sexta-feira, 2 de novembro de 2007

OMS quer fármacos mais seguros para crianças

Melhora do tratamento da saúde infantil passa por instalação de medidas urgentes

A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer aumentar a segurança de medicamentos para crianças. A todos os países, foi recomendada a instalação urgente de medidas que visem apertar a vigilância e apoiar o desenvolvimento de técnicas com vista à produção de fármacos infantis.

Pouco ainda se sabe sobre como reage o organismo de uma criança aos medicamentos em geral. Uma realidade que está a preocupar a OMS, levando-a a publicar uma notificação onde destaca a necessidade urgente de instalar medidas adequadas de vigilância de medicamentos para crianças.

Howard Zucker, Director-Geral Assistente em Tecnologia de Saúde e Farmacêutica da OMS, realçou que os efeitos colaterais de um fármaco, “normalmente são bem conhecidos entre os adultos, porque é nesta faixa etária que, em geral, os medicamentos são testados”, concretizando que, em relação às crianças, as situações adversas “envolvem muitos outros aspectos.”

Segundo advertiu o responsável, o uso de doses e métodos de administração inadequados, “ocasiona danos potenciais que são três vezes mais frequentes na infância do que nos adultos”, exemplificando: “O desconhecimento deste problema resultou na morte de quatro crianças, com menos de três anos, no início deste ano, após terem engolido comprimidos de albendazol, durante uma campanha contra parasitoses infantis na Etiópia.”

Howard Zucker alertou ainda para outro aspecto grave a equacionar aos efeitos adversos em pediatria referente à notificação destes casos: “Estão quantificados em menos de 10 por cento”, sustentando com “a inexistência de estratégias seguras de vigilância farmacêutica e sanitária, principalmente, em países pouco desenvolvidos.”

O representante da OMS apontou, também, a lacuna existente relativa às manifestações precisas dos efeitos colaterais na infância, especialmente naqueles pacientes mais jovens e recém-nascidos, defendendo que
esse conhecimento “é essencial para que haja uma melhora no tratamento da saúde infantil.”

A estratégia de promoção de segurança de medicamentos para crianças, feita pela OMS, apresenta uma série de recomendações para que essas medidas sejam instaladas, em todos os países. Uma das orientações prende-se com o emprego de sistemas de vigilância e o apoio ao desenvolvimento de investigações voltadas para a descoberta de técnicas mais apropriadas de produção de medicamentos infantis.

Raquel Pacheco

Fonte: World Health Organization (OMS)

Lucros da Sanofi-Aventis sobem 9,1% no terceiro trimestre

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis registou um crescimento de 9,1 por cento nos lucros do terceiro trimestre do ano, face ao período homólogo de 2006, para os 1,85 mil milhões de euros. Os resultados superaram as expectativas dos analistas, sendo que a empresa reviu em alta as suas previsões para o conjunto do exercício deste ano.

De acordo com um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo laboratório, entre Junho e Setembro de 2007, o seu lucro líquido somou 1,85 mil milhões de euros, relativamente aos 1,69 mil milhões de euros registados nos mesmos meses do ano anterior. As vendas da empresa aumentaram 1,8 por cento, para os 7,03 mil milhões de euros.

A venda de vacinas de uso humano (mais 49 por cento, para os 943 milhões de euros) permitiu à empresa reduzir os curtos e aumentar os ganhos depois da quebra nas vendas do Acomplia (rimonabant) e da concorrência dos genéricos. As projecções de crescimento dos lucros por acção no conjunto do exercício foram revistas em alta pela Sanofi, situando-se agora nos 10 por cento.

Matra Bilro

Fonte: Dinheiro Digital, Diário Económico, International Herald Tribune, Reuters.

Medicamentos à venda na internet a partir de quarta-feira

Os portugueses vão poder encomendar medicamentos pela internet, telefone ou fax já a partir de quarta-feira, dia 7 de Novembro. O pedido deverá ser feito junto das farmácias e locais de venda de fármacos não sujeitos a receita médica, segundo uma portaria publicada hoje.

Para tornar possível a entrega dos medicamentos ao domicílio, as farmácias e outros locais de venda têm de criar uma página na Internet onde devem constar o preço do serviço, formas de pagamento, cobertura geográfica da prestação de serviço e tempo provável da entrega, bem como o nome do director técnico da farmácia ou do responsável do local de venda.

De acordo com a portaria, este serviço fica limitado ao município onde está instalada farmácia e aos concelhos limítrofes. O controlo da entrega de medicamentos nestas condições fica a cargo de um farmacêutico ou técnico de farmácia e não dispensa a apresentação de recita médica, no caso dos fármacos a ela obrigados.

Para além da internet, a requisição de medicamentos para entrega ao domicílio pode também ser efectuada através de correio electrónico, telefone ou fax.

Também a partir de quarta-feira, as farmácias vão poder começar a dar as vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) terá que ser previamente informada acerca da venda de medicamentos pela Internet e entrega ao domicílio. A lista de sites dos locais que procedam à venda on-line será disponibilizada no portal do Infarmed (www.infarmed.pt).

A realização de apoio domiciliário, administração de primeiros socorros e de medicamentos ou a utilização de meios auxiliares de diagnóstico (medição da tensão e de níveis de diabetes e colesterol, entre outros) são também contemplados pela portaria que define os novos serviços a prestar pelas farmácias.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Portugal Diário, Correio da Manhã.

Stress pode desencadear doença de Alzheimer

Investigadores portugueses contribuíram para a descoberta

O stress pode ser um factor decisivo no desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma descoberta levada a cabo por uma equipa de investigadores liderada por dois cientistas portugueses. Apesar dos resultados serem promissores, os responsáveis insistem em abordá-los com prudência, visto que a experiência só foi ainda realizada em animais.

Conduzida por três investigadores, entre os quais dois portugueses, Osborne Almeida e Nuno Sousa, a pesquisa resultou da colaboração entre diversos cientistas da Alemanha, Reino Unido e Portugal e, dois anos e meio depois de ter sido iniciada, está ainda a dar os primeiros passos.

Conforme explicou Nuno Sousa, investigador da Universidade do Minho, em declarações à agência Lusa, as alterações que conduzem à doença de Alzheimer são devidas ao mau processamento de uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação das chamadas placas amilóides que aparecem no cérebro dos doentes com Alzheimer.

Através dos animais, os investigadores tentaram “avaliar se a exposição ao stress induzia o processamento anómalo desta proteína. Submetemos animais a protocolos de stress crónico e verificámos que havia esta relação”, explicou o investigador. Numa fase posterior, adicionaram-se outros dois estímulos: injecção de glucocorticóides - cuja produção é a primeira resposta fisiológica ao stress - e de beta-amilóide no cérebro dos ratos.

“Fomos verificar se havia efeito cumulativo e, de facto, estímulos distintos caminham no sentido de aumentar esta proteína”, o que revela que os glucocorticóides têm o mesmo efeito, confirmando o importante papel desempenhado pelo stress na doença, disse, salientando que “stress e hormonas de stress são indutivas do aparecimento de marcadores de Alzheimer”.

Esta conclusão torna-se especialmente relevante visto que o glucocorticóide é usado para tratar doentes de Alzheimer, mas tendo em conta os resultados da investigação, poderá estar a contribuir para a doença em vez de ajudar. Porém, de acordo com Nuno Sousa, “há mais do que um tipo de glucocorticóide, e ligam-se a diferentes receptores. Quando se ligam a um determinado receptor, conferem protecção neuronal. Mas os que se ligam a outro, o receptor GR, podem ser nefastos”.

Ainda assim, o cientista faz questão de ser cauteloso no que toca às implicações destes dados. “Uma coisa são os animais, outra são as pessoas. Mas não deixa de ser um fortíssimo indicador de que pode ter confirmação clínica”. É com essa intuito que a mesma equipa de investigadores já está “a dar os primeiros passos nestes estudos clínicos”, adiantou.

Agora há dois caminhos a tomar por parte dos investigadores: por um lado prosseguir o estudo em modelos animais e verificar que mecanismos estão na base destas alterações, por outro lado fazer investigação clínica e ver os processos de envelhecimento, porque a doença de Alzheimer se enquadra numa perturbação que tem a ver com a idade. Os resultados da investigação, já disponíveis na edição online da revista "Molecular Psychiatry", serão também publicados na versão em papel.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, TSF.

IMS Health prevê quebra no ritmo de vendas de medicamentos
Mercado farmacêutico abranda em 2008


Um relatório anual da IMS Health, empresa especializada em informação sobre o sector farmacêutico, prevê que o crescimento nas vendas de medicamentos a nível mundial sofra um ligeiro abrandamento em 2008, situando-se entre os 735 e os 745 mil milhões de dólares, resultado ligeiramente inferior ao deste ano. O documento salienta que, pela primeira vez, os mercados mais sofisticados deverão contribuir apenas com metade do crescimento esperado.

Em contrapartida, de acordo com os índices de progressão estimados no «Global Pharmaceutical Market and Therapy Forecast» – o mais importante indicador anual da evolução, do dinamismo e da performance do mercado farmacêutico em termos mundiais –, divulgado na última quinta-feira, sete mercados emergentes – a China, o Brasil, o México, a Coreia do Sul, a Índia, a Turquia e a Rússia – deverão assumir a responsabilidade por um quarto dos resultados previstos, que no total darão conta de um crescimento entre cinco a seis por cento, quando os resultados do último ano se cifraram entre seis e sete por cento.
A IMS Health prevê igualmente que medicamentos equivalentes a 20 mil milhões de euros em termos de vendas vejam a sua patente expirada durante o próximo ano, e outros produtos deverão também perder a sua exclusividade em vários mercados, o que impulsionará um crescimento na ordem dos 14 a 15 por cento nas vendas dos medicamentos genéricos, para mais de 70 mil milhões de dólares. Em 2008, atesta o documento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, “os laboratórios produtores de genéricos e biofármacos deverão conceber e implementar modelos mais agressivos de expansão dos seus negócios, para aproveitar as oportunidades criadas por esta movimentação no mercado farmacêutico global”. Uma realidade que, avisa a IMS Health, “requer a reinvenção dos agentes do mercado”.
Segundo explica o relatório, que identifica as principais motivações para o cenário traçado, os factores que mais condicionam a evolução global do mercado estarão relacionados com a diminuição dos custos de tratamento nos principais mercados, a deslocação do aumento das vendas dos maiores mercados para os emergentes e dos tratamentos primários para cuidados de especialidade, associados à crescente incerteza sobre a saúde pública, os preços e as questões ligadas às patentes e ao acesso aos mercados. Assim, os elementos-chave da evolução prevista pela IMS Health para o próximo ano são a quebra nas contribuições dos mercados de topo (Estados Unidos, Europa e Japão), a aceleração das vendas nos novos mercados e a crescente aposta nos medicamentos genéricos: fármacos líderes de vendas vão perder a sua exclusividade em diversos mercados em 2008 (Risperdal, Fosamax, Topomax, Lamictal e Depakote).
Também a expansão no número de tratamentos existentes (o relatório estima que sejam lançados 29 medicamentos inovadores no próximo ano) e vários problemas relacionados com a segurança dos medicamentos aumentarão o grau de incerteza e de fiabilidade em torno daqueles produtos. A IMS Health prevê igualmente que a mudança em curso nos direitos de propriedade intelectual, desafiada em múltiplas frentes, terá um papel importante no desenvolvimento do sector ao longo do próximo ano.

Carla Teixeira
Fonte: IMS Health, Diário Digital
Fármaco contra o cancro da mama da GlaxoSmithKline
Tykerb deverá chegar ao Brasil em 2008


Deverá chegar às farmácias brasileiras no início de 2008 o novo medicamento da companhia farmacêutica britânica GlaxoSmithKline para o cancro da mama, que já é vendido nos Estados Unidos e acaba de ser autorizado pelo governo brasileiro. O Tykerb (ditosilato de lapatinibe) age sobre os tumores em estádio avançado, com a presença da proteína HER2, que “alimenta” a evolução do tumor.

Diante dos vários tipos de carcinomas mamários existentes, que têm em comum a circunstância de serem provocados por uma mutação genética, mas que divergem no modo como reagem à quimioterapia, o tratamento convencional para a doença, ganha relevância a descoberta de qualquer novo método que revele a capacidade de inibir a reprodução das células cancerígenas. O cancro da mama com presença da proteína HER2 corresponde a cerca de 25 por cento de todos os carcinomas do seio, e atinge principalmente jovens em idade produtiva.
Administrado por via oral, o Tykerb actua nos casos em que o Herceptin, o fármaco convencional no tratamento do cancro da mama, que é usado em algumas doentes por via intravenosa, não produz resultados, podendo inclusivamente ter como efeito o surgimento de problemas do foro cardíaco. Os dois produtos podem ser utilizados em regime de complementaridade, sendo que o Tykerb apresenta como vantagens o facto de não pressupor a obrigatoriedade de internamento da doente, que pode fazer o tratamento em sua própria casa, e a circunstância de não ter efeitos graves além da diarreia e de ligeiras irritações na pele. Antes do surgimento do fármaco da Glaxo, as doentes que não reagiam ao Herceptin não tinham qualquer tratamento ao dispor, acabando muitas vezes por morrer.

Carla Teixeira
Fonte: Clicabrasilia.com.br