sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Cada português consumiu em média duas embalagens de sedativos em 2006

No ano passado, cada português consumiu, em média, duas embalagens de sedativos, ansiolíticos ou hipnóticos, indicam dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), divulgados esta sexta-feira pela agência Lusa.

De acordo com o Infarmed, em 2006, os gastos dos cidadãos portugueses com fármacos para ajudar a dormir ou para combater a ansiedade ascenderam aos 81,94 milhões de euros. Os mesmos dados indicam também que os portugueses consomem anualmente cerca de 20 milhões de embalagens deste tipo de comprimidos, o que dá uma média de duas embalagens por cada português.

Em 2006, 2005 e 2004, o consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos ultrapassou sempre as 20 milhões de embalagens em cada ano.

Marta Bilro

Fonte: RTP, Lusa, Diário Digital.

Tratamentos comuns para sinusite aguda e placebo têm efeitos semelhantes

Um estudo comparativo, publicado na última edição do “Journal of the American Medical Association (JAMA)”, revelou que a administração de alguns dos tratamentos mais comuns para a sinusite aguda, que incluem um corticosteróide e um antibiótico, não são mais eficazes do que a toma de um placebo.

Ian Williamson, da Universidade de Southampton, em Inglaterra, levou a cabo um ensaio clínico aleatório duplamente cego no qual utilizou um placebo para controlar a eficácia da amoxiciclina (um antibiótico) e da budesonida (um corticosteróide) no tratamento da sinusite aguda. O estudo contou com a participação de 240 pacientes adultos, todos sofriam de sinusite não recorrente e estavam a ser tratados por médicos de clínica geral, entre Novembro de 2001 e Novembro de 2005.

A investigação permitiu observar que a proporção de pacientes que apresentavam sintomas dez dias depois situava-se nos 29 por cento para os doentes aos quais foi administrada a amoxiciclina, contra 33,6 por cento entre os que não a tomaram e 31,4 por cento entre os que receberam a budesonida.

“A nossa principal conclusão é que entre os pacientes com sintomas típicos de sinusite aguda bacteriana, nem os antibióticos nem os corticosteróides são eficazes por si só ou em associação na alteração da severidade dos sintomas, da duração, ou do curso natural da doença”. Para além disso, os corticosteróides tendem a ser eficazes apenas entre os casos menos severos, referem os responsáveis pelo estudo.

A mesma investigação sublinha ainda que a sinusite é um problema clínico habitual com sintomas similares aos de outras patologias, o que faz com que a doença seja frequentemente diagnosticada e tratada sem confirmação clínica. Embora não se ateste a possível origem bacteriana da doença, em 92 por cento dos casos no Reino Unido, e em 85 por cento dos casos nos Estados Unidos da América são prescritos antibióticos para tratá-la.

A sinusite é uma inflamação dos seios perinasais provocada por uma alergia ou uma infecção viral, bacteriana ou fúngica. Pode ser causada por bactérias e costuma desenvolver-se depois de uma infecção viral dos canais respiratórios superiores, como a constipação comum.

Marta Bilro

Fonte: Medical News Today, Correo Farmacéutico, Manual Merck.

Investigação de fármacos anti-HIV está a aumentar

92 medicamentos e vacinas encontram-se em fase de desenvolvimento

O número de medicamentos anti-HIV em fase de investigação está a aumentar. Actualmente, estão a ser desenvolvidos 92 produtos em todo o mundo que visam o tratamento da SIDA e das complicações que lhe estão associadas, revela um relatório da “Pharmaceutical Research and Manufacturers of America” (PhRMA).

“Estamos francamente estimulados pelos novos, e muito importantes, medicamentos e vacinas que estão a ser desenvolvidos para tratar e prevenir a infecção pelo vírus do HIV”, afirmou o presidente e director-executivo da PhRMA, Billy Tauzin. De acordo com o estudo, de entre os 92 produtos em fase de investigação e desenvolvimento (I&D), 20 são vacinas e 46 anti-virais. Estes fármacos encontram-se já a ser submetidos a ensaios clínicos em humanos ou aguardam autorização de registo por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

O relatório faz também uma listagem dos 30 medicamentos anti-HIV que foram aprovados desde que o vírus da SIDA foi identificado, há mais de 20 anos. O primeiro fármaco de combate ao vírus data de 1987, quatro anos depois da identificação do mesmo. Para além disso, salienta a PhRMA, em 2006, o número de novos medicamentos em fase de I&D com vista ao combate do HIV não ultrapassava os 77, o que representa um aumento de cerca de 20 novos compostos farmacológicos em apenas 12 meses.

Fármacos mais promissores

Entre as investigações mais promissoras está uma substância que se agrega ao receptor de uma proteína descoberta na superfície das células humanas e que tem a capacidade de bloquear a entrada do vírus na célula; um produto de terapia genica antisenso que utiliza duas tecnologias inovadoras para potenciar a resposta imunitária contra o HIV, ou uma vacina que tem como objectivo oferecer protecção contra os três tipos de HIV-1 mais prevalecentes em todo o mundo.

O desenvolvimento de vacinas assume especial importância, uma vez que, se alguma se revelar eficaz, poderá prevenir 30 das 150 milhões de infecções previstas para as próximas décadas. No caso da eficácia ser muito elevada, a prevenção do número de infecções poderia atingir os 70 milhões em 15 anos, indicam estimativas da Iniciativa Internacional para uma vacina contra a SIDA (IAVI).

Nos últimos anos, o aumento do número de medicamentos disponíveis bem como a crescente utilização de novas substâncias ajudou a reduzir significativamente a taxa de mortalidade associada ao vírus da SIDA, destacou Billy Tauzin. Ainda assim, este continua a ser um problema que prolifera nos países em vias de desenvolvimento, sendo que, os dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) estimam que, a nível mundial, 32,7 milhões de pessoas vivam com o vírus.

Marta Bilro

Fonte: PhRMA, Correo Farmacéutico.

Lipitor pode aumentar risco de hemorragias cerebrais em alguns pacientes

Dados de um estudo, publicados online na revista “Neurology”, sugerem que os pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC) anteriormente e que tomam o Lipitor (atorvastatina), da Pfizer, para reduzir o colesterol, apresentam maior risco de sofrer uma hemorragia cerebral. Contudo, os investigadores alertaram para o facto do risco de hemorragia cerebral dever ser contrabalançado com os benefícios na diminuição do risco geral de um segundo AVC, assim como outros eventos cardiovasculares.

Os investigadores liderados pelo Dr. Larry Goldstein, do Centro Médico da Universidade Duke, em Durham, na Carolina do Norte, conduziram uma análise secundária dos dados de um ensaio, no qual 4731 pacientes que tinham sofrido recentemente um AVC ou um ataque isquémico transitório (ou “mini” AVC) receberam aleatoriamente Lipitor ou placebo, e que foram seguidos durante uma média de 4,5 anos.

Os resultados demonstraram que 2,3 por cento dos pacientes a quem foi administrado o fármaco da Pfizer sofreram uma hemorragia cerebral, em comparação com os 1,4 por cento dos pacientes a receber placebo. Contudo, aqueles que receberam Lipitor também reduziram o risco de AVC isquémico em 21 por cento, e experimentaram uma diminuição significativa de eventos coronários, em comparação com o placebo.

Para além do tratamento com atorvastatina, os investigadores identificaram diversos factores chave que contribuem para o aumento do risco de hemorragia cerebral, tais como AVC hemorrágico anterior, hipertensão e o facto de ser homem, sendo que o historial de AVC hemorrágico anterior ao estudo foi o mais significativo, uma vez que essas pessoas têm mais probabilidade de ter um segundo ataque.

Uma hemorragia cerebral, ou AVC hemorrágico, é provocado pela ruptura de vasos sanguíneos enfraquecidos do cérebro, que leva ao derrame de sangue para dentro do cérebro ou para a área que o rodeia. Um AVAC isquémico é causado por uma obstrução num vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro.

Isabel Marques

Fontes: First Word, CBC News, http://dukemednews.duke.edu