sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Daiichi Sankyo procura aprovação europeia de terapia de combinação para a hipertensão

A Daiichi Sankyo Europe GmbH apresentou um pedido para a aprovação do novo fármaco anti-hipertensor de combinação em 28 países europeus. Este fármaco, CS-8663, trata-se de uma combinação fixa de duas substâncias: o bloqueador dos receptores da angiotensina II (ARB), e o antagonista dos canais de cálcio, amlodipina. Este pedido vem no seguimento da aprovação de comercialização desta terapia nos Estados Unidos.

Caso seja aprovada, a nova combinação para o tratamento da hipertensão está delineada para pacientes que não conseguem controlar adequadamente a pressão sanguínea com outras terapias. Os resultados dos ensaios clínicos da terapia de combinação de olmesartan/amlodipina (CS-8663) demonstraram uma redução significativa da pressão sanguínea.

Segundo a responsável pela Investigação Clínica da Daiichi Sankyo Europe, a Dra. Petra Laeis, actualmente, a hipertensão é considerada a causa de morte número um. A maioria dos pacientes necessita de dois ou mais medicamentos para normalizar a pressão sanguínea. A Dra. Laeis sublinhou ainda que a nova combinação fixa demonstrou ser efectiva e bem tolerada num elevado número de pacientes. Isto também se verificou em pacientes com a pressão sanguínea muito elevada no início da terapia.

A Dra. Laeis acrescentou ainda que a combinação de dois agentes conhecidos, o olmesartan e amlodipina, num único comprimido proporciona aos médicos outra opção de tratamento efectiva para a hipertensão, que pode levar a melhores resultados, uma vez que os pacientes estão mais propensos a utilizá-la correctamente.

O olmesartan já é comercializado pela Daiichi Sankyo, e é o bloqueador dos receptores da angiotensina que apresentou o maior crescimento nas vendas na Europa. A amlodipina é um dos antagonistas dos canais de cálcio mais frequentemente utilizados em muitos países europeus.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.pharmatimes.com

Investigadores estudam origem genética dos tumores na zona do pescoço

Uma equipa do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) encontra-se a estudar a origem genética dos tumores benignos que costumam aparecer na zona do pescoço, uma investigação que surge na sequência de um trabalho idêntico realizado em Espanha.

O estudo, publicado pelo “Journal of Clinical Endocrinology Metabolism”, comparou o aparecimento esporádico e o genético de dois tipos de tumores, o paragangliomas e o feocromocitomas, por norma benignos e raros, em casos clínicos do Hospital Central das Astúrias, Espanha.

Em colaboração com os hospitais de São João (Porto) e Pedro Hispano (Matosinhos), os técnicos do IPATIMUP vão agora observar, no norte do país, casos de doentes que não apresentem nenhum historial clínico, procedendo da mesma forma que os colegas espanhóis.

De acordo com Jorge Lima, co-autor do estudo, em Espanha “estes doentes, quando chegavam aos médicos, não tinham história clínica nenhuma, ou seja, aparentemente eram doentes esporádicos, não tinham nenhum familiar próximo com tumores idênticos, eram caso único.”

Contudo, depois de várias análises os investigadores descobriram que muitas famílias espanholas apresentavam mutações dos genes SDH, alterações genéticas subjacentes a estes tumores, e demonstraram que cerca de 22 por cento dos doentes com paragangliomas que se supunham esporádicos, "não familiares", eram casos familiares ocultos.

Para Jorge Lima, esta descoberta representa um grande passo para o conhecimento da doença, pois permite que os médicos monitorizem as pessoas que apresentem alterações “mas que ainda não desenvolveram a doença”, ao mesmo tempo que permite a identificação da “doença num estádio muito precoce, de forma que possa ser facilmente tratável”.

A deficiência no gene de doentes familiares é apenas parcial, adianta o especialista, pois "quando há uma deficiência total deste gene, o que os indivíduos têm é uma doença neurodegenerativa grave chamada doença de Leigh", que normalmente implica a morte durante a infância, explica Lima.


Inês de Matos

Fontes: Público, Lusa

Comparticipação da vacina contra o cancro do cólon do útero

Comissão Técnica de Vacinação apresenta relatório até Novembro

A Comissão Técnica de Vacinação deverá apresentar até Novembro, o relatório que ditará a inclusão ou exclusão da vacina contra o cancro do colo do útero do programa nacional de vacinação. A garantia é dada pela subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, que em declarações ao Diário de Noticias admitiu ainda que "tal tão significa que fique logo tomada uma decisão sobre o assunto", pois a última palavra cabe ao ministro da Saúde.

A comissão continua a analisar a informação disponível, adiante a dirigente, isto apesar da escassez de dados que tem dificultado a investigação, que vai já em largos meses.

Para Graça Freitas, antes de se tomar uma decisão, é "fundamental saber exactamente quanto é que a doença pesa no País, para que se possa fazer a análise do custo/benefício".

No entanto, os número podem iludir. Se por um lado é verdade que por cada 100 mil portugueses, existem apenas 0,017% de mulheres afectadas, 17 em cada 100 mil, por outro lado o número de casos mortais é muito elevado, uma mulher por dia.

De acordo com a Associação Europeia do Cancro do Colo do Útero (ECCA), Portugal deve optar por incluir a vacina no plano nacional de vacinação, sob pena de a protecção a esta doença se restringir apenas às pessoas mais ricas, visto que o seu custo é elevado. No mercado nacional, as três doses necessárias custam no total 480 euros.

O director-geral da ECCA, Philip Davis, sugeriu ainda a criação de uma base de dados para melhorar o rastreio preventivo feito à população, declarando ainda que gostaria de ver alargada a presença portuguesa nesta organização, até porque os portugueses precisam de mais informação sobre a doença.

A ECCA publica diversos folhetos informativos e mantêm uma página na Internet, mas esta informação não está disponível aos portugueses, uma vez que os folhetos, ainda que estejam adaptados para 17 países, não são distribuídos em Portugal e a pagina on-line não se encontra traduzida em português.

De forma a colocar na agenda europeia a prevenção contra este tipo de cancro, a ECCA criou um grupo de trabalho com a participação de 40 membros do Parlamento Europeu e quer expandi-lo de modo a influenciar directamente as políticas nacionais.

Apesar de em Abril o PS ter rejeitado no Parlamento um um projecto de resolução do Partido Ecologista «Os Verdes» que recomendava ao Governo a inclusão da vacina contra o VPH no Programa Nacional de Vacinação, o ministro da Saúde, Correia de Campos, manifestou já a sua abertura para estudar a viabilidade da orçamentação daquela vacina no Orçamento de Estado de 2008, ainda que não exista um compromisso nesse sentido.

A vacina deve ser administrada a crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre os nove e os 15 anos, e a mulheres dos 16 aos 26 anos.

Actualmente, os métodos de detecção mais comuns são o teste de papanicolau e um rastreio molecular de HPV, que os médicos recomendam às mulheres com mais de 30 anos.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias, RTP, Diário Digital

Mylan e UCB chegam a acordo sobre a patente do genérico do Keppra

A Mylan Inc., especializada em genéricos, e o grupo farmacêutico belga UCB Societe Anonyme e UCB Pharma Inc chegaram a um acordo para resolver a litigação pendente relativamente à patente dos comprimidos de levetiracetam 250mg, 500mg e 750mg, a versão genérica do fármaco Keppra da UCB para a epilepsia.

Desde Março de 2004 que as companhias têm estado a disputar a patente da UCB, que expira em Julho de 2008, no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito do Norte da Geórgia. Os processos judiciais envolvem a Mylan Laboratories e a Mylan Pharmaceuticals, Dr Reddy's Laboratories, e a Cobalt Pharmaceuticals e referem-se à patente do levetiracetam, ingrediente activo do Keppra.

Segundo o acordo, a Mylan poderá vender os comprimidos genéricos de levetiracetam a partir do dia 1 de Novembro de 2008, antes de expirar a exclusividade de comercialização da UCB, a 14 de Janeiro de 2009.

As partes envolvidas não revelaram os restantes termos do acordo com a Mylan, e com a Dr Reddy's e a Cobalt. Contudo, as acções estão sujeitas a revisão por parte das autoridades anti-trust norte-americanas.

Os comprimidos de levetiracetam tiveram vendas nos Estados Unidos de aproximadamente 742 milhões de dólares, nos 12 meses que terminaram a 30 de Junho de 2007.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Forbes, Reuters, CNNMoney.com
Biocant Park assina contrato com a Biogen Idec
Esclerose múltipla sob investigação


A empresa norte-americana Biogen Idec associou-se ao Biocant Park, em Cantanhede, numa parceria para dar corpo a um projecto de investigação que visa encontrar marcadores moleculares para um diagnóstico mais preciso e uma melhor caracterização da esclerose múltipla.

Em comunicado enviado ao farmacia.com.pt, o Biocant Park explica que a associação entre as duas entidades remonta ao passado mês de Julho e ocorre no âmbito de um Sponsored Research Agreement, contando com o envolvimento de investigadores afectos ao Biocant Park, ao Centro de Neurociências e Biologia Celular e aos Hospitais da Universidade de Coimbra. As actividades de investigação deverão ter lugar, na sua maioria, nas instalações do Biocant Park.
Na mesma nota, os responsáveis pela estrutura científica com sede em Cantanhede atestam que a Biogen Idec, cotada em bolsa, é uma das maiores empresas do ramo da biotecnologia a nível mundial. Especializada na descoberta, no desenvolvimento, na produção e na comercialização de medicamentos para patologias neurológicas, doenças auto-imunes e cancros, emprega nas suas instalações, que estão espalhadas por todo o mundo, cerca de 4500 pessoas. Este é o primeiro contrato deste género que a Biogen Idec celebra no nosso país, numa atitude que a Biocant Park diz ser uma demonstração da "confiança nas competências e nos recursos do Biocant Park e dos seus parceiros para a investigação nesta área", seguindo todos os parâmetros e exigências da indústria.

Carla Teixeira
Fonte: Biocant Park

Fármaco para a Síndrome de Hunter, Elaprase, aprovado no Japão

O fármaco biotecnológico Elaprase (idursulfase), da companhia britânica Shire, recebeu aprovação de comercialização, para o tratamento da Síndrome de Hunter, por parte da agência japonesa de medicamentos. A gestão das vendas e a distribuição do fármaco estarão a cargo da Genzyme.

O Elaprase, desenvolvido pela Shire Human Genetic Therapies Inc., é a primeira e única terapia enzimática de substituição aprovada para pessoas com Síndrome de Hunter. Este fármaco é administrado numa infusão semanal, e destina-se a tratar a causa fundamental da Síndrome de Hunter ao substituir a enzima iduronate-2-sulfatase, que está ausente ou que não é suficiente nas pessoas com esta doença.

O fármaco irá ser comercializado pela Genzyme no Japão e noutros países da Ásia/Pacífico, como parte de um acordo com a Shire. A Genzyme planeia lançar o Elaprase este trimestre, a seguir à aprovação de reembolso. Segundo o acordo entre as duas companhias, a Genzyme irá registar as vendas na região e conceder um terço das vendas líquidas à Shire. A Genzyme declarou que irá pagar 3 milhões de dólares à Shire pela aprovação de comercialização no Japão, e irá efectuar pagamentos na ordem dos 4 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos.

A Síndrome de Hunter, também conhecida como Mucopolissacaridose II, (MPS II) é uma doença genética rara que afecta os homens, que resulta numa insuficiência enzimática, o que provoca a acumulação de desperdício das células nos tecidos e órgãos, que começam a falhar, levando a graves complicações clínicas, podendo resultar na morte prematura. A raridade da doença torna o Elaprase um fármaco órfão com uma base limitada de pacientes.

Apesar do só haver menos de 2 mil pacientes em todo o mundo, estima-se que as vendas do Elaprase cheguem aos 340 milhões de dólares até 2011.

Desde a sua aprovação nos Estados Unidos, em Julho de 2006, o Elaprase está actualmente aprovado para comercialização em 34 países em todo o mundo.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, www.hemscott.com, Reuters, CNNMoney.com

FDA cria projecto para acelerar aprovação de genéricos

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) está empenhada em encurtar o tempo de revisão e aprovação de medicamentos genéricos. A entidade reguladora delineou um programa que visa aumentar o número e variedade de genéricos à disposição dos utentes, já que estes fármacos “geralmente custam menos que os equivalentes de marca”, refere a FDA num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt.

O “Generic Initiative for Value and Efficiency” (GIVE), nome atribuído ao projecto, deverá permitir à FDA modernizar e tornar mais eficiente o processo de aprovação de medicamentos genéricos, “para fazer face ao número crescente de candidaturas para medicamentos genéricos” que se tem vindo a verificar. Durante o ano fiscal de 2007 a FDA aprovou 682 medicamentos genéricos, um crescimento de 30 por cento relativamente a igual período do ano anterior, refere o mesmo documento.

“O GIVE estabelece formas de maximizar a utilização dos nossos recursos para que a FDA possa reavaliar e aprovar genéricos de maior qualidade durante o novo ano fiscal que se avizinha”, afirmou Gary Buehler, director do departamento de medicamentos genéricos da FDA.

No âmbito deste novo projecto, a autoridade reguladora norte-americana prevê a concessão de prioridade na avaliação de genéricos que sejam os primeiros a surgir dentro da sua classe de fármacos e não estejam sujeitos a patentes ou protecções de exclusividade. Até ao momento as candidaturas para aprovação eram analisadas por ordem de chegada.

Dentro do novo quadro de alterações está também previsto um aumento do número de profissionais responsáveis pela revisão das candidaturas de medicamentos genéricos, que actualmente são 215, e um esforço para favorecer a comunicação com a indústria. De acordo com os responsáveis, a FDA tem actualmente 1.300 candidaturas de medicamentos genéricos acumuladas, sendo que, actualmente, são necessários 16 a 17 meses para concluir uma revisão.

Numa reacção à notícia, Kathleen Jaeger, presidente da Associação de Farmacêuticas Genéricas, salientou que existem “sérias questões legislativas e de regulação que devem ser tratadas para dar origem a um verdadeiro aumento no número de genéricos colocados no mercado a preços sustentáveis”. A responsável incita a FDA a resolver “problemas nucleares” que estão a impedir que medicamentos genéricos cheguem ao mercado, como é o caso da utilização de petições de cidadãos por parte das empresas de medicamentos de marca para atrasar as acções reguladoras.

Marta Bilro

Fonte: FDA; FirstWord, CNN Money.

Wyeth adquire Haptogen

Farmacêutica norte-americana quer estimular descoberta de biotecnológicos

A Wyeth adquiriu a empresa de biotecnologia escocesa Haptogen, especializada no desenvolvimento de tecnologias para a criação de novas proteínas terapêuticas. A farmacêutica pretende assim fortalecer a sua capacidade de descoberta de medicamentos biotecnológicos. Os detalhes financeiros envolvidos no negócio não foram divulgados.

A compra da Haptogen fornece ao laboratório norte-americano “um conjunto de tecnologias de descoberta biotecnológica de próxima geração que complementam os esforços progressivos de descoberta bioterapêutica da Wyeth”, afirmou Frank Walsh, vice-presidente executivo do departamento de descoberta da Wyeth Research.

Para além disso, a Haptogen tem desenvolvido tecnologias para a criação de proteínas terapêuticas melhoradas que têm potencial para serem administradas de forma mais conveniente, assim como de penetração nas células e nos órgãos.

Após a conclusão do processo de aquisição, a Haptogen passará a integrar a Wyeth Discovery Research.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, RTT News, Pharma Times.

CE aprova Aclasta no tratamento da osteoporose

A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Aclasta (Ácido zoledrónico), da Novartis, um medicamento contra a osteoporose e o enfraquecimento ósseo que só deverá ser administrado uma vez por ano em mulheres na pós-menopausa.

O fármaco, comercializado nos Estados Unidos da América (EUA) como Reclast desde Agosto, é administrado anualmente através de uma perfusão intravenosa de duração não inferior a 15 minutos.

O Aclasta demonstrou benefícios na redução do risco de fracturas em zonas do corpo tipicamente afectadas pela osteoporose, como é o caso da anca, da coluna e dos pulsos. De acordo com um comunicado emitido pela farmacêutica suíça, a autorização europeia aplica-se aos 27 estados-membros, bem como à Noruega e Islândia.

“Estamos muito satisfeitos por receber aprovação da UE, especialmente por ter surgido logo após uma decisão semelhante nos EUA”, afirmou James Shannon, chefe do sector de desenvolvimento da Novartis. O responsável acredita que a decisão é sinónimo de uma confiança generalizada no Aclasta “que fornece aos médicos e pacientes uma forma completamente inovadora de gerir a osteoporose”.

O Aclasta pertence a uma classe de medicamentos denominados bifosfonatos, há muito utilizados para tratar a osteoporose mas cujos efeitos no coração suscitaram recentemente algumas dúvidas.

Um estudo publicado em Maio no “New England Journal of Medicine” sugeria que as mulheres que tomaram Reclast (Ácido zoledrónico) ou Fosamax (Ácido alendrónico) apresentavam mais probabilidade de desenvolver fibrilação auricular grave. As conclusões levaram a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) a dar início a uma revisão da ocorrência de casos de batimentos cardíacos irregulares em doentes medicados com biofosfonatos.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, PharmaLive, CNN Money, Reuters, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Doentes podem sugerir prescrição ao seu médico
Estudos confirmam poupança com genéricos

A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos defende que é preciso informar melhor os cidadãos portugueses relativamente às vantagens daqueles fármacos, e exortou os doentes a sugerirem ao seu médico assistente a prescrição de genéricos, sempre que eles já estejam disponíveis para o tratamento da doença de que padecem.

Os genéricos são medicamentos cuja patente laboratorial já expirou, e portanto, não obstante essa pequena diferença, são exactamente iguais aos fármacos de marca comercializados nas farmácias. Não faz sentido a ideia, relativamente generalizada, de que os genéricos, por serem mais baratos, são menos eficazes. Perante esta evidente falta de conhecimento dos portugueses que pensam desta forma, a Apogen preconiza o aumento das campanhas de sensibilização e de informação, desejando que elas expliquem aos pacientes e a toda a sociedade que a qualidade dos medicamentos genéricos é garantida pelo Infarmed, como a dos restantes produtos farmacêuticos, e que, ao consumir genéricos, os doentes diminuem, às vezes de um modo bastante significativo, a despesa com tratamentos.
Salvaguardando a autonomia do profissional de saúde na prescrição medicamentosa, a Apogen refere que "os doentes poderão informar-se junto do seu médico se há no mercado um medicamento genérico para o tratamento da sua doença, e pedir-lhe que o prescreva". Se o médico concordar, o doente tem garantida a eficácia e qualidade do medicamento originador, com a vantagem de, normalmente, pagar menos. Disponíveis há mais de 10 anos em países como a Holanda, a Dinamarca ou a Alemanha, os genéricos fizeram a sua entrada no mercado farmacêutico português bastante mais tarde, e só a partir de 2004 passaram a ser receitados com maior regularidade. Vários são, segundo a Apogen, os estudos que atestam a poupança com o recurso àqueles medicamentos.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal do Centro de Saúde, Médicos de Portugal
Medida aprovada pela câmara de deputados brasileiros
Cancro da próstata com medicação gratuita

Os cidadãos brasileiros portadores de hiperplasia benigna ou cancro da próstata vão passar a receber gratuitamente a medicação de que necessitam, cuja despesa será suportada pelos serviços públicos de saúde. A câmara de deputados do governo brasileiro deu o seu aval à aprovação de um projecto de lei apresentado pelo deputado Rafael Guerra, do partido PSDB-MG. A aprovação parlamentar tem carácter definitivo, mas a proposta terá de ser analisada pelas comissões de Finanças e Tributação, Constituição e Justiça e Cidadania, estando a sua entrada em vigor dependente da agilidade desse processo.

O autor do projecto de lei, citado pela Agência Câmara, referiu que a hiperplasia benigna tem consequências que variam entre um simples desconforto durante a micção e "dificuldades mais sérias", enquanto o cancro da próstata apresenta uma "similaridade de antecedentes", mas revela tendência para a formação de metástases e para a morte prematura do paciente. Dados do Instituto Nacional do Cancro (Inca) atestam o surgimento de 47 mil novos casos daquela neoplasia por ano no Brasil, número que registou, entre 1979 e 2004, um aumento de 95,5 por cento na taxa de mortalidade associada à doença. Neste momento o governo brasileiro já assegura gratuitamente o acesso à medicação dos doentes com sida.
Em Portugal morrem anualmente 1800 homens na sequência de um cancro da próstata. Trata-se de uma prevalência daquele problema que equivale a cinco casos mortais por cada dia que passa. Todos os anos são igualmente diagnosticados quatro mil novos doentes. A neoplasia da próstata afecta cerca de 30 por cento dos portugueses com idade superior a 50 anos. Inicialmente o carcinoma não revela quaisquer sintomas, mas é, depois do cancro do pulmão, a doença oncológica mais comum nos homens portugueses.

Carla Teixeira
Fonte: Câmara dos deputados do governo brasileiro, farmacia.com.pt
Anti-inflamatório continua à venda em Portugal
Prexige retirado do mercado no Canadá


O governo canadiano anunciou nesta quinta-feira a decisão de retirar do mercado o anti-inflamatório Prexige (lumiracoxib), produzido pela suíça Novartis. A medida, acompanhada da anulação da autorização de comercialização do fármaco, foi justificada pelo ministro da Saúde local com a ocorrência de problemas hepáticos graves nos pacientes a quem era administrado, e surge depois de a Austrália ter retirado o medicamento e de a FDA ter recusado a sua aprovação nos Estados Unidos. Nas farmácias portuguesas o Prexige continua disponível...

Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, as notificações de efeitos adversos graves a nível hepático decorrentes da utilização do lumiracoxib suscitaram preocupação em todo o mundo. Em Agosto a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde em Portugal (Infarmed) dava conta da introdução de novas restrições ao uso daquele medicamento, mas decidia manter, como agora, a sua disponibilidade no mercado luso, esclarecendo que grande parte das situações de efeitos nefastos relatadas estaria ligada à utilização de doses diárias superiores às autorizadas na União Europeia, estando em marcha na Agência Europeia do Medicamento a reavaliação da segurança do Prexige.
O Infarmed, que quando eclodiu a onda de preocupação em torno do lumiracoxib rapidamente encetou contactos com as suas congéneres europeias no sentido de definir normas comuns para o receituário do Prexige, recorda agora que "o perfil de segurança hepática" daquele medicamento "tem vindo a ser acompanhado por este organismo em conjunto com a Comissão de Medicamentos de Uso Humano e com o Grupo de Trabalho de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento". Nessa medida, profissionais de saúde e doentes que possam ter necessidade de maiores informações deverão contactar o Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde do Infarmed, através da Linha Verde do Medicamento, pelo telefone 800222444, ou por e-mail, para centro.informacao@infarmed.pt. Em alternativa, poderão canalizar as suas dúvidas para o Departamento de Farmacovigilância da Autoridade Nacional do Medicamento, pelo telefone 217987140, ou por correio electrónico, digitando o endereço electrónico farmacovigilancia@infarmed.pt.

Carla Teixeira
Fonte: Portugal Diário, Agência Lusa, Infarmed, farmacia.com.pt

Excesso de glóbulos brancos na menopausa inflaciona risco de cancro

Mulheres com um elevado grau de glóbulos brancos no sangue, durante a menopausa, correm um maior risco de vir a sofrer de vários tipos de cancro, como o cancro da mama, colorectal, endometrial e do pulmão. Esta é a conclusão de um estudo norte-americano, recentemente apresentado, que estabelece a relação entre o número de glóbulos brancos e a incidência do cancro.

De forma a procederem à elaboração do estudo, os investigadores da Fundação HealthPartners Research observaram 143.748 mulheres registradas numa iniciativa de promoção da saúde das mulheres (WHI), todas na faixa etária dos 50 aos 79 anos e que de inicio não revelavam quaisquer problemas cancerígenos.

Depois de efectuada a contagem dos glóbulos brancos em cada uma das mulheres, os investigadores verificaram que aquelas que apresentavam uma maior concentração destas células tinham maiores probabilidades de sofrerem de cancro, relativamente às mulheres que apresentaram contagens mais baixas. No que respeita ao cancro da mama o risco era 15 por cento mais elevado, 19 por cento no caso do cancro colorectal, 42 por cento quanto ao cancro endometrial e 63 por cento no caso do cancro do pulmão.

A taxa de mortalidade destes quatro tipos de cancro é também mais elevada entre as mulheres com mais glóbulos brancos, tal como acontece com a taxa global de mortalidade por cancro.

De acordo com Karen L. Margolis, uma das responsáveis pelo estudo, “uma contagem de glóbulos brancos superior ao normal, acima de 7 por exemplo, é sempre alarmante e deve ser um caso constantemente vigiado, principalmente se tiver um carácter persistente e desconhecido”.

Todavia, apesar dos resultados do estudo demonstrarem a existência de uma relação entre um elevado grau de glóbulos brancos e o desenvolvimento de cancro, não significa que todas as pessoas que apresentarem resultados altos venham a sofrer de cancro. Este continua a ser um risco muito reduzido, comparativamente com o consumo de tabaco, por exemplo.

De qualquer forma, os investigadores advertem que o aumento de glóbulos brancos na circulação sanguínea indica quase sempre o desenvolvimento de infecções e inflamações.


Inês de Matos

Fonte: Reuters

Cardiologistas espanhóis testam transplante de células estaminais por cateter

A Clínica Universitária de Navarra, Espanha, anunciou esta quinta-feira que se encontra a testar a eficácia do transplante de células estaminais adultas através de um cateter colocado no coração dos pacientes.

A investigação, que conta com a participação de 50 pacientes, prima pela inovação de proceder à implementação das células estaminais no coração dos pacientes com recurso à colocação de um cateter e não através de cirurgia aberta.

Posteriormente utilizada em animais, esta técnica foi já autorizado pela Agência Espanhola do Medicamento e encontra-se a ser aplicada em pacientes que sofreram um enfarte do miocárdio e apresentam uma disfunção ventricular.

O primeiro passo é a extracção de células do tecido muscular da perna do paciente, a partir das quais se obtêm as células estaminais, que são depois cultivadas em laboratório até se conseguir um número suficiente para realizar o transplante.

Na fase de cultivo das células, os investigadores utilizam soro do próprio paciente, contrariamente ao que acontece noutras experiências, nas quais se usa soro de origem animal.

Para o cardiologista da Clínica Universitária de Navarra Juan José Gavira, este procedimento evita possíveis infecções, alergias ou reacções imunológicas, uma vez que evita a introdução de proteínas estranhas ao organismo.

Após um mês de cultivo, as células obtidas são injectadas nas zonas afectadas do coração do paciente, através de um cateter especial de injecção.

Em 14 dos 50 participantes dos testes, as intervenções têm decorrido "de forma satisfatória", adiantam os cardiologistas espanhóis.

Inês de Matos
Fonte: Lusa

Cardiologista Fernando de Pádua vence Prémio Nacional de Saúde 2007

O Prémio Nacional de Saúde de 2007 foi esta quinta-feira atribuído ao cardiologista Fernando de Pádua, pelo seu “pioneirismo e dedicação ao trabalho de promoção e prevenção” da doença cardiovascular, adiantou a porta-voz do júri, Maria Irene da Silveira.

O médico, “pioneiro na utilização inteligente da divulgação de mensagens para a saúde”, é o actual presidente do Instituto Nacional de Cardiologia, do qual foi fundador, tendo sido também fundador de uma Fundação homónima, em 2002.

“ Há 40 anos que o médico Fernando de Pádua se dedica à promoção da saúde e prevenção da doença, numa atitude pedagógica e altruísta, tendo sido fundador de instituições, autor de 300 trabalhos publicados nos media, intervindo regularmente na televisão”, justifica Irene da Silveira, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.

“A escolha foi difícil, dado que os quatro candidatos eram de elevado nível”, admitiu a porta-voz, mas a eleição foi decidida pela “distinção de Fernando de Pádua, no que diz respeito à sua visão estratégica em termos de prevenção, tendo recorrido intensivamente aos orgãos de comunicação social”.

Fernando de Pádua foi também o responsável pela criação da Fundação Portuguesa de cardiologia, em 1979, tendo ainda fundado o Núcleo de Estudos de Cardiologia Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa e o Centro de Estudos de Cardiologia Preventiva do Instituto Nacional de Saúde.

A atribuição do prémio ocorre anualmente, sempre no dia 4 de Outubro, data em que se comemora a criação da Direcção Geral de Saúde (DGS), em 1899. Criado em 2006 pelo Ministro da Saúde Correia de Campos, o prémio visa distinguir “uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestigio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, de acordo com o despacho publicado em Diário da República.

Este ano, o júri foi constituído pelo director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical Jorge Torgal e pelos bastonários das Ordens dos Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos, e teve como presidente o médico Walter Osswald.

Inês de Matos

Fonte: Lusa