domingo, 29 de julho de 2007

MerckMedicus é um novo site de apoio à prática clínica
Um cabaz de recursos gratuitos

A versão sempre actualizada da edição profissional do prestigiado «Manual Merck», um guia de bolso de testes de diagnóstico (com informação sobre selecção e interpretação de mais de 350 exames laboratoriais, imagiológicos e microbiológicos), e a aplicação de leitura fácil do «Harrison’s Practice: answers on demand», a “aquisição” mais recente do Mobile MerckMedicus, são os grandes argumentos do novo site MerckMedicus, que tem como objectivo facultar o acesso a recursos de apoio à prática clínica.


Os interessados nesta ajuda têm apenas de entrar no site (em www.merckmedicus.com) e fazer a sua subscrição gratuita do serviço, que permite o acesso a recursos muito úteis para a prática clínica, e que em alguns casos podem ser instalados em PDA ou Pocket PC, tornando mais fácil a consulta de dados em qualquer altura, independentemente do local em que se encontre o profissional. Os dados são actualizados constantemente e as respostas são seguras e concisas, mas o MerckMedicus permite ainda outros recursos, que poderão ser muito úteis também aos farmacêuticos.
Entre estes serviços avultam informações disponibilizadas sobre assuntos de interesse para os profissionais de saúde, como o Reuters Medical News, o RSS News Feeds (notícias da Food and Drug Administration, da Organização Mundial de Saúde e das autoridades sanitárias de vários países), do «Medline Journal Abstracts» (onde podem ser seleccionadas as revistas e as áreas de maior interesse do utilizador), e o Medline Search (pesquisa na Medline «encomendada» através do PDA e realizada aquando da sincronização do aparelho à internet). Apenas para consulta online o programa oferece acesso a livros como «Cecil Textbook of Medicine» ou «Harrison’s Online», iniciativas de formação médica contínua, informação para os utentes, e páginas da especialidade de interesse do utilizador, que reúne os recursos mais adequados.

Carla Teixeira
Fonte: MerckMedicus, Revista Portuguesa de Clínica Geral, Sílvia Henriques, do Centro de Saúde São João (Porto)
Recurso destinado aos médicos pode ser útil aos farmacêuticos
Apoio gratuito à prescrição de medicamentos


Porque as dúvidas de médicos e farmacêuticos chamados a prescrever medicamentos são frequentes, designadamente no que toca à adequação de determinados fármacos a doentes em circunstâncias especiais – em termos de contra-indicações, interacções com outros produtos ou possíveis efeitos sobre a gravidez e lactação – está agora disponível online um novo serviço de apoio à prescrição. A consulta de dados sobre mais de 3300 compostos químicos e princípios activos é rápida, fiável e gratuita.

O ePocrates Rx, disponível em http://www.epocrates.com/products/rx/, num computador, PDA ou Pocket PC, é um novo programa informático permite a médicos e farmacêuticos encontrar resposta para um amplo conjunto de perguntas relacionadas com a segurança da prescrição de determinados fármacos. Abrindo caminho a uma ampla base de dados, em que pontificam mais de 3300 medicamentos e substâncias activas, informa sobre as indicações terapêuticas de cada produto, a posologia indicada para crianças e adultos, o eventual ajuste das doses em doentes insuficientes renais ou hepáticos, as reacções adversas mais graves e frequentes, as possíveis interacções medicamentosas, os “black box warnings (perfis de segurança), os efeitos sobre a gravidez e a lactação, notas de farmacologia e do utilizador.
No caso particular de pacientes polimedicados poderá ser útil a consulta do MultiCheck, uma ferramenta que permite detectar interacções entre vários fármacos seleccionados pelo utilizador (30 no máximo). Outra possibilidade oferecida pelo programa online é o MedMath, serviço que permite obter o cálculo das doses pediátricas dos medicamentos, clearance da creatinina e os índices de massa corporal e de colesterol LDL, entre outros indicadores. Já o MedTools converte analgésicos opióides e estima as equivalências de corticóides. São recursos quase infindáveis que estão agora ao dispor dos profissionais de saúde, e que possibilitam uma prescrição mais acertada e segura dos medicamentos mais indicados para casa doente.

Carla Teixeira
Fonte: ePocrates Rx, Revista Portuguesa de Clínica Geral, Sílvia Henriques, do Centro de Saúde São João (Porto)
Para tratamento do sarcoma de tecidos moles
Um medicamento no fundo do mar


E do fundo do mar veio finalmente a esperança. Depois de uma primeira tentativa falhada, no final de Junho passado, quando a Agência Europeia de Medicamentos chumbou o primeiro pedido de autorização do Yondelis (trabectedina), o consórcio PharmaMar/Johnson & Johnson obteve o parecer favorável da entidade reguladora espanhola. Designado pela Comissão Europeia e pela norte-americana FDA como medicamento órfão para o tratamento do sarcoma de tecidos moles e do cancro do ovário, o novo fármaco será agora comercializado na Europa pela PharmaMar, nos Estados Unidos pela Ortho Biotech Products, e no resto do mundo pela Janssen-Cilag.

O Yondelis (trabectedina) é um agente antitumoral e destina-se essencialmente ao tratamento do sarcoma de tecidos moles, aqueles que sustêm o organismo. Obtém-se de forma sintética, em laboratório, e representa o culminar de uma investigação de 20 anos no fundo do oceano, que poderá, brevemente, chegar aos doentes que sofrem daquela patologia (cerca de nove mil novos diagnósticos todos os anos em Espanha). A empresa farmacêutica PharmaMar – subsidiária da espanhola Zeltia –, na génese desta novidade, diz não ter dúvidas de que “o mar dará, no decurso deste século, uma excelente colecção de medicamentos”. Extraído do invertebrado ecteinascidia turbinata, o Yondelis é o resultado de uma longa aventura marinha, que teve início no momento em que a pequena PharmaMar ousou ir onde jamais alguma companhia farmacêutica tinha ido, e “mergulhou” a fundo no projecto para o desenvolvimento de novas respostas terapêuticas.
A ousadia dos espanhóis não apanhou de surpresa Helena Gervásio, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, que em declarações ao «Correio da Manhã» explicou que “procurar novas moléculas que têm a sua base e a sua essência em produtos naturais tem sido comum”, havendo “sempre novidades a encontrar neste campo, e que podem dar origem a novos medicamentos”. Ao cabo de longos anos de estudo (a composição química do medicamento foi concluída em 1990), o novo Yondelis está finalmente pronto para entrar no mercado. Na bagagem traz já uma capacidade comprovada para duplicar a esperança média de vida dos doentes do sarcoma de tecidos moles, que, com os tratamentos actuais não vai normalmente além dos sete meses.
Há mesmo casos, entre os pacientes acompanhados no âmbito destas baterias de estudos, que conseguiram ultrapassar os quatro anos de sobrevida àquele cancro, e esse terá sido o argumento de peso a convencer a EMEA a autorizar a introdução do medicamento no mercado farmacêutico europeu. Uma vitória arrancada a ferros pela companhia farmacêutica espanhola, que ainda no mês passado se vira diante da recusa da agência, mas que já motivou o anúncio de que as descobertas não deverão ficar por aqui. Há anos que a pesquisa espanhola no fundo do mar incide também na busca de tratamentos inovadores para outros tumores, como o cancro do ovário, da mama e da próstata.

Percalço
No passado dia 25 de Junho os executivos da PharmaMar saíram de uma reunião com a EMEA muito esperançados na aprovação do novo medicamento, mas essa pretensão viria a ser negada pela agência, que não se deixou convencer, naquela primeira abordagem, pelas qualidades do Yondelis, anunciando que não apoiaria a sua utilização, embora aprazasse uma decisão final para esta altura. Foi “um balde de água fria” para os investigadores, para a companhia e para os muitos pacientes, diante do eventual adiamento do arranque da comercialização do fármaco. Porém, mesmo depois de a EMEA ter dado conta de tamanha hesitação, a documentação que não parecia suficiente teve de ser complementada com nova entrevista, em que a direcção da Zeltia se fez acompanhar de três especialistas em sarcomas da Organização Europeia de Investigação e Tratamento do Cancro. Tinha assim início a mudança nas opiniões dos peritos da EMEA, que não tinha qualquer especialista naquela matéria.
O sarcoma de tecidos moles é um tipo de tumor maligno que pode desenvolver-se nos tecidos adiposos musculares, nervosos, articulares, vasculares e cutâneos. Há pelo menos 80 géneros de sarcomas, mas ainda assim está é uma forma bastante rara de cancro, representando menos de um por cento de todos os novos casos anuais. O tratamento actual consiste em radioterapia e quimioterapia (a que cerca de 60 por cento dos doentes não responde), que podem ser usadas antes de uma cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, ou depois da intervenção cirúrgica, para destruir as células cancerígenas residuais. O Yondelis surge como opção para uma faixa de aproximadamente 30 por cento dos doentes, detendo, segundo os estudos já realizados, a progressão do tumor.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo, Correio da Manhã, PharmaMar

Medicamentos para a diabetes aumentam risco de falha cardíaca

Uma classe de medicamentos utilizados habitualmente para tratar a diabetes tipo 2 pode duplicar o risco de falha cardíaca, segundo uma nova análise feita por investigadores da Wake Forest University School of Medicine.

Baseado numa revisão de estudos de pesquisa e relatórios de casos envolvendo mais de 78.000 pacientes, os autores concluíram que o risco de falha cardíaca pode ser até 100 por cento mais elevada em pacientes a tomar tiazolinedionas (o que inclui o Avandia e o Actos). Estes medicamentos são conhecidos por aumentar a sensibilidade à insulina. Os autores estimam que um paciente adicional com diabetes tipo 2 irá desenvolver uma falha cardíaca por cada 50 pacientes a tomar os fármacos por um período superior a 26 meses. Os autores põem a hipótese de que a retenção de fluidos causada pelos fármacos possa despoletar uma falha cardíaca nas pessoas mais susceptíveis.

O autor principal e professor assistente de medicina interna em Wake Forest, Dr. Sonal Singh, referiu que estes fármacos, só nos Estados Unidos, estão a ser utilizados actualmente por mais de três milhões de pacientes diabéticos, sugerindo que vários milhares poderão ser prejudicados.

No início deste ano, um dos fármacos desta classe, o Avandia, foi relacionado a um aumento do risco de ataques cardíacos e morte devido a causas cardiovasculares, como foi referido no farmacia.com.pt no artigo “Avandia aumenta risco de morte”, publicado no dia 22 de Maio.

A actual análise focou-se numa potencial relação entre os fármacos e a falha cardíaca, que é uma doença comum nas pessoas idosas e uma das mais dispendiosas para a sociedade. Os sintomas mais comuns incluem falta de ar e a incapacidade de fazer exercício, em alguns casos mesmo a dificuldade de andar pequenas distâncias.

Nesta análise, verificou-se que a falha cardíaca ocorreu igualmente tanto com doses baixas como elevadas destes medicamentos. De facto, a falha cardíaca ocorreu até em alguns pacientes que estavam a tomar doses abaixo das normalmente prescritas. O tempo médio para o início de ocorrências de falha cardíaca foi de 24 semanas após ter começado a terapia. A ocorrência de falha cardíaca vários meses após a iniciação do tratamento sugere um efeito de longo prazo dos fármacos, o que pode não ser evitado com doses baixas no início, afirmou o Dr. Singh. A reacção adversa não foi limitada aos mais idosos, um quarto dos casos ocorreu em pacientes com menos de 60 anos, tendo a falha cardíaca ocorrido igualmente em homens e mulheres.

A rotulagem de ambos os fármacos adverte contra o uso em pacientes com casos mais graves de falha cardíaca, prevenindo ainda acerca do aumento do risco de falha cardíaca se utilizado em combinação com insulina. Contudo, a actual análise descobriu que o risco não estava confinado somente aos pacientes a tomar insulina, e que ocorreu até mesmo em pacientes sem quaisquer factores de risco de falha cardíaca. Segundo o co-investigador, Dr. Curt Furberg, as descobertas sustentam os esforços da FDA para adicionar um aviso, chamado caixa negra (black box), à rotulagem destes agentes.

Os autores pediram uma pesquisa adicional para avaliar se existem diferenças entre os fármacos da classe e como gerir da melhor maneira os pacientes que sofreram falha cardíaca enquanto tomavam os fármacos.

Estes resultados foram publicados online em Maio de 2007 pela Diabetes Care e irão ser publicados em papel na edição de Agosto.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Organizações farmacêuticas criam guia preventivo para pandemias



Foi criado um novo guia desenhado para ajudar os farmacêuticos a responder a uma pandemia de gripe, através de uma colaboração entre a American Pharmacists Association (APhA), a American Society of Health-System Pharmacists (ASHP) e a National Association of Chain Drug Stores (NACDS) Foundation. O documento descreve como as farmácias podem ajudar a aumentar a consciencialização e educar o público na luta contra uma pandemia, e como o planeamento por parte dos farmacêuticos, e não só, pode reduzir significativamente o impacto desta doença.

Com instruções específicas, o documento informa os farmacêuticos, que têm um importante papel na resposta a pandemias, que devem conhecer a preparação do governo e os planos de resposta, perceber os recursos disponíveis do sistema de saúde, das corporações e da comunidade e participar activamente em reuniões de planeamento para lidar com pandemias. O guia também recomenda que os farmacêuticos participem em oportunidades de formação em imunização e estabeleçam um plano para manter um abastecimento de recursos para uma semana, tais como medicamentos sujeitos a prescrição médica e provisões consumíveis.

O presidente da NACDS, Steven C. Anderson, salientou que os farmacêuticos são os recursos de saúde da comunidade e irão ter um papel significativo a ajudar o público a responder a um surto pandémico. Este guia não irá somente fornecer informação importante aos farmacêuticos, como também irá ajudá-los a educar e consciencializar os pacientes.

O guia apresenta uma "Pandemic Flu Pharmacy Checklist" que lista provisões para imunizações, tais como algodão com álcool e luvas de látex; consumíveis, como por exemplo, garrafas de água e solução eletrolítica, e medicamento antináuseas e opióides. Adicionalmente, o guia encoraja os farmacêuticos a ter um plano de acção para casa e outro para a farmácia.

Os farmacêuticos têm agora um recurso claro e organizado para estarem meticulosamente preparados no caso de ocorrer uma pandemia, afirmou o Chefe de Pessoal e Coordenador do Projecto, Mitchel Rothholz. O conhecimento adquirido através deste documento pode ajudar os farmacêuticos a serem um recurso valioso para os pacientes e para a comunidade durante um surto de gripe pandémica.

O guia de preparação para pandemias está disponível gratuitamente online, podendo ser consultado aqui:
http://www.nacdsfoundation.org/user-assets/Documents/PDF/Pandemic_Preparedness_Statement.pdf.

Isabel Marques

Fontes: www.medicalnewstoday.com, www.nacdsfoundation.org