segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Novos medicamentos aguardados para os próximos meses
Vacina contra a sida em fase de testes


Um estudo desenvolvido por investigadores de oito países que estão a testar uma nova vacina para combater o vírus causador da síndroma da imunodeficiência adquirida (sida) revelou resultados bastante positivos, com as análises feitas em laboratório a comprovar a eficácia da imunização em 76 por cento dos voluntários que a receberam, e que foram capazes de reagir positivamente contra fragmentos do HIV.

Esta nova fase do estudo, que incide no acompanhamento de cerca de três mil pessoas, surge no seguimento de um primeiro momento de avaliação, em 2004, que consistiu na administração daquela medicação a 360 voluntários que não eram portadores do agente causador da doença que, segundo números da Organização Mundial de Saúde, deverá atingir actualmente cerca de 40 milhões de pessoas à escala mundial, designadamente nos países desenvolvidos, onde a sida avança com maior rapidez.
Para os próximos meses são esperados dois novos medicamentos para combater o HIV: o maraviroc, produzido pela norte-americana Pfizer e já aprovado nos Estados Unidos, é um fármaco que impede a penetração do vírus nas células. Por outro lado o raltegravir, da companhia farmacêutica Merck Sharp & Dohme, que há dois meses recebeu da Food and Drug Administration (FDA), entidade reguladora do sector no mercado farmacêutico norte-americano, a revisão prioritária (o que significa que será agilizado o processo para a sua aprovação), inibe a acção da integrase, uma enzima importante na replicação do HIV dentro das células invadidas”.

Carla Teixeira
Fonte: «O Tempo», «Isto é»

Hospitais britânicos restringem código de vestuário para evitar infecções

Como forma de evitar a propagação de infecções hospitalares, os hospitais britânicos vão proibir o uso de gravatas, mangas compridas e bijutaria, de acordo com as novas regras recentemente divulgadas. Apesar de conferirem aos médicos uma aparência mais profissional, este tipo de adereços e peças de vestuário podem representar um sério risco para os pacientes, funcionando como autênticos albergues de germes.

De facto, o Departamento de Saúde britânico indica o exemplo das gravatas, que “raramente são lavadas, mas são usadas diariamente” e que como tal, representam uma fonte de propagação de infecções, devido aos micróbios patológicos que acumulam, para além de “não representarem qualquer benefício para o tratamento dos doentes”.

As tradicionais batas brancas serão igualmente proibidas, o que segundo o ministro da Saúde inglês, Alan Johnson, se fica a dever às mangas compridas que podem propiciar o contágio. Sujeitas a igual proibição estão também as unhas falsas, a bijutaria e os relógios.

A principal fonte de preocupação dos médicos está na bactéria 'Staphylococcus aureus', resistente a quase todos os antibióticos e responsável por mais de 40 por cento das infecções do sangue, registadas a nível hospitalar, no Reino Unido.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Milhares de médicos e cientistas reunidos em Chicago
Resistência aos antibióticos em congresso

Arrancou nesta segunda-feira na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, um encontro de médicos e investigadores dedicado à discussão da problemática da resistência aos antibióticos, desenvolvida normalmente após períodos longos de utilização daquele tipo de medicamentos. Na conferência mundial, dinamizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, estarão presentes cerca de 12 mil clínicos, cientistas e profissionais de saúde, oriundos de países como Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido.

O primeiro dia de trabalhos teve como ponto de partida um debate sobre o aumento da resistência dos germes aos antibióticos, com particular incidência na questão dos efeitos que as alterações climáticas em curso à escala planetária poderão ter sobre o problema. Essa perspectiva constituirá mesmo o “ponto-chave” da conferência, de acordo com Jim Sliwa, porta-voz da organização do evento, que se prolonga até quinta-feira. “Sabemos que as mudanças climáticas deverão mudar o padrão das doenças infecciosas. Existem tantas variáveis que não sabemos o que poderá acontecer”, explicou o responsável, em declarações à France Presse.
Como exemplos desses efeitos, a mesma fonte destacou o crescimento das áreas de clima tropical, que poderá “modificar as temporadas de gripe”, ou o facto de o mosquito causador da malária poder ser capaz de sobreviver mais tempo e em alturas maiores, graças ao aumento da temperatura média global, ampliando o volume de contaminação daquela doença. Da mesma forma, acrescentou, a resistência aos antibióticos permitiu o desenvolvimento de micróbios como o agente transmissor da tuberculose, que todos os anos mata cerca de dois milhões de pessoas. Na sessão as companhias farmacêuticas presentes apresentarão os resultados das suas últimas investigações naquele domínio.

Carla Teixeira
Fonte: AFP

Investigadores de topo lutam contra doenças negligenciadas

Um grupo de cientistas especializados no sector do desenvolvimento de medicamentos fundou uma instituição internacional sem fins lucrativos que pretende agregar os maiores talentos no ramo da investigação farmacêutica. A intenção dos responsáveis é acelerar o processo de desenvolvimento para fazer face a doenças que actualmente provocam um grande número de mortes a nível mundial, como é caso da tuberculose, da malária e da Sida.

O projecto, denominado Instituto Internacional de Descoberta de Fármacos (iDDi), pretende preencher uma lacuna no desenvolvimento de medicamentos, que deixou sem cura muitas populações de países em vias de desenvolvimento expostas a doenças epidémicas sem novos tratamentos.

Para Alan Kozikowski, fundador e director científico do iDDi, a ideia inovadora vai permitir eliminar algumas barreiras que, no passado, têm atrasado o tradicional processo de descoberta de medicamentos.

É “incrivelmente frustrante que anualmente, milhões de seres humanos continuem a morrer com doenças que podem e devem ser curáveis”, salienta o responsável, confiante de que a colaboração entre “as melhores mentes científicas mundiais” aliada às mais recentes tecnologias de ponta pode ser a chave para “eliminar estas doenças da face da terra”.

A grande ambição dos responsáveis passa por desenvolver novos fármacos para os milhões de pessoas que actualmente sofrem de malária, tuberculose ou toxoplasmose, uma infecção causada por um parasita que provoca lesões ao nível dos olhos e cérebro. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que estas doenças causam pelo menos três milhões de mortes por ano.

Os investigadores do iDDi têm também como alvo as doenças negligenciadas e doenças órfãs, sendo que o instituto já estabeleceu contacto com outras fundações que trabalham de acordo com objectivos semelhantes. As doenças órgfãs são, tal como o nome indica, muito mais raras e, por isso, negligenciadas pela indústria farmacêutica.

O iDDi tem já uma lista de prioridades de investigação, da qual fazem parte a Sídrome de Rett, a Esclerose Lateral Amiotrofica, a Distrofia Muscular de Duchenne, a doença de Huntington e a demência associada ao HIV. No entanto, o instituto não exclui a hipótese de vir a desenvolver fármacos contra a diabetes, o cancro da mama, o cancro pancreático e o melanoma.

Marta Bilro

Fonte: Drugresearcher.com, biotech-finances.com, i-ddi.org, Raríssimas.

Infarmed: Campanha de promoção de genéricos apresentada terça-feira

Providência cautelar interposta pela Apifarma aguarda decisão judicial

Vai ser apresentada esta terça-feira uma campanha de promoção de medicamentos genéricos sob a égide do Ministério da Saúde. A iniciativa, a cargo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), deverá avançar independentemente da providência cautelar interposta pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) que aguarda decisão judicial.

O processo, que terá dado entrada no Tribunal Fiscal e Administrativo de Lisboa durante o mês de Julho, pretendia o cancelamento da campanha, que envolve 500 mil euros, e divulga os genéricos existentes no mercado bem como as suas vantagens. A Apifarma considera que a acção viola a lei da concorrência, visto que promove um segmento restrito de mercado. Por outro lado, segundo refere a Associação, ao Infarmed cabe apenas a promoção de campanhas de esclarecimento para o uso racional dos medicamentos.

Para além disso, é posto em causa o princípio da ajuda do Estado, que é definido por um apoio de 200 mil euros em três anos e que obrigatoriamente terá de ser comunicado à Comissão Europeia, alega a Apifarma.

Depois do comunicado emitido em Julho, em que a associação industrial do sector questionava a legitimidade do Infarmed, «enquanto entidade reguladora e independente», para lançar um concurso internacional de 500 mil euros para favorecer o mercado de genéricos, o organismo argumentou que a eventual suspensão da campanha iria prejudicar “questões de interesse público”.

Uma fonte judicial, citada pela agência Lusa, adiantou que o processo ainda não tem decisão final, sendo que o contrato de publicidade foi adjudicado no dia 3 de Agosto. O processo está concluído e aguarda decisão desde 10 de Setembro.

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, preside na terça-feira à apresentação da segunda fase da campanha de promoção dos genéricos, agendada pelo Infarmed. A acção promocional vai assim ter início antes da divulgação da decisão judicial, uma medida justificada pelo Infarmed com o facto de ter respondido à providência cautelar e de ter explicado os motivos que levam à continuação da iniciativa.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário, Lusa, Farmacia.com.pt.

Famílias australianas processam Novartis e autoridade reguladora

Prexige poderá ter causado lesões hepáticas graves em vários doentes

Várias famílias australianas cujos parentes apresentaram lesões hepáticas graves após a toma de Prexige (Lumiracoxib) estão a processar a Novartis e a entidade reguladora governamental do país. Os queixosos alegam ter sido “tratados como cobaias”.

Peter Archer, cuja mulher faleceu em Fevereiro, quer ver esclarecido o facto da Administração de Bens Terapêuticos (TGA), entidade que regula os medicamentos e dispositivos médicos na Austrália, ter aprovado a utilização do Prexige no tratamento da osteoartrose, numa dose duas vezes superior àquela que é permitida noutros países, como é o caso do Canadá e do Reino Unido.

Elaine Archer faleceu vítima de uma falha hepática depois de lhe ter sido prescrita uma toma diária de 200 miligramas de Prexige durante quatro meses, enquanto aguardava uma consulta com o reumatologista.

As autoridades australianas retiraram o medicamento do mercado no mês passado, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

Simon Harrison, sócio da empresa de advogados “Nicol Robinson Halletts”, explicou que os queixosos pretendem esclarecer porque é que a TGA autorizou a utilização da substância em dosagens de 200 e 400 miligramas em vez de apenas 100 miligramas, uma vez que os estudos internacionais deram conta de efeitos secundários, entre os quais eram mencionadas as lesões hepáticas. “Um dos nossos clientes referiu que [os doentes] foram tratados como cobaias. Estou totalmente de acordo”, acrescentou.

Um porta-voz da TGA afirmou que não existia qualquer investigação que indicasse que uma dose de 100 miligramas seria mais segura do que uma dose mais elevada. Por sua vez, uma porta-voz da Novartis negou que a empresa tivesse deliberadamente colocado os pacientes em risco.

Na sequência destes acontecimentos, a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu, no final do mês de Agosto, uma circular informativa na qual foram impostas novas restrições à prescrição do medicamento em Portugal.

Marta Bilro

Fonte: The Age, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Sanofi-Aventis fixa parceria de investigação na China

Laboratório procura novas estratégias terapêuticas

A farmacêutica Sanofi-Aventis estabeleceu um acordo de colaboração com a Academia Chinesa de Ciências Médicas que lhe permitirá utilizar células estaminais e anticorpos monoclonais para desenvolver novos tratamentos antitumorais.

Em conjunto, os cientistas do laboratório francês e do Instituto da Academia de Hematologia e Hospital de Doenças do Sangue vão tentar isolar células estaminais da leucemia mielóide crónica e desenvolver anticorpos contra a mesma. O objectivo é avançar rumo à descoberta de novas terapias, revelou a Sanofi-Aventis em comunicado.

O instituto é um dos maiores do género na China e dedica-se, desde há várias décadas, ao tratamento de pacientes com doenças no sangue.

A Sanofi-Aventis não é a primeira a apostar na investigação em território chinês. Recorde-se que, tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, na edição de 5 de Setembro, a AstraZeneca tem na manga uma parceria com o 3rd Hospital da Universidade de Pequim, o passo principal para a criação da sua primeira Unidade de Farmacologia Clínica na China.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Hemscott, Farmacia.com.pt.

Casca de banana pode atenuar depressão e proteger a retina

O extracto da casca de banana pode aliviar os sintomas de depressão e proteger a retina, revela um estudo da Taichung Chung Shan Medical University, em Taiwan. Após dois anos de pesquisa, equipa de investigadores observou que a casca de banana é rica em serotonina, um neurotransmissor essencial na regulação do humor.

Apesar de não se saber qual a relação entre a depressão e a redução dos níveis de serotonina no cérebro, este facto é apontado como a causador da depressão.

Por outro lado, a investigação demonstrou também que o extracto da casca de banana pode proteger a retina dos danos causados pela luz, uma vez que permite a regeneração das células da retina.

Durante dois dias, seis horas por dia, os cientistas expuseram a uma luz forte dois grupos de células da retina, sendo que um foi embebido numa solução de extracto de casca de banana e o outro foi utilizado como grupo de controlo. No final, as células de retina do grupo de controlo morreram enquanto o grupo de células sujeitas ao extracto de pele de banana se regenerou sem sofrerem qualquer lesão.

A equipa de cientistas acredita, por isso, que o consumo de casca de banana através do líquido que resulta da fervura da mesma ou do sumo que resultante da mistura num liquidificador pode ajudar a minimizar a depressão. De acordo com o diário “Apple Daily”, os investigadores têm planos para iniciar brevemente os testes em humanos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times.

HIV pode reproduzir-se nas células testiculares

Cientistas dão mais um passo para perceber persistência do vírus

As células do sistema imunitário do testículo humano permitem que o vírus do HIV se reproduza no seu interior, algo que acontece independentemente do individuo ter sido sujeito a terapias anti-retrovirais. Esta conclusão, resultante de uma investigação publicada no “The American Journal of Pathology”, pode ser a explicação para a persistência do HIV no sémen, o principal canal de contaminação do vírus, mesmo depois de este ter sido eliminado do sangue.

Os cientistas da Université de Rennes, em França, cultivaram tecidos do testículo humano em laboratório. Através dessas culturas, que mantiveram a mesma estrutura de tecido existente no corpo e que continuaram a produzir testosterona, demonstraram capacidade para sustentar populações de HIV.

A equipa orientada pela investigadora Nathalie Dejucq-Rainsford observou também que os vírus criados nesses tecidos revelaram-se activos e capazes de transmitir a infecção a outras culturas de células.

Os resultados da investigação permitem aos investigadores acreditar na possibilidade de, a partir daqui, serem desenvolvidos novos medicamentos anti-retrovirais, capazes de afectar o HIV presente nos testículos.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet.

Rastreios gratuitos para os visitantes do Saúde Portugal Expo&Conferências

O Parque das Missas, em Belém, vai receber, a partir da próxima quinta-feira e até domingo, o mega evento Saúde Portugal Expo&Conferências, cujo principal objectivo passa por promover a saúde dos portugueses, prevenindo a doença. Como tal, todos os visitantes terão oportunidade de realizar diversos rastreios aos factores de risco, existindo também consultas de aconselhamento nutricional.

Os rastreios serão gratuitos e decorrerão entre as 10h00 e as 20h00, ao longo dos quatro dias do evento. Já confirmados estão os rastreios ao colesterol, doenças cardiovasculares, diabetes, visão, glicemia, testes de alcoolémia, perímetro abdominal e índice de massa corporal.

O evento, organizado pelo Jornal do Centro de Saúde, conta com o patrocínio institucional do Alto Comissariado da Saúde e com a presença de mais de 100 instituições e empresas públicas e privadas do sector da saúde, distribuídas pelos três salões exposicionais que compõem o evento.

São esperados cerca de 50 mil visitantes, entre profissionais do sector e o público em geral, que para além dos rastreios, poderão ainda participar em workshops sobre diversos temas e assistir às cinco conferências agendadas.

Inês de Matos

Fonte: Jornal do Centro de Saúde