terça-feira, 12 de junho de 2007

FDA aprova comercialização da doxiciclina da Mylan

A farmacêutica Mylan teve autorização da autoridade norte-americana de controlo de fármacos (FDA) para continuar a vender o químico doxiciclina, comercializado como Adoxa Comprimidos (produto genérica) pela Doak Dermatologia.

Nos Estados Unidos o fármaco teve autorização de venda durante 12 meses, período em que foram vendidos 34 milhões de dólares.

O prazo de comercialização terminou a 31 de Março. Neste período a farmacêutica apresentou no requrimento ao FDA. A entidade deferiu e acrescentou a possibilidade de venda do medicamento com 50mg, 75mg e 100mg, para além das 150mg já no mercado.

O medicamento existe no mercado dos genéricos através da Par Farmacêutica.


Sara Pelicano
Fonte: PM Farma

Jornadas de trabalho para despertar consciências para a diabetes

O presidente da Associação de Diabéticos de São Miguel e Santa Maria afirmou à agência Lusa que,apesar de os diabetes afectar cerca de 14 mil pessoas nos Açores,"ainda há muitos diabéticos com vergonha de assumir esta doença".
Com o objectivo de contrariar essa tendência e de "despertar e silenciar a comunidade parar uma doença silenciosa"irá realizar-se, este sábado,as primeiras jornadas de trabalho para os diabéticos das ilhas de São Miguel e Santa Maria,no auditório do Centro de Saúde da Ribeira Grande, ilha de São Miguel.
"A relação do diabético com os profissionais de saúde", é o tema das primeiras jornadas de trabalho em prol da diabetes.
A associação foi desafiada por um dos seus associados a organizar um encontro informativo sobre a diabetes, juntando doentes, médicos e outros interessados.
Nutricionistas, médicos dentistas, oftalmologistas e de clínica geral e familiar são alguns dos oradores convidados a participar numa sessão aberta a todos os interessados, disse Rui Cordeiro. De acordo com os números do Programa de Controlo da Diabetes, criado nos Açores em 1989, estão registados nas ilhas cerca de 14.000 doentes, embora os clínicos estimem que os números reais possam rondar as 25.000 pessoas.
A Associação de Diabéticos de São Miguel e Santa Maria foi formada no final de 2005 e conta com cerca de 200 sócios, um número que Rui Cordeiro considerou ficar "aquém das expectativas", dado que "só em São Miguel existem mais de 7.000 doentes registados".
O pagamento de uma quota de dois euros mensais confere ao associado descontos em várias entidades parceiras da associação e a possibilidade de receber informação sobre a doença. Perda de peso, muita sede, cansaço constante e uma vontade frequente de urinar são alguns dos sintomas da diabetes, uma doença que o presidente da Associação referiu estar a ser diagnosticada "cada vez em pessoas mais novas".
O presidente adiantou ainda que, "o excesso de comida de plástico na alimentação e a falta de exercício físico são erros que se pagam caro".

Sandra Cunha

Fonte:Lusa,Sol,Açoriano Oriental

Especialistas defendem brincadeiras ao ar livre

As crianças precisam de brincar ao ar livre, em contacto com a natureza e em locais onde possam correr riscos, afirma a Royal Society for the Prevention of Accidents (RoSPA). De acordo com a entidade britânica para a prevenção de acidentes, esta é a melhor forma de aprender lições valiosas, em especial para que os mais novos saibam o que é o perigo e como poderão lidar com ele.

Alguns estudos recentes indicam que os pais têm tendência a impedir os filhos de brincar no exterior, principalmente por receito que estes se magoem. De acordo com os especialistas é necessário que os pais aceitem que é possível que as crianças se magoem, até porque, os arranhões, os galos e as nódoas negras não são lesões graves e fazer parte do crescimento. Esta temática vai ser discutida em pormenor numa conferência internacional organizada pela RoSPA que se realiza quinta-feira (14 de Junho).

Peter Cornall, um dos responsáveis da entidade, aconselha os pais a fazerem uma pergunta a si mesmos: “é preferível que uma criança fracture o pulso ao cair de uma árvore, ou que sofra uma lesão por utilizar o computador ou a consola de jogos”?

Quando as crianças passam tempo fora de casa, sujam-se na lama, molham-se, mexem nas plantas, “aprendem lições importantes sobre o que magoa, o que escorrega, onde podemos tropeçar ou cair”, salientou o mesmo responsável.

Uma das formas de ultrapassar as barreiras sobre as brincadeiras fora de casa poderá passar pela “criação de áreas selvagens de lazer”, sugere Cornall, acrescentando que, se estas áreas fossem criadas em ambientes vigiados os pais ficariam menos preocupados.

É a correr, a pular e a trepar às árvores que as crianças se desenvolvem quer no que toca à sua personalidade ou no que diz respeito ao conhecimento do mundo. Para além disso, os imprevistos inerentes a qualquer brincadeira ou correria são contributos valiosos para o desenvolvimento do raciocínio e os reflexos, aumentam a autoconfiança e contribuem para a sociabilização.

Ao ser capaz de interagir com o mundo à sua volta, as crianças “aprendem a ampliar os limites e desenvolvem a sua própria capacidade de discernir”, conclui.

Marta Bilro

Fonte: BBC, O Globo Online

Criação de um centro hospitalar de Viseu e de Tondela

Na sequência da "tendência" que se tem verificado tanto em Portugal como noutros países,o ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou hoje que deverá ser criado um centro hospitalar que incluirá os Hospitais de Viseu e de Tondela, cuja transição acontecerá em várias etapas.
Essa tendência de criar centros hospitalares pretende, por um lado, evitar "a progressiva evolução para fragilização do pequeno estabelecimento, que deixa de atrair médicos e enfermeiros novos" e, por outro, os "custos normalmente altos dos tratamentos por diagnóstico do paciente".
O ministro explicou que visto este caso ser ser uma associação, com tempo e com vagar,passará provavelmente por mais do que uma etapa de transição", explicou.
Todavia admitiu existir "alguma dificuldade jurídica nessa integração", já que o Hospital de Viseu é uma Entidade Pública Empresarial e o de Tondela pertence ao sector público administrativo o que, "Torna-se um pouco mais complexo."
No final de Maio, o PSD de Tondela pediu a Correia de Campos que esclarecesse qual o futuro do hospital local, exortando-o a divulgar um estudo que sustentaria a decisão de criar, ou não, o centro hospitalar.
O PSD decidiu reiterar a sua oposição à criação do centro hospitalar e exigir os esclarecimentos ao governante,por considerar que existem "demasiadas contradições" relativamente ao futuro do hospital.
"Queremos acreditar que o senhor ministro mantém a palavra de que não faria nada ao arrepio das vontades locais, nomeadamente da Câmara Municipal, e das populações", defendeu João Carlos Figueiredo,presidente da Concelhia do PSD.
O governante garantiu aos jornalistas não querer que o hospital de Tondela "perca a sua capacidade", considerando que, pelo contrário, "pode ter uma especialização produtiva muito boa"e que têm " muito interesse que aquilo que é bom seja melhor ainda e que o hospital não decaia".
Correia de Campos adiantou desconhecer a opinião do presidente da Câmara de Tondela, Carlos Marta (PSD), sobre o assunto mas considerou que "só se pode dizer se as pessoas são contra ou a favor depois de verem a solução".
No entanto, "a decisão final, naturalmente, é do poder central", realçou, acrescentando não ter ainda analisado também a integração, inicialmente falada, do Hospital de Seia.

Sandra Cunha

Fonte:Lusa

Prisão de Ventre

Afecta a maior parte da população e até agora é desconhecida a sua causa. Tomar um laxante muitas vezes resolve a situação mas nem sempre é o mais aconselhável.

Sofrer de prisão de ventre acontece quando, existe uma perturbação em que a pessoa tem evacuações incómodas ou pouco frequentes.A prisão de ventre aguda começa de forma repentina. A crónica, por outro lado, pode começar de forma subtil e persistir durante vários meses ou até anos.

Antes de iniciar um tratamento deve-se perceber porque se tem prisão de ventre. Umas das muitas causas apontadas são: preguiça em defecar, maus hábitos alimentares e administração prolongada de medicamentos.

Correr, andar a pé e alterar os hábitos alimentares, introduzindo mais legumes e bebendo muita água, são alguns dos passos a seguir, para que este problema fique resolvido.

O uso e abuso de laxantes muitas vezes pode trazer problemas como diarreia e vómitos, perda de algumas vitaminas e até mesmo modificação grave da forma dos intestinos. Muitos deles contém magnésio e fosfato de sódio, logo não devem ser usados diariamente. Desta forma, são aconselháveis laxantes à base de metilcelulose e policarbófilo, que não prejudicam tanto a saúde.

Para saber mais sobre este problema visite o sitio http://www.dulcolax.pt/pt/Homepage.jsp

Liliana Duarte

Fonte: Informação Farmacêutica
www.manual.merck.net

Pesquisa identifica factores genéticos de 7 doenças

Uma equipa científica formada por 50 grupos de pesquisa identificou 24 factores genéticos que podem desencadear o risco de sofrer sete das mais conhecidas doenças. São elas enfarte de miocárdio, hipertensão, dois tipos de diabetes, artrite reumática, doença de crohn e distúrbio bipolar.

A pesquisa tem como objectivo principal, mostrar como se pode desmascarar os múltiplos factores genéticos que incidem nas mais variadas doenças.

A análise foi feita em 17 mil voluntários britânicos e permitiu identificar factores genéticos até agora desconhecidos, podendo desenvolver-se a partir daí, novos tratamentos para elas.

Segundo Peter Donnelly, pesquisador da Universidade de Oxford e presidente do associação que executou a investigação: «Essa estratégia permitirá grandes avanços na compreensão das doenças e na nossa maneira de as enfrentar».

Entre as várias conclusões do estudo destaca-se que foi identificada na região do cromossoma 9, a possível causa para doenças coronárias.

Liliana Duarte

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1679041-EI296,00.html

Fibrose Quística

A fibrose quística é uma doença hereditária que, segundo a Associação Nacional de Fibrose Quística, em Portugal, afecta entre 30 a 40 crianças.

A alteração dá-se no cromossoma 7, responsável pelas secreções, o que faz com que se tornem mais espessas e viscosas nos aparelhos respiratório e digestivo, levando a que as secreções deixam de funcionar como lubrificantes e passem a bloquear canais e outras passagens, principalmente no pâncreas e nos pulmões.

Nos primeiros, o facto do muco ser espesso impede a passagem de enzimas que levam à decomposição dos alimentos. Isso desencadeia deficiências nutricionais.
No caso dos pulmões, o acumular do muco faz com que se desenvolvam bactérias que mais tarde provocam infecções. Essas infecções provocam insuficiências respiratórias que podem mesmo levar à morte.

A doença pode ser detectada logo nos primeiros dias de vida, pois o recém-nascido tem um bloqueio dos intestinos, fazendo com que as fezes não consigam passar pelos intestinos.

Um outro factor a realçar é o sabor salgado da pele, que um doente com fibrose tem, uma vez que as glândulas sudoríparas são salgadas. Isso acontece porque o gene responsável pela doença altera o funcionamento da proteína que regula a passagem do cloro e do sódio, através das membranas celulares.

Os doentes devem ter um especial cuidado com a alimentação, beber líquidos com abundância, evitar fumar e fazer sempre a vacina anual da gripe.

Para saber mais consulte o sítio: http://www.apfq.pt/fibrose/index.html

Liliana Duarte

Fontes: Revista Farmácia e Saúde e http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D69

Gene humano inserido no arroz

EUA autorizam plantação
Cientistas norte americanos desenvolveram um arroz geneticamente modificado que contém genes humanos. Esta é a primeira planta transgénica testada neste campo, sendo o primeiro alimento com genes humanos.

Arroz geneticamente modificado para alcançar proteínas do leite materno vai começar, finalmente, a ser cultivado nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos EUA já autorizou o início das plantações no estado do Kansas, e este é um dos primeiros alimentos modificados com vista a alcançar proteínas humanas. A produção será em grande escala - 12 mil quilómetros quadrados.

De acordo com o site da empresa de biotecnologia norte-americana responsável pelo produto, Ventria Bioscience, a estirpe de arroz a ser cultivada irá produzir lizozima, lactoferina e albumina – proteínas encontradas no leite materno.

O objectivo da empresa é enriquecer o arroz com propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas. O arroz vai servir para produzir bebidas para combater a diarreia infantil, uma das maiores causas de morte nos países em desenvolvimento.

A empresa prevê ainda a produção de suplementos dietéticos para a anemia que poderão passar por sobremesas, iogurtes e barras de cereais.

Biotecnologia: Portugal acompanha ritmo

A biotecnologia em sentido lato, é hoje, reconhecida como uma das tecnologias com maior potencial de crescimento e impacto na sociedade. De facto, tem vindo a tornar-se numa tecnologia de alicerce em sectores tão diversos e essenciais como agro-alimentar, ambiental, farmacêutico e médico.

Portugal tem conseguido acompanhar a bom ritmo o desenvolvimento da biotecnologia através das suas universidades e centros de I&D, tendo também realizado um importante investimento na formação avançada de recursos humanos nesta área.

Neste âmbito, o IIR Portugal, através da Divisão PTI – Pharmaceutical Training Institute, apresenta em Lisboa - nos dias 19 e 20 de Junho - um Seminário Específico sobre Patentes em Biotecnologia.
De referir que, Institute for Internacional Research (IIR) é, desde 1973, uma referência internacional no desenvolvimento de eventos de formação e informação para o mundo empresarial.

Em 2005, IIR passou a fazer parte de Informa plc, o maior especialista mundial de desenvolvimento de conteúdos profissionais, cientificos e académicos, unindo, assim, dois líderes mundiais e criando uma grande empresa com presença em mais de 40 países dos cinco continentes.O IIR desenvolve mais de 200 eventos ao ano, e é a empresa de referência na organização de conferências, congressos, seminários, mastercouses e Formação na Empresa desde 1988 .

Raquel Pacheco
Fonte: Ventria Bioscience/BBC/Biotech Brasil/PTI

Nova geração: «Plantação Farmacêutica»

Tabaco pode salvar vidas

Uma nova geração de produtos geneticamente modificados pode alcançar fármacos e vacinas mais baratos para os países em desenvolvimento. Neste âmbito, um laboratório em Londres está a desenvolver pesquisas com o tabaco. Os investigadores acreditam que a planta pode salvar vidas.

A técnica é apelidada de «pharmaceutical pharming» (plantação farmacêutica), e está a emergir como o mais novo campo de batalha na guerra sobre alteração genética.

Nesta investigação, – e de acordo com os cientistas londrinos – cada planta sofreu uma alteração para carregar um gene que é normalmente encontrado num tipo de alga. Segundo explicaram os investigadores, “dentro das células, o DNA estrangeiro força o tabaco a liberar uma proteína que não tem utilidade para ele mas, que funciona como potencial droga contra o HIV.”

A verdade é que, o Reino Unido já rejeitou as plantas geneticamente modificadas mas, com a indústria farmacêutica, as linhas de combate ainda não estão claramente definidas.
Na França, segundo a BBC, uma plantação de milho transgénico foi alvo de sabotagem. O milho estaria a produzir uma proteína que poderia ser usada para tratar fibrose cística.

Para os cientistas apologistas da «pharmaceutical pharming», não há dúvidas e os benefícios são claros. “As maneiras convencionais de se fazer medicamentos modernos são caras”, argumentam os investigadores, considerando que as companhias farmacêuticas, geralmente, têm na mira doenças que afectam pessoas que podem pagar.”

O processo também é simples: as plantas podem ser cultivadas, colhidas e delas extraída a alegada substância curativa.
Os defensores da técnica dizem que “de 100 hectares de plantação de batata poderia ser extraída quantidade suficiente de vacina contra a hepatite B para proteger a população do Sudeste asiático por um ano.”

No entanto, há também preocupações. Teme-se a possibilidade de as plantas se misturarem com suas parentes selvagens e perturbarem a cadeia de genes naturais.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/Biotech

Governo divulga tempos de espera para cirurgia na Internet

O Ministério da Saúde promete publicar na Internet, já no próximo mês de Julho, os tempos médios de espera para cirurgias, diferenciados por hospitais e patologias.

A garantia foi dada pela secretária de Estado adjunta, Carmen Pignatelli, que em entrevista à Antena 1, afirmou que essa "divulgação pública completa", acontecerá no próximo mês de Julho e terá uma periodicidade semestral.

Para 2008 o Governo prevê o lançamento um portal na Internet, através do qual os utentes poderão aceder ao seu processo e conhecer a posição que ocupam na lista de espera, bem como o tempo médio que deverá decorrer até à cirurgia.

Esta divulgação permitirá também, fazer uma avaliação comparativa da capacidade de resposta de cada unidade hospitalar.

Até ao final deste ano, o governo tenciona ver a lista de espera para cirurgia reduzida em cerca de 10%, passando dos actuais 222 mil inscritos para 200 mil.

Para alcançar esta meta, o governo deverá apostar em acordos com estabelecimentos do sector privado e social, prevendo-se a diminuição do tempo de espera em cerca de um mês, dos actuais seis meses, para cinco. Em 2009, espera-se que o número de doentes em lista de espera, seja apenas de 175 mil.

Os doentes com neoplasias malignas deverão ter prioridade, já que nestas doenças o factor tempo assume um carácter decisivo para a perspectiva de sobrevivência.

De acordo com dados oficiais divulgados em Março, no final de 2006 encontravam-se em lista de espera 225.409 pacientes, números que representam já uma diminuição de 6, 6%, relativamente ao ano anterior, em que o tempo médio de espera ascendia aos oito meses. Destes, 122.858 aguardam há mais de seis meses por uma cirurgia e 25.191 há mais de dois anos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias
Medicamento alvo de estudos há largos anos
Insulina inalável disponível em Espanha


A diabetes afecta hoje 230 milhões de pessoas em todo o mundo, registando uma tendência de aumento que a Organização Mundial de Saúde estima poder chegar aos 336 milhões em 2020. Em Portugal há 400 a 500 mil afectados. Todos os anos morrem três mil doentes e 35 mil necessitam de quatro injecções de insulina por dia para se manterem vivos. A chegada ao mercado espanhol da insulina inalável, alvo de intensa investigação ao longo dos últimos anos, poderá ser a boa notícia por que esperavam.

Com incidência crescente no nosso país, onde é a primeira causa de amputações não traumáticas, insuficiência renal e enfarte do miocárdio, a diabetes altera de um modo significativo a vida das pessoas que afecta, designadamente quando obriga à administração diária de doses de insulina. Facilitar essa administração e melhorar a qualidade de vida dos pacientes são as grandes vantagens da entrada no mercado da insulina inalável, que hoje começou a ser vendida nas farmácias espanholas, ao cabo de muitos anos de pesquisas da comunidade científica internacional em torno daquela possibilidade farmacêutica.
A comunidade científica internacional considera que a nova fórmula – a Exubera, da Pfizer – poderá ser o maior feito da investigação relacionada com o tratamento da diabetes das últimas oito décadas, e depois de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Irlanda e México, a insulina inalável está agora disponível aqui ao lado, em Espanha, onde a sua prescrição e administração são totalmente financiadas pela Segurança Social. O novo medicamento de acção rápida é apresentado em pó e deve ser inalado pela boca 10 minutos antes das refeições.
Em declarações ao jornal «El Mundo», o director médico da Pfizer recordou que “há mais de 15 anos decorriam estudos e ensaios com a insulina inalável” em que terão participado mais de 2500 doentes. Trabalhos que demonstraram que esta fórmula é semelhante à injectável do ponto de vista da sua eficácia, mas mais cómoda e mais fácil de aceitar pelos pacientes, melhorando a sua qualidade de vida. O lançamento deste produto foi por diversas vezes anunciado em vários pontos do globo, e com as mais variadas marcas comerciais. A Exubera está disponível em blisters de 1 e de 3mg, pronta a consumir.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo, Sociedade Brasileira de Diabetes, ABC da Saúde

Ex-trabalhadores da Eli Lilly Brasil exigem 12 mil euros em indemnizações

Os pedidos de indemnização dos ex-trabalhadores da subsidiária brasileira do laboratório norte-americano Eli Lilly, que acusam a empresa de contaminação, ascendem aos 12 mil euros (cerca de 30,6 milhões de reais). Os seis funcionários da antiga fábrica da farmacêutica delegam responsabilidades na empresa por problemas de saúde que lhes terão sido causados pela exposição a materiais pesados, como é o caso do ferro, chumbo, arsénio, alumínio e cobre.

O advogado que representa os ex-trabalhadores, Paulo Cunha Torres, referiu que para além destas seis acções judiciais, estão a ser preparadas outros quatro processos de indemnizações de ex-funcionários com base nas mesmas alegações.

Um outro grupo de funcionários da Eli Lilly está a trabalhar em conjunto com o seu representante legal para reunir antecipadamente provas que certifiquem que os trabalhadores foram expostos às substâncias contaminantes. O objectivo é entrar na justiça com uma acção colectiva e um pedido de indemnização à multinacional.

Elias Soares Vieira, um dos antigos funcionários ao qual foi retirado um rim e detectado cancro no outro, garante que os problemas de saúde estão relacionados com o trabalho desempenhado para a farmacêutica entre 1988 e 1996. Segundo o advogado, os trabalhadores exerciam as suas actividades laborais sem equipamentos de protecção e teriam sido submetidos a contaminações através do ar, da água e do solo.

A Eli Lilly do Brasil não admite qualquer relação entre os problemas de saúde dos ex-trabalhadores e as actividades laborais exercidas na empresa. De acordo com o laboratório, em 2004 foram detectados no local resíduos de baixa toxicidade e sem efeitos nocivos. Estas substâncias seriam derivadas da produção de herbicidas, o que levou a farmacêutica a fazer uma auto-denuncia às autoridades competentes. Desde esse momento a empresa tem levado a cabo um projecto de recuperação da área.

Marta Bilro

Fonte: Paulínia News

Empresa privada vai controlar facturas de medicamentos

Uma empresa privada vai controlar, a partir do próximo ano, as facturas dos medicamentos e dos meios complementares de diagnóstico prescritos em todo o país. O objectivo é evitar burlas e falsificações e acelerar o processo de fiscalização das facturas de saúde. Actualmente, a fiscalização de facturas é feita, na maior parte dos casos, manualmente, por funcionários das sub-regiões de saúde. O processo feito desta forma chega a demorar sete a oito meses.

Para seleccionar a entidade privada que vai fiscalizar as facturas de todo o país, os Ministérios da Saúde e das Finanças vão lançar, dentro de semanas, um concurso público. Segundo publicado no Diário da República, o concurso público visa "a criação e gestão do centro de conferência de facturas de medicamentos, meios complementares de diagnóstico (MCDT) e terapêutica e de outras prestações complementares a utentes do [Serviço Nacional de Saúde] SNS".

O objectivo principal é centralizar todo o processo numa única empresa, sendo o trabalho feito através de um sistema informático, o que vai permitir que seja mais rápido e eficaz. Para este projecto, o Ministério vai gastar cerca de 30,5 milhões de euros nos próximos quatro anos, sendo a maior parte paga no próximo ano, tendo em conta que é o ano de desenvolvimento do projecto e de aquisição de software e hardware. Apenas as facturas apresentadas pelas farmácias e consultórios privados é que são abrangidas por este sistema, as dos hospitais não estão incluídas.

Actualmente, o Governo estima que "o volume de prescrições electrónicas ronde os 34%". Para além de permitir que a verificação das facturas seja mais rápida e barata, a prescrição electrónica pode ainda trazer vantagens para os utentes. Algumas das aplicações informáticas existentes já têm, como suporte, informação sobre a totalidade dos medicamentos disponíveis, assim como as dosagens e preços.

Isabel Marques

Fontes: Jornal de Notícias, Diário de Notícias e www.tvi.iol.pt

Vacina para a cólera a partir de arroz

Uma nova vacina para a cólera, feita a partir de arroz transgénico, poderá potenciar o tratamento mais barato e eficaz para a doença nos países em desenvolvimento, sendo igualmente mais fácil de armazenar. É que, ao contrário das convencionais injecções, que precisam de ser refrigeradas até ao momento da inoculação, a nova vacina poderá conservar-se vários anos à temperatura ambiente.

Este tipo de imunizações oferece “uma estratégia muito prática e efectiva” no que diz respeito aos custos para vacinar oralmente grandes populações, de acordo com os especialistas, que consideram que o facto de a vacina, por ser feita à base de arroz geneticamente modificado, poder permanecer por longos períodos em locais à temperatura ambiente facilitará também a sua distribuição nos países africanos e da América Latina, os mais afectados pela incidência da cólera.
Citados pela revista científica «Proceedings of the National Academy of Sciences», os cientistas japoneses explicaram que, em testes feitos em ratos a nova vacina foi eficaz na geração de uma dupla imunidade, provocando a resistência normal do corpo, ao mesmo tempo que fomentava a produção de anticorpos nas mucosas do nariz, da boca e do trato urinário. Os peritos japoneses criaram a vacina através da inserção de uma parte da bactéria causadora da doença – o Vibrio Cholerae – na planta do arroz. O alimento foi dado aos ratos, que desenvolveram imunidade à variedade da cólera que normalmente se transmite pela comida ou pelo consumo de água contaminada.

Carla Teixeira
Fonte: AFP

Brystol-Myers Squibb declara-se culpada no caso da patente do Plavix

A farmacêutica Bristol-Myers Squibb declarou-se culpada de duas acusações em que era suspeita de ter mentido ao governo acerca de um acordo de patente falhado entre o laboratório norte-americano, a Sanofi-Aventis e a Apotex sobre a patente do Plavix (clopidogrel), um inibidor da agregação plaquetária. A empresa foi condenada ao pagamento de uma multa no valor de um milhão de dólares (cerca de 750 mil euros).

A declaração de culpa, que tinha sido anunciada pela empresa há cerca de um mês, deu hoje entrada no tribunal federal de Washington. Num comunicado emitido a Bristol-Myers informou que a Comissão de Comércio Federal dos Estados Unidos e o Procurador Geral de Nova Iorque, Andrew Cuomo, continuam a investigar o acordo em causa. O impacto da declaração de culpa nessas investigações “não pode ser previsto”, referiu a empresa.

A farmacêutica justifica o facto de ter aceitado pagar a multa como forma a resolver as acusações de concorrência desleal por ter omitido ilegalmente parte de um acordo com a Apotex que envolvia uma patente do Plavix. De forma a obter a aprovação da Apotex para reter o lançamento do seu genérico até 2011, a Bristol-Myers ofereceu à farmacêutica canadiana uma compensação cujo valor não foi revelado.

O acordo não foi bem sucedido já que, em 2006, a Apotex inundou o mercado com uma versão genérica de Plavix, fazendo com que as vendas do medicamento caíssem. A Bristol-Myers começou a ser investigada pela autoridade da concorrência do Departamento de Justiça Norte-Americano de Washington, por ter proposto a oferta de acordo.

Em 2005, quando não enfrentava qualquer tipo de concorrência, as vendas do fármaco renderam cerca de 3,8 mil milhões de dólares norte-americanos.

Mesmo depois de ter aceitado pagar a multa, o director-executivo da empresa, Jim Cornelius, divulgou uma declaração aos funcionários onde garantia que a farmacêutica nunca teve um “acordo paralelo” de nenhum tipo com a Apotex para impedir que esta lançasse no mercado uma versão do Plavix.

A agência norte-americana reguladora dos medicamentos (FDA) concedeu aprovação à Apotex para produzir um genérico do Plavix. Porém a empresa não possuía autorização legal para o fazer, uma vez que a Bristol-Myers detém a patente até 2011. Ainda assim a Apotex seguiu em frente com a produção do genérico até a Bristol-Myers ter conseguido que a produção fosse bloqueada por decisão de um juiz federal de Nova Iorque.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Bristol-Myers Squibb, CNN Money, MSN Money, New York Times

Disfunção Eréctil: Faro recebe Unidade Móvel “Saúde em Movimento”

A cidade algarvia de Faro, vai receber nos próximos dias 18 a 20 de Junho, a unidade móvel “Saúde em Movimento”, que pretende alertar para a Disfunção Eréctil (DE).

A unidade móvel, nascida de uma parceria entre a Sociedade Portuguesa de Andrologia e a farmacêutica Lilly Portugal, pretende sensibilizar e informar a população sobre os problemas relacionados com a Disfunção Eréctil.

O atendimento será feito por psicólogos, de forma personalizada, anónima e confidencial, durante três dias, entre as 09:30 e as 19:00 horas, na Unidade Móvel “Saúde em Movimento”, que em Faro, estará estacionada no Jardim Manuel Bívar, junto à Marina.

Quem se deslocar até esta unidade, poderá também proceder à medição dos níveis de glicemia e da tensão arterial, de forma a despistar duas das patologias mais associadas à DE, a hipertensão e a diabetes.

Existirá ainda um centro de informação, onde será exibido um filme e serão disponibilizados folhetos informativos, elucidativos das causas, sintomas e formas de tratamento não só da Disfunção Eréctil, como também da hipertensão e diabetes.

Depois de Faro, também outras cidades do país receberão esta unidade móvel, uma vez que esta é uma iniciativa de âmbito nacional.

Inês de Matos

Fonte: Região Sul (Jornal semanário do Algarve)

Pfizer e Astellas lançam hoje Celecox no Japão

A Pfizer e a Astellas começam hoje a vender conjuntamente, no Japão, o Celenox para o tratamento da inflamação e dor associadas à artrite reumatóide e à osteoartrite. A Pfizer irá importar os ingredientes activos do medicamento, enquanto que a Astellas irá produzir e distribuir o produto no país.

O analgésico, com a denominação de Celebrex, está à venda nos Estados Unidos há mais de oito anos, tendo sido submetido um requerimento para a aprovação no Japão em Dezembro de 2002. Um medicamento fica normalmente disponível no mercado japonês quatro anos após ter sido lançado nos Estados Unidos ou na Europa. Contudo, o porta-voz da Astellas, a terceira maior farmacêutica do Japão, não fez comentários ao porquê do atrasado no lançamento do fármaco no Japão.

Descoberto pela Pfizer, o celecoxib é o primeiro agente anti-inflamatório destinado a inibir selectivamente a enzima COX-2 (ciclo-oxigenase 2), reduzindo assim especificamente a produção de prostaglandina, um agente químico envolvido na inflamação. Lançado inicialmente nos Estados Unidos em 1999, o celecoxib tem sido comercializado em mais de cem países e prescrito a mais de 31 milhões de pacientes como Celebrex ou Celebra.

O celecoxib é o primeiro inibidor selectivo da COX-2, desenvolvido e comercializado em todo o mundo, que se espera que proporcione benefícios terapêuticos evitando problemas gastrointestinais. O medicamento deu provas de eficácia no combate aos sintomas da artrite reumatóide e da osteoartrite com a administração de duas doses diárias.

O Celebrex opera de maneira semelhante ao Vioxx da Merck & Co., que foi retirado do mercado em Setembro de 2004 depois de ter sido relacionado a ataques cardíacos e acidentes vasculares celebrais.

Em todo o mundo, as vendas do Celebrex renderam à Pfizer 598 milhões de dólares no primeiro trimestre, 22 por cento mais que nos mesmos três meses de 2006.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, JCNNetwork e Pfizer.pt

Primeira terapêutica biológica para doença de crohn

A Agência Europeia do Medicamento aprovou no passado dia 6 de Junho a primeira terapêutica biológica para o tratamento da doença inflamatória do intestino (doença de crohn) na infância e na adolescência.
Esta aprovação é uma das principais novidades no 27º Congresso Nacional de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva que está a decorrer no Algarve, esta nova aprovação é para toda a Europa, incluindo Portugal que a partir de agora pode tratar as crianças e os adolescentes (dos 6 aos 17 anos de idade) com um novo medicamento biológico.
Este novo método é feito em manutenção (de 8 em 8 semanas) que ajuda a controlar a sintomatologia (diarreias e dor abdominal) como também facilita o crescimento normal das crianças.
A Doença Inflamatória do Intestino pode afectar pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente entre os 20 e 40 anos. Em 20% dos casos a doença começa durante a infância e a adolescência.
Acredita-se que, em Portugal, mais de 25 mil portugueses sofram desta patologia, sendo que a incidência da DII na Europa é de cerca de 16 novos doentes por cada 100 mil habitantes por ano e a prevalência é de 160 – 320 por 100 mil habitantes.

Juliana Pereira
Fonte: Sapo

Novo estudo sobre a memórias

O stress ou as depressões nas pessoas são causas que podem mais facilmente provocar problemas de memória no indivíduo, do que aquelas que são mais calmas, revela um estudo da Universidade Rush de Chicago, que hoje será publicado na revista Neurologia.
A investigação afirma que as pessoas com tendência para experimentarem emoções negativas têm mais 40 por cento de probabilidades de desenvolverem uma “deterioração cognitiva leve “ que é um estado de transição entre o envelhecimento normal e a demência leve, que muitas vezes é associado à doença de Alzheimer.
Robert Wilson, autor do estudo, revelou em comunicado que “Há muitas diferenças na forma como enfrentamos o stress e outras emoções negativas mas essas reacções tendem a ser constantes durante a vida adulta”.
“Estas descobertas sugerem que, ao longo da vida, o stress crónico afecta a zona do cérebro responsável por que o organismo dê uma resposta; infelizmente, essa parte do cérebro também regula a memória”, afirmou ainda Wilson.
Os investigadores da Universidade Rush de Chicago foram buscar resultados a estudos já feitos durante 12 anos em 1.256 pessoas, sem indícios de sofrerem aquela doença. Nessa altura, 482 indivíduos desenvolveram a enfermidade.
Foi medido o nível emocional das pessoas, através da sua indicação de as três afirmações estavam mais de acordo com os seus hábitos diários: “Não sou uma pessoa que se preocupe com tudo”; “Amiúde sinto-me tenso e nervoso”; “Amiúde aborreço-me pela forma como as pessoas me tratam”.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Novo sistema de propriedade de farmácias

O Governo tem seis meses, segundo ujm diploma apresentado hoje em Diário da República, a nova lei sobre a propriedade de farmácias, que permitirá, a qualquer cidadão possuir uma farmácia.
As excepções a esta autorização são os profissionais de saúde prescritores de medicamentos, empresas de distribuição de medicamentos, indústria farmacêutica, empresas prestadoras de cuidados de saúde ou associações representativas das farmácias.
A liberalização da propriedade das farmácias tinha sido falada pelo primeiro-ministro, José Sócrates em Maio de 2006, durante um debate mensal na Assembleia da República.
“Termina assim um regime de condicionamento reconhecidamente anacrónico que perdurou tempo demais”, disse na altura o primeiro-ministro, no entanto, o Governo avisa que esta liberalização da propriedade será feita através de regras muito exigentes para evitar situações eticamente menos claras.
A Associação Nacional das Farmácias continua contra esta medida, porque acredita que o modelo actual de propriedade, que dá apenas prioridade a farmacêuticos é “melhor serve o interesse dos doentes”

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Cientistas japoneses desenvolvem arroz com vacina para a cólera

Uma equipa de investigadores japoneses da Universidade de Tóquio desenvolveu uma qualidade de arroz que pode conter a vacina para a cólera. O estudo, publicado no jornal da Academia Nacional das Ciências, foi apenas testado em ratos, porém os cientistas acreditam que a vacina poderá ser desenvolvida para proteger as pessoas contra o HIV e a gripe.

A confirmarem-se os resultados desta investigação preliminar, a descoberta poderia resolver o problema de alguns países com serviços médicos precários, que não possuem mecanismos de conservação e armazenamento de vacinas.

De acordo com o director do Burnet Institute, em Melbourne, Steve Wesselingh, o modelo de vacina desenvolvido pelos investigadores japoneses aparenta ser bem sucedido e estável. “O que se prevê é uma dose muito controlada, administrada oralmente a uma população”, explicou este virólogo. A principal vantagem, acrescentou o responsável, é a possibilidade de o produzir a custos reduzidos e não haver muitos processos de preparação depois de o produto ter crescido e ter sido colhido, “o que obviamente reduz as necessidades de biotecnologia de ponta em países que não possuem capacidade para a ter”.

Para a equipa de investigadores liderada por Hiroshi Kiyono, o principal benefício desta nova abordagem reside no facto dela causar reacções imunes que abrangem todo o sistema corporal e os tecidos de mucosa como a boca, o nariz e o tracto genital. A investigação levada a cabo pelos cientistas japoneses foi subsidiada por várias agências governamentais nipónicas.

As vacinas comuns, aplicadas através de uma injecção, não provocam respostas de imunidade nas áreas mucosas, o que significa que a nova vacina poderá ter uma vantagem contra infecções que frequentemente atacam essas membranas, como é o caso da cólera, o VIH, o vírus da gripe e da pneumonia atípica.

“Este não é o grau de progresso que esperávamos ter neste momento”, afirmou Hugh Mason, investigador da Universidade do Estado de Arizona, que já trabalhou em várias pesquisas com plantas para a elaboração de vacinas. O especialista preveniu ainda que não é fácil conseguir uma boa resposta às substâncias ingeridas oralmente devido ao ambiente hostil do aparelho digestivo.

“Teremos que desenvolver formas de proteger a vacina da degradação provocada pelo estômago e posteriormente introduzi-la na direcção do intestino para que possa ser absorvida ”, explicou Mason.

David Pascual, um especialista em biologia molecular da Universidade do Estado de Montana, em Bozeman, salientou o facto dos investigadores japoneses terem conseguido gerar uma resposta imunitária protectora nos ratos e ao mesmo tempo evitar qualquer reacção alérgica ao arroz. Para além disso, o arroz transgénico pode ser armazenado à temperatura ambiente e não oferece os riscos de infecção inerentes a uma injecção. Pascual que não participou nesta pesquisa, lembra que várias outras plantas têm sido desenvolvidas para serem usadas na produção de vacinas.

Ainda assim, o responsável pela investigação advertiu que o facto de a vacina derivar do arroz não significa que seja comestível. “Não queremos criar a ideia nas pessoas de que se comerem arroz ficam vacinados”, afirmou Kiyono, acrescentando que a vacina seria distribuída em cápsulas ou comprimidos contendo pó de arroz e deverá ser encarada como um medicamento e não como comida.

Depois dos primeiros testes em ratos, Kiyono sublinhou que ainda são necessários mais estudos preliminares e mostrou-se confiante que “num futuro próximo” a vacina possa ser testada num macaco.

Marta Bilro

Fonte: AHN, imirante.com, ABC Today, CNN Money,

Laboratório reembolsa Estado caso fármaco não resulte

Proposta poderá abrir precedente
Caso o paciente não apresente melhoras, um laboratório farmacêutico britânico propôs ao NHS (Serviço Nacional de Saúde inglês) o total reembolso dos custos de um fármaco destinado ao tratamento do mieloma múltiplo.

Segundo a proposta do laboratório Janssen-Cilag, o NHS só assumiria o custo do tratamento se der bons resultados ou seja, os cerca de 36 mil euros necessários para a compra do medicamento Velcade (bortezomib) serão suportados pelo governo britânico apenas se a terapia se revelar positiva.

Caso ganhe a autorização do Estado, esta proposta pode abrir um precedente que, poderá ajudar a custear novos e dispendiosos tratamentos contra o cancro.
Entretanto, o laboratório em causa já adiantou que, na fase dos testes clínicos, o bortezomib reduziu ou até reverteu a evolução da doença.

O bortezomib é o primeiro fármaco na classe (inibidor de proteosoma), desenvolvido especificamente para inibir a actividade do tipo quiotripsina.
O fármaco é indicado em doentes com mieloma múltiplo em progressão e que já tenham sido sujeitos ou não possam recorrer ao transplante de medula óssea.

Segundo as recomendações do National Institute for Clinical Excellence (NICE), “os pacientes que respondam de forma parcial ou completa ao fármaco deverão continuar com o tratamento subvencionado pelo NHS.”
Andrew Dillon, director-executivo do NICE considerou que "ainda é cedo para dizer se isto pode ser o começo de uma nova tendência mas, a julgar pelas nossas conversas com outras empresas, há sinais de que também estão a pensar actuar nessa mesma linha."

A viabilidade da proposta espera agora o parecer do Ministério da Saúde britânico o que, deverá acontecer, em Outubro.

Raquel Pacheco
Fonte: British Medical Journal/MNI/NICE

Novas instalações precisam-se

O presidente do Conselho de Administração do Instituto Português de Oncologia (IPO), Ricardo da Luz, acredita na urgente necessidade de novas instalações, dizendo mesmo que as actuais estão “desadequadas” ao serviço prestado.
“A oncologia que se faz actualmente é mais de ambulatório e não tem o carácter asilar, com internamentos muito prolongados, que tinha na altura em que este hospital foi projectado e para o qual foi dimensionado”, acrescentou Ricardo da Luz.
Ricardo da Luz falou também que segundo, as novas regras de segurança hospitalar, de segurança dos profissionais de saúde e dos próprios doentes, as instalações estão “desadequadas” às necessidades.
No entanto, quando foi questionado sobre a possibilidade do IPO mudar para Oeiras, o presidente do Conselho de Administração do Instituto remete essa questão para o Ministério da Saúde: “competência exclusiva do Ministério da Saúde, embora a administração do hospital tenha sempre uma palavra a dizer”.
A mudança do IPO para Oeiras é ainda algo em estudo, após a oferta por parte presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais de ceder um terreno, a custo zero ao Ministério da Saúde para a construção de novas instalações.
A saída do IPO para Oeiras ainda não é uma certeza, segundo declarações de uma assessora de imprensa do ministro da Saúde.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Zimulti aumenta risco de suicídio e depressão

O fármaco Zimulti (Rimonabant) do laboratório Sanofi-Aventis, destinado à perda de peso, poderá aumentar os riscos de suicídio e os pensamentos suicidas, avançou a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA).

De acordo com um estudo divulgado ontem, durante os testes clínicos, os pacientes que administraram o medicamento relataram com maior frequência a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas em relação ao grupo que administrou um placebo. Segundo os testes, 5,9 por cento registaram sintomas de ansiedade e 3,9 por cento transtornos depressivos.

Num outro conjunto de testes, cerca de 26 por cento dos pacientes administrados com a dose de 20 miligramas do medicamento relataram episódios psiquiátricos adversos, incluindo depressão, ansiedade e insónia, comparativamente aos 14 por cento de pacientes que tomaram o placebo. No comunicado emitido a FDA afirma que "foram identificadas duas categorias de episódios adversos que estão a ser observadas cuidadosamente. São episódios psiquiátricos (ansiedade e depressão, incluindo pensamentos suicidas) e episódios neurológicos (mudanças sensoriais, dificuldades motrizes, dificuldades cognitivas)”.

Por outro lado, a FDA confirmou a eficácia da dose de 20 miligramas de Zimuti, ao referir que provocou diminuições significativas de peso em pessoas obesas. "Um tratamento com a dose de 20 miligramas da droga, em conjunto com uma ingestão modesta de calorias e exercício físico, reduz significativamente o peso do corpo e a circunferência da cintura nos pacientes com excesso de peso ou obesos", refere o mesmo documento. A entidade reguladora realizou 59 estudos clínicos em mais de 16 mil pacientes. A eficácia do remédio no tratamento da obesidade ficou comprovada em quatro estudos, pode ler-se no documento que está disponível no site da FDA.

Um grupo de analistas vai amanhã (13 de Julho) avaliar se os benefícios do produto na redução do peso, do colesterol e do açúcar no sangue superam os riscos. Posteriormente os investigadores vão ou não recomendar o lançamento da substância no mercado norte-americano.

A primeira tentativa da farmacêutica francesa para que o fármaco fosse liberalizado pela FDA remonta a Abril de 2005, e pretendia que este fosse utilizado no tratamento da obesidade e que ajudasse os fumadores a deixarem o vício. No entanto, esta última pretensão foi rejeitada e a utilização do Zimulti na perda de peso obteve autorização condicionada em Fevereiro de 2006. Em Outubro a Sanofi-Aventis voltou a submeter o fármaco à aprovação da FDA para ser utilizado em pacientes obesos.

Ainda assim, na Europa o medicamento já obteve parecer positivo e a sua utilização foi autorizada em cerca de 10 países. Em Portugal existem duas apresentações do rimonabant autorizadas pelo Infarmed (Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento), o Acomplia e o Zimulti, ambos na mesma dosagem e comercializados pela Sanofi-Aventis. A autorização de introdução no mercado português data de Junho de 2006, nenhum dos medicamentos é comparticipado pelo estado e uma embalagem de 14 comprimidos custa 49.68 euros.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, MSN Money, The Street, First World, Último Segundo, FDA, Infarmed.

Nova legislação permitirá a qualquer pessoa ser proprietária de uma farmácia

O Governo tem seis meses para apresentar a nova legislação que permita a qualquer pessoa ser proprietária de uma farmácia, até agora um exclusivo da classe farmacêutica, segundo um diploma hoje publicado em Diário da República.

A autorização legislativa hoje publicada dá ao Governo 180 dias para aprovar um decreto-lei onde será alterado o regime de propriedade da farmácia, permitindo a todas as pessoas serem proprietárias das farmácias.

As excepções a esta autorização são os profissionais de saúde prescritores de medicamentos, empresas de distribuição de medicamentos, indústria farmacêutica, empresas prestadoras de cuidados de saúde ou associações representativas das farmácias.
O Governo vai ainda alterar o número máximo de farmácias por proprietário de uma para quatro.

A liberalização da propriedade das farmácias tinha sido anunciada pelo primeiro-ministro em Maio de 2006, durante um debate mensal na Assembleia da República.
«A propriedade das farmácias vai deixar de ser um exclusivo dos licenciados em farmácia. Termina assim um regime de condicionamento reconhecidamente anacrónico que perdurou tempo demais», disse na altura o primeiro-ministro, garantindo que a liberalização da propriedade será acompanhada de regras muito exigentes para evitar situações eticamente menos claras.

Contra esta medida esteve sempre a Associação Nacional das Farmácias, para quem o modelo que dá o exclusivo da propriedade aos farmacêuticos é o que «melhor serve o interesse dos doentes».

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Diário da República

“Stress” e depressões causam problemas de memória

A Universidade Rush de Chicago, publica hoje, na revista Neurologia, os resultados de um estudo recentemente concluido, que revelam que as pessoas que sofrem frequentemente de “stress” ou depressões, têm maior tendência para desenvolver problemas de memória, nomeadamente uma deterioriação cognitiva leve (MCI).

A MCI compreende-se como um estado de transição entre o envelhecimento normal e a demência leva, por vezes associada à doença de Alzheimer. De acordo com Sociedade contra o Alzheimer, cerca de dez a 15 por cento das pessoas afectadas pela MCI, acaba mesmo por vir a sofrer de Alzheimer.

Robert Wilson, principal autor do estudo, adianta que, "há muitas diferenças na forma como enfrentamos o 'stress' e outras emoções negativas, mas essas reacções tendem a ser constantes durante a vida adulta”.

No entanto, Wilson acrescenta ainda que, “estas descobertas sugerem que, ao longo da vida, o 'stress' crónico afecta a zona do cérebro responsável por que o organismo dê uma resposta; infelizmente, essa parte do cérebro também regula a memória”.

Esta investigação baseou-se no acompanhamento de 1.256 pessoas, sem indícios de MCI , ao longo de 12 anos. Durante o decorrer do estudo, 482 indivíduos desenvolveram a doença.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Estudo recente mostra uma diminuição substancial das doenças cardiovasculares

Investigadores americanos relataram, este mês, no The New England Journal of Medicine, que a Taxa de Mortalidade Ajustada para a Idade devido a doenças cardiovasculares caiu cerca de 50 por cento entre 1980 e 2000. A análise estatística concluiu que 44 por cento dessa diminuição pode ser atribuída à redução dos factores de risco, incluindo o valor de colesterol total, a pressão sanguínea sistólica, fumar e falta de exercício físico.

Contudo, apesar destes resultados animadores, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte, tanto nos Estados Unidos como em Portugal, apesar de no nosso país terem vindo a diminuir nos últimos quatro anos. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2005, estas doenças mataram quase 37 mil portugueses, dos quais 20240 eram mulheres. Em 2002, o total de mortes resultantes de problemas cardiovasculares ascendia a cerca de 41 mil pessoas.

Os especialistas estão optimistas no que se refere a uma diminuição destes casos, devido a uma maior informação e consciencialização das pessoas sobre os factores de risco e também a alterações no estilo de vida, tais como a adopção de dietas mais saudáveis, o aumento da prática de exercício físico e reduzir ou deixar de fumar.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, Jornal de Notícias

Descoberto mecanismo de defesa das bactérias

Investigadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), um componente do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, descobriram um mecanismo de sobrevivência num tipo comum de bactéria, que pode causar doenças. O mecanismo permite que a bactéria se proteja desviando-se dos ataques dos péptidos antimicrobianos, que são moléculas de defesa enviadas pelo organismo para matar a bactéria.

As bactérias estão divididas em dois tipos, gram-positivas e gram-negativas, sendo a principal diferença a composição da parede celular externa da bactéria, mas também se diferenciam no que se refere ao género de infecções que causam e ainda ao tipo de antibióticos capazes de as destruir. Sabe-se pouco acerca do modo como a bactéria gram-positiva – aquela que pode levar a intoxicações alimentares, distúrbios da pele e choque tóxico – evita ser morta pelos péptidos antimicrobianos. Estes são produzidos por quase todos os grupos de organismos, tais como anfíbios, insectos, diversos invertebrados e mamíferos, incluindo os humanos.

As bactérias gram-positivas são as maiores ameaças à saúde humana, especialmente devido aos problemas crescentes da resistência aos medicamentos. Estas descobertas podem ajudar a delinear um caminho para esquematizar novos fármacos que reforcem as opções de tratamento antimicrobiano.

Nas bactérias gram-negativas – aquelas que provocam peste
e salmonelose – um sistema de regulação de sensores e genes chamado PhoP/PhoQ protege a bactéria invasora, e cientistas acreditam que, se desenvolverem um conhecimento mais aprofundado deste sistema, poderão desenvolver novos medicamentos mais eficazes na protecção das pessoas contra as infecções.

O grupo de investigadores espera possibilidades semelhantes para as bactérias gram-positivas com a descoberta do sensor de péptidos antimicrobianos. Os investigadores estão cientes que para a bactéria gram-negativa, o PhoP/PhoQ tem sido o principal alvo para as descobertas de fármacos antimicrobianos, mas pouco trabalho similar tem sido feito com a bactéria gram-positiva. O grupo está entusiasmado com o que conseguiu demonstrar – uma maneira eficiente e única que a bactéria gram-positiva tem de controlar a resistência – e continua a investigar o sistema do sensor de péptidos antimicrobianos para o desenvolvimento de medicamentos.

Isabel Marques

Fonte: Pharmalive.com e ManualMerck.net