terça-feira, 7 de agosto de 2007

LLA: novo tratamento aumenta taxa de sobrevivência

Cancro afecta por dia 438 crianças e é segunda causa de mortalidade infantil

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é um tipo de cancro agressivo frequente em crianças e adolescentes. Cientistas holandeses descobriram, agora, um novo tratamento que aumenta a taxa de sobrevivência de crianças com um ano de idade.

Segundo revela um estudo da União Internacional contra o Cancro, a doença oncológica afecta 438 crianças, por dia, em todo o mundo, tendo-se tornado na segunda causa de mortalidade infantil.

Em Portugal, a leucemia - tipo de cancro que afecta o sistema responsável pela formação das células sanguíneas, incluindo o sistema linfático e a medula óssea - é diagnosticada em cerca de 29 mil adultos e 2.000 crianças, sendo a Leucemia Linfoblástica (ou Linfóide) Aguda o tipo oncológico mais predominante em menores.

Biologicamente distinta, em bebés até doze meses de idade, a LLA tem um tratamento altamente complexo, no entanto, investigadores holandeses anunciaram ter descoberto um novo tratamento que, segundo asseveram, aumenta a taxa de sobrevivência de crianças com um ano.

Rob Pieters, do Hospital Infantil Erasmus MC-Sofia, (Roterdão) coordenou a equipa de cientistas que efectuou um estudo que envolveu 482 bebés (com menos de um ano) nascidos em 22 países.

Citados pela EFE - num artigo da edição da revista «The Lancet» -, os especialistas revelaram que, numa primeira fase, aplicaram um tratamento padrão à base de prednisolona (corticosteróides) durante sete dias. Posteriormente, os bebés foram submetidos a um tratamento híbrido que incorporava alguns medicamentos habitualmente usados para combater a LLA.

Admitindo que serão precisos mais estudos com crianças, os cientistas consideram, contudo, que “o tratamento acabará por se tornar num padrão”, concretizando que, passados três anos, “constatámos que 58% das crianças que receberam o novo tratamento não apresentavam nenhum sintoma da doença e que, no ano seguinte, essa taxa era de 47%.”

De acordo com os dados divulgados no site http://www.infocancro.com/, a LLA é responsável por cerca de 3800 novos casos de leucemia, todos os anos. Embora, nos últimos 40 anos, a taxa de cura de crianças com LLA tenha sofrido uma redução de 10% para 80%, em bebés com menos de 12 meses, a taxa de sobrevivência é menos entusiasta no período após o tratamento (quando a doença desaparece) variando de 17% a 45%.

A equacionar à esperança depositada nesta cura, há ainda – como foi noticiado pelo farmacia.com.pt – um novo medicamento a ser estudado no Brasil que visa tratar especificamente esta doença.

Raquel Pacheco
Fonte: EFE/«The Lancet»/infocancro.com

Flurizan promete revolucionar tratamento da doença de Alzheimer

Não existe, no mercado, qualquer fármaco capaz de bloquear a doença de Alzheimer, porém, a empresa biotecnológica Myriad Genetics está a trabalhar numa substância que tem potencial para abrandar a doença. O Flurizan (tarenflurbil), nome atribuído ao fármaco, pode representar uma lufada de ar fresco para as mais de 26 milhões de pessoas que, em todo o mundo, são afectadas pela patologia.

Actualmente, há alguns fármacos indicados para o tratamento sintomático da doença de Alzheimer, é o caso do Aricept (Donepezilo), da Pfizer, do Exelon (Rivastigmina), da Novartis ou do Namenda (Memantina, comercializado em Portugal pela H. Lundbeck A/S como Ebixa). Porém, estes medicamentos apenas atrasam a deterioração da memória causada pelo avanço da doença. A substância experimental, desenvolvida pela Myriad, representa uma inovação, uma vez que tem como alvo a própria doença e não apenas a perda de memória associada a esta.

A empresa norte-americana de biotecnologia está actualmente a realizar um ensaio clínico de última fase com a substância, que conta com a participação de 1.600 pacientes. O estudo que envolve o Flurizan é considerado pelos analistas do sector como um dos mais importantes de sempre na área dos medicamentos. A investigação está a avaliar a capacidade do fármaco para atrasar o progresso da doença de Alzheimer. Os resultados devem ser anunciados durante os primeiros seis meses de 2008.

A doença de Alzheimer conduz a uma deterioração mental progressiva, afectando regiões do cérebro, que alteram, mais frequentemente, o comportamento físico, mental e a linguagem conduzindo à demência. A necessidade de terapias que combatam esta patologia torna-se mais urgente à medida que os anos avançam, já que, um estudo da Universidade Johns Hopkins indica que, em 2050, o número de portadores da doença deverá ascender aos 100 milhões.

A Schering-Plough, a AstraZeneca, a Elan, a Wyeth e a Accera estão a desenvolver investigações experimentais com fármacos para a doença de Alzheimer, mas o Flurizan é colocado pelos especialistas na linha da frente no que diz respeito às terapias mais avançadas. William Ho, analista do Banco da América, prevê que a aprovação do Flurizan possa fazer subir as acções da Myriad para os 50,1 cêntimos de euro por acção, dos 30,1 cêntimos que regista actualmente.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Portal da Saúde, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.

Viracept deve voltar ao mercado até Outubro

A Roche tem planos para voltar a comercializar o Viracept (nelfinavir) em Setembro ou Outubro, dependendo da aprovação das autoridades europeias. A empresa diz ainda que está a trabalhar de perto com os responsáveis europeus para resolver o problema que deu origem à suspensão da autorização de comercialização do medicamento.

A interrupção da autorização de comercialização do anti-retroviral foi anunciada, esta terça-feira (7 de Agosto), pela Comissão Europeia, uma medida que se seguiu à recolha do medicamento do mercado europeu, em Junho de 2007, por indicação da Agência Europeia do Medicamento (EMEA).

A Roche, farmacêutica responsável pelo produto, referiu que a retirada do Viracept do mercado se ficou a dever à contaminação de alguns lotes com mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular. Conforme explicou um comissário europeu, a suspensão só pode ser anulada por decisão da comissão e depois de serem avaliados novos dados submetidos pela EMEA.

A farmacêutica suíça afirma que está a cooperar com as autoridades para melhorar o processo de produção do medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money.

Richard A. Gonzalez abandona Abbott

Richard A. Gonzalez, presidente e director de operações e membro do quadro de directores da farmacêutica Abbott vai retirar-se das suas funções em Setembro, depois de 30 anos de carreira na empresa.

Gonzalez, de 53 anos de idade, planeia cessar as suas actividades a partir do dia 30 de Setembro, porém a posição não deverá ser reocupada. Como tem vindo a acontecer em várias empresas norte-americanas, os cargos de presidente e director de operações são assumidos pelo presidente e director executivo.

“O Rick é um líder perfeito e tem tido uma carreira notável na Abbott, na qual se inclui o seu trabalho para ajudar a conceber e pôr em prática a estratégia de sucesso no âmbito dos produtos médicos da Abbott”, afirmou Miles White, presidente e director executivo da empresa.

Segundo Melissa Brotz, porta-voz da Abbott, Gonzalez tinha planeado a sua retirada há cerca de um ano ou um ano e meio, porém, foi-lhe solicitado que permanecesse em funções para ajudar a lidar com a aquisição da Guidant à Boston Scientific, operação que ocorreu em Abril de 2006.

Marta Bilro

Fonte: Waukegan News Sun, CNN Money.

Variação homóloga positiva de 230 por cento
Bayer triplicou lucro líquido no primeiro semestre

O desempenho da companhia farmacêutica Bayer no primeiro semestre deste ano teve como consequência um lucro líquido que ascendeu aos 3,4 milhões de euros, traduzindo um crescimento superior a 230 por cento face a igual período do ano passado. Segundo a empresa química alemã, na base da melhoria dos resultados estarão os rendimentos provenientes da venda da divisão de diagnósticos, do departamento de materiais de construção Wolff Walsrode e da unidade de produtos químicos H.C. Starck, alienada em Novembro de 2006 para financiar a compra da Schering, por 17 mil milhões de euros.

Na sequência daquela operação, a Bayer transformou-se no maior fabricante alemão de medicamentos de prescrição obrigatória. No primeiro semestre deste ano a divisão de farmácia da multinacional – Bayer HealthCare – facturou um volume total de 7,3 milhões de euros, subindo 64 por cento face ao mesmo período do ano transacto. Na origem da subida no volume de negócios daquela subsidiária estiveram os resultados das vendas do Betaseron (novo tratamento para a esclerose múltipla) e da Yasmin (anticoncepcional oral). Para o conjunto do ano em curso, a Bayer previu já um aumento da sua facturação na ordem de mais de 10 por cento relativamente aos 28,9 mil milhões de euros de 2006.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Diário Económico

REPORTAGEM

Distúrbios mentais constituem um problema de saúde pública
Prescrição de psicofármacos em crescendo


Ansiedade, depressão e perturbações do sono são os diagnósticos mais frequentes nos casos de prescrição de psicofármacos na medicina geral e familiar. Um estudo realizado pelo Observatório de Saúde do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge na Rede Médicos-Sentinela em Março deste ano concluiu que o medicamento mais receitado pelos clínicos é o alprazolam, e nos casos depressivos a fluoxetina. São problemas com incidência crescente em todo o mundo.

A esmagadora maioria dos distúrbios mentais exige a instituição de terapêuticas à base de psicofármacos, mas, e apesar da crescente importância do uso daqueles medicamentos, continua a ser muito pouca a informação disponível sobre eles em Portugal. O estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar», do Observatório de Saúde de INSA, teve como objectivo aferir o padrão de utilização daquele tipo de produtos, analisando aquela problemática no âmbito da Rede Médicos-Sentinela, um grupo de médicos de família que participa voluntariamente em programas anuais de notificação contínua de doenças e situações relacionadas com a saúde, bem como em projectos de investigação clínica e epidemiológica. A recolha dos dados que estiveram na base deste estudo – a que o farmacia.com.pt teve acesso – foi realizada durante o primeiro trimestre de 2004.
Assinado por Isabel Marinho Falcão (chefe do Serviço de Medicina Geral e Familiar do Observatório), Ana Monsanto (assistente graduada de Clínica Geral no Centro de Saúde de Ourique), Baltazar Nunes (estatista do ONSA/INSA), Josefina Marau (chefe do Serviço de Medicina Geral e Familiar do Centro de Saúde de Sintra), e José Marinho Falcão (chefe do Serviço de Saúde Pública e assessor do ONSA do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge), refere que “o aumento da incidência de doenças mentais, afectando qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo, é um problema de saúde pública com dimensão crescente e uma enorme carga social e económica, que preocupa governos, autoridades e técnicos de saúde”, sendo hoje “facilmente aceite que o envelhecimento das populações aumenta, por si só, o risco de ocorrência de doenças mentais, como Alzheimer, Parkinson e outras”.
O estudo tipifica ainda a depressão grave como uma das causas mais importantes de incapacidade em todo o mundo, e atesta que “uma em cada quatro pessoas será afectada por um distúrbio mental ao longo da vida, e que raras são as famílias poupadas a um encontro com transtornos mentais”. São problemas que, em regra, demandam terapêuticas centradas na administração de psicofármacos, substâncias psicoactivas que quando tomadas podem alterar o estado de consciência, o humor e os processos cognitivos dos indivíduos. Nos últimos 10 anos houve um aumento significativo do consumo de psicofármacos na Europa, e no final da última década Portugal encontrava-se em terceiro lugar daquele «ranking» europeu, precedido apenas pela Irlanda e pela Bélgica.
No que respeita especificamente aos antidepressivos, um relatório do IMS Health de 2002 colocava aquela classe de medicamentos como a terceira mais prescrita a nível mundial, com um aumento de 18 por cento só no decurso do ano 2000, e que representava uma quota de 4,2 por cento do mercado farmacêutico a nível global. Alguns estudos norte-americanos sugerem que, “apesar da elevada prevalência da depressão em todo o mundo, os médicos de família falham no diagnóstico de 30 a 50 por cento dos doentes com epidódios depressivos major”. Em Portugal os dados sobre este assunto são escassos, de acordo com os especialistas, mas é apontada uma incidência anual de síndroma depressivo de 6,2/103 nos indivíduos com mais de 15 anos.

Números

O estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar» aferiu que na área dos psicofármacos antipsicóticos, o zyprexa (olanzepina) foi em 2002 o quarto que mais contribuiu para os encargos do Serviço Nacional de Saúde. Em 2005 as benzodiazepinas (que integram o subgrupo dos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos) apresentavam um dos maiores níveis de utilização a nível europeu, que entre 2000 e 2004 aumentou 3,9 por cento no mercado total de medicamentos em Portugal. A taxa de utilização daqueles fármacos em Portugal foi considerada preocupante pelo International Narcoting Board no seu relatório de 2004.
Àquela conclusão não terá sido alheio o aumento de 26 pontos percentuais no uso de psicofármacos daquele grupo terapêutico entre 1995 e 2001, segundo informa o estudo «Evolução do consumo de benzodiazepinas em Portugal de 1995 a 2001», apresentado pelo Observatório do Medicamento e dos Produtos de Saúde no ano seguinte. Entre 2000 e 2004 verificou-se uma subida de 3,9 por cento na utilização daquele tipo de psicofármacos em Portugal, e desde 2002 parece ter-se desenhado uma tendência de estabilização do nível de utilização de benzodiazepinas.
No período analisado neste estudo (Janeiro a Março de 2004), os diagnósticos de ansiedade, depressão e perturbações do sono motivaram a maior parte do volume de prescrições de psicofármacos, com 2556, 1675 e 1348 respectivamente, por 105 utentes. O medicamente prescrito a um maior número de utentes foi o alprazolam (1095/105 utentes), e entre os antidepressivos foi a fluoxetina (332/105 utentes). A mesma pesquisa refere que mais de 95 por cento dos utentes a quem foi feito um diagnóstico exclusivo de perturbações do sono ou de ansiedade, ou um diagnóstico paralelo de ansiedade e perturbações de sono foram tratados com psicofármacos do grupo dos psicolépticos.

Carla Teixeira
Fonte: Estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar»

UE suspende autorização de comercialização do Viracept

A Comissão Europeia suspendeu a autorização de comercialização do Viracept (nelfinavir), um anti-retroviral utilizado no tratamento de doentes infectados com o vírus da Sida, produzido pela farmacêutica Roche.

De acordo com os responsáveis europeus, a decisão surge na sequência da recolha do medicamento do mercado da União Europeia em Junho de 2007, depois de ter sido detectada, em alguns lotes da substância, a presença de mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular.

A decisão é baseada em conclusões científicas da Agência Europeia do Medicamento (EMEA), depois de terem sido consultados vários países membros. “A suspensão só pode ser anulada por decisão da Comissão, depois de avaliação de novos dados fornecidos pela EMEA”, afirmou um responsável europeu.

O Viracept pertence a uma classe de medicamentos anti-HIV denominados inibidores da protease. O medicamento está indicado no tratamento combinado anti-retrovírico de adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 3 anos, infectados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH-1). O fármaco tem autorização de comercialização na Europa desde 1998.

Fonte: Forbes, Reuters, Infarmed.

Encysive contesta decisão da FDA pelo atraso na aprovação do Thelin

A Encysive Pharmaceuticals apresentou um pedido formal junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), no qual contesta a terceira “carta de aprovação” recebida em Junho que atrasa a autorização de comercialização do Thelin (sitaxentano sódico).

De acordo com um comunicado divulgado pela empresa, o pedido entregue à entidade reguladora exige uma resolução em disputa formal, no qual a farmacêutica pode recorrer das decisões da FDA junto dos supervisores deste organismo. O mesmo documento serviu para anunciar que a empresa tem intenções de eliminar 150 postos de trabalho nos Estados Unidos da América.

A Encysive recebeu, em Junho, a terceira “carta de aprovação” na qual a FDA exigia informações adicionais sobre o fármaco para que a sua aprovação pudesse ser considerada. A missiva indicava que o medicamento não demonstrou eficácia suficiente nos ensaios clínicos para garantir aprovação. Caso o recurso interposto pela empresa seja recusado, a farmacêutica terá que realizar ensaios clínicos adicionais que podem prolongar-se por dois anos. “Continuamos a acreditar que o estudo cumpre totalmente as exigências e correcções exigidas pelas directivas da FDA”, afirmou o director executivo da empresa, George Cole.

Em Julho, e na sequência da recepção da carta relativa ao Thelin, enviada pela FDA, a Encysive contratou Morgan Stanley, um banco de investimento e provedor de serviços financeiros, para explorar uma possível venda da companhia farmacêutica. Na mesma altura a empresa anunciou uma redução de 70 por cento nos postos de trabalho como parte de um novo plano de reestruturação.

O Thelin é utilizado para tratar doentes adultos com hipertensão arterial pulmonar da classe III, é indicado no tratamento da hipertensão pulmonar primária (sem outras causas) e da hipertensão pulmonar associada a doença do tecido conjuntivo. O medicamento recebeu Autorização de Introdução no Mercado europeu em Agosto de 2006 e foi designado “medicamento órfão” pela Agência Europeia do Medicamento no tratamento da hipertensão pulmonar primária.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Forbes, Infarmed, EMEA.

Cafeína ajuda a conservar a memória

Uma investigação realizada por cientistas franceses demonstrou que o consumo regular de cafeína pode diminuir as perdas de memória nas mulheres. De acordo com o estudo, publicado no “American Academy of Neurology”, beber três chávenas de café por dia – especialmente se quem as bebe tem mais de 65 anos de idade – atrasa o surgimento do declínio mental relacionado com a idade.

Os benefícios da cafeína têm vindo a ser frequentemente comprovados em várias áreas da saúde. Tal como noticiou o Farmacia.com.pt, um estudo recente revelou que em, conjunto com o exercício físico, a cafeína pode ajudar a aumentar a protecção contra o cancro da pele. Uma outra investigação indicava que quanto maior é o consumo de café, menor é o risco do desenvolvimento de gota. Agora, tal como explicou Karen Ritchie, do Instituto Nacional Francês para a Saúde e Investigação Médica em Montpellier, por ser um psicoestimulante, a cafeína “parece reduzir o declínio cognitivo nas mulheres”.

Os cientistas analisaram 7.000 homens e mulheres ao longo de quatro anos, avaliando as suas capacidades cognitivas e os hábitos de consumo de café. No final observaram que as mulheres que consumiam três chávenas de café por dia tinham menos probabilidades de sofrer de declínio mental quando comparadas com aquelas que bebiam, diariamente, apenas uma chávena ou menos. Para além disso, os consumidores de café registaram 30 por cento menos de probabilidade de sofrer de declínio mental aos 65 anos de idade e 70 por cento menos hipóteses de declínio mental aos 80 anos de idade.

No entanto, os investigadores desaconselham que se comecem a consumir cafés e galões desmesuradamente. “Precisamos de perceber melhor como é que a cafeína afecta o cérebro antes de começarmos a promover o consumo desta substância como uma solução para a redução do declínio cognitivo”, frisou Ritchie. Apesar das precauções indicadas, esta investigadora considera que “os resultados são interessantes – a utilização da cafeína é um hábito frequente e tem menos efeitos secundários do que outros tratamentos para o declínio cognitivo, para além disso requer uma quantidade relativamente reduzida em prol de um efeito benéfico”.

Ainda assim, são precisos mais estudos, até porque os cientistas não conhecem a razão pela qual a cafeína demonstra efeitos positivos nas mulheres. Ritchie refere que pode dever-se ao facto de estas serem mais sensíveis aos efeitos da substância. “Os seus organismos podem reagir de forma diferente a este estimulante, ou metabolizá-lo de maneira diferente”, concluiu a investigadora.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Scientific American.

IV Congresso da Sociedade Europeia de Doenças Emergentes e Infecciosas, em Lisboa

O IV Congresso da Sociedade Europeia de Doenças Emergentes e Infecciosas (ESEI) irá decorrer entre os dias 30 de Setembro e 3 de Outubro , no Hotel Tivoli Tejo, em Lisboa, contando com a participação de importantes investigadores das mais relevantes organizações mundiais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC-USA), CDC Europeu (ECDC), os Institutos Nacionais de Saúde e de Investigação Veterinária de vários países, bem como investigadores e docentes de várias Universidades.

Neste Congresso os principais temas em debate versam sobre as infecções respiratórias emergentes (como a gripe aviária) e outras doenças emergentes, doenças e infecções transmitidas por vectores, agentes infecciosos susceptíveis de serem utilizados em ataques bioterroristas, doenças de transmissão alimentar e a resistência a antibióticos. O programa completo do Congresso está disponível no site da ESEI em www.esei2007.com/programme_1.html.

Para mais informações ou inscrições contactar a Eurocongressos, Rua Castilho, 44, 5º Andar, em Lisboa, ou através do telefone 213 244 883, pelo fax 213 432 993, pelo e-mail meet@eurocongressos.pt ou no site da ESEI em www.esei2007.com.

Isabel Marques

Fontes: Jasfarma, www.esei2007.com

Investigadores descobrem ponto no cérebro que desencadeia a febre

Investigadores norte-americanos descobriram um pequeno ponto no cérebro que desencadeia a febre em ratos. Compreender como este mecanismo funciona poderá levar ao desenvolvimento de medicamentos específicos para controlar a febre e outras doenças em humanos.

Quando as pessoas ficam doentes, os glóbulos brancos enviam sinais químicos, as citoquinas, para organizar a defesa do organismo. Estes mensageiros emitem uma mensagem aos vasos sanguíneos no cérebro para produzirem uma segunda hormona, a prostaglandina E2. Isto espoleta as respostas do cérebro durante uma infecção ou inflamação, explica o Dr. Clifford Saper, investigador da Harvard Medical School, em Boston, cujo estudo está publicado na revista “Nature Neuroscience”.

O Dr. Saper e os colegas queriam descobrir quais das células nervosas no cérebro geravam a febre. Para isso, utilizaram ratos de laboratório e eliminaram sistematicamente genes para os receptores específicos de EP3, uma parte do cérebro que é sensível à hormona prostaglandina E2. Muitas células no cérebro criam receptores EP3, o que o Dr. Saper pensa poder desencadear outros sintomas, tais como fadiga, perda de apetite, e fadiga associada a infecção. Os investigadores sabem que a prostaglandina E2 actua no hipotálamo, uma área do cérebro que controla as funções básicas tais como comer, beber, sexo e a temperatura corporal.

Em entrevista telefónica à Reuters, o Dr. Saper disse que descobriram que se se retirar o receptor EP3 deste ponto, que é aproximadamente do tamanho de uma cabeça de alfinete, deixa de se ter uma resposta febril. Os investigadores esperam que seja mesmo isto que se passa no cérebro humano.

Os actuais analgésicos, como a aspirina, actuam em todos os receptores de prostaglandina no corpo, mas também têm muitos outros efeitos, continua o Dr. Saper. Sabendo como encontrar e eliminar os receptores ligados à febre poderá ajudar ao desenvolvimento de fármacos altamente específicos que actuam num receptor específico. Poderá ainda levar ao desenvolvimento de fármacos que previnem a perda de apetite ou a fadiga associados a infecções. Por fim, poderá ser possível manipular esses circuitos com medicamentos, só sendo preciso saber quais dos circuitos estiveram envolvidos em cada uma destas coisas, acrescentou ainda o Dr. Saper.

Isabel Marques

Fontes: Saúde Sapo, Reuters