terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reguladores alertam para potenciais riscos de fármaco injectável para bronzear

A entidade reguladora da saúde do Reino Unido está a alertar as pessoas para não utilizarem um fármaco injectável para bronzear, porque os seus potenciais efeitos secundários são desconhecidos.

O fármaco denominado Melanotan, que está disponível apenas na Internet, produz um bronzeamento ao estimular a quantidade de melanina, a protecção natural do corpo contra o sol.

Contudo, o produto não está licenciado e não foram conduzidos testes de efectividade, qualidade ou segurança, para se saber quais os possíveis efeitos secundários ou quão graves estes podem ser, segundo revelou a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, sigla em inglês).

David Carter, da MHRA, referiu que se estão a alertar as pessoas para não utilizarem este produto, e que estas não devem ser enganadas pensando que o Melanotan oferece um atalho para um bronzeado mais seguro e uniforme.

Carter acrescentou que a segurança destes produtos é desconhecida e que estes não estão licenciados, sendo que os efeitos secundários podem ser extremamente graves.

As vendas ilícitas de medicamentos na Internet são um problema em crescimento, uma vez que muitos destes produtos são falsificações de qualidade duvidosa e são potencialmente perigosos.

Na semana passada, numa operação conjunta, autoridades de nove países, incluindo Grã-Bretanha, Alemanha, Irlanda, Suiça, Israel, Nova Zelândia, Singapura, Canadá e os Estados Unidos, fizeram buscas a negócios suspeitos de fornecerem ilegalmente medicamentos na Internet.

Cancro da mama: Terapia de grupo pode ajudar a melhorar sobrevivência

Investigadores norte-americanos revelaram que a terapia psicológica de grupo para mulheres com cancro da mama pode ajudar, não só a lidar melhor com a doença, mas também a viver mais tempo.

A ideia de que este tipo de terapia possa estender a sobrevivência de pacientes com cancro tem sido controversa, nas últimas duas décadas, tendo estudos anteriores revelado resultados contraditórios.

Os investigadores, liderados pela Dra. Barbara Andersen, da Universidade Estatal do Ohio, estudaram 227 mulheres com cancro da mama, tendo cerca de metade seguido durante um ano terapia em grupos de oito a 12 pacientes, enquanto as restantes não o fizeram.

Após 11 anos, as mulheres que participaram na terapia de grupo tinham menos 56 por cento probabilidade de morrer de cancro da mama e tinham menos 45 por cento probabilidade do cancro voltar.

A Dra. Andersen referiu que as sessões de grupo, entre outras coisas, direccionaram-se para a redução das preocupações das mulheres, ensiná-las a relaxar e a melhorar as capacidades de lidar com a situação, a melhorar a dieta alimentar e os hábitos de exercício físico, e para desencorajar o tabaco e as bebidas alcoólicas.

Os investigadores revelaram, na revista científica “Cancer", que a melhoria da sobrevivência pode dever-se a uma melhor função imunitária devido à redução do stress.

A psicóloga Lois Friedman, do Centro de Cancro de Ireland, em Cleveland, referiu que existem evidências claras de que tais intervenções psicológicas podem melhorar o humor e a qualidade de vida, ajudar na aderência aos regimes terapêuticos e a melhorar o bem-estar geral.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AG0SU20081117?sp=true

Fármacos para a leucemia podem ser benéficos para diabetes tipo 1

Investigadores revelaram que dois conhecidos fármacos para a leucemia, o Glivec (imatinib), da Novartis AG, e o Sutent (sunitinib), da Pfizer Inc, impediram que ratos de laboratório desenvolvessem diabetes tipo 1 e colocaram 80 por cento dos ratos diabéticos em remissão.

Ambos os fármacos actuaram ao deprimir os sistemas imunitários dos ratos, que mantiveram os níveis de açúcar no sangue normais, mesmo depois do tratamento ter terminado.

De acordo com o Dr. Jeffrey Bluestone, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, existem muito poucos fármacos para tratar a diabetes tipo 1, especialmente após o início da doença, por isso, este benefício, com um fármaco que já demonstrou ser seguro e efectivo em pacientes com cancro, é muito promissor.

O Dr. Bluestone referiu que o facto dos ratos tratados terem mantido os níveis de glicose no sangue normais, durante algum tempo após o final do tratamento, sugere que o imatinib e o sunitinib podem estar a “reprogramar” os sistemas imunitários de forma permanente.

Os investigadores testaram os fármacos em ratos com predisposição para a diabetes e descobriram que os medicamentos impediram que estes desenvolvessem a doença.

No estudo, publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”, os fármacos também foram testados em ratos com diabetes, tendo demonstrado que o imatinib e o sunitinib colocaram a doença em remissão em 80 por cento dos animais, após apenas oito a 10 semanas de tratamento.

Segundo outro investigador, o Dr. Arthur Weiss, este estudo revela uma nova área de investigação no campo da diabetes tipo 1 e, mais importante, revela oportunidades entusiasmantes para o desenvolvimento de novas terapias para tratar esta doença e outras doenças auto-imunes.

A diabetes tipo 1, também denominada diabetes juvenil, é uma doença auto-imune provocada pela destruição das células produtoras de insulina no pâncreas, sendo diferente da diabetes tipo 2, que está relacionada com a obesidade, alimentação desequilibrada e falta de exercício físico.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AG78H20081117

Planta Índigo pode ajudar no tratamento da psoríase

Um estudo descobriu que a planta Índigo naturalis, uma planta azul escura utilizada na medicina tradicional chinesa, parece ser efectiva no tratamento da psoríase.

As descobertas, publicadas na última edição da “Archives of Dermatology”, do ensaio clínico que envolveu 42 pacientes que sofriam da doença há, pelo menos, dois anos, revelaram que a Índigo naturalis, na forma de pomada, foi segura e efectiva no tratamento da psoríase.

Os pacientes aplicaram a pomada à base de Índigo naturalis num lado do corpo e uma pomada placebo, ou seja, sem efeito terapêutico, no outro lado. Os investigadores verificaram a condição dos pacientes no início do tratamento e após duas, quatro, seis, oito, 10 e 12 semanas.

De acordo com os investigadores, as lesões tratadas com a pomada de Índigo naturalis demonstraram uma melhoria de 81 por cento, tendo as lesões que receberam placebo demonstrado uma melhoria na ordem dos 26 por cento.

Para 25 dos pacientes, as placas que foram tratadas com Índigo foram reduzidas completamente ou quase completamente. Nenhum dos pacientes do ensaio apresentou efeitos adversos graves, embora alguns tenham experienciado uma ligeira alergia cutânea.

De acordo com o investigador principal, o Dr. Yin-Ku Lin, do Hospital Memorial Chang Gung, em Taiwan, a actual medicação à base de esteróides pode provocar efeitos secundários como atrofia da pele, mas a Índigo naturalis apresenta muito menos efeitos secundários.

A Índigo naturalis já é utilizada há muito tempo, externamente ou via ingestão, na China e em Taiwan, para tratar diversas infecções e doenças inflamatórias, tais como papeira, faringite e eczema.

A utilização sistémica a longo prazo tem sido relacionada com irritação do tracto gastrointestinal e problemas no fígado.

A psoríase é uma doença crónica da pele, não contagiosa, para a qual ainda não existe cura, embora algumas terapias produzam uma remissão. As lesões têm relevo, são vermelhas, cobertas por escama prateada, e surgem sobretudo nos cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo, embora possam afectar qualquer área do corpo, cobrindo, nos casos mais graves, extensas áreas do tronco e membros.

Isabel Marques

http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/994/