terça-feira, 21 de agosto de 2007

Bactéria na flora intestinal da grávida pode infectar bebé

Pediatra alerta para risco de transmissão durante o parto e defende inclusão de mais um exame na rotina pré-natal

Na rotina pré-natal das grávidas deveria ser incluído mais um exame - um teste que serve para detectar a presença de uma bactéria (streptococcus) que pode ser transmitida para o bebé durante o parto. A mãe pode estar isenta de sintomas mas, no bebé, a contaminação acarreta risco de infecção grave e até morte.

Detectar a presença da bactéria chamada Streptococcus agalactea (beta-hemolítico do grupo B) na mulher grávida pode ser vital para o recém-nascido. O alerta é de Jaqueline Dário Capobiango, pediatra e infectologista brasileira, sublinhando que a taxa de transmissão da mãe para o bebé “ronda os 50 por cento.”

Ao «Folha Londrina», a médica explicou que o tipo de bactéria em causa costuma colonizar o trato gastrointestinal. “Umas pessoas têm, outras não, mas trata-se de uma bactéria que faz parte da flora intestinal”, ressalvando que, “na mulher, pela proximidade com a vagina, a bactéria também pode estar presente no trato genito-urinário, e causar ou não infecção urinária.”

De acordo com a pediatra, dos 50 por cento de casos possíveis de transmissão, entre 1 a 3 por cento, vão desenvolver infecção: “Parece pouco, mas o risco de uma sepse precoce (infecção bacteriana grave) é 30 vezes maior no bebé cuja mãe tem a bactéria, do que naquele cuja mãe não está colonizada”, referiu, realçando que “a mortalidade das infecções precoces (em bebés com até sete dias de vida) é de até 50%.”

Segundo informa a ginecologista e obstetra, Viviane Magalhães, “o exame da secreção vaginal e anal é feito entre a 35 e a 37 semana de gestação”, esclarecendo ao «Folha Londrina» que “se é detectada a cultura de bactéria é preciso administrar um antibiótico específico para esse tipo de bactéria, antes do nascimento do bebé, cuja eficácia ultrapassa os 80 por cento.”

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar o exame pré-natal para detecção desta bactéria é feito nos Estados Unidos, rotineiramente, desde 2002. Na Argentina, o exame também é obrigatório por lei em vários Estados. No Brasil, - e segundo avançou há instantes a Agência Estado - o Hospital e Maternidade Estadual Interlagos será a primeira maternidade pública a realizar o exame de diagnóstico em todas as utentes que fizerem o pré-natal naquela unidade. Em Portugal, este exame pré-natal continua sem ser obrigatório.

Raquel Pacheco
Fontes: Bondenews/«Folha Londrina»/Agência Estado

Nova técnica não invasiva pode dispensar biópsias

Novo composto químico (fluorina) pode trazer benefícios ao diagnóstico de doenças cancerígenas

Uma nova técnica que usa um novo composto de químico poderá vir a substituir as biópsias. O método foi criado por cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido, e publicado no jornal académico «Chemical Communications». O trabalho pode trazer benefícios no diagnóstico de doenças como os cancros da mama, fígado ou próstata.

Identificar a extensão de progressão de doenças como o cancro, sem necessidade de recorrer a técnicas invasivas do corpo humano é a mais valia da investigação britânica. A equipa de cientistas acredita que esta técnica poderá ser utilizada daqui a dez anos.

“Nós demos um passo muito importante para se desenvolverem novos métodos de imagem”, avaliou um dos investigadores envolvidos no trabalho. David Parker, do Departamento de Química, revelou que a inovação prende-se com um novo composto químico (fluorina) que - segundo revelou - poderá ser utilizado "como uma espécie de imagem de ressonância magnética química."

Antes de realizarem uma ressonância magnética "os doentes são injectados com um composto que contém fluorina. Substância esta que responde de maneira diferente consoante os níveis de acidez que encontra no organismo, por isso, os tumores poderão aparecer destacados no decorrer da ressonância”, esclareceu o David Parker num comunicado divulgado no site da Universidade de Durham.

No sentido de desenvolver a pesquisa, aquela instituição de ensino e investigação procura, agora, parceiros comerciais.

Raquel Pacheco
Fonte: «Chemical Communications»/Comunicado Durham University - http://www.dur.ac.uk
Desde 2003 era vendida nas farmácias mediante receita médica
Alemanha autoriza uso terapêutico da marijuana


As autoridades sanitárias da Alemanha deram luz verde à utilização da marijuana como medicamento analgésico e relaxante. Depois de 14 anos consecutivos a sofrer os efeitos da esclerose múltipla, uma doente recebeu do departamento de estupefacientes do governo alemão autorização para adquirir, na farmácia, marijuana em gotas, que pela primeira vez é administrada com finalidade terapêutica naquele país.

A partir do final deste mês, e durante um ano, Claudia H. poderá comprar regularmente o seu medicamento à base de cannabis sativa, com o objectivo de ajudar a minimizar as dores e os transtornos decorrentes da esclerose múltipla. A notícia, veiculada pelo jornal diário «Süddeutsche Zeitung», foi confirmada frente às câmaras da cadeia de televisão SWR por Johannes Lutz, do departamento de estupefacientes. O responsável disse que eventuais autorizações futuras terão de ser analisadas e decididas casuisticamente, em razão dos argumentos e da situação específica de cada paciente, salientando que o uso da droga só será autorizado nos casos em que for absolutamente imprescindível.
São cada vez mais comuns os estudos que apontam vantagens à utilização de cannabis com fins terapêuticos, enfatizando designadamente o efeito analgésico e tranquilizante da droga, principalmente nos doentes de esclerose múltipla. Muitos especialistas são a favor do uso da marijuana e alertam para o facto de, não conseguindo adquiri-la por vias legítimas, muitos cidadãos acabem por se deixar seduzir pela compra daquela droga no mercado negro.

Carla Teixeira
Fonte: Deutsche Welle

Preço de medicamento priva milhares de tratamento

Reino Unido recusa inclusão de fármaco contra artrite reumatóide no serviço nacional de saúde

O elevado preço do medicamento Orencia (indicado para a artrite reumatóide) está a privar milhares de doentes do tratamento no Reino Unido. O Instituto Nacional de saúde e Excelência Clínica (Nice, em inglês) concluiu que o fármaco “não seria considerado um bom custo-benefício para serviço nacional de saúde”, avançou a imprensa britânica.

De acordo com o jornal «Telegraph», esta recusa não é um caso isolado, denunciando que, para além do medicamento contra artrite reumatóide (Orencia), o Nice já negou também a autorização de novos fármacos contra outras doenças, nomeadamente, cancro do intestino e do pulmão.

O Orencia (abatacept) – medicamento da farmacêutica Bristol-Myers – “não será disponibilizado nos serviços nacionais de saúde britânicos (NHS) por ser muito caro para os recursos dos Serviços Nacionais de Saúde”, declarou ao jornal britânico um porta-voz do instituto.

Tal como noticiou oportunamente o farmacia.com.pt - o fármaco em causa é o primeiro de uma geração de medicamentos biológicos para doenças auto-imunes - e foi licenciado, também, nos Estados Unidos e, em breve, será no Brasil, tendo como alvo doentes que falham em responder a outras terapias.

No entanto, apesar da comprovada eficiência, o preço terá ditado um travão na inclusão do NHS e, por conseguinte, na melhoria dos sintomas de milhares de doentes com artrite reumatóide severa, doença inflamatória crónica que acomete as articulações.

Para evidenciar a evolução terapêutica que o Orencia trouxe à medicina, o «Telegraph» divulgou um estudo cujos testes demonstraram que “os doentes que não responderam à terapia anti-factor de necrose tumoral tiveram redução no dano das articulações e menos dor com a utilização do abatacept.”

Neste sentido, os doentes lançaram um apelo à revisão da decisão do Nice (antes do fim do ano), altura em que a decisão será formalizada. “A decisão é um passo atrás no controle da doença”, considerou também a Associação de Artrite Reumatóide, no Reino Unido.
Segundo informou uma fonte dos laboratórios da Bristol, o medicamento custa, em média, 10 mil libras por ano, ou seja, cerca de 15 mil euros.

Raquel Pacheco
Fonte: «Telegraph»
Contra-informação dissemina ideias erradas
Internet ameaça luta contra a sida


Uma verdadeira “teoria da conspiração” parece estar em curso em numerosas páginas da internet dedicadas a informar ou debater temas relacionados com a sida. Desde dizer que a indústria farmacêutica já desenvolveu a vacina, mas não quer vendê-la, ou que os americanos inventaram a doença, que o HIV nem sequer é a sua causa, e que o uso do preservativo não confere protecção, sendo por isso dispensável, de tudo um pouco pode ser lido em sites pouco fundamentados do ponto de vista científico, mas que estão tão ou mais acessíveis do que os outros ao comum dos cidadãos.

A denúncia é feita na edição desta semana da revista «PLoS Medicine», adverte que as consequências destas acções podem ser fatais e atingir dimensões consideráveis. Num artigo assinado por Tara Smith, especialista da Universidade de Iowa, e Steven Novella, da Universidade de Yale, volvidas mais de duas décadas de sucessivas investigações e avanços no conhecimento de como a patologia funciona, os médicos afirmam que “não pode haver dúvidas de que o HIV é o vírus que causa a sida”, insistindo na evidência de que a prevenção é a melhor maneira de agir no combate à doença. Lamentando que haja grupos de pessoas apostados em desacreditar na rede o trabalho dos numerosos cientistas que ao longo dos anos se têm dedicado a estudar o problema, os dois peritos afirmam que “quem discorda do que se sabe sobre a sida na internet nega a autoridade dos cientistas ou acredita que a maior parte deles se vendeu a outros interesses”. Esse descrédito, concretizam, poderá fazer com que quem acreditar nas mentiras publicadas nesses sites possa ter comportamentos prejudiciais, que coloquem em risco quem está são e sem problemas, designadamente através da prática de sexo desprotegido ou da adesão a terapias alternativas ineficazes e perigosas.

Carla Teixeira
Fonte: PLoS Medicine

Novo tratamento para o acne em desenvolvimento

Investigadores revelaram que um efeito secundário anteriormente desconhecido de um fármaco actualmente no mercado poderá ajudar no tratamento do acne, segundo divulgou a revista “Chemistry & Industry”, da Sociedade da Indústria Química (SCI, sigla em inglês). Uma companhia do Reino Unido, a Summit, está prestes a iniciar a Fase 1 do ensaio clínico com o fármaco em 18 voluntários saudáveis. Prevê-se que os resultados sejam anunciados no final de 2007.

Numa etapa inicial da Fase 1 do estudo em nove voluntários saudáveis, o tratamento demonstrou reduzir até 70 por cento a secreção de sebo pela pele, o que está associado ao desenvolvimento do acne. Os resultados da Fase 1 são surpreendentemente bons, segundo afirmou o director de desenvolvimento clínico da Summit, Nigel Blackburn. A redução da produção de sebo tem sido o alicerce da busca do tratamento para o acne durante 30 anos, mas tem havido pouco sucesso, à parte do Roaccutane, que apesar disso apresenta efeitos secundários significativos, acrescentou ainda Blackburn.

O tratamento privilegiado actualmente para o acne, o Roaccutane, pode provocar um amplo leque de efeitos adversos, incluindo a teratogenicidade, que leva a deficiências no feto em mulheres grávidas, e também tem sido recentemente ligado à depressão e (inconclusivamente) a suicídio nos adolescentes. O mercado para o tratamento do acne está avaliado em muitos milhões de dólares, e qualquer novo tratamento que seja desenvolvido sem efeitos secundários poderá potencialmente atingir vendas muito elevadas.

Apesar da Summit não ter revelado o nome do fármaco que está agora a ser avaliado, a companhia afirma que este representa uma classe de compostos completamente nova para o tratamento do acne. Nigel Blackburn afirmou que com as doses que estão a ser estudadas qualquer tipo de efeito adverso deverá ser ligeiro, em comparação com os que resultam da utilização do tratamento com Roaccutane.

A companhia espera começar os ensaios de Fase 2 no próximo ano, para avaliar a eficácia do fármaco em pessoas que têm acne. Dependendo dos resultados, o fármaco poderá ser formulado como um tratamento tópico individual ou, mais provavelmente, em combinação com outros tratamentos existentes. A Summit já iniciou conversações com diversas companhias que se mostraram interessadas, e que estão à espera de ver se os resultados iniciais podem ser repetidos num grupo de estudo mais alargado.

O acne

O acne é uma doença cutânea frequente, causada pela obstrução dos poros da pele, com a consequente formação de espinhas e abcessos inflamados e infectados (acumulação de pus) na face, pescoço e região anterior e posterior do toráx.

O acne surge geralmente na adolescência, afecta ambos os sexos, tendo uma maior prevalência dos 14 aos 17 anos no sexo feminino, e dos 17 aos 19 no sexo masculino, e atinge cerca de 80 por cento dos jovens e aproximadamente 30 por cento das pessoas continua a ter acne na vida adulta.

O acne afecta os adolescentes devido a uma interacção entre hormonas, sebo e bactérias que vivem na pele. Durante a puberdade aumenta a actividade das glândulas sebáceas da pele, com produção excessiva de sebo.

Isabel Marques

Fontes: www.firstscience.com, www.medicosdeportugal.iol.pt, www.manualmerck.net

Descoberto possível indício para o tratamento da hipertensão

Foi identificado um possível indício para o tratamento da hipertensão quando investigadores do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, em Nashville, nos Estados Unidos, estudavam a razão pela qual os fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) podem provocar esta doença.

As conclusões deste estudo, publicadas na edição de 16 de Agosto de 2007 na “The Journal of Clinical Investigation”, apontam para o facto de que a inibição de certos factores solúveis poderá abrir caminho a novos tratamentos para a hipertensão.

Segundo os investigadores, a hipertensão está associada a um aumento do risco de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais (AVC), e ao consumo frequente de fármacos anti-inflamatórios não-esteróides. Contudo, os investigadores desconhecem a razão pela qual estes fármacos provocam hipertensão, uma vez que estes inibem a produção de vários factores solúveis, as prostaglandinas, que podem afectar a pressão sanguínea. As prostaglandinas são substâncias semelhantes às hormonas, que alteram o diâmetro dos vasos sanguíneos, elevam a temperatura corporal como resposta à infecção e desempenham um papel crucial na coagulação do sangue. Todavia, desconhecem-se ainda os efeitos da inibição dos receptores individuais das prostaglandinas.

Quando estavam a tentar resolver esta questão, os investigadores identificaram um possível indício para o tratamento da hipertensão. No estudo é demonstrado que os inibidores do receptor EP1 da prostaglandina E2 (PGE2) reduzem a hipertensão em ratos. A descoberta de que os ratos que têm carência de EP1 estão protegidos contra os efeitos hipertensos dos antagonistas específicos da angiotensina II e de EP1 corrobora a descoberta anterior. Os autores sugerem que apontar ao receptor EP1 da PGE2 poderá ser uma forma viável para tratar a hipertensão.

O artigo pode ser consultado na íntegra em: The Journal of Clinical Investigation.

Isabel Marques

Fontes: www.correofarmaceutico.com, www.jci.org, www.manualmerck.net
FDA tinha acusado a Novartis de enganar os doentes
Irregularidades com o Exelon não ocorrem em Portugal


As irregularidades detectadas há alguns dias nos Estados Unidos em diversos folhetos de promoção do Exelon, medicamento da Novartis utilizado no tratamento do Alzheimer, e que suscitaram o envio de uma carta de advertência da Food and Drug Administration à companhia farmacêutica suíça, não se verificam em Portugal. Uma confirmação dada pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde, que asseverou que os materiais informativos distribuídos aos profissionais de saúde portugueses são todos fabricados em Portugal.

Tal como o farmacia.com.pt noticiou na passada quinta-feira, dia 16, a FDA notificou a companhia farmacêutica devido a informações falsas sobre o Exelon (rivastigmina), que é actualmente o fármaco mais vendido para o tratamento da doença de Alzheimer, e que está disponível em mais de 70 países, entre os quais Portugal. A FDA acusou a Novartis de proclamar para o medicamento um maior índice de segurança do que aquele que foi efectivamente demonstrado nos ensaios clínicos realizados. Na nota, com data de dia 8, a entidade reguladora norte-americana teceu duras críticas ao laboratório, acusando-a de mentir aos doentes, e pediu que a verdade sobre a eficácia e os riscos inerentes à utilização daquele fármaco fosse reposta, estabelecendo como prazo o dia 22 deste mês para uma reacção da empresa suíça.
Nesse sentido, um porta-voz da Novartis reagiu prontamente ao comunicado, referindo que a empresa estaria a analisar o seu conteúdo e deveria responder, como solicitado, dentro de alguns dias, assegurando que seriam tomadas “as medidas necessárias para garantir que todos os materiais de promoção cumprem escrupulosamente as normas da FDA”. O farmacia.com.pt dava na altura conta de que o Exelon se encontra disponível no mercado farmacêutico internacional desde 1997 e que é actualmente comercializado em mais de 70 países, no tratamento de episódios de demência moderada em pacientes com Alzheimer. No nosso país foi introduzido em 1998 (com renovação em 2003). A um dia de expirar o prazo para uma reacção da Novartis, a entidade reguladora do sector do medicamento em Portugal esclareceu as irregularidades detectadas nos Estados Unidos não se verificam em Portugal, acrescentando que os materiais de promoção do Exelon distribuídos aos profissionais de saúde são produzidos e revistos no país.
Em representação do departamento médico da Novartis, Susana Marques reiterou, em declarações prestadas à Agência Lusa, que “os materiais promocionais distribuídos são produzidos em Portugal, rigorosamente revistos pelo departamentos médico e pelo dos assuntos regulamentares da empresa, e depois confrontados com os dados das revistas médicas e científicas”. Nessa medida, também o Infarmed frisou que, “até ao momento, nenhuma das situações mencionadas no documento emitido pela FDA foi detectada em Portugal”, e que “cabe a cada país a avaliação e monitorização da publicidade feita aos medicamentos, de acordo com a sua legislação”. Os reguladores nacionais adiantaram, no entanto, que acompanharão a situação e actuarão se e quando isso vier a revelar-se necessário”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Rádio Comercial, Firstword, FDA, Bloomberg, Agência Efe

Occlutech pede invalidação da patente europeia da AGA

Fabricante alemã alega "diferenças fundamentais" entre dispositivos para oclusão coronária

A Occlutech GmbH, fabricante alemã e líder europeia de dispositivos para oclusão coronária continua o braço-de-ferro com a AGA Medical. Agora, anunciou ter dado início ao processo de não violação de patente (de que foi acusada), onde solicita também a invalidação da patente europeia da AGA no Reino Unido.

Segundo noticia a PRNewswire, “devido à existência de arte anterior, a maioria das reivindicações já interpretadas nas patentes pela AGA Medical não foi aceite pelos revisores do Gabinete Europeu de Patentes no processo original de aprovação de patentes”, motivo este apontado como “mais do que justificativo e significativo” para a Occlutech solicitar a invalidação ao tribunal britânico.

De acordo com a informação avançada pela mesma fonte, a Occlutech terá ainda solicitado que o tribunal do Reino Unido declare que os dispositivos da fabricante alemã estão fora do âmbito da patente da AGA, “devido às diferenças fundamentais entre a patente e às configurações dos dispositivos da Occlutech.”

"Temos uma grande probabilidade de que a patente europeia da AGA seja invalidada por esta acção e devido aos próprios actos e argumentos da AGA perante o Gabinete Europeu de Patentes”, considerou Robert Moszner, representante da Occlutech, argumentando que a base tecnológica da Occlutech é bem distinta da AGA. "Os oclusores são novos e inovadores e são protegidos por uma sólida posição da propriedade intelectual”, frisou. O responsável da companhia alemã apontou, também, a "exclusividade" dos métodos e tecnologia da Occlutech, considerando que “são superiores e bastante diferentes de qualquer outro produto do mercado.”

A data da audiência ainda não foi marcada, mas a Occlutech está confiante na celeridade da decisão e no parecer favorável do tribunal no Reino Unido confirmando a não violação da patente o mais rápido possível e invalidando a única patente europeia concedida à AGA Medical.

Tratamento de doenças cardíacas
Os dispositivos de oclusão são para o tratamento de doenças cardíacas, incluindo os defeitos e anormalidades cardíacas estruturais, tais como Defeitos do Septo Atrial (DSA), ou Forame Oval Patente (FOP), de maneira minimamente invasiva e não cirúrgica.

Raquel Pacheco
Fonte: PRNewswire
Três hospitais de Coimbra, Lisboa e Leiria serão pioneiros
Concursos públicos para abertura de farmácias


O Ministério da Saúde acaba de lançar concursos públicos para a abertura de farmácias no Centro Hospitalar de Coimbra e nos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de Santo André, em Leiria, que serão das primeiras unidades de prestação de cuidados de saúde a dispor de estabelecimentos de dispensa de medicamentos abertos ao público no seu perímetro.

Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou – nas edições de 20 de Junho e 2 de Agosto –, há muito se sabia que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, seria um dos primeiros a estar dotado de uma farmácia comunitária no seu perímetro. O Ministério da Saúde confirmou agora essa informação, mas fez coincidir a abertura do concurso para aquela unidade com os concursos para duas outras, em Coimbra e Leiria. Assim, está a decorrer, até 11 de Setembro, o prazo para a apresentação de propostas no sentido da instalação de duas outras farmácias, no Centro Hospitalar de Coimbra e no Hospital de Santo André. A tutela anunciou igualmente que a abertura das propostas apresentadas deverá ser feita no dia seguinte, e que a escolha dos contemplados terá como principal critério a proposta economicamente mais vantajosa.
As farmácias comunitárias que venham a ser integradas no perímetro de hospitais terão horário de funcionamento permanente (24 horas por dia nos sete dias da semana), e no futuro poderão vir a dispensar medicamentos em unidose, prática ainda não legislada no nosso país (a não ser no ramo da Farmácia Hospitalar), mas que poderá ser autorizada mediante a publicação em «Diário da República» de uma portaria conjunta do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia. Entretanto, os interessados em candidatar-se à instalação de uma das três farmácias comunitárias agora submetidas a concurso público poderão consultar o Decreto-Lei 235/2006 – que estabelece o regime de instalação, abertura e funcionamento das farmácias de dispensa de medicamentos ao público nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, e as condições da respectiva concessão –, que se encontra disponível também no site da Ordem dos Farmacêuticos, clicando na página online com o endereço www.ordemfarmaceuticos.pt.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, farmacia.com.pt
Execução orçamental entre Janeiro e Julho
Despesa com medicamentos baixou


Os gastos com medicamentos no Serviço Nacional de Saúde baixaram 0,3 por cento no primeiro semestre deste ano, enquanto as despesas com material clínico sofreram uma quebra de 4,3 pontos percentuais, traduzindo-se numa poupança de cinco milhões de euros para os cofres do Estado. Dados positivos que, no entanto, não foram suficientes para melhorar o excedente do SNS, que caiu 65,9 por cento. São números da «Síntese de Execução Orçamental» da Direcção-Geral do Orçamento, a que o farmacia.com.pt teve acesso.

Nas páginas 12 e 13 da «Síntese de Execução Orçamental» da DGO relativa ao período compreendido entre Janeiro e Julho deste ano, e que foi divulgada há escassos dias, é traçado o quadro evolutivo do Sistema Nacional de Saúde ao longo dos primeiros seis meses que atesta que o excedente do Serviço Nacional de Saúde baixou, devido a um crescimento da despesa superior ao da receita, impulsionado pelos contratos-programa dos hospitais-empresa, que implicaram o acréscimo de 172 milhões de euros num total de 195 milhões de euros em despesas. À luz daqueles dados, o saldo positivo do SNS sofreu uma dura queda, na ordem dos 65,9 por cento, para os 97 milhões de euros. As receitas aumentaram 0,2 por cento e as despesas 5,1 por cento. A execução financeira do SNS no mês de Junho apresentou um saldo de 96,6 milhões de euros, contra 282,9 milhões em 2006.
A despesa com medicamentos foi um dos poucos items a registar melhoria no período em análise. Salienta-se também a redução de 0,9 pontos percentuais na categoria dos produtos vendidos por farmácias, bem como a descida de 0,4 por cento no que toca aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, rubrica que inclui os encargos de farmácias e convencionados da responsabilidade da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano. Nos outros serviços de saúde (hospitais EPE), o relatório destaca o aumento de 13,2 por cento nos valores referentes aos contratos-programa, sublinhando o facto de nos números se encontrar já refelectida a passagem de 12 unidades de prestação de cuidados de saúde à categoria de hospitais-empresa, bem como as revisões que foram efectuadas a contratos-programa de alguns estabelecimentos.

Carla Teixeira
Fonte: «Síntese da Execução Orçamental» da Direcção Geral do Orçamento, Ordem dos Farmacêuticos, Agência Lusa
Dispensa de fármacos controlados é feita em livros...
Anvisa informatiza fiscalização de medicamentos


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, está a preparar a entrada em vigor de um sistema nacional de gestão dos produtos controlados (sujeitos a normas especiais, definidas no âmbito da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998). Assim, e pondo termo à situação actual, em que as farmácias registam em livros a dispensa daqueles medicamentos, a nova medida levará à informatização de todos os dados, com actualização imediata nos serviços da Anvisa.

Com a entrada em funcionamento do novo esquema de tratamento de dados, assim que um determinado medicamento sujeito a controlo especial for dispensado numa farmácia ou estabelecimento de venda autorizado, o farmacêutico dará de imediato baixo daquele produto no sistema informático, sendo essa informação, por conseguinte, imediatamente actualizada na rede de informação da autoridade nacional e dos pontos de vigilância do mercado a nível municipal e estatal. Na lista dos medicamentos controlados no Brasil há fármacos antidepressivos e moderadores de apetite. A Anvisa prevê que o novo sistema esteja totalmente operacional em todo o país no prazo máximo de um ano, estimando-se que possa arrancar de forma progressiva nos vários Estados, com natural primazia para a capital, Brasília. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Farmácias do Distrito Federal, Hélio Araújo, que apoiou a medida, “a resolução da Anvisa vai restringir ao máximo a venda indiscriminada dos medicamentos sem receita”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Brasil, JB Online, Redegoverno.gov.br