quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ranbaxy chega a acordo com Boehringer e Astellas sobre patente do Flomax

A companhia indiana Ranbaxy Laboratories Ltd chegou a acordo com a alemã Boehringer-Ingelheim e com a japonesa Astellas Pharma Inc para terminar uma disputa sobre a patente do fármaco Flomax (cápsulas de tamsulosina), conseguindo, assim, a companhia indiana os direitos exclusivos para lançar uma versão genérica do produto nos Estados Unidos.

Segundo o acordo, a Ranbaxy irá lançar a tamsulosina, equivalente genérica do Flomax, utilizado para tratar a hiperplasia benigna da próstata, no mercado norte-americano em Março de 2010, oito semanas antes da patente expirar. Durante este período, a Ranbaxy irá ser o único fabricante do genérico a comercializá-lo nos Estados Unidos. Como resultado do acordo, o caso irá ser encerrado sem prejuízos. Não foram revelados mais termos do acordo.

As vendas anuais do Flomax foram estimadas em 1,2 mil milhões de dólares. Crê-se que a Ranbaxy foi a primeira companhia a contestar a patente do Flomax. No passado mês de Junho, a Ranbaxy recebeu aprovação provisória da FDA para comercializar a tamsulosina.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.business-standard.com

Quiroprática pode causar danos permanentes na coluna e matar

Estudo alerta para sérios riscos e defende controlo mais rigoroso

A quiroprática - um dos principais tratamentos alternativos para dor nas costas – pode causar danos permanentes na coluna e até matar. O alerta saiu de um estudo publicado pela revista especializada «Journal of the Royal Society of Medicine».

A dissecção das artérias vertebrais, o rompimento da dura-máter, edemas, danos no nervo, hérnia de disco, fracturas ósseas, inclusive, a morte são algumas das consequências da manipulação da coluna dorsal (prática adoptada na quiroprática) relatadas no estudo de Edzard Ernst.

Para o investigador, este tipo de medicina manual apresenta “sérios riscos e deveria ser controlada mais rigorosamente”, denunciando que "a quiroprática está associada a efeitos adversos leves, frequentes e passageiros, além de complicações sérias que podem levar a danos permanentes e à morte", advertiu.

Ao analisar dados de 32 estudos anteriores, além de inquéritos com médicos e quiropráticos, Ernst que é também director de medicina complementar da Peninsula Medical School, das universidades de Exeter e Plymouth, chegou à conclusão de que a dissecção das artérias vertebrais é um dos efeitos mais comuns desta técnica.

O autor do estudo revelou ainda que, na maioria dos casos com complicações, como rompimento da dura-máter (a membrana externa e mais resistente da medula espinhal) edemas, danos no nervo, hérnia de disco e fracturas ósseas “a manipulação da espinha superior foi apontada como causa.”

Trombose, embolia ou espasmo

De acordo com o «Journal of the Royal Society of Medicine», a quiroprática consiste em uso de pressão sobre vértebras do paciente e, na opinião de Ernst “pode resultar em danos às artérias que correm junto à coluna”, acrescentando que “alguns desses danos podem ser seguidos de sangramentos internos ou formação de pseudo-aneurismas, que podem resultar em trombose, embolia ou espasmo arterial.”

Deste modo, o especialista coloca em dúvida a eficiência da quiroprática como tratamento para dores nas costas ou no pescoço, advogando que
“a informação dos riscos aos pacientes deve ser mandatória para todos os terapêutas que aplicam a técnica.”

No entanto, na opinião dos quiropráticos, a ligação causal entre a prática e os efeitos descritos “é questionável”, alegando que “um dos primeiros sinais da dissecção das artérias vertebrais é a dor no pescoço, que muitas vezes é o que leva o paciente a procurar a terapia.”

Por seu turno, o autor do estudo considera “questionável” as estimativas dos quiropráticos que indicam que apenas 1 em cada 100 milhões de pacientes sofre danos por causa do tratamento.

De referir que, a quiroprática difere da osteopatia sobretudo na maneira de tratar as articulações onde as manipulações são diferentes e por se dedicar a tratar muitos dos problemas internos que têm origem na compressão das raízes nervosas ao nível da coluna.

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews /«Journal of the Royal Society of Medicine»/http://sacrocraniana.no.sapo.pt/index.html

Alimentos orgânicos podem benificiar saúde

Estudo indica maior conteúdo nutricional e menos substâncias indesejadas para a saúde

Mais antioxidantes, mais nutrientes e menos ácidos nocivos são algumas das vantagens apontadas aos alimentos orgânicos, considerados, deste modo, como mais benéficos para a saúde. Estes são resultados preliminares de um estudo britânico, cujas conclusões finais deverão ser publicadas dentro de um ano.

A investigação – financiada pela União Europeia – começou a ser realizada na Universidade de Newcastle, Reino Unido, há três anos, e deverá estar concluída em 2008.

Entretanto, segundo avança a BBC, os primeiros resultados divulgados sugerem que alguns alimentos orgânicos são melhores para a saúde do que os convencionais. “Os legumes e frutos orgânicos contêm até 40 por cento mais antioxidantes do que os seus equivalentes não-orgânicos e o leite orgânico poderá conter entre 50 a 80 por cento mais antioxidantes do que o leite normal”, revelaram os investigadores.

Em declarações à BBC, Carlo Leifert, responsável pelo estudo, referiu que
“os primeiros resultados mostram variações significativas na quantidade de antioxidantes presentes em frutos e legumes orgânicos em comparação com as variedades não-orgânicas”, ressalvando que o projecto “ainda está em andamento e, embora tenhamos alguns resultados encorajadores, ainda há muito trabalho a fazer.”

De referir que, os dados agora apresentados contrariam a opinião de especialistas que dizem não haver evidências de que o alimento orgânico seja melhor para a saúde. O certo é que, para além dos antioxidantes - que acredita-se ajudarem a combater o cancro e problemas cardíacos – um outro resultado sugere que os alimentos orgânicos também contêm menos ácidos nocivos para a saúde.

“O trigo, tomate, batata, repolho, cebola e a alface orgânicos contêm entre 20 a 40 por cento mais nutrientes do que os seus equivalentes não orgânicos”, indica ainda o estudo conduzido pela equipa britânica que, no entanto, admitiu não perceber o que causa as diferenças encontradas entre o alimento orgânico e o convencional.

Neste sentido, os cientistas anunciaram que o próximo passo é tentar descobrir o que, na agricultura orgânica, dá um conteúdo nutricional maior e menos substâncias indesejadas ao alimento.

De acordo com a BBC, ao longo de três anos, a equipa de Newcastle examinou frutos, legumes e rebanhos orgânicos e não-orgânicos cultivados ou criados lado a lado em vários pontos da Europa.

Raquel Pacheco

Fonte: BBC News

Genéricos: Quota de 50% permitiria poupar 450 milhões de euros

Os medicamentos genéricos representam actualmente perto de 17,8 por cento da quota do mercado total de medicamentos em Portugal. Um estudo divulgado esta quinta-feira indica que se esse valor crescesse para os 50 por cento os consumidores poderiam poupar 12,7 por cento nas suas despesas com medicamentos.

O relatório, elaborado pela Espírito Santo Research Sectorial e divulgado durante a Expofarma, analisou o impacto que o aumento da quota de mercado dos genéricos teria na poupança dos consumidores e concluiu que essa economia poderia chegar aos 449,5 milhões de euros anuais.

Segundo explicou Francisco Palma, um dos responsáveis pelo estudo, de acordo com o mesmo cenário, um casal português pouparia cerca de 100 euros em medicamentos. Se a quota de genéricos no mercado nacional se aproximasse da registada no Reino Unido, que se situa nos 20 por cento, a poupança dos consumidores portugueses representaria três por cento do total das respectivas despesas em medicamentos.

A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos acredita que, a médio prazo e com uma maior promoção do consumo, a quota dos medicamentos genéricos em Portugal poderá aproximar-se da que já se verifica em mercados internacionais de referência. "Não nos enganaremos se dissermos que é inevitável chegar aos 50 por cento de quota de mercado", afirmou o novo presidente da Apogen, Paulo Lilaia, citado pelo Jornal de Negócios.

Para já, o objectivo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e do Ministério da Saúde é fazer com que a quota de mercado deste tipo de medicamentos atinja os 20 por cento no final de 2008. Uma finalidade que Paulo Lilaia considera ser “possível atingir e ultrapassar”.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Portugal Diário, Agência Financeira.

Prometheus Labs adquire fármaco para o cólon irritável da GSK

A companhia farmacêutica privada Prometheus Laboratories Inc. entrou num acordo com a britânica GlaxoSmithKline(GSK) para a aquisição dos direitos exclusivos, nos Estados Unidos, do fármaco para a Síndrome do Cólon Irritável (SCI), o Lotronex (hidrocloreto de alosetron), um fármaco que foi retirado do mercado em 2000, quando alguns pacientes apresentaram problemas intestinais graves, mas que foi reintroduzido dois anos depois com restrições de utilização.

A Prometheus irá promover e comercializar o Lotronex sob um acordo exclusivo de distribuição até a aquisição estar completa, o que é esperado em Janeiro de 2008. Os termos do acordo do fármaco, que só atingiu vendas de 14 milhões de dólares em 2006, não foram revelados.

A companhia irá continuar a fornecer o Lotronex exclusivamente através do actual programa estabelecido de prescrição do Lotronex. O fármaco só poderá ser prescritos por médicos que aderiram ao programa. O Lotronex é o único fármaco, que necessita de prescrição médica, aprovado pela FDA para mulheres com Síndrome do Cólon Irritável grave com diarreia predominante.

O Lotronex está indicado somente para mulheres com SCI grave com diarreia predominante que não responderam à terapia convencional, e cujos sintomas da SCI são crónicos. Os estudos clínicos não foram efectuados para confirmar adequadamente os benefícios do fármaco para homens ou pacientes com menos de 18 anos.

Isabel Marques

Jovens diabéticos dão lições de alimentação saudável

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) vai dar conselhos nutricionais. A iniciativa, que se realiza esta sexta-feira, insere-se nas comemorações da Semana do Diabético, a decorrer até ao dia 14 de Novembro, no Amoreiras Shopping, em Lisboa, e conta com o apoio da Associação Portuguesa de Dietistas (APD) e da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa.

Num debate aberto a toda a população, dietistas e jovens diabéticos juntam-se, durante toda a manhã do dia 9 de Novembro, para, em conversa aberta, dar conselhos e tirar dúvidas para uma alimentação mais saudável. Depois, entre as 14h30 e 15h30 as dietistas da APD, Vânia Costa e Rute Borrego, darão um curso prático sobre alimentação saudável com explicação dinâmica e tridimensional da pirâmide alimentar. Os responsáveis pretendem assim alertar para os benefícios de um estilo de vida saudável na prevenção da diabetes tipo 2.

“O nosso objectivo é sensibilizar os portugueses para a diabetes, incentivando a população através das actividades da Semana do Diabético, a prevenir a diabetes tipo 2 e a compreender as implicações da diabetes tipo 1, diferenciando-a da tipo 2”, frisou Paulo Madureira, presidente da AJDP.

Entre as diversas actividades a decorrer no âmbito da Semana do Diabético destacam-se também a exposição de fotografias, patente no Amoreiras Shopping, sobre a expedição de 26 diabéticos ao Toubkal, o ponto mais alto da Cordilheira do Atlas, no Norte de África; ou a realização de rastreios gratuitos à diabetes nas principais estações de metro de Lisboa, na quarta-feira, dia 14 de Novembro.

Marta Bilro

Fonte: Comunicado da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal.

Merck solicita aprovação de medicamento para tratar hiperfenilalaninemia

A farmacêutica norte-americana Merck submeteu um pedido de aprovação à Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para comercializar o Sapropterin enquanto tratamento para a hiperfenilalaninemia, uma doença genética capaz de provocar lesões neurológicas.

Esta candidatura é particularmente importante “para os pacientes com fenilcetonúria ou deficiência na BH4”, salientou o director de operações europeias da Merck Serono, Roberto Gradnik, uma vez que, segundo o laboratório, não existe qualquer medicamento na Europa destinado ao tratamento desta patologia.

De acordo com o comunicado emitido pela Merck - a que o Farmacia.com.pt teve acesso - o Sapropterin recebeu estatuto de medicamento órfão atribuído pela EMEA e pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA). Caso seja aprovado no tratamento da hiperfenilalaninemia deverá garantir sete anos de exclusividade no mercado norte-americano e 10 anos na Europa.

Os dados divulgados pelo laboratório indicam que existem actualmente 50 mil pacientes nos países desenvolvidos que sofrem do tipo de hyperphenylalaninemia para o qual o Sapropterin foi desenvolvido.

Marta Bilro

Fonte: Merck, CNN Money, Reuters.

China acusa farmacêuticas de publicidade exagerada

SFDA ameaça suspender 16 licenças de produção

A Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA) ameaçou confiscar as licenças de 16 empresas farmacêuticas que alegadamente divulgaram anúncios que publicitam exageradamente os benefícios dos seus produtos.

De acordo com a entidade reguladora chinesa, os anúncios continham “uma grande quantidade de afirmações e promessas não científicas acerca dos benefícios e efeitos dos produtos”, relata a agência noticiosa oficial do país. Os responsáveis afirmam também que, para além de ter infringido as leis, esta publicidade fez com que os consumidores fossem induzidos em erro.

Entre os alegados exageros está uma afirmação da Tonghua Shenlong Pharmaceutical Co. de acordo com a qual um medicamento da sua responsabilidade poderia “produzir um efeito instantâneo num paciente que tenha sofrido de doença cardíaca durante sete ou oito anos”, refere a Xinhua.

A China tem vindo a lutar contra as infracções das empresas produtoras de medicamentos numa campanha intensiva para aumentar a qualidade dos produtos. A medida foi impulsionada pelos recentes relatos de contaminação, impurezas ou alterações na composição de alguns produtos, como pastas de dentes ou brinquedos e que denegriram seriamente a reputação das exportações chinesas.

O país está a tornar mais rigorosos os requisitos de qualidade para a atribuição de licenças para novos medicamentos e ordenou a reavaliação de 170 mil licenças de produção de fármacos atribuídas durante a direcção do ex-director da SFDA, Zheng Xiaoyu, executado em Julho depois de ter sido condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade.

Marta Bilro

Fonte: International Herald Tribune, Pharmalot, Xinhua, Farmacia.com.pt.

Medicamentos contrafeitos invadem o mercado global

Índia lidera produção de falsificações

Os medicamentos contrafeitos estão a inundar os mercados globais. De acordo com um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) o número de medicamentos falsos que se infiltram nas cadeias de fornecimento mundiais é preocupante e as novas tendências aliadas a este tipo de actividade não param de crescer.

“Actualmente, poucas jurisdições estão imunes aos medicamentos contrafeitos e à infracção dos direitos de propriedade intelectual”, salienta o relatório. Enquanto as estimativas falam numa prevalência do fenómeno abaixo do 1 por cento, muitos países desenvolvidos, como a Austrália, Canadá, os países da União Europeia, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos da América, estão a ser largamente afectados à medida que se intensifica o fornecimento e a produção global.

“Uma tendência preocupante reside no facto dos medicamentos contrafeitos estarem a ser cada vez mais detectados como tendo entrado na cadeia de fornecimento de algumas das jurisdições mais reguladas”, afirma a OCDE.

Num inquérito conduzido pela organização junto de produtores farmacêuticos em 2005, uma empresa relatou um aumento da existência de ingredientes farmacêuticos activos contrafeitos, bem como o aumento da dificuldade em distinguir as substâncias genuínas dos produtos falsificados.

Uma das empresas inquiridas pela OCDE afirmou ter detectado, em 33 países, ingredientes farmacêuticos activos falsos provenientes da Índia. Uma outra firma disse ter encontrado, em 42 países, falsificações dos seus produtos farmacêuticos com origem na China.

Os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), citados pelo estudo da OCDE, indicam que a prevalência de medicamentos contrafeitos nos países em vias de desenvolvimento se situa entre os 10 e ao 13 por cento. A Índia foi identificada como sendo destacadamente a nação líder na produção de medicamentos falsos – segundo as estatísticas de 2005 da Direcção-Geral dos Impostos Indirectos e União Aduaneira (TAXUD) divulgadas pela União Europeia, 75 por cento dos registos globais de medicamentos falsos têm origem na Índia, 7 por cento no Egipto e 6 por cento na China.

As conclusões do trabalho OCDE apontam também para o aumento da diversificação do tipo substâncias produzidas. “A análise dos dados relativos à UE e à América do Norte revelam que os medicamentos contrafeitos têm como alvo um largo espectro de fármacos modernos para o tratamento do cancro (anti-tumorais e anemia), da disfunção eréctil, na área da cardiologia (redutores do colesterol e anti-hipertensores), hormonas e esteróides”, sublinha o relatório.

Os medicamentos genitourinários são visivelmente os principais alvos da falsificação. Conforme afirma a OCDE, foram relatados 253 casos de contrafacção que envolviam esta classe de fármacos, sendo que o número de incidentes subiu para os 401 em 2005. Os fármacos anti-infecciosos e os medicamentos para o sistema nervoso central surgem em segundo lugar na lista das falsificações mais frequentes, com 172 e 147 casos detectados, respectivamente.

Uma das tendências mais inquietantes relaciona-se com o contributo cada vez mais relevante da internet na propagação dos produtos contrafeitos. O relatório salienta mesmo, como exemplo particular, o caso do Rimonabant, que foi publicitado e colocado à venda na internet mesmo antes de ter recebido autorização de comercialização na União Europeia.

A OCDE traçou também o perfil dos indivíduos que se dedicam à produção e distribuição de medicamentos contrafeitos, entre os quais estão farmacêuticos e físicos, grupos de associação criminosa, membros do crime organizado, empresas farmacêuticas corruptas, funcionários locais e nacionais corruptos e organizações terroristas.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com.

Leite materno ajuda no desenvolvimento intelectual das crianças

QI pode ser até sete pontos mais elevado

Um estudo desenvolvido pela Academia Nacional das Ciências do Reino Unido concluiu que as crianças com o gene FADS2, que são alimentadas com leite materno, podem atingir um quociente intelectual (QI) sete pontos mais elevado do que o daquelas que, possuindo o mesmo gene, não são alimentadas da mesma forma.

O gene em questão ajuda a reduzir os ácidos gordos da dieta alimentar e estão directamente ligados ao desenvolvimento do cérebro. Para os investigadores a descoberta assume grande importância, pois sete pontos no QI de uma criança em idade escolar é uma diferença suficiente para a colocar entre as três mais inteligentes da sua turma.

Os investigadores do Instituto de Psiquiatria, do Kings College London, perceberam que o gene FADS2 existe em 90% dos indivíduos, usando para tal dados de dois estudos anteriores, relativos a crianças amamentadas a leite materno, no Reino Unido e na Nova Zelândia e que envolveram mais de três mil indivíduos. As crianças participantes nestes estudos foram sujeitas a diversos métodos de medição do QI, eram estudantes e encontravam-se na faixa etária entre os cinco e os 13 anos.

Investigações anteriores sobre inteligência e amamentação levaram a conclusões antagónicas. A partir daqui, desenvolveu-se uma discussão académica em torno do assunto, procurando saber se as mães que tinham atingido um maior grau académico nos seus estudos ou que possuíam um mais elevado nível cultural, estariam mais dispostas a amamentar e influenciariam, desta forma, os resultados.

Terrie Moffitt, investigador da Academia Nacional de Ciências britânica e co-autor do estudo, revelou que as conclusões agora alcançadas dão uma nova perspectiva na argumentação, mostrando a intervenção de um mecanismo fisiológico, que diferencia a alimentação ao peito do leite administrado a crianças por biberão.

"O argumento sobre a inteligência tem sido utilizado no último século, no debate entre natureza e nutrição", refere Moffitt . "Contudo, conseguimos agora demonstrar que, de facto, a natureza trabalha através da nutrição para potenciar futuramente a saúde das crianças."

Desde que os estudos utilizados nesta análise foram divulgados, a indústria de produtos lácteos começou a adicionar ácidos gordos ao leite, mas os resultados apurados têm apresentado resultados inconsistentes.


Inês de Matos

Fonte: Diário de Notícias

ENTREVISTA

Carvalho Guerra, primeiro bastonário dos farmacêuticos
“Liberalização não vai resolver problemas”


Nasceu há 75 anos no seio de uma família monárquica e salazarista. Queria seguir Matemática, mas o pai e uma adolescência marcada pela asma e pela tuberculose mudaram-lhe o destino. Catedrático em Bioquímica pela Universidade do Porto, foi o primeiro bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. No momento conturbado que o sector atravessa falou ao farmacia.com.pt do novo regime jurídico, para dar conta de alguma “preocupação” face ao futuro. É Francisco Carvalho Guerra…

Foi durante muitos anos presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, porventura a sua faceta mais conhecida, desempenhou cargos na NATO, na OCDE e na UNESCO, participou na campanha de François Mitterrand e viajou muito pelo mundo. Diz que Mário Soares é uma das grandes referências nacionais, e nas últimas eleições para a Ordem dos Farmacêuticos apoiou incondicionalmente Irene Silveira, que acabaria por ser eleita bastonária, em Junho deste ano. Numa curta conversa com o farmacia.com.pt, que serviu também para recordar o tempo em que liderou os destinos da classe, Francisco Carvalho Guerra reconheceu estar “preocupado” com o facto de “a maioria dos economistas encarar a liberalização da propriedade das farmácias como uma solução para todos os problemas”.
Na sua opinião a realidade deverá ser algo diferente, até porque “a prática ensina-nos que quando as coisas funcionam não devemos mexer-lhes”, e não há, segundo afirma, nenhum sector em Portugal que funcione tão bem como as farmácias. Para atestar o que diz recorda que “toda a profissão está em rede informática, tornando possível, em tempo real, a qualquer farmacêutico no país, saber onde é que dado medicamento está esgotado, quantos foram vendidos… Se o Governo acha que os farmacêuticos ganham muito dinheiro, então controle o preço dos medicamentos. O resto no novo regime jurídico parece-me muito adequado, mas que a liberalização da propriedade das farmácias constitua um melhor serviço para os cidadãos, tenho as minhas dúvidas”.
A título de exemplo, ironizando com o facto de o entrevistado passar a ser também entrevistador, questionou o farmacia.com.pt sobre as eventuais consequências de, um destes dias, e diante das novas regras de funcionamento da propriedade das farmácias, uma multinacional do sector resolver comprar mil farmácias em Portugal. Sem esperar pela resposta, disparou de imediato a sua convicção: “A concentração do mercado, com este regime jurídico, é uma possibilidade real, e tenho dúvidas de que a qualidade do serviço prestado aos doentes seja a mesma se o farmacêutico, em vez de ser o dono do estabelecimento, for o empregado”.
Numa outra linha de pensamento, lembrou que, ao contrário dos médicos, que se concentram essencialmente nas regiões do Litoral, “os farmacêuticos estão em todo o país”. Carvalho Guerra argumenta, por isso, que “o papel daqueles profissionais poderia ser muito importante nas zonas em que o médico não está acessível”, preconizando, designadamente, que aqueles especialistas pudessem “trabalhar com as câmaras municipais em muitas áreas de apoio aos cidadãos”. Admite que “muitos não quereriam fazer esse trabalho, porque ninguém lhes pagaria por isso, mas tenho muitos alunos que, creio, aceitariam fazer esse tipo de acompanhamento das populações de forma gratuita”.

Carla Teixeira
Fonte: Entrevista pessoal a Carvalho Guerra

Canhotos raciocinam mais depressa que os dextros

O raciocínio dos canhotos é mais rápido do que o dos dextros, pelo menos no que diz respeito a actividades desportivas e aos jogos de computador, concluiu um estudo desenvolvido pela Universidade Nacional da Austrália.

O departamento de Neurofisiologia dessa universidade atribuiu a maior rapidez de raciocínio dos canhotos ao facto de a ligação entre os hemisférios cerebrais ser mais rápida, proporcionando uma maior transferência de informação, tornando os canhotos mais eficientes quando lidam com estímulos múltiplos.

De acordo com os investigadores, os canhotos tendem a usar ambos os lados do cérebro de forma mais ágil.

Nick Cherbuin, responsável pela investigação, explicou que as pessoas tendem a usar ambos os hemisférios para tarefas muito rápidas ou pesadas e que exijam interpretação de muita informação.

Deste modo, tarefas como conduzir com tráfego intenso, jogar computador e praticar desporto são normalmente mais fáceis de executar para os canhotos.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Obesidade aumenta risco de cancro nas mulheres

As mulheres obesas correm um risco substancialmente mais elevado de desenvolver dez dos dezassete tipos de cancro mais comuns nas mulheres, principalmente durante a menopausa, de acordo com um estudo publicado quarta-feira pela Associação Médica da Grã-Bretanha.

Ao longo de sete anos, os investigadores examinaram 45.000 casos de cancro em cerca de um milhão de mulheres, relacionando 6.000 deles ao excesso de peso.

De acordo com os resultados desta investigação, 51 por cento dos casos de cancro uterino e 48 por cento dos endocarcinomas do esófago, são devidos aos excesso de peso, patologias que poderiam ter sido prevenidas com uma alimentação equilibrada e exercício físico.

Por outro lado, o estudo revelou também que existem determinados tipos de cancro que não parecem ser influenciados pelo peso, pelo que apenas 10 a 20 por cento dos casos de mielomas múltiplos, do cancro renal, de leucemia e de cancro do pâncreas analisados podem atribuir-se ao excesso de peso.

Para os autores do estudo, a obesidade pode explicar perto de 6.000 dos 120.000 novos casos de cancro que se registam anualmente entre as mulheres com mais de 50 anos. Cerca de dois terços desses 6.000 casos são cancros do útero e da mama.

Quanto à menopausa, os investigadores perceberam que neste período o excesso de peso aumenta o risco de cancro da mama e do intestino.

Para evitar estas patologias, a organização britânica Cancer Research recomenda que se coma todos os dias aproximadamente à mesma hora e sem pressas, que se reduza a ingestão de gorduras e que se aumente o consumo de frutas e legumes.

Caminhar uma hora ou hora e meia diariamente e estar de pé pelo menos dez minutos a cada hora são outras recomendações da organização.

Inês de Matos

Fonte: Lusa