sábado, 25 de agosto de 2007

Cálcio e vitamina D diminuem risco de fracturas em mulheres com osteoporose

O tratamento com suplementos de cálcio e elevadas doses de vitamina D poderá ajudar a reduzir os riscos de fracturas de anca e de vértebras nas mulheres com mais de 65 anos, segundo as conclusões de um estudo da Agência de Avaliação de Tecnologias Sanitárias da Andaluzia (AETSA, sigla em espanhol).

Este estudo pretendia analisar a efectividade e a utilização adequada das diversas intervenções perante os problemas associados à menopausa. Os investigadores concluíram, no que diz respeito à osteoporose, ser aconselhável realizar uma densitometria óssea somente a mulheres com mais de 65 anos que apresentam o risco de ter uma fractura resultante desta doença.

Segundo as conclusões de outro estudo, o CUPOS, a vitamina D reduz até 30 por cento o risco de fractura óssea, no caso da osteoporose, revelando ainda que cerca de 64 por cento das pacientes que estão a receber tratamento para esta doença apresenta níveis inadequados desta vitamina.

Neste estudo, no qual participaram 900 mulheres na pós-menopausa com osteoporose, concluiu-se que não chega a 50 por cento o número de mulheres com osteoporose que seguem de forma correcta a dose prescrita de cálcio e vitamina D, apesar de estes compostos aumentarem os efeitos do tratamento da doença.

Os investigadores revelaram que com níveis adequados de vitamina D é possível reduzir o risco de fracturas em 30 por cento, no caso da anca, pulso, antebraço e coluna. Além disso, a insuficiência desta vitamina e de cálcio favorece o aparecimento de outras doenças, como a diabetes e o cancro.

Os autores deste estudo advertem que nenhum tratamento contra a osteoporose deve prescindir de vitamina D. Segundo o especialista José Manuel Quesada, esta vitamina é fundamental para diminuir a perda de massa óssea associada à osteoporose, assim como para fortalecer a musculatura, evitando desta forma as quedas que provocam as fracturas.

Os especialistas sublinham que a dieta alimentar não contém a quantidade diária recomendada de vitamina D, cerca de 200 unidades para adultos com menos de 50 anos e até 600 para aqueles com mais de 70. Assim sendo, recomenda-se combinar o consumo de produtos lácteos, sumos e cereais com suplementos de vitamina D.

Isabel Marques

Fontes:
www.azprensa.com, www.consumer.es

SNS regista poupança de 9,6 M€ entre Janeiro e Julho face a 2006

Dados relativos aos medicamentos vendidos em farmácias

Entre Janeiro e Julho deste ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poupou mais de 9,5 milhões de euros nos medicamentos vendidos em farmácias, relativamente ao período homólogo de 2006. Os dados foram divulgados pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

De acordo com o Infarmed, nos primeiros sete meses do ano, a despesa do SNS com medicamentos em ambulatório baixou 0,7 por cento comparativamente ao mesmo período do ano passado. Esta redução traduz-se numa poupança de 9,598 milhões de euros para o Estado.

Os «encargos do Estado com medicamentos, em ambulatório, no período Janeiro/Julho tiveram uma variação de menos 0,7% relativamente a igual período do ano anterior», refere o último relatório do Observatório dos Medicamentos e Produtos de Saúde.

Segundo o mesmo documento, em termos acumulados, o Estado gastou em medicamentos 824.338.747 euros, sendo que, nos mesmos meses do ano anterior os gastos do SNS tinham atingido os 833.937.669 euros.

Conforme menciona a nota divulgada pelo Infarmed, «considerando apenas o mês de Julho, a variação com o mês homólogo foi de 1,5%» (119,2 milhões de euros gastos em Julho de 2007 contra os 118,7 gastos no mesmo mês de 2006).

No que diz respeito às regiões, na zona Norte, durante o mês de Julho, a despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos em ambulatório foi de 36,2 milhões de euros, 30,9 milhões no Centro, 41,1 milhões de euros em Lisboa e Vale do Tejo, 6,2 milhões de euros no Alentejo e 4,6 milhões de euros no Algarve.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Ordem critica diploma sobre medicamentos veterinários
“Decreto-lei omite perícia farmacêutica”


A Ordem dos Farmacêuticos considera ter sido “marginalizada” no processo em que a Secretaria de Estado da Agricultura e a Direcção-Geral de Veterinária estão a debater com interlocutores da área da Saúde Animal um projecto de lei sobre os medicamentos veterinários, que deverá transpor para o ordenamento jurídico português uma directiva comunitária relativa àqueles fármacos. No entanto, frisando que “a perícia farmacêutica constitui uma garantia da qualidade e segurança no circuito daqueles medicamentos”, a OF reclama ser ouvida.

Numa primeira nota, veiculada na sua página online (www.ordemfarmaceuticos.pt), a OF concretiza que a proposta de transposição da legislação comunitária para a lei nacional “exige uma profunda e cuidada revisão”, já que, segundo a entidade representativa dos farmacêuticos, poderá colocar em risco a segurança, a qualidade e a racionalidade da utilização daquele tipo de fármacos. A Ordem considera necessário o “envolvimento da perícia farmacêutica no exercício das actividades de produção, armazenamento, registo, distribuição e controlo de especialidades farmacêuticas de uso veterinário”, e argumenta que, por aquelas funções fazerem “parte integrante do acto farmacêutico”, a proposta de lei “deveria consagrar a exigência de um director técnico farmacêutico”. Uma “omissão extensiva da intervenção” daqueles profissionais, que a OF não quer deixar passar em claro...

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Bastonária entre 10 “mulheres extraordinárias” de Coimbra
Irene Silveira homenageada em Braga


É uma homenagem a Coimbra, à mulher, e a 10 “mulheres extraordinárias” formadas na mais antiga academia universitária do país. Numa cerimónia promovida pela Associação de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra em Braga, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, a primeira mulher no cargo, representará a Faculdade de Farmácia. Irene Silveira integra assim um vasto rol de personalidades que no próximo dia 22 será recebido na cidade dos arcebispos.

Segundo Maria Piedade Tavarela, presidente da Associação de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra em Braga, o objectivo da sessão é “prestar tributo à mulher portuguesa, homenageando 10 mulheres com actividades de relevância na sociedade, e que têm em comum o facto de todas serem antigas estudantes de diferentes faculdades da Universidade de Coimbra. O reitor e o vice-reitor da UC, Fernando Seabra Santos e Pedro Saraiva respectivamente, já confirmaram a presença na cerimónia, que tem início previsto para as 12 horas no Hotel da Falperra. Ao «Diário de Coimbra», a representante da AAEUC recordou que “Coimbra e a Universidade prestaram sempre homenagens a homens e mulheres que têm lugares de excelência, mas quase nunca são lembrados”, enfatizando que o facto de ela própria presidir a associação terá tido algum impacto na decisão de promover esta sessão.
Almeida Santos, presidente do PS e ex-líder da Assembleia da República, será o orador principal do evento, tendo a seu cargo uma dissertação sobre «A mulher», antes de ser dada a palavra às homenageadas, que falarão da influência de Coimbra no crescimento humano e profissional de cada uma delas. Além de Irene Silveira, que representa nesta sessão a Faculdade de Farmácia, serão ainda homenageadas, em nome da Faculdade de Letras, Maria Helena Rocha Pereira (Prémio Prestígio da Universidade de Coimbra), Cristina Robalo Cordeiro (vice-reitora), Maria de Belém (ex-ministra da Saúde), Manuela Aguiar (ex-secretária da Estado da Emigração), e Fátima Lencastre (líder da AAEUC em Lisboa).
Na área da Cultura serão alvo de homenagem a escritora Ivete Centeno e a ex-directora do Museu Nacional de Arte Antiga, Dalila Rodrigues. Como representante da Faculdade de Medicina estará presente a directora do Serviço de Neurociências e Biologia Celular dos Hospitais Universitários de Coimbra, Cristina Reis Oliveira, enquanto Helena Freitas, directora do Departamento de Botânica da UC, terminará o ciclo, em representação da Faculdade de Ciências e Tecnologias. Os interessados em obter mais informações e em participar neste evento deverão contactar a organização, através do número de telefone 966068750, podendo também solicitar esclarecimentos sobre o transporte para Braga e o esquema de alojamentos na cidade nortenha.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Coimbra»

Descoberto novo mecanismo para combater a hipertensão

Investigadores do King's College, em Londres, descobriram um novo mecanismo para regular a pressão sanguínea. Esta descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos fármacos para combater a hipertensão arterial. O estudo foi publicado online na revista “Science” e foi financiado pela “British Heart Foundation”.

A proteína quinase G (PKG) é uma proteína importante em todos os tecidos, mas no sistema cardiovascular desempenha um papel fundamental na regulação da pressão sanguínea. É conhecida a forma como esta proteína regula a pressão sanguínea, assim como outras funções cardíacas, e que o oxido nítrico produzido nos vasos sanguíneos é crucial neste processo. Contudo, a equipa de investigadores da divisão cardiovascular do King's College descobriu uma nova forma da proteína quinase G poder ser regulada independentemente, em relação ao óxido nítrico.

Os investigadores concentraram-se na actividade dos oxidantes na enzima PKG1alpha. Assim, descobriram que os oxidantes, que são produzidos na maior parte das células do organismo, como o peróxido de hidrogénio, criam uma ligação entre dois aminoácidos que activa a PKG, e isto leva à diminuição da pressão sanguínea.

Para além de sublinhar a importância de um novo mecanismo regulador da pressão sanguínea, esta investigação fornece novos dados sobre o papel dos oxidantes no organismo. Actualmente, os radicais livres e os oxidantes, como o peróxido de hidrogénio, são vistos como prejudiciais, como causadores de doenças. Este estudo sugere que os oxidantes podem apresentar benefícios específicos como, por exemplo, no controlo de importantes processos celulares. A investigação pode ainda ajudar a explicar a razão pela qual os ensaios com antioxidantes têm sido ineficazes no combate a doenças cardíacas.

O Dr Philip Eaton, o investigador que liderou a equipa, destacou que esta investigação pode levar ao desenvolvimento de fármacos que activam este novo caminho. Estes fármacos poderão complementar ainda as terapias já estabelecidas que operam via este caminho do óxido nítrico.

Para além do impacto desta descoberta no controlo da pressão sanguínea, os investigadores planeiam explorar o papel desta nova forma de activar esta proteína nas doenças cardiovasculares, incluindo nos eventos que levam ao ataque cardíaco, acrescentou ainda o Dr. Eaton.

Isabel Marques

Fontes:
www.estadao.com.br, www.kcl.ac.uk

FDA adia decisão relativa à aprovação do rThrombin da ZymoGenetics

A FDA adiou por três meses a decisão respeitante à aprovação da trombina humana recombinante, rThrombin, da ZymoGenetics, para rever informações adicionais, submetidas pela companhia, relativas à manufactura. A ZymoGenetics, que esperava que a decisão acerca do composto destinado a estancar a hemorragia durante a cirurgia fosse conhecida em Outubro, aguarda agora a decisão da FDA para 17 de Janeiro de 2008. Devido a este adiamento, as acções da companhia sofreram uma queda de 9,7 por cento.

A ZymoGenetics e a Bayer entraram, em Junho, num acordo de licenciamento e colaboração relativo ao rThrombin, como noticiou o farmacia.com.pt no dia 20 de Junho de 2007, no artigo “
Bayer e ZymoGenetics chegam a acordo para comercializar rThrombin”. O fármaco é uma cópia geneticamente modificada de uma proteína coagulante humana, e foi delineado para competir com um produto feito a partir do sangue de vaca, da King Pharmaceuticals Inc. O fármaco da King atingiu vendas na ordem dos 247 milhões de dólares nos Estados Unidos e é utilizado em aproximadamente um milhão de cirurgias anualmente.

A ZymoGenetics sublinha que o rThrombin deve substituir o fármaco da King, uma vez que a nova substância não comporta o risco de transmitir doenças sanguíneas, nem provoca o desenvolvimento de anticorpos contra o fármaco. Contudo, este adiamento poderá conceder uma vantagem ao fármaco concorrente da Omrix Biopharmaceuticals Inc. e da Johnson & Johnson, tendo em conta que as companhias esperam introduzir a nova versão do fármaco, derivado de sangue humano, no final do ano.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, TheStreet.com