domingo, 1 de março de 2009

Novo fármaco pode melhorar locomoção de pacientes com esclerose múltipla

Resultados de um novo estudo sugerem que um fármaco experimental, denominado fampridina, é um tratamento seguro que pode melhorar a capacidade de andar de alguns pacientes com esclerose múltipla.

O Dr. Andrew D. Goodman, do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, concluiu que a melhoria funcional observada com a fampridina foi associada a uma redução da incapacidade de andar relatada pelos pacientes, sendo um benefício terapêutico clinicamente significativo.

O estudo, publicado na “The Lancet”, incluiu 301 pacientes, com qualquer forma de esclerose múltipla, que receberam aleatoriamente fampridina ou placebo diariamente durante 14 semanas. O estudo focou-se principalmente no tempo que os pacientes demoravam a caminhar cerca de 8 metros.

Trinta e cinco por cento dos pacientes que receberam fampridina caminharam mais depressa após terem recebido o fármaco do que antes do tratamento. Em contraste, apenas 8 por cento dos participantes no grupo do placebo demonstraram uma melhoria no tempo de caminhar.

Além disso, entre aqueles que apresentaram progressos, a média de melhoria na velocidade de andamento foi maior com a fampridina do que com o placebo: 25, 2 por cento contra 4,7 por cento.

Foram observados oito possíveis efeitos secundários relacionados com o tratamento com fampridina. Pensa-se que dois efeitos graves, convulsões e ansiedade severa, possam estar relacionados com o fármaco, embora investigações posteriores tenham sugerido que estes problemas podem ser resolvidos através de uma redução da dosagem.

A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso provocada pela danificação do revestimento que protege as células nervosas. A doença afecta 2,5 milhões de pessoas globalmente e pode provocar queixas ligeiras em algumas pessoas e incapacidade permanente noutras. Os sintomas incluem entorpecimento ou fraqueza dos membros, perda de visão e uma dificuldades de locomoção.

Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos. Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 5 mil.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/02/27/eline/links/20090227elin007.html