domínios da prestação de cuidados de saúde, indústria farmacêutica, seguros e negligência médica.

O programa da conferência, bem como todos os detalhes sobre a participação no evento e o boletim de inscrição podem ser obtidos em www.es2007.org.

Marta Bilro

Fonte: Jasfarma, Associação Portuguesa de Economia da Saúde.

Taxotere benéfico no tratamento do cancro do pulmão de não pequenas células

O Taxotere (docetaxel) demonstrou eficácia enquanto tratamento de primeira linha do cancro do pulmão de não pequenas células em sete ensaios clínicos. De acordo com a Sanofi-Aventis, o medicamento melhorou significativamente as taxas globais de sobrevivência, relativamente aos tratamentos existentes.

Os dados da meta-análise, que envolveu a observação de dados individuais de pacientes, incluindo 2.867 doentes de sete ensaios clínicos, foram apresentados durante a 12º Conferência Mundial de Cancro do Pulmão, em Seul, na Coreia do Sul.

O Taxotere, um citotóxico que interfere com a tubulina, é o quarto medicamento mais bem sucedido do grupo francês. O medicamento encontra-se actualmente disponível no mercado europeu e norte-americano para o tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Pharma Times, Reuters, Infarmed.

UE aprova Arixtra no tratamento da síndrome coronária aguda

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) aprovou a utilização do anticoagulante Arixtra (Fondaparinux sódico), da GlaxoSmithKline, destinado ao tratamento da síndrome coronária aguda (SCA).

O medicamento era já utilizado na prevenção e tratamento de outro tipo de coágulos. A nova aprovação inclui a aplicação do fármaco no tratamento de dores no peito e em determinadas situações de ataque cardíaco.

A decisão da entidade reguladora europeia surge menos de três meses depois de ter sido emitido um parecer positivo por parte do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA para a utilização do Arixtra no tratamento da SCA.

De acordo com a farmcêutica britânica, durante os ensaios clínicos, o Arixtra demonstrou eficácia semelhante à do Lovenox (Enoxaparina sódica) produzido pela Sanofi-Aventis, quando administrado a pessoas com dores no peito instáveis e determinado tipo de ataques cardíacos, tendo sido associado a uma diminuição do risco de hemorragia e morte. Noutros casos, o fármaco apresentou uma eficácia superior ao tratamento habitual (heparina não fraccionada ou placebo) sem aumentar o risco de hemorragia.

As vendas do Arixtra renderam à GlaxoSmithkline perto de 86 milhões de euros em 2006. O Lovenox garantiu à Sanofi-Aventis vendas no valor de 2,4 mil milhões de euros.

O Arixtra está também a ser avaliado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos para o tratamento da SCA, porém ainda não foi proferida uma decisão final.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Farmacia.com.pt.

Suboxone disponível no mercado português

Novo tratamento para heroinómanos recebe comparticipação no escalão C

Está disponível em Portugal a partir desta quarta-feira (5 de Setembro) um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O Suboxone, que obteve comparticipação no escalão C por parte da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.

O novo tratamento para heroinómanos é especialmente benéfico por permitir ao doente uma maior autonomia, uma vez que pode ser tomado em casa, contribuindo para a reintegração social e laboral do indivíduo, contrariamente à metadona, que obrigava a uma deslocação diária ao Centro de Atendimento de Toxicodependentes.

Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguardava apenas comparticipação financeira do Infarmed que decide agora incluí-lo no escalão C, o que, de acordo com o Artigo 150.º da alteração ao Decreto-Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, confere ao medicamento uma comparticipação do Estado de 37 por cento do preço de venda ao público.

O fármaco destina-se aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência como substituição dos opiáceos que normalmente utilizam. Para além disso, é necessário que estejam também a receber apoio médico, social e psicológico.

A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo inibe a actuação da heroína, fazendo com que o doente deixe de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Por sua vez, a naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos, administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.

O medicamento representa uma alternativa no tratamento dos cerca de um milhão de dependentes de opiáceos existentes nos países europeus, dos quais 70 por cento não recebem terapia. Os dados do Instituto da Droga e da Toxicodependência indicam que, em Portugal, entre os utentes que em 2005 recorreram às diferentes estruturas de tratamento da toxicodependência, a heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal, entre 54 e 87 por cento.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do farmácia-press, Farmacia.com.pt, Diário da República - Lei n.º 53-A/2006 de 29 de Dezembro.

Tratamento da dor oncológica: Médicos evitam opióides

A utilização de analgésicos opióides pode estar a ser negligenciada em situações em que poderia beneficiar o tratamento de alguns doentes oncológicos. O problema, que está a preocupar os especialistas em Espanha, ocorre devido ao facto de muitos doentes com cancro não serem tratados por especialistas do ramo, que optam maioritariamente pela administração de medicamentos menos invasivos.

De acordo com a presidente da Fundação Internacional da Dor, María Isabel Eraso, “50 por cento dos pacientes com cancro em estado inicial não recebe o tratamento para a dor através de um médico da especialidade”. Esta situação pode pôr em risco a eficácia do tratamento, afirma a responsável, lamentando o facto dos “não especialistas preferirem prescrever medicamentos mais suaves”.

Citado pelo “Correo Farmacéutico”, Alfredo Carrato, presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM), considera que os opióides são “os fármacos mais eficazes na luta contra a dor”. Esta é uma opinião que vai ao encontro da de José María Muñoz, chefe da unidade de dor do Hospital de la Paz, em Madrid, para quem estes fármacos são “fundamentais” no alívio da dor. Ainda assim, não são devidamente administrados, especialmente nos cuidados primários.

As razões apontadas pelos especialistas são de diversas ordens. Se nalguns casos a culpa é atribuída ao desconhecimento dos profissionais de cuidados de saúde, há situações em que reinam as crenças erradas relacionadas com a possível toxicidade dos referidos medicamentos, a sua capacidade para causar dependência ou a utilização para fins ilegais. Porém, a burocracia que envolve a utilização destas substâncias é consensualmente o principal motivo mencionado pelo conjunto de especialistas inquiridos pela publicação espanhola.

Conforme explica Eraso, o processo de prescrição de opiáceos ou morfina no país vizinho envolve várias etapas, sendo necessárias receitas especiais, obtidas através de um colégio de médicos e mediante a apresentação do cartão do doente. Durante a consulta, é preciso indicar rigorosamente o paciente ao qual se administram, a quantidade, o motivo, a data e devolver essas informações ao colégio de médicos. Embora estes motivos possam parecer insuficientes para evitar a prescrição destas substâncias, a verdade é que se tornam incómodos para os profissionais não especializados que não estão habituados a lidar com este tipo de receituário.

Por outro lado, a desconfiança de alguns pacientes face a estas substâncias é também um dos motivos que leva à escassa utilização das mesmas. Os doentes, alimentados por “mitos e presunções erróneas”, acreditam que o uso destas substâncias os tornará dependentes para toda a vida, acrescenta Antonio Matas, responsável pelo departamento de publicações do Cadime. O limite e a determinação da dose correcta são definidos através do equilíbrio entre a eficácia e a segurança, “se conseguirmos esse equilíbrio, as doses elevadas não têm que ser motivo de preocupação”, defende José María Muñoz.

O caso português

Em Portugal, o técnico de saúde tem-se “tornado involuntariamente num dos primeiros obstáculos ou barreiras ao tratamento da dor oncológica”, principalmente devido à falta de formação, refere um documento do primeiro P.A.I.N. (Pain Associates International Network) workshop realizado em território nacional, em 2004, sob o tema “Barreiras ao adequado tratamento da Dor Oncológica em Portugal”. No entanto, este não é o maior problema, que reside no facto do tratamento da dor “não constituir prioridade e standard de cuidados”, uma vez que “a legislação inadequada tem contribuído para a falta de acessibilidade”, encarregando-se de “manter o ciclo”, sublinha o mesmo documento.

O relatório aponta cinco grupos de barreiras que se colocam tanto por parte do doente como do profissional de saúde: mitos (dor, doença, tratamento, fármacos), falta de acessibilidade (aos prestadores e à medicação), falta de formação profissional (pré e pós-graduada) e falta de informação (doente e comunidade), défice de comunicação (entre as estruturas, entre os profissionais, com os doentes) e constrangimentos estruturais (escassez de recursos humanos, económicos e outros).

A esta situação acresce o facto de, na maioria dos países comunitários os medicamentos para a doença crónica, onde se inclui a doença e a dor oncológica serem comparticipados a 100 por cento pelo Estado (incluem-se os analgésicos opióides), “enquanto que em Portugal, e à luz da legislação vigente, o doente de ambulatório tem que suportar um encargo financeiro de pelo menos 45 por cento, da sua medicação antiálgica”.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacêutico, P.A.I.N. 1 PORTUGAL: Dor oncológica, Fundação Günenthal.

Bayer lança website informativo para terminais móveis
Notícias farmacêuticas de bolso


A companhia farmacêutica alemã Bayer acaba de anunciar o lançamento de um website destinado a difundir notícias relativas à própria empresa e ao sector dos medicamentos em terminais móveis como telefones celulares, blackberries, PDA, palmtops e smartphones. A nova ferramenta está disponível em alemão e inglês, nos endereços online www.mobil.bayer.de e www.mobile.bayer.com.

É a mais recente tecnologia colocada ao serviço dos que têm de estar sempre a par das inovações num mercado tão competitivo como o do medicamento. Nesta nova versão do site serão disponibilizados novos lançamentos da marca alemã e divulgados os press releases e demais informação geral que possa ser útil, quer sobre a movimentação em bolsa das acções da companhia, quer no que respeita a outros dados sobre o grupo farmacêutico com sede na cidade de Leverkusen. A página online está centrada especificamente nos meios de Comunicação Social e nos analistas do sector, mas poderá ser alargado a qualquer curioso que queira saber mais sobre a Bayer.

Carla Teixeira
Fonte: Baynews

Problemas mentais afectam 2,3 milhões de portugueses

Em Portugal, existem 2,3 milhões de pessoas com problemas psicológicos, quase 28 por cento da população, de acordo com os resultados do último inquérito nacional de saúde. No entanto, os especialistas alertam para a necessidade de se fazer uma distinção entre problemas psicológicos e situações de foro psiquiátrico, pois só assim será possível compreender a realidade.

Francisco George, director-geral da Saúde considera que, de facto “os problemas de saúde mental assumem proporções epidémicas”, relembrando as estimativas da Direcção-Geral da Saúde, que apontam para “que cerca de 20 por cento dos frequentadores dos centros de saúde tenham um problema de foro mental”. Contudo, na opinião do médico, é preciso diferenciar esses casos “das situações de foro psiquiátrico mais graves”.

Numa visão à escala global, cerca de 30 por cento da população mundial sofre de uma doença mental, refere um relatório, que contou com a contribuição de 39 especialistas internacionais e que deverá ser publicado pela revista ‘The Lancet’.

António Leuschner, director do Hospital Magalhães Lemos, no Porto, corrobora a opinião de George e revela que em 2008 talvez seja possível obter um retrato fiel da realidade, pois está já a ser realizado um inquérito exaustivo em Portugal sobre saúde mental. Quanto aos números avançados pelo estudo internacional, Leuschner não se mostra preocupado, pois considera que são apenas “projecções de estudos feitos numa escala menor que depois são aplicados a Portugal”.

O artigo que a 'The Lancet' vai publicar chama também a atenção para a falta de tratamento destas doenças, que nos países em desenvolvimento se aproxima dos 90 por cento, o que não espanta António Leuschner, pois só com um maior “acesso e um número de serviços de saúde mental” mais alargado, será possível inverter a tendência registada.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã