terça-feira, 21 de abril de 2009

Fármacos antipsicóticos para Alzheimer e demência podem apresentar efeitos adversos

Uma análise de dados, de ensaios clínicos para avaliar a efectividade dos antipsicóticos na Alzheimer (CATIE-AD), revelou que os pacientes idosos com Doença de Alzheimer que são tratados com antipsicóticos de segunda geração devem ser monitorizados relativamente ao aumento de peso e anomalias dos lípidos.

O ensaio de 36 semanas incluiu 421 pacientes com Alzheimer, com uma média de idades de 78 anos, sendo 56 por cento mulheres, que receberam tratamento para delírios e agressão.

Setenta e dois pacientes não foram expostos aos fármacos do estudo, enquanto os restantes participantes receberam tratamentos com olanzapina, quetiapina e risperidona, sendo que podiam mudar de medicação antipsicótica durante o ensaio.

As descobertas, publicadas na edição online da “American Journal of Psychiatry”, revelaram que as participantes femininas ganharam uma média de 63 gramas por semana e o Índice de Massa Corporal (IMC) aumentou 0,03 por semana. As alterações de peso e IMC nos pacientes masculinos não foram estatisticamente significativas.

O Dr. Lon S. Schneider, da Universidade da Califórnia do Sul, em Los Angeles, referiu que a duração da utilização de antipsicóticos pelas mulheres foi associada significativamente a um aumento de peso.

Os investigadores relataram que a prevalência de aumento de peso significativo foi de 20 por cento, 17 por cento e 20 por cento entre os pacientes com uma utilização inferior a 12 semanas, entre 12 a 24 semanas e acima das 24 semanas, respectivamente, em comparação com os 7 por cento dos que não utilizaram estes fármacos.

O efeito no peso foi significativo para a olanzapina e quetiapina, mas menor para a risperidona. A olanzapina também foi associada significativamente a um aumento da circunferência da cintura e a uma diminuição do colesterol bom.

Os resultados de uma análise anterior aos dados do CATIE-AD indicaram que os fármacos não melhoraram a função dos pacientes, nem a qualidade de vida, e não diminuíram a sua necessidade de cuidados.

Os investigadores acrescentaram que o agravamento dos riscos cardíacos e metabólicos, entre estes pacientes com Alzheimer, são particularmente preocupantes e provavelmente explicam o elevado risco de mortalidade observado com estes fármacos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/20/eline/links/20090420elin020.html

Ácidos gordos ómega-3 podem ajudar a proteger contra Doença de Parkinson

Investigadores norte-americanos revelaram que os ácidos gordos ómega-3 ajudam a proteger as células do cérebro ao prevenir alterações nos mecanismos de dobragem proteica, devido a uma mutação genética, na Doença de Parkinson.

O Dr. Nicolas Bazan, da Universidade Estatal do Louisiana, e colegas desenvolveram um modelo celular com uma mutação do gene da ataxina-1, tendo o gene da ataxina-1 defeituoso induzido alterações na dobragem da proteína produzida pelo gene. As proteínas mal formadas não conseguem ser processadas correctamente, resultando em proteínas tóxicas que eventualmente matam a célula.

A Ataxia Espinocerebelar, um distúrbio incapacitante que afecta a fala, o movimento dos olhos e a coordenação das mãos, em fases precoces da vida, é um distúrbio que resulta do defeito na dobragem da ataxina-1.

O investigador descobriu que os ácidos gordos ómega-3, o ácido docosahexanóico (DHA), protege as células deste defeito.

O Dr. Bazan referiu que estas experiências fornecem evidência de que a neuroprotectina D1 pode ser aplicada terapeuticamente no combate a diversas doenças neurodegenerativas.

Além disso, este estudo fornece a base para novas abordagens terapêuticas na manipulação das células do epitélio pigmentar da retina, de modo a serem utilizadas no tratamento de pacientes com distúrbios caracterizados por esta mutação, como a Doença de Parkinson, Retinitis Pigmentosa e algumas formas da Doença de Alzheimer.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/04/20/Omega-3-may-protect-against-Parkinsons/UPI-32731240247314/

Estudo: Estatinas não ajudam a prevenir demência

Um relatório publicado na “Cochrane Database of Systematic Reviews” revelou que as estatinas, fármacos normalmente prescritos para reduzir o colesterol, que incluem o Zarator (atorvastatina), o Zocor (sinvastatina) e o Crestor (rosuvastatina), não ajudam a prevenir a Doença de Alzheimer ou demência.

A Dra. Bernadette McGuinness, da Universidade Queen’s de Belfast, na Irlanda do Norte, referiu à Reuters Health que existem boas evidências de que, na fase mais avançada da vida, administrar estatinas a pessoas com risco vascular não tem qualquer efeito na prevenção da Alzheimer ou demência. Portanto, as estatinas não podem ser recomendadas para este propósito.

Numa revisão inicial, dois relatórios clínicos descreveram uma associação entre a terapia com estatinas e a redução das taxas de Alzheimer na casa dos 70 por cento, mas ainda não tinham sido realizados ensaios aleatórios.

Os investigadores identificaram dois ensaios publicados que incluíram 26.340 participantes, sendo que um comparou a utilização de sinvastatina 40 miligramas ao placebo e o outro comparou a utilização de pravastatina 40 miligramas ao placebo.

A equipa de investigadores referiu que não houve diferenças significativas entre qualquer dos grupos de tratamento, no que se refere à percentagem de participantes classificados como cognitivamente incapacitados.

Igualmente, análises posteriores não revelaram qualquer associação significativa entre os testes cognitivos e a terapia com estatinas, confirmando a falta de um efeito da terapia com estatinas na cognição.

A Dra. McGuinness revelou que os investigadores ficaram um pouco surpreendidos com a falta de eficácia, pois biologicamente parece viável que as estatinas possam ser efectivas na prevenção da demência, devido ao seu papel na redução do colesterol, juntamente com o facto dos estudos observacionais iniciais terem sido tão promissores.

A investigadora acrescentou que se demonstrou que as estatinas não são prejudiciais para a cognição, o que também tinha sido objecto de preocupação anteriormente. Contudo, ainda não se sabe se a utilização de estatinas durante muitos anos, desde a meia-idade, poderá ter algum efeito.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/20/eline/links/20090420elin024.html