domingo, 16 de setembro de 2007

Merck e Escola Médica de Harvard fundam parceria em investigação

O Departamento de Desenvolvimento Tecnológico da Escola Médica de Harvard (HMS) e a farmacêutica Merck estabeleceram um acordo de cooperação em investigação. A parceria prevê que as duas instituições desenvolvam em conjunto programas de pesquisa em duas áreas principais: oncologia e sistema nervoso central.

A iniciativa de carácter único representa um modelo inovador no que diz respeito às associações entre a indústria farmacêutica e o mundo académico. Esta colaboração prevê a construção de seis laboratórios na Escola Médica de Harvard (HMS), permitindo um avanço significativo em vários projectos de investigação; o trabalho conjunto entre cientistas da HMS e da Merck de forma a unificar objectivos e assegurar o progresso e avanço no nível máximo; e o fomento da proximidade entre a Merck e a HMS (ambas em Boston), maximizando a eficiência das comunicações e a troca de ideias.

O acordo e a decisão de sediar os laboratórios de investigação em Boston “reflectem o compromisso da Merck em trabalhar de perto e estrategicamente com os líderes do pensamento académico ao nível da ciência mais influente, de forma a avançar na descoberta de medicamentos”, justificou Lex Van der Ploeg, vice-presidente do departamento de pesquisa dos laboratórios de investigação da Merck, em Boston.

Isaac T. Kohlberg, director do departamento de desenvolvimento tecnológico da Universidade de Harvard, refere que este é “um novo capítulo” na relação entre a HMS e a Merck que vai fornecer aos seus investigadores os meios essenciais para avançarem com o seu trabalho e traduzirem as descobertas em algo que possam vir a ser novas modalidades terapêuticas que colmatem necessidades médicas ainda por preencher.

Marta Bilro

Fonte: PharmaLive.

Lipitor é o medicamento sujeito a receitam médica mais vendido nos EUA

Os consumidores norte-americanos gastaram mais dinheiro na compra do Lipitor (Atorvastatina) do que em qualquer outro fármaco sujeito a prescrição em 2004. De acordo com estimativas governamentais, as despesas dos cidadãos com este medicamento redutor do colesterol (comercializado em Portugal como Zarator) atingiram, naquele ano, os 6,5 mil milhões de euros (9 mil milhões de dólares).

O estudo, realizado pela “Agency for Healthcare Research and Quality”, revela que os medicamentos para o colesterol são os que mais geram dinheiro às farmacêuticas que os produzem. Em segundo lugar na tabela surge o Zocor (Sinvastatina) da Merck, com 3,4 mil milhões de euros (4,7 mil milhões de dólares) em vendas.

Os medicamentos antiácidos ocupam também uma boa parte dos gastos com fármacos prescritos nos Estados Unidos da América. O Nexium (Esomeprazol), da AstraZeneca, representa 3 mil milhões de euros (4,2 mil milhões de dólares) do mercado de vendas, enquanto o Prevacid (Lansoprazol, comercializado em Portugal como Gastroliber), arrecada mais de 1,7 mil milhões de euros (2,4 mil milhões de dólares).

Marta Bilro

Fonte: Scientific American, Infarmed.

Organização da AGIR nos dias 28 e 29 deste mês
Cidade de Bragança acolhe III Congresso

Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade

No seguimento das anteriores edições, realizadas em Cabeceiras de Basto, no Minho, e em Tavira, no Algarve, a AGIR – Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural promove, nos dias 28 e 29 deste mês, em Bragança, o III Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade, iniciativa que dará um enfoque particular a questões como diagnósticos e terapêuticas, medicinas alternativas e tradicionais, saúde mental, deficiências e dependências, nutrição e dietética, entre outros temas.

De acordo com o farmacia.com.pt conseguiu apurar, a realização do evento volta a ter o apoio da Associação Reaprender a Viver e deverá decorrer nas instalações do Centro Cultural Municipal de Bragança, tendo como objectivos a dinamização de um “debate interdisciplinar e internacional das questões e das práticas relativas à saúde e à doença, a humanização e a desumanização, a reflexividade dos técnicos de saúde, a relação da doença com o paciente, os hábitos socioculturais, a intervenção comunitária e a prática das medicinas alternativas e tradicionais, as políticas de saúde pública, a prevenção e a educação na saúde, a individualização e a despersonalização nos cuidados de saúde e o papel dos meios de Comunicação Social e das novas tecnologias de informação neste domínio”.
No extenso programa do primeiro dia de trabalhos estão contemplados diversos temas de grande interesse para todos os profissionais de saúde, como o envelhecimento e as políticas de cuidar, a violência, as drogas e o alcoolismo, sob a perspectiva das práticas e dos hábitos sócio-culturais, a educação e a promoção para a saúde, a sexualidade, a educação sexual e as doenças venéreas. No segundo dia serão abordados assuntos como «Assistência pública, humanismo e solidariedade», «Saúde mental, deficiências e
Dependências», Diagnósticos e terapêuticas – responsabilização e reparação», «Saúde e ambiente», estando prevista para as 18 horas a sessão de encerramento do encontro, em que participarão numerosos especialistas portugueses e estrangeiros.
Mais informações relativas a este congresso poderão ser obtidas no site da Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural, no endereço electrónico www.agir.pt/.

Carla Teixeira
Fonte: Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural
Fármaco para a osteoporose útil contra tumores agressivos
Evista aprovado para o cancro da mama


A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou na passada semana a comercialização do Evista (raloxifeno), fármaco da Eli Lilly usado na prevenção e no tratamento da osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa, para reduzir o risco de cancro da mama agressivo naquela população, mas alertou para a necessidade de haver muito cuidado na prescrição, já que o produto tem efeitos secundários assinaláveis.

Steven Galson, médico que dirige o Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, explicou que este é o segundo tratamento aprovado por aquela autoridade para diminuir os riscos de desenvolvimento de neoplasias agressivas da mama, classificadas daquela forma por se propagarem a outros tecidos orgânicos, criando metástases que poderão desencadear novos cancros. Segundo aquele responsável a decisão anunciada pela entidade reguladora norte-americana vem dar “uma nova opção importante a todas as mulheres que enfrentam elevado risco de desenvolver cancro da mama”, embora os graves efeitos colaterais do Evista – alguns fatais, como acidentes vasculares cerebrais e formação de coágulos nas pernas e nos pulmões – obrigam a uma rigorosa análise casuística da relação risco/benefício da toma do medicamento antes da prescrição. Os resultados obtidos em três ensaios clínicos que acompanharam 15234 mulheres na fase de pós-menopausa demonstraram que as pacientes tratadas com o Evista conseguiram uma redução de 44 a 71 por cento do risco de surgimento de uma neoplasia mamária de tom agressivo, quando comparadas com as mulheres tratadas com um placebo.
O cancro da mama corresponde actualmente à segunda causa de mortalidade entre as mulheres norte-americanas, representando 26 por cento de todos os casos de doença na população feminina dos Estados Unidos. De acordo com o «Prontuário Terapêutico», “o raloxifeno é um dos medicamentos com afinidade para receptores de estrogénios, exercendo efeitos ao nível do osso, promovendo o aumento da densidade mineral, e no metabolismo do colesterol”, estando indicado para a “prevenção de fracturas vertebrais nas mulheres pós-menopausa com risco elevado de osteoporose”. Tem como reacções adversas principais o tromboembolismo venoso, as tromboflebites, os afrontamentos e o surgimento de cãibras nos membros inferiores, e interage com a colestiramina e outras resinas de troca iónica, que reduzem a sua absorção. Também antagoniza o efeito dos anticoagulantes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, Prontuário Terapêutico