segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Mucinex com codeína recebe carta de aprovação da FDA

A Adams Respiratory Therapeutics Inc. recebeu uma carta de aprovação por parte da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para a comercialização do Mucinex com codeína, indicado para o tratamento da tosse com febre e bronquite crónica. A companhia deverá entregar dados adicionais dos comprimidos de libertação prolongada para a tosse à FDA antes da sua aprovação. A Adams não divulgou quanto tempo irá demorar a fornecer os materiais.

A carta de aprovação da FDA especifica as condições que necessitam ser preenchidas antes do produto ser aprovado. Para além da FDA também ter emitido alguns comentários preliminares à rotulagem, a agência solicitou dados que sustentem a utilização do produto com alimentos.

Em Maio, a FDA solicitou às companhias que parassem de fabricar e distribuir determinados medicamentos para a tosse e para a constipação que contenham guaifenesina, e que são vendidos sem a aprovação da agência. A Adams Respiratory Therapeutics é desde então a única companhia autorizada a comercializar especialidades para a gripe que contenham guaifensina, apenas os produtos Mucinex e Humibid têm a aprovação da FDA. Na realidade, os fabricantes destes medicamentos têm até 25 de Novembro para parar de vender estes fármacos, que não foram submetidos ao processo de aprovação da FDA.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, www.chron.com

Clima de tensão no Infarmed compromete serviços

Ex-colaboradores confirmam ambiente de animosidade, rupturas e reestruturações frequentes

O afastamento da directora do departamento de Farmacovigilância do Infarmed, em Setembro, terá tido origem numa “animosidade” entre a responsável e um dos elementos do Conselho Executivo daquele organismo. Segundo apurou o farmacia.com.pt, este não é o único caso de ruptura em contornos de um clima de tensão.

Na sequência do despedimento de Regina Carmona (responsável por aquele sector há 15 anos) foi noticiado que o serviço de vigilância sobre a segurança e as Reacções Adversas dos Medicamentos (RAMs) da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) estaria parado.

Em declarações ao semanário «Sol» - jornal que ventilou a notícia - fonte da direcção negou, categoricamente, a paragem do serviço, assegurando que “está de boa saúde” e que o seu funcionamento decorre “dentro da normalidade”. Para justificar a demissão, o motivo apontado foi “reestruturação do sector”.

O certo é que, segundo conseguiu apurar o farmacia.com.pt, a exoneração de Regina Carmona terá sido delineada nos bastidores de uma reunião europeia sobre Farmacovigilância que se realizou, em Setembro, em Lisboa. Uma discussão calorosa que protagonizou com uma superior hierárquica ditou o seu afastamento.

A cena - pouco discreta para muitos presentes -, ter-se-á desencadeado porque Regina Carmona passou a palavra à superior hierárquica quando, na reunião, foi questionada pelos representantes europeus sobre a facto de Portugal ainda não ter adoptado um determinado modelo de gestão de riscos em medicamentos. Atitude que justificou com o facto de considerar a colega melhor preparada para responder. Porém, o imprevisto não agradou à dirigente do Infarmed, nem a resposta esclareceu a plateia. A situação veio, no intervalo do evento, motivar por parte da superior hierárquica, um pedido de satisfações, gerando, assim, o aceso episódio.

Instalada a animosidade, no dia seguinte, o caso foi discutido pelo Conselho Directivo do Infarmed, chegando a decisão de demissão ao conhecimento de Regina Carmona, quatro dias depois.

“Este não é um período fácil para mim. Ficar subitamente afastada da minha equipa de trabalho e da farmacovigilância, à qual me dediquei de corpo e alma desde há 15 anos, é bastante doloroso”, escreveu a ex-directora num email enviado a todos os funcionários do instituto e que o farmacia.com.pt teve acesso.

Em tom de resposta, a direcção do Infarmed emitiu uma circular interna evocando a reestruturação daquele departamento e, consequentemente, o cessar de funções da directora para ser nomeada assessora do Conselho Executivo.

No entanto, a nota oficial não tranquilizou os ânimos, nomeadamente, na maioria dos médicos que trabalhavam directamente com Regina Carmona. Uma onda de demissões provou uma autêntica onda de solidariedade. “A tua demissão nos moldes em que foi efectuada – um verdadeiro saneamento – conduz à minha inexorável saída do Infarmed”, comunicou um dos médicos via email enviado, também, a todos os funcionários.

O farmacia.com.pt sabe que, após a saída da directora de Farmacovigilância, também, o coordenador do serviço de notificações de RAMs abandonou o instituto. De acordo com uma fonte do Infarmed, o substituto de Regina Carmona é Miguel Antunes e trabalha com uma equipa de 19 colaboradores.


Falta de recursos humanos


Entretanto, a escassez de recursos humanos e o incumprimento dos serviços, foram denunciados ao farmacia.com.pt. “O Infarmed não cumpre, literalmente, a sua função no controlo e avaliação dos medicamentos, principalmente, por falta de recursos humanos”, acusou um ex-funcionário que saiu, também, em ruptura com o director de um departamento.

Considerando o caso de Carmona como “a ponta do iceberg”, a mesma fonte confirmou a existência de um “clima de tensão” dentro do organismo, revelando que os episódios de reestruturações são “frequentes”.

“Nunca houve uma equipa sólida e coesa devido às más condições laborais que oferecem, por isso, reina a insatisfação dos funcionários e colaboradores, levantam-se polémicas e dão-se as substituições”, delatou, advertindo que, para além da Farmacovigilância, “há outros departamentos parados, onde só funciona o carimbo.”

O farmacia.com.pt contactou o gabinete de comunicação do Infarmed na tentativa de obter uma reacção, mas o porta-voz encontrava-se indisponível.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed/Sol/contactos telefónicos

FDA concede aprovação provisória para genérico de valsartan da Ranbaxy

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu uma aprovação provisória à companhia indiana Ranbaxy Laboratories Ltd para fabricar e comercializar os comprimidos genéricos de valsartan, em várias dosagens (40 mg, 80 mg, 160 mg e 320 mg), para tratar a hipertensão. O anti-hipertensor é comercializado como Diovan pela Novartis.

O valsartan está indicado para o tratamento da hipertensão sozinho, ou em combinação com outros agentes anti-hipertensores, e também para tratar falha cardíaca. O total das vendas dos comprimidos de valsartan atingiu os 1,3 mil milhões de dólares, em Junho de 2007.

Segundo o vice-presidente da Ranbaxy, Jim Meehan, a companhia foi a primeira a entregar o pedido de registo de genérico na FDA substancialmente completo, e irá estar preparada para tirar partido dos 180 dias de exclusividade a que a companhia que entrega primeiro o pedido tem direito.
XXV Congresso Internacional de Farmacêuticos Católicos
Papa pede objecção de consciência na farmácia


Bento XVI apelou ontem aos médicos e farmacêuticos de todo o mundo que optem pela objecção de consciência nas situações em que forem chamados a prescrever ou a fornecer medicamentos destinados a auxiliar a prática de abortos ou da morte assistida. Discursando sobre «As novas fronteiras da actividade farmacêutica», no âmbito do XXV Congresso Internacional de Farmacêuticos Católicos, que decorreu no Vaticano, o Papa pediu que os profissionais não colaborem com a administração de produtos que a Igreja Católica classifica como uma “escolha imoral”.

Salientando que “os farmacêuticos não podem anestesiar as consciências”, ao não abordarem, com os pacientes que os procuram, “os efeitos das moléculas que têm como evitar o acolhimento do embrião ou encurtar a vida de uma pessoa”, e disse que os profissionais de Farmácia devem desempenhar o seu “papel educativo”, e chamar a atenção dos cidadãos, não só para a necessidade de dar um uso correcto aos medicamentos, mas também para lhes transmitir as “implicações éticas” do uso de certos fármacos. Em contrapartida, Bento XVI dirigiu à indústria farmacêutica um repto no sentido de “facilitar o acesso a cuidados e compostos químicos de primeira necessidade a todas as camadas da população, de todos os países, especialmente às mais pobres”.
De acordo com o Papa, a objecção de consciência constitui “um direito”, e é como tal que deve ser encarada, reconhecendo-se igualmente aos farmacêuticos essa prerrogativa, designadamente nos casos de interrupção voluntária da gravidez e de eutanásia. Num balcão de farmácia os utentes devem encontrar apoio e não uma “colaboração directa ou indirecta” no fornecimento de produtos que têm objectivo a materialização de “escolhas claramente imorais”. Entre essas escolhas Bento XVI incluiu as “substâncias que impedem a nidificação de um embrião” (a “pílula do dia seguinte”) e os medicamentos que procuram “abreviar a vida de uma pessoa”, já que “a vida deve ser protegida da sua concepção até à sua morte natural”.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Vaticana, Agência Ecclesia

Avandia, Atripla e biosimilares em destaque na reunião mensal do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) divulgou esta segunda-feira o relatório da sua reunião mensal referente a Outubro. Entre os principais pontos em análise destacaram-se o Avandia (rosiglitazona) da GlaxoSmithKline, o Atripla (Efavirenz, Tenofovir, Emtricitabina), a recolha dos medicamentos com clobutinol ou as aprovações de biosimilares.

O Avandia tem estado no centro das atenções das entidades reguladoras europeia e norte-americana desde que, em Maio de 2007, um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” associou a toma do medicamento a um aumento de 43 por cento do risco de ataque cardíaco. A notícia suscitou dúvidas quanto à segurança do fármaco, e a publicidade negativa provocou uma quebra na quota de mercado e nas receitas do laboratório britânico.

Enquanto a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) continua a avaliar o risco de ataque cardíaco associado à utilização do medicamento, no mercado Europeu a reapreciação do Avandia sofreu uma demora menos severa.

No mês de Outubro o CHMP recomendou que o medicamento se mantivesse no mercado deliberando que os benefícios são superiores aos riscos. De acordo com a análise do portal In-PharmaTechnologist.com ao plenário mensal do CHMP, os responsáveis anunciaram a conclusão da reavaliação da substância no que diz respeito aos problemas cardiovasculares e confirmaram a opinião anteriormente emitida.

No entanto, a entidade reguladora recomendou que se proceda à alteração do folheto informativo dos medicamentos contendo rosiglitazona, actualizado as indicações de forma a incluir um aviso relativamente aos pacientes com doença isquémica cardíaca, na medida em que este medicamento apenas poderá ser administrado nesta situação após rigorosa avaliação dos riscos individuais.

Para além disso, os peritos europeus aconselharam também a realização de novos estudos para aumentar o nível de conhecimento científico sobre a rosiglitazona e outros fármacos anti-diabéticos, como o Actos (pioglitazona), produzido pela japonesa Takeda.

A nova terapia “3 em 1” contra o HIV, o Atripla, comercializado em parceria pela Bristol-Myers Squibb, Gilead Sciences e Merck Sharp & Dohme, insere-se na lista das sete opiniões positivas emitidas em Outubro pelo CHMP.

O Atripla é o primeiro fármaco a combinar três medicamentos anti-HIV. O Viread (Tenofovir) e o Emtriva (Emtricitabina), ambos produzidos pela Gilead Sciences e o Sustiva (Efavirenz) fabricado pelo laboratório norte-americano Bristol-Myers Squibb, cujos direitos de comercialização pertencem à Merck. O principal benefício, de acordo com os reguladores, reside no facto desta terapia facilitar o regime de tratamento dos pacientes com HIV através da administração de um comprimido de toma diária única.

O encontro mensal do CHMP analisou ainda a recolha dos medicamentos com clobutinol em todos os mercados da União Europeia (UE), bem como de todas as Autorizações de Introdução no Mercado (A.I.M.) de medicamentos para a tosse contendo clobutinol. A maior parte dos fármacos com esta substância eram comercializados pela Boehringer Ingelheim, com a designação de Silomat, que procedeu voluntariamente á recolha dos mesmos no final de Agosto.

As autorizações de comercialização foram suspensas na Alemanha, no mês passado, na sequência da divulgação dos resultados de um estudo que associava a utilização de clobutinol ao risco de prolongamento do intervalo QT, o que conduz a alterações no batimento cardíaco e ao abrandamento e interrupção do ritmo cardíaco, especialmente quando utilizado em doses elevadas

A actividade do CHMP no mês de Outubro ficou ainda marcada pela anulação das autorizações de comercialização de um conjunto de medicamentos genéricos contendo dicloridrato de cetirizina, um anti-histamínico presente na composição de vários tratamentos para a febre dos fenos.

Esta recomendação foi suscitada por uma investigação realizada em 2006 e que originou a suspensão de um conjunto de autorizações de comercialização em vários países devido a preocupações relacionadas com o cumprimento das boas práticas laboratoriais e clínicas. A isto seguiu-se um estudo que indicava que estas questões ainda não tinham sido resolvidas e que a bioequivalência com o produto de referência não podia ser estabelecida. Na sequência destes acontecimentos, o CHMP propôs a total revogação das autorizações de comercialização destes produtos genéricos.

Entre as actividades de Outubro do CHMP ressalta também a emissão de dois pareceres positivos para biosimilares, o Silapo (epoetina zeta), produzido pela Stada Arzneimittel, e o Retacrit (epoetina zeta), da norte-americana Hospira. Ambos os produtos, destinados ao tratamento da anemia associada à doença renal crónica e de pacientes oncológicos com anemia, demonstraram ser similares ao produto de referência, o Exprex (epoetina alfa) da Janssen-Cilag.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, In-PharmaTechnologist.com, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Betaferon 500 não é superior à dose já existente

Bayer abandona planos de comercialização do fármaco

A farmacêutica alemã Bayer pôs de parte as suas intenções de comercializar o Betaferon 500 (Interferão beta-1b) depois de um estudo ter demonstrado que o fármaco não tem quaisquer benefícios no tratamento da esclerose múltipla para além dos obtidos com a dose existente de 250 microgramas.

O ensaio clínico não conseguiu comprovar que o Betaferon 500 mcg era mais eficaz do que o Betaferon 250 mcg ou do que o Copaxone (Acetato de glatirâmero), produzido pela rival Teva, na prevenção das recidivas dos pacientes com esclerose múltipla, revelou o laboratório num comunicado emitido esta segunda-feira.

O abandono dos planos para submeter o medicamento à aprovação da entidade reguladora vai obrigar a empresa enfrentar uma despesa de 152 milhões de euros.

O Betaferon é um dos fármacos com os quais a Bayer conta para impulsionar o seu crescimento enquanto aguarda as receitas provenientes de novos medicamentos, como é o caso do Nexavar destinado ao tratamento do carcinoma hepatocelular e que recentemente recebeu revisão prioritária por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

“A dose padrão de Betaferon 250 microgramas é a dose mais adequada de Betaferon”, afirmou Douglas Goodin, professor de neurologia na Universidade da Califórnia, em São Francisco, Estados Unidos da América, em declarações à Bloomberg.

No mesmo documento, a Bayer revela ainda que prevê que as receitas provenientes do Betaferon, cujas vendas atingiram os 500 milhões de euros no primeiro semestre do ano, aumentam entre 7 e 9 por cento em 2007 e 2008.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, CNN Money.

DGS: Utentes devem vacinar-se contra a gripe ainda em Outubro

Temperaturas quentes não impedem surgimento de época gripal

Apesar das temperaturas elevadas que se têm feito sentir desde o inicio do Outono, os portugueses devem tomar a vacina da gripe já em Outubro, aconselhou a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, em declarações à TSF esta segunda-feira. Até porque, segundo salientou a mesma responsável, não há garantias de que não surja uma época gripal em Dezembro ou Janeiro.

“Se tiver que haver uma época gripal não é por estar calor agora que não vai haver uma em Dezembro ou Janeiro. Como as coisas não estão correlacionadas as pessoas devem seguir as indicações. Outubro é o mês ideal para se vacinarem”, explicou Graça Freitas.

O facto de estar calor também não poderá impedir que tenhamos “uma época de gripe com alguma intensidade”, pelo que se mantêm os conselhos da Direcção-Geral de Saúde (DGS) para que as pessoas se vacinem, agora, «em Novembro ou até mais tarde», uma vez que as receitas têm um prazo de validade alargado.

“Sabemos pelos estudos internacionais que nas populações que são vacinadas em relação aquelas que não são, numa mesma época gripal e num mesmo país, os resultados são melhores nas pessoas vacinadas do que nas não vacinadas em termos de gravidade, internamentos e mortalidade”, concluiu a subdirectora-geral da DGS.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, TSF.

Boa higiene oral pode prevenir problemas de coração

A boa higiene oral pode ser um trunfo valioso na prevenção de problemas cardíacos. De acordo com uma equipa de investigadores da Sociedade de Investigação de Cardiologia, Coração e Sistema Circulatório Alemã (DGK), em Colónia, os dentes saudáveis podem ajudar a evitar a endocardite, uma inflamação do revestimento interior liso do coração (endocárdio), quase sempre causada por uma infecção bacteriana.

As endocardites surgem principalmente depois de procedimentos em que há uma invasão do organismo, como é o caso das cirurgias. Actualmente, este é considerado o factor de maior risco para o aparecimento desta patologia, porém as extracções dentárias também não ficam de parte enquanto causa possível.

Este estudo vem agora reforçar a ideia ao revelar que “80 por cento dos pacientes com endocardite não tinham sido submetidos a qualquer cirurgia antes do surgimento da doença”, afirmou Christoph Naber, professor assistente do Centro de Cardiologia da Alemanha Ocidental, em Essen, durante um encontro do DGK.

Uma das teorias afirma que a bactéria consegue entrar na corrente sanguínea quando as pessoas com problemas dentários mastigam. Porém, ainda não há provas conclusivas que possam confirmar essa conjectura, advertem os especialistas.

Ainda assim, foi possível demonstrar que as pessoas com dentes saudáveis sofrem com menos frequência de inflamações transportadas pela corrente sanguínea. Para além disso, uma higiene oral correcta só pode produzir “efeitos secundários positivos”, salientam os responsáveis.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, eMaxHealth, Médicos de Portugal.

Teste de ADN ao HPV mais eficaz que Papanicolau no rastreio ao cancro cervical

O teste de ADN ao Vírus do Papiloma Humano (HPV) é substancialmente mais eficaz a detectar evidências da presença de cancro ou lesões pré cancerosas do que o tradicional exame do Papanicolau, revela um estudo publicado no "New England Journal of Medicine".

A investigação levada a cabo por um grupo de cientistas da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, demonstrou que o teste de ADN do HPV, causador do cancro do colo do útero, permitiu detectar 40 a 50 por cento mais lesões cancerosas e pré-cancerosas do que um exame do Papaniculau.

A primeira fase de testes clínicos, liderada por Eduardo Franco, director do Departamento de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade McGill, concluiu que o teste de ADN do HPV permite detectar 94,6 por cento das lesões pré-cancerosas sem gerar falsos resultados, contra o índice de 55,4 por cento do Papanicolau.

A equipa de investigadores da Universidade McGill sugeriu, por isso, que a universalização deste teste de ADN, associado ao aumento da vacinação contra o HPV, “irá contribuir para um controlo mais eficaz do cancro cervical”, algo que ainda deverá demorar alguns anos a concretizar-se.

Apesar das conclusões não surpreenderem os cientistas, que já tinham conhecimento de que a sensibilidade do exame de Papanicolau não era alta, este não deverá ser imediatamente posto de parte. De acordo com Carolyn Runowicz, ginecologista oncológica na Universidade do Centro de Saúde de Connecticut e ex-presidente da Sociedade Americana de Cancro, ainda não estamos preparados para abandonar o exame tradicional.

“Se olharmos para o horizonte, isto é daqui a cerca de 10 ou 15 anos, penso que estes testes moleculares podem vir a fazer parte dos exames utilizados para detectar o cancro cervical”, afirmou Runowicz, autora do editorial que acompanha o estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

Os investigadores da Universidade de McGill analisaram aleatoriamente 10.154 mulheres com idades entre 30 e 69 anos. Entre as mulheres sujeitas ao exame do Papanicolau, três por cento tinham uma lesão cancerígena ou pré-cancerígena, uma taxa que subiu para os seis por cento no grupo de mulheres submetidas ao teste de ADN do HPV.

O exame do Papanicolau, criado por Georgios Papanicolaou nos anos 40, e também chamado de citologia, é utilizado há 50 anos para detectar o cancro do colo do útero.

Marta Bilro

Fonte: Canadian Press, Insider Medicine, Saúde na Internet.

Estudo revela novidades no diagnóstico do cancro do útero
Teste de ADN mais eficaz do que a citologia


A citologia, tradicional e para muitas mulheres atemorizante exame com vista ao diagnóstico do cancro do útero, poderá afinal estar já ultrapassado. Um estudo agora publicado no «New England Journal of Medicine» concluiu que a realização de um teste de ADN ao vírus do Papiloma Humano é mais eficaz na detecção da doença.

De acordo com os números aferidos no decurso da primeira fase de ensaios clínicos, levada a cabo por uma equipa de especialistas da McGill University, no Canadá, atestam que o teste de ADN é capaz de detectar 94,6 por cento das lesões pré-cancerosas sem gerar falsos resultados, enquanto o índice de eficácia da citologia se fica pelos 55,4 por cento. De acordo com Eduardo Franco, director do Departamento de Oncologia da Faculdade de Medicina da McGill, afirmou que as conclusões não surpreenderam os cientistas, tendo em conta que, antes mesmo de darem início ao estudo, que acompanhou mais de 10 mil mulheres dos 30 aos 69 anos, sabia-se já que a sensibilidade do exame de Papanicolau não era elevada.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde na Internet

Novartis vai construir fábrica de biológicos em Singapura

O grupo farmacêutico suíço Novartis vai construir uma unidade de produção em Singapura, num investimento superior a 485 milhões de euros e que lhe servirá de suporte aos negócios no sector dos biofármacos.

O novo complexo vai começar a ser construído no inicio do próximo ano e deverá estar concluído no final de 2012. De acordo com a empresa, a fábrica vai criar 300 postos de emprego. O anúncio foi feito durante a cerimónia de abertura das suas novas instalações de produção de medicamentos naquela cidade-estado.

Segundo afirmou o ministro do comércio e indústria singapuriano, Lim Hng Kiang, este será o quinto investimento com vista à produção de biológicos em Singapura. Em 2006, a produção de biomédicos em Singapura atingiu os 11 mil milhões de euros, um aumento de 30 por cento face ao ano anterior, sublinhou o ministro.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Digital Journal, The Earth Times.

Mudança da hora pode afectar saúde

Estudo alemão aponta interferências no relógio biológico e ciclo circadiano

Um estudo publicado na versão online da revista «Current Biology» sugere que a mudança da hora legal - que aconteceu este domingo - pode ter efeitos prejudiciais na saúde a longo prazo, alegando que o ritmo biológico não se ajusta imediatamente.

"Pensamos que a mudança de tempo forçada pelas transições da mudança da hora é só uma hora, mas essa alteração tem de longe efeitos drásticos, quando vistos no contexto da mudança sazonal nos relógios biológicos ou ciclos circadianos", explicou a equipa alemã de investigadores.

Num primeiro estudo, foram avaliados os padrões de sono de cerca de 55 mil pessoas na Europa Central. De acordo com os cientistas, os resultados permitiram concluir que “o tempo biológico de dormir segue a progressão natural do amanhecer, segundo um tempo padrão que não é o estabelecido pela mudança legal da hora.”

No que concerne ao segundo estudo, este envolveu 50 pessoas e incidiu na análise do tempo de sono e de actividade durante as oito semanas que seguem a cada uma das duas mudanças de hora (Primavera e Outono) “tendo em conta as preferências de cada relógio biológico individual, ou “cronotipos”, das primeiras horas do dia ao horário nocturno”, informa a «Current Biology».

Os cientistas alemães revelaram ter constatado – relativamente à mudança da hora outonal – que “os níveis de actividade do sono se ajustam de forma mais rápida.” Na mudança primaveril, verificaram que “o tempo em que o organismo está activo não se ajusta à alteração da hora, especialmente naqueles que gostam de estar acordados até tarde”, sustentaram.

Face aos resultados, Till Roenneberg, da Universidade Ludwig-Maximilian, em Munique, concluiu que “de uma forma geral, o ciclo circadiano não se ajusta à transição da mudança da hora."

Raquel Pacheco

Fontes: www.current-biology.com/Agência Lusa/MNI
Dados preliminares de um estudo lançam suspeitas…
Vacina contra a sida pode facilitar contágio


Mais de três mil pessoas que participaram como voluntárias num ensaio clínico a uma vacina experimental da Merck contra a sida estão a ser aconselhadas pela companhia farmacêutica a realizar exames, depois de um estudo ter apontado a possibilidade de a própria imunização facilitar a propagação do vírus.

Segundo informações avançadas nesta sexta-feira pelas agências noticiosas Efe e Reuters, os investigadores enfatizaram o facto de ainda não disporem de dados suficientes para poderem afirmar com segurança se os voluntários submetidos à administração da vacina experimental se tornaram mais ou menos vulneráveis a um eventual ataque do vírus, admitindo que os dados preliminares dos ensaios clínicos, que foram interrompidos repentinamente no passado mês de Setembro, “são preocupantes”.
Mark Feinberg, vice-presidente para a área dos assuntos médicos e de saúde pública da Merck, esclareceu que “neste momento há um enorme manancial de dados a ser analisado”, depois de o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entidade que co-patrocinou o estudo, ter indicado o surgimento de 24 casos de infecção por HIV entre os 741 participantes no estudo, que receberam pelo menos uma dose da vacina, contra apenas 21 infectados entre os 762 voluntários a quem, no ensaio clínico, foi administrado um placebo.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters e Agência Efe

Monóxido de carbono: Alfama prova eficácia terapêutica

Empresa de biotecnologia portuguesa é a única no país e a segunda no mundo a desenvolver moléculas de CO para a saúde


O silêncio tomou conta da sala quando, na década de 90, Leo Otterbein, investigador na Universidade de Harvard, advogava a favor de um papel terapêutico para o monóxido de carbono (CO). Volvidos mais de dez anos, a Alfama – empresa de biotecnologia portuguesa – já deu provas mundiais do enorme potencial terapêutico do CO contra várias doenças.

Artrite reumatóide, aterosclerose, asma, trombose ou Alzheimer são algumas das doenças que estão na mira da Alfama através do desenvolvimento de pequenas moléculas que libertam monóxido de carbono (CORMs – CO Releasing Molecules). Combater as patologias, levando as doses certas, aos sítios certos do organismo humano é a missão da Alfama, há já cinco anos, num mercado (CORMs) que, embora em crescimento, se perspectiva gigantesco.


Fundada em 2002, esta empresa nacional possui uma tecnologia própria e inovadora, protegida por um pedido de patente internacional que cobre classes de moléculas libertadoras de CO, e com aplicação nos principais mercados mundiais. “Deste o início da actividade, a Alfama concebeu 170 CROMs e já sintetizou mais de 60, a maior parte dos quais, foram já testadas para parâmetros químicos e biológicos, com resultados muito positivos”, informa a farmacêutica.

A investigação é levada a cabo nos laboratórios do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) e do Instituto de Medicina Molecular (IMM). Paralelamente, a Alfama conta com parcerias estabelecidas desde a sua criação com várias empresas e institutos de investigação europeus de referência na área farmacêutica e biotecnologia, entre elas, constam entidades como a Serono e a gigante suiça Roche.

Em 2005, foi eleita a melhor start-up europeia, sagrando-se vencedora do Gate2Growth Venture Contest, da Comissão Europeia, a maior competição da Europa para empresas jovens provenientes de áreas tecnológicas que demonstrem alto potencial de crescimento. Nos primeiros meses de existência, a Alfama conseguiu angariar mais de 500 mil euros, sobretudo, provenientes de apoios governamentais.

A empresa tem presença internacional nos EUA através da Alfama, Inc, onde está sediada a organização legal e financeira da empresa. Recentemente, o seu trabalho atraiu o olhar de uma gigante farmacêutica norte-americana (IKARIA) com quem aceitou assinar acordo.


Efeito terapêutico em baixas doses

Não é novidade que o monóxido de carbono tem uma presença natural no organismo humano, desempenhando funções fisiologicamente importantes. A surpresa dá-se quando se fala em terapias com CO, isto porque, é reconhecido como um gás letal se administrado em volumes elevados. Desta forma, compreende-se que, tardiamente, tenha sido feita a descoberta, assim como, depreende-se que não foi tarefa fácil para os cientistas convencer o mundo de que este gás tem propriedades terapêuticas, nomeadamente, vasodilatadoras e anti-inflamatórias, entre outras.

De acordo com os especialistas, o tratamento com monóxido de carbono é tanto mais eficaz, quanto mais directamente for aplicado nos tecidos. Outro dos aspectos que a comunidade científica já assegurou é que o tratamento é feito muito abaixo dos níveis de toxicidade, ou seja, em doses pequenas.

Nuno Arantes-Oliveira é o rosto da Alfama e um dos mais reputados jovens empreendedores de Portugal. Doutorado em Genética, conquistou, também, distinção como cientista, sendo autor e co-autor de trabalhos de grande impacto.

“As moléculas que desenvolvemos têm a particularidade de serem desenhadas e produzidas de modo a poderem entrar no organismo, por exemplo, por via oral, e libertar o CO de uma forma controlável, nos locais onde ele é necessário”, esclareceu fonte da empresa, sublinhando que, com base nos resultados já obtidos em animais “sabemos, hoje, que estas moléculas podem realmente suprimir inflamações de uma forma, extraordinariamente eficaz, tendo, portanto, o potencial de virem a ser usadas no combate a um vasto leque de doenças graves.”

CO inalado para tratar malária

Recorde-se que, em Maio passado, foi noticiado na revista científica «Nature Medicine» que doses de monóxido de carbono (inaladas) podem inibir o surgimento de malária cerebral em animais expostos ao parasita. O mérito dos avanços no tratamento da doença foi português, os investigadores integram a Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular e do Instituto Gulbenkian de Ciência que, mais tarde, anunciou um trabalho conjunto com a Alfama no sentido de testar a administração de CO por ingestão via oral, injectáveis ou intermusculares.

Em declarações à TVCiência, a autora principal do estudo, Ana Pamplona, explicou: “Neste trabalho nós demonstrámos que quando os ratinhos infectados com malária, neste caso, Plasmodium berghei ANKA, parasita específico de roedores, eram expostos a concentrações baixas de monóxido de carbono não desenvolviam malária cerebral.”

Na altura, a investigadora referia que a inalação “é um possível meio de levar o monóxido de carbono aos tecidos e aos alvos celulares que se pretendem” e destacando que a companhia de biotecnologia Alfama produz moléculas libertadoras de monóxido de carbono, anunciou: “Nós estamos a testar essas moléculas neste modelo experimental de malária cerebral, para ver se observamos os mesmos efeitos que vimos com o monóxido de carbono inalado.”
Recuperação de doentes transplantados

Recorde-se que, o farmacia.com.pt divulgou, recentemente, um outro estudo que reforça as propriedades terapêuticas do CO. Segundo a investigação conduzida por cientistas britânicos, pequenas doses de CO injectáveis ou soluvéis em água são benéficas para tratar doentes transplantados ou casos de artrite reumatóide e hipertensão pulmonar.

Ao que conseguiu apurara o farmacia.com.pt, em todo o mundo, existem apenas duas empresas que se dedicam ao desenvolvimento de CORMs. Ambas estão na fase de crescimento e uma delas é a Alfama. A empresa já publicou perto de 200 artigos científicos em revistas internacionais, entre elas, constam as famosas «Nature» e a «Science».

Raquel Pacheco

Fontes: http://www.alfama.com.pt/ /DE/Público/TVCiência/farmacia.com.pt