terça-feira, 17 de março de 2009

Fármaco para cancro eficaz em doentes com lúpus

Um estudo inglês sugere que um fármaco indicado para tratar o cancro - o Rituxan (Rituximab) - pode tornar-se no primeiro medicamento aprovado em 50 anos para o tratamento da nefrite do lúpus.

A investigação realizada ao longo de 22 meses por cientistas do Colégio Imperial de Londres envolveu 20 pessoas portadoras deste problema renal causado pelo lúpus eritematoso sistémico, revela a Reuters UK.

Segundo a equipa de investigadores ingleses, os resultados permitiram concluir que o Rituxan (Rituximab) tem como alvo de acção as células B hiperactivas que contribuem para a inflamação dos rins em pessoas diagnosticadas com lúpus. “Após o tratamento com Rituxan, 60% dos doentes demonstraram fortes sinais de melhoria”, afirmaram.

Caso os resultados deste estudo sejam comprovados em ensaios clínicos mais alargados, o fármaco pode ser aprovado para o tratamento desta doença auto-imune e tornar-se, assim, na primeira cura farmacológica.

De referir que, o medicamento não surtiu qualquer efeito em doentes com ascendentes africanos ou naqueles que apresentavam baixos níveis de albumina no sangue.

Raquel Garcez

Fonte: http://uk.reuters.com/article/governmentFilingsNews/idUKL436729920090304
http://www.medicalnewstoday.com/articles/142191.php

Benefícios da aspirina na prevenção de ataques cardíacos e AVC diferem consoante o paciente

Uma força de intervenção norte-americana referiu que a utilização da aspirina para prevenir ataques cardíacos ou acidente vascular cerebral (AVC) pode apresentar diferentes benefícios e desvantagens para homens e mulheres.

As novas recomendações da Força de Intervenção de Serviços Preventivos norte-americana, um painel independente de peritos, não se aplicam às pessoas que já sofreram um ataque cardíaco ou AVC.

As recomendações, publicadas na “Annals of Internal Medicine”, referem os pacientes e os médicos devem considerar os factores de risco, incluindo idade, sexo, diabetes, pressão sanguínea, níveis de colesterol, fumar e risco de hemorragia gastrointestinal, antes de decidirem relativamente à utilização ou não da aspirina.

Os peritos reviram as evidências do Estudo de Saúde das Mulheres do Instituto Nacional de Saúde norte-americano publicadas desde que a última força de intervenção reviu este tópico em 2002.

Os peritos encontraram evidências de que a aspirina diminui o primeiro ataque cardíaco nos homens e o primeiro AVC nas mulheres. Quanto mais factores de risco as pessoas apresentarem, mais probabilidade têm de retirarem benefícios da aspirina.

Os peritos recomendam que os homens com idades entre os 45 e os 79 anos devem utilizar a aspirina para reduzir o risco de ataques cardíacos, quando os benefícios superam os potenciais riscos de hemorragia gastrointestinal. As mulheres entre os 55 e os 79 anos devem utilizar a aspirina para reduzir o risco de AVC isquémico, quando os benefícios superam os potenciais riscos de hemorragia gastrointestinal.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/17/Risks_of_using_aspirin_differ_by_gender/UPI-75811237263754/

Um inibidor da secretase apresenta-se como possível opção para a Alzheimer

Um fármaco experimental, um inibidor da secretase, reduziu a produção da proteína beta-amilóide em ratos, o que poderá pressupor uma nova via para reduzir as lesões cerebrais características da Doença de Alzheimer.

Os resultados do estudo, liderado pelo Dr. Mark Burns, da Universidade de Georgetown, em Washington, revelaram que uma classe de fármacos para a Alzheimer, que se encontra em fase de ensaios clínicos, parece reduzir os danos produzidos pelas lesões cerebrais em animais.

As gama e beta-secretases são duas enzimas necessárias para a produção da proteína beta-amilóide. É esta proteína que forma as placas no cérebro, que ocorrem na doença de Alzheimer. O aumento do risco desta doença está associado a níveis elevados de fragmentos de beta amilóide no sangue.

Se estas enzimas forem bloqueadas, pode-se reduzir os défices de movimento, as alterações de comportamento e a perda neuronal que se produz depois de uma lesão cerebral. Assim, os investigadores propõem que as duas secretases sejam um objectivo prioritário para tratar as lesões cerebrais próprias da Alzheimer.


Para analisar o papel da proteína amilóide na lesão cerebral, os investigadores utilizaram duas formas de bloquear a activação das vias que produzem os péptidos amilóides. Desta forma, utilizaram um grupo de ratos geneticamente alterados incapazes de produzir secretases e, por isso, sem possibilidade de gerar amilóide.

Os investigadores também trataram ratos normais com uma molécula experimental, a DAPT, um dos primeiros inibidores da gama-secretase desenvolvidos e cuja eficácia está a ser avaliada para a Alzheimer.

No modelo observou-se uma redução da produção de péptidos amilóides neste grupo. No grupo de controlo comprovou-se que a lesão cerebral produzia mais péptidos amilóides e que o hipocampo era a região mais afectada, igual ao que se passa na Alzheimer.

Após três semanas da lesão inicial, os dois grupos foram capazes de efectuar as provas de memória de forma semelhante.

Contudo, as imagens de ressonância mostraram que as lesões no hipocampo desses grupos de ratos eram diferentes das do grupo de controlo. O estudo, publicado na “Nature Medicine”, demonstrou que a DAPT reduz a produção de beta-amilóide.

Isabel Marques

Fontes:
www.dmedicina.com/edicion/diario_medico/dmedicina/enfermedades/neurologicas/es/desarrollo/1200911.html

Estudo: Acrilamido não está associado ao risco de cancro do endométrio

Há sete anos foi lançado um alerta relativamente ao facto do acrilamido, um composto encontrado nos alimentos aquecidos a altas temperaturas, poder provocar cancro. Contudo, estudos não descobriram associações ao cancro do cólon ou da mama, e agora um estudo sueco indica que a ingestão a longo prazo de acrilamido não aumenta o risco de cancro do endométrio.

De acordo com o relatório publicado na "International Journal of Cancer”, os dados de estudos com animais têm suportado o efeito causador de cancro do acrilamido. Na realidade, em 2005 a Organização Mundial de Saúde (OMS) requereu a diminuição dos níveis de acrilamido nos alimentos.

Por outro lado, segundo a Dr. Susanna C. Larson, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, as evidências baseadas na população têm refutado amplamente a existência de um risco significativo de cancro devido à ingestão de acrilamido

Uma excepção é um estudo holandês, relatado há dois anos, no qual a ingestão de acrilamido estava associada a cancros do endométrio e dos ovários nas mulheres na pós-menopausa que nunca tinham fumado.

Para estudar esta situação, a equipa de investigadores analisaram dados de 61 mil mulheres. Estas completaram questionários alimentares quando se registaram entre 1987 e 1990 e depois novamente em 1997.

Durante um período de seguimento médio de 17 anos, 687 mulheres desenvolveram cancro do endométrio. Contrariamente ao estudo holandês, os investigadores suecos não encontraram qualquer evidência de que a ingestão de acrilamido influencie o risco da doença, quer as mulheres fumem ou não.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/16/eline/links/20090316elin018.html

Topiramato seguro e eficaz na prevenção da enxaqueca em adolescentes

Um relatório publicado na revista cientifica “Pediatrics” revelou que o topiramato é seguro e efectivo na prevenção da enxaqueca em pacientes entre os 12 e os 17 anos.

Embora o topiramato esteja indicado para a profilaxia da enxaqueca, em adultos, os autores explicaram que não existem fármacos aprovados para o tratamento profiláctico da enxaqueca em pacientes pediátricos.

O Dr. Donald Lewis, da Faculdade de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, e colegas avaliaram a eficácia e segurança do topiramato (50 miligramas/dia e 100 miligramas/dia) como profilaxia da enxaqueca em 106 pacientes entre os 12 e os 17 anos.

A dose mais elevada de topiramato reduziu significativamente a taxa de incidência mensal de enxaqueca de uma média de 4,3 ataques para 1,3, enquanto a dose mais baixa não diferiu do placebo (os ataques reduziram de uma média de 4,1 para 2,3 em ambos os grupos).

Nas últimas quarto semanas do estudo, mais de metade dos participantes que receberam 100 miligramas/dia de topiramato permaneceram sem enxaquecas.

A taxa de resposta foi de 83 por cento para o grupo dos 100 miligramas/dia, mas apenas de 46 por cento no grupo 50 miligramas/dia e de 45 por cento para o grupo do placebo.

Cerca de três quartos dos participantes que receberam topiramato experimentaram efeitos adversos, em comparação com menos de metade dos que receberam placebo, tendo os primeiros experienciado mais infecções do tracto respiratório superior, parestesia e tonturas.

Os investigadores concluíram que as análises de segurança não revelaram descobertas inesperadas. Os resultados deste ensaio demonstraram a eficácia dos 100 miligramas/dia de topiramato na prevenção da enxaqueca em pacientes pediátricos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/13/eline/links/20090313elin008.html