segunda-feira, 18 de junho de 2007

11% dos doentes compra fármacos na Internet

Uma pesquisa da empresa de inquéritos Forrester Research revelou que 11% dos europeus adquire as receitas via Internet.

O grupo de compradores de medicamentos online tem mais de 40 anos, com educação universitária, casados e adeptos das novas tecnologias. Dentro destes 11%, a grande maioria (78%) obteve o produto através de sites legais.

Este resultado é muito elevado tendo em conta os problemas que existem de legalização e qualidade dos fármacos.


A Forrester contabilizou ainda que 27% dos consumidores recorreram a uma farmácia de venda pelo correio.

As grandes indústrias farmacêuticas, sobretudo norte-americanas, já lançaram o aviso de que vão começar a investir neste canal de venda através de uma publicidade agressiva.

Sara Pelicano
Fonte: PM Farma

Cientistas identificam proteína inibidora da infecção por HIV/Sida

Os cientistas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) de Espanha, descobriram uma nova proteína terapêutica, a filamina A, que poderá ter um efeito inibidor na infecção das células com o HIV/Sida.

O estudo, realizado ao longo de uma década, foi publicado na última edição da revista ‘Nature Cell Biology’ e representa um importante passo para o conhecimento as fases iniciais da infecção.

Santos Mañes, director do estudo, explica que os cientistas "encontraram uma proteína que se liga aos receptores que usam o vírus para entrar nas células" e infectá-las, acrescentando que "cada uma das células do organismo possui um esqueleto, o citoesqueleto, que define a sua forma e fornece o suporte interno necessário para que funcione".

Perante uma tentativa de infecção, “o citoesqueleto reage reorganizando-se mediante um complexo sistema no qual possuem um papel essencial um determinado tipo de enzimas, as Rho GTPases”, esclarece Mañes.

Em investigações anteriores, os cientistas da CSIC haviam já percebido que o vírus da Sida precisa de activar as enzimas RHO-A, para invadir a célula e infectá-la, o que permitiu avançar para o estudo agora publicado.

"A equipa tentou analisar como a RHO-A é activada quando o vírus se liga à célula, levando-nos até uma proteína de união do citoesqueleto, a filamina A". Em caso de infecção, esta proteína une os receptores do vírus com o citoesqueleto da célula, activando ao mesmo tempo a enzima RHO-A.

Estas e outras conclusões levam a acreditar que o HIV/Sida, se apropria do mecanismo fisiológico que activa as células de defesa do organismo do ser humano, os linfócitos T, para invadi-las e destrui-las.

De acordo com os investigadores, o processo depende da função da filamina A que, ao interagir com os receptores do vírus, inicia um processo de recolocação de receptores, muito semelhante ao que ocorre na activação dos linfócitos.

"O sucesso que o vírus da Sida tem em infectar as células do sistema imunológico, os linfócitos T, possivelmente está no mecanismo descrito neste estudo", conclui Santos Mañes.

Inês de Matos

Fonte: CiênciaPT

Teleassistência a idosos: alarme com botão de pânico

50% com mais de 80 anos sofrem quedas

O envelhecimento da população portuguesa coloca enormes desafios à sociedade. Em 2004, cerca de 17 por cento da população tinha 65 ou mais anos. De acordo com estudos do INE (Instituto Nacional de Estatística), esta percentagem irá duplicar para 32 por cento, em 2050.

Os números constatam ainda que, cerca de 30% dos indivíduos com 65 ou mais anos sofrem quedas em casa. Um valor que sobe para 50% no grupo dos indivíduos com 80 ou mais anos, aumentando, também, a gravidade das consequências destes acidentes.

No sentido de dar resposta a esta problemática e para ajudar os idosos em situações de emergência dentro das suas casas (quedas, mal-estar, dor, entre outras), foi criado um dispositivo inovador: Primus Care Alarme - um sistema de alarme por teleassistência direccionado para os idosos que necessitem de cuidados e apoio continuados.

Enfermeiros e médicos respondem

Segundo o mentor do dispositivo, João Zorro Gonçalves, “a avaliação inicial será feita por uma equipa de profissionais (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas) que decidirá com o cliente e família, o período e apoio necessários em função dos diagnósticos médico e de enfermagem, tendo sempre em consideração as necessidades individuais e familiares do cliente.”
O responsável explicou que “o alarme é accionado através de um botão de pânico, que pode ser utilizado no pescoço ou no pulso e faz uma ligação ao centro de atendimento telefónico através de uma unidade central montada em casa da pessoa.”

Em situação de emergência, mesmo a distâncias consideráveis do aparelho, João Gonçalves esclareceu que o idoso poderá falar com o operador para que este avalie a situação e accione a resposta necessária.
“Nos casos em que o idoso não possa falar, de imediato são efectuados os contactos necessários (familiares, vizinhos ou ambulância) para o socorro. O sistema pode ainda incluir outros acessórios, como detectores de gás ou de água”, frisou.

O representante do produto inovador considera que “a vida autónoma e condigna dos seniores nas suas casas é um factor primordial para o desenvolvimento da sociedade portuguesa, uma vez que esta está envelhecida”, reforçando que, deste modo, “é urgente criar condições que sustentem a manutenção, ou mesmo, o aumento da qualidade de vida dos idosos.”

Raquel Pacheco
Fonte: Hospital do Futuro/Fórum Enfermagem

Doações convertidas em 250 equipamentos médico-científicos


Missão Sorriso permitiu angariar 800 mil euros

A Missão Sorriso 2006 permitiu angariar, em todo o país, 800 mil euros, que foram convertidos em mais de 250 equipamentos médico-científicos e lúdicos para distribuir pelos serviços pediátricos de 25 unidades hospitalares.
Desde 2003, a Missão Sorriso já contribuiu com mais de dois milhões de euros, traduzidos numa oferta de mais de 700 equipamentos.

Rastreio de surdez neonatal
No Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM) – e resultado da campanha traduzida na venda naqueles hipermercados do livro, CD e DVD «Leopoldina e a tartaruga bebé» - foi atribuído um aparelho de otoemissões.
Segundo o director do Serviço de Pediatria do CHAM (Viana do Castelo), a falta do aparelho inviabilizava a realização daquele rastreio nos recém-nascidos. “Estamos, neste momento, na fase de formação do pessoal, sendo certo que, muito em breve, começaremos a fazer o rastreio”, asseverou Rei Amorim.

Icterícia
De acordo com aquele responsável, o CHAM recebeu, também, uma bomba extractora de leite, para mães com bebés internados, e a “nova geração” do aparelho de fototerapia destinado a tratar a icterícia nos recém-nascidos.

A icterícia manifesta-se na cor amarela da pele e no branco dos olhos dos bebés e é causada pelo excesso de bilirrubina no sangue.

Segundo sublinhou Rei Amorim, “a doação de maior valor foi, sem dúvida, o novo equipamento da sala de recém-nascidos da maternidade, desde mobiliário, ar condicionado a banheiras”, rematando que o equipamento de que dispunham “era muito antigo, estava lá desde a criação do hospital.”

Raquel Pacheco
Fonte: Lusa

Longevidade e vida saudável podem estar no cérebro

Cientistas do MIT verificaram que uma restrição de calorias e uma vida mais saudável podem estar dependentes do cérebro. O estudo foi realizado em vermes e publicado na revista Nature.

Ao longo dos anos, investigadores verificaram a relação entre uma alimentação saudável e a longevidade. No entanto, não conseguiram encontrar uma justificação para esta relação.

Agora, um estudo de biólogos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstrou que esta relação alimentar e o envelhecimento pode estar na cabeça e não no estômago em si, como até agora se avaliava. O professor da Novartis of Biology, Leonard P. Guarente, verificou que existem dois neurónios associados à longevidade. Quando estes foram mortos com raios laser, os vermes deixaram de poder gozar desta característica, normalmente associada a uma dieta alimentar.

«Este estudo dirige a nossa atenção para o cérebro como centro mediador dos efeitos benéficos na restrição de calorias em muitos organismos, inclusive o humano. E uma compreensão molecular completa sobre a restrição de calorias pode levar à produção de novos fármacos para as principais doenças associadas ao envelhecimento», explica o professor.

O estudo revela que a dieta saudável activa um gene (skn-1) em dois neurónios sensoriais. Estes traduzem informação sobre a disponibilidade alimentar aos elementos endócrinos. Assim há um aumento da actividade metabólica que possibilita maior longevidade dos vermes. Sem estes genes o envelhecimento saudável com uma restrição alimentar desapareceu.

«Suspeitamos que os dois neurónios sensoriais e a restrição dietética emitem uma hormona que aumenta o metabolismo e consequentemente dão um pouco mais de tempo de vida aos vermes», esclarece Guarente.

Em 2000, este cientista demonstrou que a dieta activa nos vermes um gene (SIR2) que tem a capacidade de reduzir o tempo de envelhecimento. O ser humano possui um gene semelhante a este. O próximo passo de Guarente é relacionar o SIR2 com os dois neurónios identificados neste estudo mais recente. Deste modo, acredita que em 10 a 20 anos será possível controlar doenças que anunciam o envelhecimento do corpo.

Este trabalho é apoiado pelos Institutos Nacionais da Saúde e Glenn Foundation.

Sara Pelicano

Fontes: MIT e Nature
Actualização para farmacêuticos da América Latina
17ª Farma Racine Expo no Brasil


Assume-se como “o maior evento farmacêutico da América Latina”, e entre os dias 11 e 14 de Julho volta a abrir portas no Expo Center Norte, em São Paulo. A 17ª edição da Farma Racine Expo, que decorre em simultâneo com o 6º Ciclo Racine para Universitários no âmbito da Semana de Actualização, promete novidades de interesse para proprietários, farmacêuticos, académicos e técnicos daquela área.

Ao longo da Semana Racine de Actualização em Farmácia terão lugar 21 cursos e quatro simpósios, a cargo de palestrantes de renome internacional, que permitirão a troca de experiências e o cruzamento de dados entre profissionais de diversos países da América Latina e da Europa. Pela primeira vez, a edição 2007 do evento contempla a área de Farmácia Hospitalar, inserida numa programação que prevê dois cursos e um simpósio. Durante quatro dias o evento deverá congregar cerca de 20 mil pessoas, que visitarão os mais de 100 stands distribuídos por mais de 16 mil metros quadrados. A entrada na feira é gratuita.
A grande novidade deste ano passa pela existência de um espaço de showcase em que terão lugar palestras técnicas, difusão de vídeos institucionais e workshops. No seguimento do êxito alcançado nas anteriores edições deste certame, o stand de Farmácia Integrada continuará a demonstrar as possibilidades de estruturação de um estabelecimento comercial farmacêutico à luz de um conceito inovador lançado pelo Grupo Racine há quatro anos. Nos dias 13 e 14 de Julho decorre o 6º Ciclo Racine para Universitários, que há seis anos presta esclarecimentos a licenciados e recém-formados da área da Saúde, designadamente sobre assuntos ligados ao mercado de trabalho e ao início da carreira profissional.

Carla Teixeira
Fonte: 17ª Farma Racine Expo

GSK quer lançar cinco novos medicamentos contra o cancro até 2010

A GlaxoSmithKline (GSK), anunciou hoje em Londres, durante uma conferência destinada a analistas e investidores, que entre 2007 e 2010, espera lançar cinco novos medicamentos para o combate ao cancro.

De acordo com Moncef Slaoui , presidente da R&D, GSK “nos próximos três anos, a GSK fará a diferença para milhões de pacientes com cancro”.

Estes novos medicamentos encontram-se ainda em fase de testes, mas poderão representar um bom avanço no tratamento do cancro renal, cervical, ITP, Emesis e NHL/CLL.

A GSK encontra-se “a desenvolver medicamentos para combater 12 tipos de cancro diferentes, desde o tratamento pioneiro com o Tykerb, a vacinas para prevenção e tratamento do cancro”, afirma Slaoui.

O Tykerb, é um novo tratamento oral para o cancro da mama, da GSK, que nos Estados Unidos tem conhecido uma forte aceitação, sendo já utilizado no tratamento de 3.000 doentes, desde Março.

A GSK pretende afirmar-se, cada vez mais, na área da investigação oncológica.”Vamos lançar um número sem precedentes de produtos para tratamento, prevenção e apoio dos doentes com cancro” avisa Paolo Paoletti, do Centro de Desenvolvimento de Medicina Oncológica, da GSK.

O mercado oncológico movimenta 20 biliões de dólares e anualmente regista um crescimento na ordem dos 20%.

Medicamentos em causa

Entre os medicamentos hoje apresentados, encontra-se o Cervarix, uma nova esperança na prevenção do cancro cervical, cujos resultados têm sido animadores..

O Pazopanib, cujos resultados têm sido também muito positivos, destina-se ao tratamento do carcinoma renal e motivou já diversos estudos, no sentido de aplicar este medicamento ao tratamento de mais 11 tipos de cancro.

O Promacta, indicado para o tratamento da thrombocytopenia (ITP), revelou ser eficaz no aumento das plaquetas, reduzindo as hemorragias nos pacientes que sofrem de ITP. A sua utilização no tratamento desta doença, deverá ser aprovada ainda este ano.

O Rezonic, em combinação com o Zofran, registou resultados muito optimistas no tratamento da emesis. A combinação destes dois medicamentos foi hoje apresentada, até então apenas o Zofran era utilizado neste tratamento, mas a sua junção com o Rezonic revelou significativos progressos.

Estes cinco novos medicamentos deverão ser lançados num prazo máximo de três anos, encontrando-se ainda em fase de teste.

Inês de Matos

Fonte: PharmaLive

Quimioterapia Oral

A quimioterapia oral é um tratamento contra o cancro, administrado sob a forma de comprimidos ou cápsulas que 8 em cada 10 doentes prefere à quimioterapia intravenosa tradicional.

Uma vez que a quimioterapia oral é tomada sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula, não é preciso injectá-la no corpo, como acontece com outros tipos de quimioterapia.

Em muitos casos, os medicamentos da quimioterapia são administrados directamente na veia da pessoa através de uma linha intravenosa, com a ajuda de um cateter implantado sob a pele.

Adicionalmente, os dispositivos intravenosos ficam no interior do corpo entre os tratamentos, e a sua presença pode conduzir a complicações adicionais em até 30% dos casos.

Tomar quimioterapia oral sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula elimina esses riscos. Engolida com um pouco de água, a quimioterapia oral é um método simples e não invasivo de receber tratamento contra o cancro.

A quimioterapia oral pode ser usada para diferentes tipos de cancro, no entanto nem em todos os pacientes pode ser administrada.

Para saber mais consulte o sítio: http://www.quimioterapiaoral.org/html/pt/guide/index.cfm


Liliana Duarte

Fonte: Site mencionado em cima

Falta de medicamentos atrasa altas hospitalares no Reino Unido

A falta de medicamentos é apontada como a razão mais comum para os atrasos na consumação das altas hospitalares nas unidades de saúde britânicas. Segundo um estudo realizado pelo Picker Institute ao longo do Outono de 2006, cujos resultados acabam de ser publicados no jornal «Hospital Pharmacist», ascende a 61 por cento o volume de casos de internamento em que os doentes dos hospitais contemplados no estudo tiveram de esperar pelos fármacos para terem alta.

Durante o Outono do ano passado 141447 doentes internados em 167 unidades de saúde britânicas foram inquiridos sobre a sua experiência de internamento. Apenas 81 mil (cerca de 59 por cento) responderam ao inquérito, mas os resultados dizem que só 37 por cento consideraram terem sido totalmente esclarecidos relativamente a eventuais efeitos secundários dos tratamentos a que foram submetidos, enquanto outros 19 por cento afirmaram ter sido razoavelmente informados. À luz do mesmo estudo, 76 por cento dos doentes garantiu que as equipas médicas lhes falaram de forma acessível sobre os medicamentos que tinham de tomar, mas somente 65 por cento tiveram acesso a documentação adicional.

Carla Teixeira
Fonte: Hospital Pharmacist, Picker Institute

Cientistas constroem vasos sanguíneos a partir de células estaminais

As células estaminais retiradas do tecido muscular poderão ser utilizadas na reconstrução de novos vasos sanguíneos para transplantes em pacientes com problemas renais e cardíacos, demonstrou um estudo elaborado por investigadores norte-americanos.

Os cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh desenvolveram células estaminais em tubos elásticos biodegradáveis de forma a criar os vasos sanguíneos artificiais para ratos. Foram “semeadas” 10 milhões de células derivadas de músculos, em tubos com apenas 1,2 milímetros de diâmetro. Sete dias depois os vasos estavam cultivados e foram posteriormente implantados na aorta abdominal dos animais.

Oito semanas após o implante, os cientistas observaram que o enxerto de vasos sanguíneos não apresentava qualquer taxa de obstrução e que a formação do tecido tinha evoluído para uma artéria madura.

“O próximo passo é demonstrar a utilização dos vasos sanguíneos artificiais num animal de maiores dimensões, como é o caso do porco, que possui um sistema de coagulação mais parecido ao dos seres humanos”, avançou David Vorp, membro da equipa de investigação e professor de cirurgia e bioengenharia.

Conforme explicou o responsável, teoricamente, as células estaminais conseguem regenerar artérias inteiras, no entanto ainda é necessário perceber o verdadeiro contributo das células. Ainda assim, os investigadores verificaram que esta tecnologia consegue muitas vezes prevenir coágulos sanguíneos que podem ser fatais noutros enxertos.

À medida que se vai degradando, com o passar do tempo, o tubo “deixa espaço suficiente para que as células estaminais cresçam e se regenerem para ampliar a circulação sistémica”, acrescentou Alejandro Nieponice, outro dos especialistas envolvido no estudo.

A principal vantagem, salientou Vorp, é que o enxerto pode utilizar as células estaminais dos próprios pacientes e estar disponível para implante quase de imediato, ou após um curto período de cultivo.

Os investigadores acreditam que, face aos resultados, esta tecnologia poderá ser praticada sem seres humanos.

Apesar de ser uma metodologia com alguma taxa de insucesso, actualmente são utilizadas partes de veias ou artérias retiradas da perna do paciente para a colocação de um bypass por enxerto da artéria coronária. A colocação de um enxerto arterial é um método preferencial uma vez que oferece menos riscos de obstrução. A principal adversidade desta metodologia reside no facto de haver escassez de enxertos arteriais quando muitos dos pacientes necessitam de vários.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, The Age.

Amamentação previne artrite reumatóide

As mães que amamentaram durante longos períodos de tempo correm riscos reduzidos de vir a desenvolver artrite reumatóide, uma doença inflamatória crónica que atinge principalmente as articulações, revelou um novo estudo. Os resultados foram apresentados durante o Congresso Anual Europeu de Reumatologia, que decorreu em Barcelona.

De acordo com o estudo, as mães que amamentaram durante 13 ou mais meses comportam um risco reduzido de desenvolver artrite reumatóide em comparação com as mulheres que não o fizeram. O relatório diz mesmo que quanto mais longo for o período de amamentação menor é o risco.

O uso de contraceptivos orais ou da terapia de substituição hormonal, métodos com efeito reconhecido, não surtiram um efeito tão significativo na diminuição do risco de desenvolver artrite reumatóide.

“Enquanto outros estudos sugerem que os factores hormonais são relevantes no desenvolvimento da artrite reumatóide, e sabemos que a gravidez pode aliviar os sintomas da doença, quisemos investigar os efeitos da amamentação a longo-prazo”, explicou Mitra Keshavarz, investigadora do Hospital Universitário Malmö, na Suécia.

“O estudo salienta, de forma específica, o potencial das hormonas induzidas naturalmente na protecção contra o desenvolvimento futuro de artrite reumatóide”, continuou a especialista, acrescentando que este é mais um elemento a somar ao rol de evidências a favor da amamentação e das suas implicações positivas para a saúde, neste caso dos seus benefícios para as mães.

Os dados foram recolhidos a partir dum estudo de saúde de uma comunidade de participantes em conjunto com informações do “Swedish National Hospital Discharge” e do “National Cause of Death Register”, entre 1991 e 1996. A investigação comparou informações relativas à saúde de 136 mulheres que mais tarde desenvolveram artrite reumatóide com os dados das 544 mulheres envolvidas no grupo de controlo.

Através de um questionário foram recolhidas informações acerca da utilização de contraceptivos orais, de terapias de substituição hormonal e de outros factores associados ao estilo de vida de cada participante, que depois foram analisadas por uma equipa do Hospital Universitário Malmö.

A investigação revelou que a amamentação durante 13 ou mais meses estava associada à redução do risco de desenvolver artrite reumatóide (com um rácio de probabilidades de 0,46 pontos, e um intervalo de confiança de 95 por cento). Para as mulheres que amamentaram entre 1 e 12 meses o rácio de probabilidades situou-se nos 0,74 pontos, com um intervalo de confiança de 95 por cento, comparado directamente com as que nunca amamentaram.

Marta Bilro

Fonte: The Times of India, Press TV, Medical News, Dailyindia.com.

Remicade apresenta resultados positivos para os sintomas da Espondilite Anquilosante

Os dados resultantes de dois anos de estudo clínico mostraram que o Remicade (infliximab), da Schering-Plough, melhora a mobilidade da coluna em pacientes com Espondilite Anquilosante, em comparação com um placebo, assim como apresenta continuadas melhoras na redução da inflamação da coluna. Os resultados foram apresentados no Congresso Europeu Anual de Reumatologia da Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR), em Barcelona.

O estudo incluiu 279 pacientes distribuídos por 33 centros de pesquisa na América do Norte e na Europa. Todos os pacientes sofriam de Espondilite Anquilosante activa que tinha sido diagnosticada pelo menos três meses antes. Para fazer parte do estudo, os pacientes tinham de ter Espondilite Anquilosante activa, determinada pela presença de sintomas típicos, tais como fadiga, rigidez matinal, dores nas costas e nas articulações.

Os pacientes foram tratados e avaliados em intervalos de seis semanas até à semana 102. De acordo com os resultados, os pacientes tratados com Remicade (201 pacientes), na semana 24 apresentaram uma melhoria dos sintomas, em comparação com o grupo que recebeu um placebo (78 pacientes). 51 por cento dos pacientes tratados com Remicade apresentaram melhoras significativas em comparação com os 31 por cento dos pacientes tratados com o placebo. As melhoras registadas na semana 24 foram mantidas até à semana 102 nos pacientes que continuaram a extensão do ensaio clínico (161 pacientes). Além disso, também os pacientes que receberam inicialmente o placebo e que mudaram, na semana 24, para o grupo que recebia Remicade, apresentaram melhoras.

Os sinais e sintomas da Espondilite Anquilosante são medidos através de uma avaliação que atribui uma pontuação, incluindo a apreciação do médico de como o paciente está, a quantidade de dor nas costas presente, a capacidade de efectuar actividades físicas, e a quantidade de rigidez matinal. No início do estudo, todos os pacientes foram examinados por um médico e foi-lhes dado uma pontuação. No final do estudo, os pacientes voltaram a ser examinados. Os pacientes, a quem foi administrado Remicade, apresentaram melhoras na ordem dos 20, 50 e 70 por cento, ou seja, estes pacientes tiveram menos dores de costas e rigidez matinal e conseguiam efectuar as actividades diárias mais facilmente.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, www.remicade.com e Yahoo!Finance

Diagnóstico genético pré-implantação é um procedimento seguro

Um estudo recentemente realizado pela Universidade Livre de Bruxelas revelou que o diagnóstico genético pré-implantação (DGPI), que consiste na remoção de uma célula de um embrião entre o 3º e o 5º dia pós-fertilização para identificar disfunções genéticas, não representa qualquer perigo para os fetos. Os resultados da investigação foram apresentados durante a reunião da Sociedade Europeia de Genética Humana.

Este procedimento, que surgiu nos anos 90 a par do avanço das técnicas de reprodução medicamente assistida, permite confirmar a causa genética de determinada doença. O DGPI avalia “a presença ou ausência de mutações genéticas ou aberrações cromossómicas, associadas ao desenvolvimento de doenças em fetos, em familiares de pacientes afectados por doenças de natureza genética, ou em indivíduos sem familiares afectados”, esclarece o relatório sobre o assunto emitido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

O mesmo documento explica também que o DGPI consiste no “estudo genético de embriões obtidos por fecundação “in vitro”, durante os primeiros dias de desenvolvimento”. É uma técnica de diagnóstico pré-natal que envolve um conjunto de procedimentos destinados ao estudo genético de células do embrião, antes da sua implantação “in utero”.

A principal vantagem da utilização deste método reside no facto de permitir prevenir a transmissão de doenças genéticas hereditárias, uma vez que pode evitar a implantação de embriões com anomalias genéticas pois apenas os embriões saudáveis são transferidos para o útero.

Alguns especialistas estavam preocupados com o facto de tal procedimento representar, a longo-prazo, um risco para a segurança dos recém-nascidos. A investigação analisou 583 crianças submetidas a este procedimento, das quais 563 sobreviveram ao parto.

Segundo Ingeborg Liebaers, responsável pela investigação, o peso dos recém-nascidos submetidos ao diagnóstico genético pré-implantação era idêntico ao dos que não foram sujeitos a este procedimento. Aos dois e três meses de idade, a taxa de anomalias ou malformações detectadas à nascença era também semelhante entre os bebés que passaram pelos diferentes processos.

Assim, foi possível aos cientistas concluírem que a taxa sucesso do procedimento é semelhante à do método tradicional de fertilização “in vitro” (FIV) ou à da Injecção Intra-citoplasmática de Espermatozóide (ICSI na sigla inglesa).

No entanto, esta especialista preveniu que são ainda necessárias mais investigações no que diz respeito à taxa de mortalidade perinatal, a qual foi mais elevada nestes fetos do que nos casos de FIV ou de ICSI. A maioria das mortes acontecia em casos de gravidezes múltiplas, um factor que pode ser relevante, referem os autores do estudo.

“Estou muito confiante e nada surpreendido com estes últimos resultados”, afirmou Alan Handyside, porta-voz da Sociedade Britânica de Fertilidade e um dos cientistas responsáveis pelo desenvolvimento do PGD nos anos 90, em declarações à BBC.

Apesar de estarem esperançados com o facto de este procedimento não causar anomalias, os investigadores estão conscientes de que serão necessárias várias décadas para que os resultados a longo-prazo sejam claros, uma vez que as primeiras crianças nascidas através do PGD estão agora a atingir os 17 anos de idade.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, News-Med.com, Forbes, Relatório sobre “Diagnóstico Genético Pré-implantação” da autoria de Fernando Regateiro, emitido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

OMS emite novas regras para prevenir epidemias

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um conjunto de novas regulamentações para limitar a propagação de epidemias a nível mundial. De acordo com as mais recentes directrizes da organização, os países membros ficam obrigados a informar acerca do aparecimento de surtos de doenças que possam representar uma ameaça para a saúde global.

A OMS pretende que haja uma maior abertura no tratamento de questões de saúde pública e, ao mesmo tempo, fornecer um incentivo à segurança, afirmou David Heyman, representante da organização. As novas regras, que acabaram de entrar em vigor, prevêem também que sejam relatados os casos de debilitação causados por materiais radioactivos ou químicos e alimentos contaminados.

Com a nova regulamentação sanitária internacional os países membros devem reportar, num prazo de 24 horas, o aparecimento de doenças infecciosas ou qualquer emergência ao nível da saúde pública que possa causar preocupações internacionais.

Heyman salientou que estas directivas vão alterar a forma como as doenças infecciosas são geridas a nível global. “Conseguimos alterar a norma. Os países perceberam que não se podem omitir doenças infecciosas e que reportá-las é uma questão de honra, mesmo que comporte gastos”, acrescentou.

A pneumonia atípica, que em 2003 matou 800 pessoas em todo o mundo, funcionou como uma chamada de atenção para a rapidez com que uma nova doença pode alastrar-se, referiu a directora-geral da OMS, Margaret Chan Para além disso, mostrou que nenhum país, agindo por conta própria, poderá proteger-se das ameaças à saúde pública.

A responsável máxima da organização disse ainda que a pandemia de gripe é actualmente a maior ameaça à segurança da saúde pública internacional.

É para prevenir esse tipo de situações que, de acordo com as novas regras, os países devem estar preparados para desenvolver e manter um protocolo de resposta e vigilância aos surtos epidémicos num prazo de cinco anos. Para além disso, os membros devem reconhecer os direitos dos viajantes estrangeiros, tratando-os com respeito, prezando a sua dignidade, os direitos humanos e as liberdades fundamentais quando as medidas de segurança são solicitadas.

Apesar das justificações da OMS, há quem discorde das medidas. A directora do Centro Norte-Americano para o Controlo de Doenças, Julie Gerberdin, teceu criticas às regulamentações afirmando que há detalhes, tais como quem ficará responsável pelos gastos de movimentação ou isolamento de um paciente, que não foram definidos.

Marta Bilro

Fonte: News-Medical.net, eMAxHealth.com, The Calgary Sun, Diário de Notícias.

Mais doadores para aumentar reservas de sangue

Criar uma Reserva Estratégica de Sangue que proporcione cerca de 12 dias de autonomia em caso de epidemia, é uma das próximas prioridades do Instituto Português do Sangue (IPS).

Pretende-se que em pouco tempo seja possível ter uma reserva que permita estar 12 dias sem fazer colheitas de sangue, para prevenir situações como, por exemplo, se a população for atingida pela gripe das aves.
"Pode acontecer qualquer coisa. Pode vir aí um surto da gripe das aves e, nessa altura, a maior parte da população não poderá dar sangue. Essa Reserva Estratégica quer dizer que, numa emergência, teremos sangue suficiente para alguns dias", explica Francisca Avillez, da direcção do IPS.
O Instituto revela preocupação por esta questão, pois Francisca Avillez confirma que "para lá da auto-suficiência, sabemos que conseguimos estar cinco a sete dias sem fazer uma colheita de sangue".

De acordo com os números fornecidos pelo IPS, são as cerca de mil dádivas diárias que garantem a auto-suficiência do nosso país. Em Portugal são 400 mil os dadores registados. No entanto Francisca Avillez destaca a importância de continuar a promover a doação de sangue para que a camada mais jovem também comece a ajudar.


Sara Nascimento


Fonte: DN

Autarcas da Régua falam quarta-feira

Os autarcas Nuno Gonçalves (PSD), do Peso da Régua, Francisco Ribeiro (PS), de Santa Marta de Penaguião, e Marco Teixeira (PSD), de Mesão Frio que desde Fevereiro reivindicam uma urgência básica a funcionar 24 horas por dia no Hospital D.Luíz, falam da falta de resposta do Ministério da Saúde e prometem tomar medidas, que serão anunciadas, numa conferência de imprensa às 14:30 de quarta-feira.
A propósito do processo de reestruturação da rede de urgências, o Ministério da Saúde fez saber aos autarcas e sua proposta para o Peso da Régua, a qual passava pela substituição da urgência por um serviço de «consultas abertas» a funcionar entre as 08:00 e as 24:00.
Estas consultas seriam feitas pelos médicos de família ou clínicos gerais dos centros de saúde da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, sendo os casos nocturnos assegurados por reforço local do sistema de emergência médica do INEM, designado de SIV.
Os três centros de saúde da área de influência do Hospital D.Luíz I passariam a funcionar das 09:00 às 22:00 nos dias úteis e das 09:00 às 15:00 durante dos fins-de-semana e feriados.
Ña altura as autarquias quiseram então um centro de urgência básica, algo a que o ministro Correia de Campos ainda não respondeu. Nuno Gonçalves, garantiu que toda a Assembleia Municipal “concordaram genericamente com o protocolo”, no entanto sempre pediram uma “urgência básica a funcionar em permanência”.
O autarca referiu ainda “não existir qualquer possibilidade real de os médicos de clínica geral e familiar assegurarem um qualquer serviço de atendimento no D.Luíz I”.


Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

50 novas vagas para equipas do INEM no Alentejo

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), vai abrir, na próxima semana, 50 novas vagas, para o Alentejo, devido a uma falta de funcionários na região do Alentejo, anunciou hoje uma responsável do organismo.
Margarida França, vogal executiva do Conselho Directivo do INEM, referiu à Lusa que este concurso “já tem cabimento orçamental” e tem por objectivo tornar mais fortes as equipas de emergência médica no Alentejo.
Margarida França, explica que este aumento de pessoal, tem a ver “com o encerramento de algumas urgências, é necessário encontrar alternativas”, explicou à Lusa.
Num debate sobre a «Segurança Clínica: O paradigma das organizações fiáveis», organizado pela Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, a vogal do INEM disse ainda existe em curso um processo para mais de 125 elementos em todo o país.
“O INEM está em fase de crescimento e é natural que haja falhas de pessoal, mas o governo já descongelou verbas para que seja possível contratar mais elementos”, disse ainda a vogal executiva do Conselho Directivo.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

FDA dá luz verde ao ambrisentan para tratar hipertensão pulmonar

A Gilead Sciences obteve aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) para comercializar ambrisentan, um fármaco que será utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar.

Esta doença rara provoca continuamente pressão elevada nas artérias que transportam sangue pobre em oxigénio do coração para os pulmões. O estreitamento das artérias obriga o coração a bombear mais arduamente, enfraquecendo-o com o tempo. Se não for tratada, esta doença pode provocar a morte num prazo de três anos.

A maioria dos pacientes com hipertensão arterial pulmonar queixa-se de exaustão, dificuldades em respirar, incapacidade para andar grandes distâncias ou para desempenharem as tarefas normais do dia-a-dia.

Os analistas acreditam que, em 2010, a venda do medicamento possa render cerca de 746 milhões de euros (mil milhões de dólares norte-americanos) por ano.

O fármaco, que nos Estados Unidos da América será comercializado com o nome Letairis, deverá estar disponível na próxima semana e, de acordo com Amy Flood, porta-voz da Gilead, o custo mensal do tratamento deverá rondar os três mil euros.

“O Letairis representa uma opção valiosa no tratamento desta doença órfã”, afirmou o director do departamento de novos fármacos da FDA, John Jenkins. O novo medicamento desempenha um papel importante na hipótese de diversificação da farmacêutica que concentra 70 por cento das suas vendas em medicamentos contra o HIV/Sida.

A Gilean, especializada em biotecnologia, conseguiu obter o fármaco após a compra da Myogen, em 2006, por 1,9 mil milhões de euros (2,5 mil milhões de dólares), assumindo o controlo sobre o negócio dos medicamentos experimentais para tratamento de hipertensão levados a cabo pela empresa.

No entanto, nem tudo são vantagens. O fármaco é acompanhado por fortes advertências que alertam para a probabilidade de causar malformações nos fetos, razão pela qual não deve ser administrado a grávidas. Há ainda o risco de provocar danos hepáticos. Por recomendação da FDA, os pacientes aos quais for administrado o tratamento diário composto pela toma de um comprimido deverão sujeitar-se, todos os meses, à realização de análises ao sangue para verificar a existência de lesões no fígado.

O fármaco não foi aprovado à primeira pelas autoridades norte-americanas, mas tinha prioridade de revisão pela FDA. A revisão prioritária é concedida aos produtos destinados a satisfazer necessidades médicas que ainda não têm resposta. Nestes casos, a FDA estabelece um prazo limite nos seis meses que se seguem à data de recepção do fármaco que lhe permita avaliar todos os aspectos de uma revisão.

Nos ensaios clínicos realizados, o ambrisentan ajudou os pacientes a caminharem 124 passos extra num teste clínico de seis minutos e os benefícios da sua actuação prolongaram-se por 48 semanas, revelou a empresa. O director de operações da Gilead, John Milligan, disse ainda que o medicamento tem benefícios para o paciente ao nível da capacidade de se exercitar e atrasa o agravamento progressivo da doença.

O Letairis insere-se na classe dos antagonistas dos receptores de endotelina, um composto que relaxa os vasos sanguíneos, diminuindo a pressão do sangue, aliviando a pressão no coração e nos pulmões.

Apesar da hipertensão arterial pulmonar ser uma doença pouco comum, já existem vários tratamentos disponíveis, como é o caso do Revatio (sildenafil), da Pfizer, que contém a mesma substância presente na composição do Viagra. Ainda assim, o Letairis deverá competir de forma mais directa com o Tracleer (bosentano), um fármaco comercializado pelo laboratório suíço Actelion. O Thelin (sitaxentano), desenvolvido pela Encysive, actua da mesma forma, porém ainda não recebeu parecer positivo da FDA.

Porém, John Milligan fez questão de salientar que, quando comparado com o Tracleer, o perigo de toxicidade para o fígado é “significativamente mais reduzido” com a utilização de Letairis. “O funcionamento do fígado é uma questão muito importante para os médicos”, acrescentou.

Segundo revelou o mesmo responsável, uma das ambições da Gilead é trabalhar de perto com os médicos enquanto o fármaco ainda é recente. O objectivo é assegurarem que o Letairis é receitado aos pacientes para que os médicos possam ganhar confiança na sua utilização.

Essa é uma das razões pela qual o medicamento tem um preço de comercialização idêntico ao do Tacleer. “Não queremos que os médicos e os pacientes se baseiem numa decisão económica”, mas antes “que escolham o melhor fármaco”, explicou Milligan.

O que é a hipertensão arterial pulmonar?

De acordo com a Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar, esta é uma doença crónica, rara, e progressiva, caracterizada por um aumento da pressão sanguínea na artéria pulmonar.

Numa pessoa saudável a pressão arterial média na artéria pulmonar (PAMAP) (diferença entre o valor mais alto e o mais baixo) é de 14 mmHg. Falamos em HP quando a pressão média na artéria pulmonar for superior a 25 mmHg em repouso ou superior a 30 mmHg durante exercício. A doença caracteriza-se por destruição e estreitamento progressivo dos vasos sanguíneos pulmonares.

Nas fases mais avançadas da doença o aumento da pressão na artéria pulmonar provoca uma sobrecarga de trabalho para o coração que pode conduzir a insuficiência cardíaca.

Marta Bilro

Fonte: The Wall Street Journal, The New York Times, First World, FDA News, MSN Money, Bloomberg, Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar.

UE ameaça publicidade sobre fast-food

Através do comissário europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, a Comissão Europeia fez saber que se a industria alimentar não parar de fazer publicidade a comida não saudável para crianças, então a Comissão “não terá outra alternativa senão adoptar legislação restritiva”.
Em entrevista publicada na edição de hoje do jornal Diário de Notícias, o comissário europeu anuncia que a obesidade infantil é um ponto muito importante e que deve ser combatido com a ajuda dos produtores.
O responsável europeu, acredita que “as pessoas não vivem hoje em bolas de segurança onde as possamos proteger”, e tendo em conta as diversas tecnologias, “adoptámos como abordagem tentar que a indústria voluntariamente pare de anunciar comidas não saudáveis para crianças pequenas”, como a fast-food.
Markos Kyprianou acredita na proposta comunitária de combate à obesidade infantil e quer ainda uma “nova formulação de produtos, de forma a termos ofertas saborosas e também mais saudáveis”.
No que diz respeito à obesidade infantil, que todos os anos afecta em toda a Europa mais 200 mil crianças, o comissário tem a certeza que um dos passos importantes é “ introduzir o exercício físico nas escolas de uma forma mais activa e através de jogos divertidos”, fala Markos Kyprianou.
Apesar que, este tipo de medidas é apenas uma recomendação, já que isso é apenas da competência dos Estados membros.
Além de que “o exercício não pode ser uma obrigação. O que acontece agora é que as crianças que mais precisam são as que tudo fazem para evitá-lo porque se sentem envergonhadas e não conseguem competir com os outros”, afirma Markos Kyprianou.

Dente inteligente controla medicação

Consiste numa mola artificial que é implantada no molar (mais frequentemente) e está programada para lançar automaticamente o medicamento na hora certa. Para além disso estimula a produção de saliva através de impulsos eléctricos permitindo combater a secura na boca.

Esta tecnologia, chamada dente inteligente, foi inventada por Andy Wolf, um médico israelita. O dente inteligente está programado para fornecer ao doente a dose exacta do fármaco no momento certo e o médico pode regular a frequência com que é administrada a medicação e a quantidade, tendo em conta as necessidades do doente.

“Trata-se de oferecer uma medicina personalizada para as necessidades e características de cada doente”, afirma o inventor, que criou este aparelho porque as pessoas não tomam os medicamentos a horas ou, por vezes, deixam mesmo de os tomar, o que pode ser prejudicial para a saúde.

O dente inteligente também pode ser utilizado para combater a secura que afecta 80 milhões de pessoas no Ocidente. “Há pessoas que têm uma secura na boca muito avançada e séria e precisam de um estímulo mais frequente. Damos então uma ordem ao microprocessador do dente, ao programa de inteligência artificial instalado, para que dispare a cada minuto uma dose de corrente eléctrica”, explica Andy Wolf. Deste modo as glândulas salivares são estimuladas e produzem mais saliva, o que melhora a qualidade de vida do doente.

Com esta nova tecnologia a administração dos medicamentos torna-se mais fácil e só é preciso ir ao médico uma vez por mês. Dentro de pouco tempo o dente inteligente passará a ser comercializado com o valor de 100 euros.

Sara Nascimento

Fonte: Sic

Primeiro centro de fisioterapia oncológica já é um sucesso

O primeiro centro especializado em fisioterapia ligada ao cancro, abriu portas o ano passado, nas instalações da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama (APAMCM) e os resultados são já muito satisfatórios.

Nascido do esforço de Verónica Rufino e Mafalda d'Assunção Matos, mãe e filha, o projecto viu recentemente o seu mérito reconhecido, ao ser galardoado com o Prémio de Acessibilidade e Atendimento no Serviço Privado, entregue pelo ministro da Saúde, no âmbito do Fórum Hospital do Futuro

O sucesso, é obra do trabalho humano que se consegue nesta associação, onde o voluntariado representa um importante recurso.

"Além das linhas de atendimento e de apoio social, psicológico, jurídico e lúdico, decidimos criar esta valência da fisioterapia e também nos preocupámos em dar formação aos voluntários profissionais", sublinha Verónica, fisioterapeuta no Instituto Português do Cancro (IPO) e directora da associação.

Quando surgiu a APAMCM, sentiu-se logo a necessidade de fazer mais, "as terapias utilizadas no tratamento do cancro podem originar complicações a nível funcional que exigem intervir - por exemplo, menos função articular, menor força muscular, alteração da postura, linfedema".

A concretização do projecto surgiu em 2006, inicialmente apenas com um atelier de expressão plástica, uma vez que esta é “uma maneira excelente de libertar tensões. Não é precisa a palavra, apenas a libertação da expressividade". Depois surgiram as terapias complementares.

Na perspectiva de quem frequenta o centro de fisioterapia, os resultados não podiam ser melhores. "Nunca estive no sítio certo até chegar aqui", afirma Maria Manuela Silva, utente assídua do centro, onde faz sessões de drenagem linfática ao braço que inchou drasticamente, depois de ter retirado a mama e 15 gânglios linfáticos. "Desde que aqui estou já colhi frutos, o braço já não está rijo e anda muito menos inchado".

Maria Ermelinda Morais sente que está em “boas mãos”. Conheceu a associação pelo médico que a operou para retirar um tumor que tinha na perna e desde então passou a frequentar o centro de fisioterapia, onde faz massagens linfáticas na perna, para reordenar o líquido retido devido à operação.

A associação disponibiliza todo o acompanhamento psicológico de apoio na situação de doença e ensina também o auto-exame da mama, pois "há muito a fazer pelas mulheres e homens com cancro da mama", sublinha Verónica Rufino .

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias