quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Identificado novo gene ligado ao cancro da mama

Cientistas descobrem que mutação de HMMR tem um papel-chave no desenvolvimento da doença

Uma equipa internacional de investigadores identificou um novo gene que, quando sofre mutação, pode aumentar em mais de 30 por cento o risco cancro da mama. A descoberta incide na interacção do gene HMMR com um conhecido gene da doença - o BRCA1.

“As variações nos dois genes causam instabilidade genética e interferem na divisão celular, podendo abrir portas ao desenvolvimento do cancro da mama”, explicaram os cientistas na revista «Nature Genetics».

Stephen Gruber, um dos autores da investigação e professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, revelou que “esta descoberta fez acreditar que o HMMR pode, também, ser um gene de susceptibilidade à manifestação deste tumor.”

O estudo – fruto de uma colaboração internacional entre Espanha, Israel e diversos centros nos Estados Unidos – representa, para estes cientistas, um potencial alvo para o tratamento e o diagnóstico da doença: “Se podemos identificar alternâncias em genes que aumentam o risco de cancro da mama e são mais comuns na população, teremos maior impacto ao usarmos esses genes como alvo para a detecção precoce ou para o tratamento “, frisou Kristen Stevens, outra investigadora de Michigan.

De acordo com a «Nature Genetics», o HMMR tem mutação em cerca de 10% da população, sendo que, nos dois principais genes susceptíveis de espoletar o cancro (o BRCA1 e o BRCA2) as mutações ocorrem apenas em cerca de um a cada 300 indivíduos.


Estudo entre Haifa e EUA

Segundo informa a revista, para saber se a variação no HMMR aumenta o risco do cancro de mama, a equipa de cientistas comparou os genes de mulheres judias israelenses com e sem tumor, num estudo coordenado por Gadi Rennert, diretor do Centro Nacional de Controle do Cancro de Haifa, (Israel). Facto a salientar é que a população de origem judaica ashkenazi de Israel tem um risco mais elevado de desenvolver a doença do que outras etnias.

Partindo da observação de um modelo de interacção dos quatro genes associados ao cancro da mama (BRCA1, BRCA2, ATM e CHEK2) com outros do corpo, os investigadores conseguiram comprovar que o HMMR tinha um papel-chave no surgimento da doença.

O estudo mostrou que as mulheres com uma variação no gene HMMR tinham um maior risco de desenvolver cancro, mesmo depois de considerar mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2. Foram ainda avaliadas um grupo de mulheres judias ashkenazi em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que tinham um histórico familiar da doença, mas não tinham mutações identificadas nos genes BRCA1 ou BRCA2.

A equipa internacional alcançou as seguintes conclusões do estudo que envolveu um total de 4393 participantes: o risco de cancro de mama foi 23% mais alto em mulheres que tinham uma cópia da variante genética e 46% mais alto em mulheres que herdaram duas cópias.

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature Genetics»/Agência FAPESP

FFUP vai testar eficácia de cremes anti-rugas

Estudo precisa da colaboração de 264 voluntárias

A Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) vai iniciar um estudo comparativo sobre «Eficácia de cremes anti-rugas» entre produtos que estão no mercado.

Para o efeito, a FFUP está a recrutar a colaboração de 264 voluntárias com idade entre 30 e 70 anos. A instituição de ensino adverte para um dos requisitos das candidatas – que não usem creme anti-rugas pelo menos durante 15 dias.

Para mais informações, as voluntárias deverão contactar Rosa Pena do Serviço de Tecnologia Farmacêutica (Telefone: 222078911; E-mail: rpena@ff.up.pt).

Raquel Pacheco
Fonte: FFUP

EMEA diz que benefícios da rosiglitazona superam riscos

Fármaco deverá incluir novas informações de utilização

Os benefícios da rosiglitazona são superiores aos riscos e, por isso, o medicamento deve continuar a ser utilizado respeitando as indicações aprovadas. A conclusão resulta de uma avaliação levada a cabo Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) e divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) depois de terem surgido suspeitas sobre a segurança cardíaca do Avandia (maleato de rosiglitazona).

Numa circular informativa emitida esta quinta-feira, o Infarmed informa que a EMEA concluiu a revisão dos benefícios e riscos da tiazolidinediona, rosiglitazona e pioglitazona e confirmou que “os benefícios destes medicamentos antidiabéticos continuam a ser superiores aos riscos decorrentes da sua utilização”.

Ainda assim, a informação relativa à rosiglitazona deverá sofrer alterações, pelo que a entidade reguladora europeia vai pôr em prática “novas iniciativas para melhorar o conhecimento científico sobre a segurança destes medicamentos”, indica o comunicado divulgado pelo Infarmed a que o Farmacia.com.pt teve acesso.

No âmbito da monitorização contínua da segurança destes medicamentos e na sequência da inserção de novas informações, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) efectuou uma revisão aos efeitos provenientes da utilização dos mesmos.

Na sequência desta nova verificação, os responsáveis concluíram que “a informação para a prescrição da rosiglitazona deverá ser actualizada no sentido de incluir uma advertência relativamente aos doentes com doença isquémica cardíaca, na medida em que este medicamento apenas poderá ser administrado nestas situações após rigorosa avaliação dos riscos individuais do doente”, indica o Infarmed.

Para além disso, a rosiglitazona só deverá ser administrada em associação com a insulina “apenas em situações excepcionais e sob rigorosa vigilância”. No caso da pioglitazona constatou-se não haver necessidade de proceder a alterações.

Para além do Avandia, estão actualmente disponíveis no mercado outros fármacos contendo rosiglitazona, como o Avandamet (maleato de rosiglitazona e cloridrato de metformina), e o Avaglim (maleato de rosiglitazona e glimepirida).

Recorde-se que o Avandia, produzido pela GlaxoSmithKline, tem estado envolvido em polémica desde o mês de Maio de 2007, depois de um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” ter indicado que a substância aumentava em 43 por cento o risco de ataque cardíaco. Na sequência destas suspeitas a Administração Norte-Americana dos Alimento e Fármacos procedeu a uma reavaliação dos riscos do medicamento chegado à conclusão que benefícios são maiores que os riscos e obrigando apenas o laboratório a alterar a rotulagem.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.

Galenica oferece 654 milhões de euros para adquirir Aspreva

A farmacêutica suíça Galenica tem intenções de adquirir a canadiana Aspreva Pharmaceuticals por 645,2 milhões de euros. A oferta representa um prémio de 16 por cento sobre o preço das acções da Aspreva no fecho da bolsa desta quarta-feira. O negócio foi aprovado unanimemente pelo quadro de accionistas da empresa europeia.

A Aspreva concentra a sua actuação no sector da investigação, desenvolvimento e comercialização de novas indicações terapêuticas para medicamentos existentes, especialmente em áreas nas quais existem poucas opções de tratamento ou nas doenças raras.

“A aquisição é estrategicamente uma soma importante ao portfolio de empresas da Galenica. As competências especializadas da Aspreva Pharmaceutical e o conhecimento prático são um complemento ao poder das empresas farmacêuticas do Grupo Galenica. A integração oferece novas oportunidades para desenvolvimentos futuros e abre novas perspectivas de crescimento”, afirma um comunicado emitido pela Galenica.

A aquisição vai também permitir à Vifor, uma subsidiária da Galenica, desenvolver a sua linha de investigação de produtos já existente e aumentar as indicações de produtos, ao mesmo tempo que penetra em novos mercados, acrescenta o mesmo documento.

A Aspreva está actualmente a colaborar com a Roche numa investigação para determinar a eficácia do do CellCept (Micofenolato de mofetil), um medicamento para evitar a rejeição em caso de transplantes de órgãos, como tratamento para a nefrite lúpica.

Se não houver objecções, a transacção deverá estar concluída no dia 3 de Janeiro de 2008.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, CNN Money, Reuters.

Obesidade Infantil motiva seminário na Lourinhã

A Lourinhã recebe dia 19, pelas 21h00, um seminário sobre a obesidade infantil, uma iniciativa que vai decorrer no Auditório da AMAL e que estará aberta a toda a comunidade, contando com a presença de vários especialistas na área.

O seminário tem como principal objectivo sensibilizar a população para este problema e dará especial enfoque às questões da saúde, da nutrição e da importância do exercício físico no desenvolvimento da criança.

Integrada no projecto Escola Saudável, que já compreendeu a realização de um seminário sobre a Dislexia, esta actividade pretende debater a obesidade infantil, uma temática que está na ordem do dia e que preocupa os especialistas, traçando uma estratégia de combate à nova epidemia do século XXI.

Segundo a Comissão Europeia, Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças com excesso de peso, tendo mais de 30 por cento dos menores com idades entre os sete e os 11 anos com excesso de peso e obesidade.

Em 2004, existiam na Europa 14 milhões de crianças em idade escolar com excesso de peso. Três milhões eram obesas.

Inês de Matos

Fontes: Jornal Lourinhã, Público

Lucros da Pfizer registam quebra de 77% no terceiro trimestre

Fracasso do Exubera e concorrência dos genéricos são as principais causas

Os lucros da Pfizer caíram 77 por cento no terceiro trimestre do ano, uma quebra acentuada pelo facto da farmacêutica norte-americana ter terminado as vendas do Exubera (Insulina humana), um medicamento utilizado no tratamento da diabetes, e pelo lançamento de versões genéricas de alguns dos medicamentos mais bem sucedidos do laboratório.

De acordo com os resultados divulgados pela empresa, os lucros do último trimestre desceram para os 533 milhões de euros, ou 7,7 cêntimos por acção, face aos 2,35 mil milhões de euros, ou 32,2 cêntimos por acção, registados no período homólogo de 2006.

“Apesar dos nossos esforços o Exubera não obteve aceitação por parte dos doentes ou dos médicos”, afirmou o director executivo da Pfizer, Jeff Kindler. “Concluímos, por isso, que não se justifica um investimento futuro neste produto”, acrescentou.

O fármaco, desenvolvido em parceria com a Nektar Therapeutics, foi aprovado nos Estados Unidos da América e na Europa em Janeiro de 2006 e ficou na história como a primeira fórmula de insulina inalada. A empresa diz agora que vai devolver à Nektar os direitos mundiais sobre a venda do medicamento e trabalhar junto da classe médica para, durante os próximos três meses, ajudar a trocar o Exubera por outro tratamento para a diabetes.

Aquando do lançamento do fármaco os analistas previam que se tornasse num dos mais bem sucedidos, baseando-se na teoria de que os diabéticos iriam preferir a insulina inalada à tradicional fórmula injectável. No entanto, o Exubera revelou-se um fracasso.

Os lucros da farmacêutica foram também prejudicados pelo surgimento no mercado de genéricos de alguns dos seus fármacos mais bem sucedidos, como o Lipitor, cujas vendas desceram 3 por cento a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Bloomberg, Diário Económico.

Soja pode ajudar a reduzir gordura abdominal na pós-menopausa

Um estudo norte-americano sugere que um batido feito a partir da soja pode ajudar a reduzir a gordura distribuída à volta do estômago e do tórax nas mulheres na pós-menopusa.

A gordura abdominal é aquela que apresenta mais riscos para a saúde, aumentando as hipóteses de contrair doenças relacionadas com a obesidade, como é o caso da diabetes ou da ocorrência de ataques cardíacos. De acordo com a investigação, ao reduzir este tipo de gordura no organismo, a soja ajuda a diminuir os riscos de doença cardiovascular e de diabetes.

Os cientistas observaram os efeitos de suplementos de soja vegetal na saúde de 15 mulheres pós-menopausicas. Durante o estudo, nove participantes ingeriram diariamente um batido de soja com 120 calorias, enquanto as outras seis tomaram um batido placebo.

Três meses depois foi observada pouca diferença de peso entre os dois grupos de mulheres. No entanto, os exames médicos revelaram uma diferença significativa no que diz respeito à quantidade de gordura em volta da cintura. Enquanto as participantes que tomaram o batido de soja perderam gordura abdominal no decorrer do estudo, as do outro grupo registaram um aumento.

Os investigadores acreditam, por isso, que a descoberta poderá melhorar a saúde das mulheres mais velhas que por norma ganham sempre alguns quilos extra após a menopausa. “O nosso ensaio sugere uma nova opção de dieta para a prevenção do aumento do tecido adiposo abdominal que ocorre depois da menopausa”, afirmaram os autores citados pelo jornal “Fertility and Sterility”.

Conforme explicou David Christie, da Universidade do Alabama, em Birmingham, e um dos colaboradores do estudo, os batidos utilizados nesta investigação continham uma quantidade de soja superior àquela a que as pessoas normalmente têm acesso numa dieta regular e para que o mesmo efeito fosse obtido em casa seriam necessários suplementos.

Ainda assim, Christie admite que este foi um pequeno estudo com números muito limitados. “Se houvesse números mais abrangentes, [a descoberta] teria implicações mais alargadas em relação à recomendação de soja a mulheres na menopausa”, afirmou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, The Earth Times, News Post India.

Novartis anuncia despedimentos face à quebra nos lucros do terceiro trimestre

Os lucros líquidos da Novartis sofreram uma quebra superior ao que era esperado no terceiro trimestre do ano. A farmacêutica suíça anunciou já que os resultados vão obrigar a um corte de 1.260 postos de trabalho nos Estados Unidos da América que permitirão à empresa poupar 161 milhões de euros anualmente.

Os lucros líquidos da empresa caíram 12 por cento entre Julho e Setembro de 2007, para os 1,1 mil milhões de euros, comparativamente aos 1,25 mil milhões de euros registados em igual período do ano anterior. Os resultados são justificados com a recolha do Zelnorm, que foi retirado do mercado norte-americano, e pelo lançamento de versões genéricas de alguns medicamentos da Novartis, como é o caso do Famvir (Famciclovir), do Lotrel e do Lamisil (Terbinafina). A isto acresce ainda o insucesso do Prexige, que não recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos e foi associado a várias mortes de pacientes.

A Novartis anunciou que vai proceder a uma remodelação na gestão da empresa, sendo que o director da unidade farmacêutica, Thomas Ebeling, passa a gerir o departamento de saúde do consumidor. Por sua vez, Joe Jimenez vai assumir, com efeito imediato, o controlo do sector dos medicamentos.

Ainda assim, a venda da Gerber, unidade de alimentação para bebés, e do sector de nutrição médica da empresa à Nestlé ajudaram a impulsionar os lucros líquidos para os 4,82 mil milhões de euros.

“Os resultados salientam o que acontece quando se perde lucro proveniente de medicamentos chave”, afirmou Denise Anderson, analista da Landsbanki Kepler, em Zurique, em declarações à Bloomberg. “O quarto trimestre é tradicionalmente fraco para a Novartis, não assumam que o pior já passou”, acrescentou a especialista.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, CNN Money, Reuters, BBC News.

Medicamento para a diabetes tem novas indicações nos EUA

Januvia pode ser utilizado em associação com uma sulfonilureia

A farmacêutica norte-americana Merck recebeu autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para alargar as indicações do Januvia (Sitagliptina), um medicamento utilizado no tratamento da diabetes tipo 2.

O fármaco, que já era administrado como um complemento à dieta e exercício físico em associação com a metformina, pode agora também ser combinado com uma sulfonilureia quando a utilização dessa substância por si só não proporciona um adequado controlo da glicemia.

A nova rotulagem do medicamento inclui também a utilização do Januvia enquanto terapia adjuvante para uma combinação dupla de sulfonilureia e metformina quando a terapia individual não permite o controlo adequado da glicemia.

De acordo com o laboratório, a inclusão de novas indicações obrigou também a uma actualização dos avisos e precauções do medicamento que incluem agora relatos de casos de hipersensibilidade em alguns pacientes, entre os quais anafilaxia, angiodema e pele escamada, incluindo síndrome de Stevens-Johnson.

Segundo avançou John Amatruda, vice-presidente para o desenvolvimento clínico da Merck, durante os ensaios clínicos com Januvia não foram detectados casos de síndrome de Stevens-Johnson, porém registaram-se relatos de “algumas” situações desde que o medicamento foi aprovado. “Não é possível estabelecer uma relação causal”, afirmou o responsável, uma vez que não se sabe “que outros medicamentos esses pacientes estavam a tomar”. A farmacêutica continua a monitorizar qualquer possível risco para os doentes, disse Amatruda.

O Januvia actua de forma semelhante ao Galvus (vildagliptina), da Novartis. Os dois medicamentos inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) foram desenvolvidos com o objectivo de aumentar a capacidade do próprio organismo para reduzir os níveis de açúcar no sangue.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Business Week, Reuters, Farmacia.com.pt.

Boston Scientific elimina 2.300 postos de emprego

A Boston Scientific anunciou o corte de 2.300 postos de emprego, ou 9 por cento da força de trabalho da empresa, bem como uma reestruturação em várias unidades de negócio, num esforço para reduzir as despesas de funcionamento.

A empresa produtora de dispositivos médicos tem vivido uma situação complicada desde a aquisição da Guidant Corp por 18,9 mil milhões de euros e da quebra nas vendas dos seus aparelhos médicos mais lucrativos, pelo que o corte de funcionários deverá atingir os 13 por cento no final do próximo ano, revelaram os responsáveis.

Para além disso, a Boston Scientific tem também intenções de vender algumas das suas áreas de negócio, como é o caso do sector de oncologia e das unidades de cirurgia vascular e cardíaca.

A Boston aproveitou a oportunidade de adquirir o maior grupo de dispositivos médicos, um negócio que lhe permitiu diversificar o investimento na área cardíaca através dos aparelhos implantáveis da Guidance, capazes de regular o batimento cardíaco, aliando-lhes a sua própria tecnologia ao nível dos stents coronários.

No entanto, desde então teve que lutar contra algumas questões de segurança dos produtos da Guidance e em alguns dos seus próprios dispositivos.

“As reduções de custos e postos de trabalho que estamos a anunciar pretendem colocar as nossas despesas ao nível das receitas”, afirmou o director executivo da empresa, Jim Tobin.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Reuters, MSNBC.

Programa solidário da Câmara de Vidigueira arranca em 2008
Apoio aos idosos na compra de medicamentos


A Câmara Municipal de Vidigueira, município do distrito alentejano de Beja, vai, em Janeiro do próximo ano, passar a apoiar os idosos do seu concelho na compra de medicamentos. A medida de âmbito social pretende auxiliar os mais carenciados a fazer face à despesa na farmácia, que muitas daqueles cidadãos, por terem pensões de reforma demasiado baixas, não conseguem suportar.

No âmbito desta medida de forte pendor social, a Câmara Municipal de Vidigueira vai, em Janeiro do próximo ano, começar a atribuir um subsídio anual aos idosos que comprovem a sua debilitada situação financeira, que para formalizar a sua candidatura ao apoio terão de se dirigir ao Gabinete de Acção Social do município, que analisará o seu processo individual, a fim de determinar se há de facto lugar à concessão de ajuda por parte da autarquia.
Em declarações à Rádio Voz da Planície o presidente da Câmara Municipal de Vidigueira, Manuel Narra, afirmou que esta medida é uma das deliberações da autarquia que está “integrada na política de acção social” do executivo, tendo em vista os cidadãos que no concelho vivem em situação mais desfavorecida. Porque em norma recebem pensões muito baixas, canalizando uma boa parte desse montante para a farmácia, o executivo municipal entendeu que tinha cabimento apoiar os mais velhos na compra dos medicamentos de que necessitam para assegurar um patamar mínimo de qualidade de vida àquela população.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Voz da Planície
Contas e stocks passados a pente fino pelo «Fisco»
Farmácias fiscalizadas na Madeira


Vários estabelecimentos de dispensa de medicamentos da Região Autónoma da Madeira têm sido, nos últimos meses, alvo de acções de fiscalização por parte da Administração Fiscal que, embora não sejam ilegítimas, são anormais, na medida em que não é comum a intervenção do Governo numa área tão estreitamente tutelada, por várias entidades, como é o sector do medicamento.

De acordo com uma notícia avançada na edição desta quinta-feira do «Diário de Notícias da Madeira», nestas acções os fiscais têm passado “a pente fino” as contas e os stocks das várias farmácias que têm visitado, com muitos dos proprietários a garantir que o seu maior cliente é justamente o Estado, que pelo facto de proceder ao pagamento das comparticipações a posteriori, já exerce um controlo directo e indirecto sobre as contas e os volumes de medicamentos transaccionados naqueles estabelecimentos. Os proprietários dizem que “há alguns anos” não assistiam a uma fiscalização tão rigorosa das contas das farmácias como tem acontecido desde Março deste ano na região.
No centro das atenções da acção das equipas fiscalizadoras, à luz do que informou a própria Administração Fiscal, estarão as contas relativas aos exercícios dos últimos quatro anos, desconhecendo-se se, até ao momento, foi detectada qualquer irregularidade. Segundo Paulo Sousa, líder da delegação regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, a situação “pode ser frequente”, na medida em que as farmácias, como empresas que são, “podem ser fiscalizadas a qualquer momento”, e como em qualquer outro sector de actividade também naqueles estabelecimentos podem ser detectadas algumas irregularidades.
No entanto, aquele responsável recorda que o controlo do negócio farmacêutico é “muito apertado”, pelo que não é fácil que possa ser registada qualquer tentativa de fuga ao «Fisco». A fiscalização das farmácias há algum tempo era apontada pela Inspecção Tributária como uma das prioridades para este ano, tendo em conta uma série de situações que a tutela entendeu averiguar, entre as quais são de destacar “as rendibilidades baixas com custos elevados, os comuns inventários empolados, trespasses realizados com base em valores considerados muito baixos ou os lucros não distribuídos”. Segundo uma notícia que tinha já sido avançada pelo «Jornal de Negócios», havendo suspeitas num ou em vários destes items, os inspectores farão visitas aos estabelecimentos onde elas ocorram.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Notícias da Madeira», Serviço Regional de Saúde, «Jornal de Negócios»

Novartis licencia direitos de imunodiagnósticos da hepatite C à Innogenetics

A companhia suíça Novartis AG entrou num acordo com a companhia biotecnológica belga Innogenetics, que envolve a cedência dos direitos de licenciamento de testes diagnósticos do vírus da hepatite C (VHC). Os termos financeiros envolvidos não foram revelados.

Paralelamente, as companhias chegaram a um acordo para terminar a litigação pendente relativa a uma patente que envolvia as duas companhias. Os acordos mantêm os direitos comerciais nos territórios onde a Innogenetics tem interesses de negócios.

No final de 1998, a Innogenetics foi sujeita a acções descritivas e de apreensão baseadas nas alegações de que a companhia teria infringido duas patentes europeias relacionadas com o vírus da hepatite C. As acções foram originalmente lançadas pela Chiron, que foi adquirida pela Novartis em 2006.

Os imunodiagnósticos da hepatite C são um elemento chave para a detecção e confirmação do vírus da hepatite C. Na actualidade, a técnica é utilizada de forma rotineira em diagnósticos clínicos e sorologia.

Actualmente, aproximadamente 190 milhões de pessoas estão infectados dom o VHC e estima-se que cerca de 3 a 4 milhões de pessoas fiquem infectadas anualmente.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Forbes, www.biotech-intelligence.com

Dr Reddy's procura parceiro para entrar no mercado japonês

A Dr Reddy's Laboratories está a finalizar planos para entrar no mercado japonês, o segundo maior mercado farmacêutico do mundo. A companhia indiana está à procura de um parceiro para lançar os seus produtos no Japão, até ao próximo ano fiscal.

O CEO da companhia, G V Prasad, declarou que a Dr Reddy's tem estado em conversações com algumas companhias farmacêuticas, mas ainda não finalizou nenhum acordo. Segundo o presidente, o mercado japonês representa uma grande oportunidade para as farmacêuticas de genéricos. Contudo, também é um mercado muito complicado.

Com vendas anuais de 58 mil milhões de dólares, o Japão representa aproximadamente 11 por cento do mercado farmacêutico mundial. Todavia, os fabricantes de fármacos indianos ainda têm uma presença muito ténue neste mercado, visto os fármacos genéricos não serem muito bem aceites pelos pacientes e médicos. Contrariamente aos Estados Unidos e Europa, os medicamentos genéricos no Japão ainda são vistos como sendo inferiores aos produtos de marca, e representam uma porção muito pequena do mercado farmacêutico.

Segundo Shivani Shukla, da Frost & Sullivan, os médicos na universidade são ensinados a identificar os produtos pelo nome de marca em vez do nome genérico. De acordo com a actual lei, os farmacêuticos não podem substituir o produto original de marca por um fármaco genérico, a não ser por indicação médica. Ainda segundo a Frost & Sullivan, em 2006 os medicamentos genéricos representaram 3,8 por cento do mercado farmacêutico total no Japão. Não obstante, à medida que as despesas de saúde do país aumentam, o governo está cada vez mais a encorajar a utilização dos genéricos.

A Dr Reddy’s espera acompanhar as outras farmacêuticas indianas que marcaram o Japão como um mercado lucrativo. A Ranbaxy Laboratories foi a primeira companhia indiana a entrar no mercado farmacêutico japonês. A Nihon Pharmaceutical Industry, uma joint-venture entre a Ranbaxy e a Nippon Chemiphar, lançou o seu primeiro produto no Japão em Julho de 2005. Na semana passada, a Lupin Laboratories anunciou a aquisição da Kyowa Pharmaceutical Industry, a companhia japonesa que desenvolve, fabrica e comercializa genéricos no Japão. Igualmente, no início deste ano, a Cadila Healthcare adquiriu a Nippon Universal Pharmaceuticals reforçando a sua posição no Japão.

Isabel Marques

Fontes:
http://economictimes.indiatimes.com, www.pharmatimes.com

Investigadora portuguesa descobre método para criar novos medicamentos

Uma investigadora do Departamento de Química, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu um novo método de preparação de compostos orgânicos, que vai permitir o desenvolvimento de novos tipos de medicamentos a longo prazo.

A descoberta consiste num método selectivo de preparação de beta-aminoácidos quirais (uma classe com propriedades únicas), que é fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos e foi já publicada em revistas internacionais de referência, no domínio da química orgânica.

“É um contributo interessante para alargar a variedade de métodos existentes para o desenvolvimento de novos fármacos”, explicou a autora do estudo, Teresa Pinho e Melo.

A cientista da FCTUC desenvolveu uma investigação que permitiu a descoberta de um novo “método de síntese de preparação de compostos orgânicos que faculta o aparecimento de novos compostos de referência para a indústria farmacêutica ou para outras aplicações industriais”.

A importância da investigação é tanto maior se for tido em conta que a maioria dos fármacos comercializados actualmente, são compostos por heterocíclicos e que é grande a resistência de muitos seres humanos aos mesmos. “Com a crescente necessidade de encontrar novos tratamentos e os muitos problemas associados com a resistência aos fármacos existentes, a procura de novos compostos de referência é um tópico de extrema relevância”, admite a investigadora

Para desenvolver o novo método de preparação dos beta-aminoácidos, a investigadora partiu da síntese de allenes quirais, utilizando-os como blocos de construção em síntese orgânica. Os beta-aminoácidos quirais estão presentes em inúmeras moléculas bioactivas, nomeadamente nos antibióticos penicilinas e cefalosporinas e no taxol, um dos agentes anti-tumorais mais activos.

«A capacidade de produzir e manipular é extremamente importante para a produção de novos fármacos, porque ao estudar uma nova reacção há maior probabilidade de introduzir inovação», adianta a FCTUC, em comunicado.


Iniciada em 1995, esta investigação contou também com a colaboração de técnicos da Universidade do país Basco e está previsto que decorra ainda por mais três anos, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Para já, vai permitir que cientistas de todo o mundo possam explorar os novos métodos de síntese para a concepção de novos fármacos.


A investigadora, que admite ser sempre «uma procura incrível, a de encontrar novas bases para ultrapassar dificuldades, como a resistência a antibióticos», lembrou ainda que o processo, entre esta fase e a utilização e comercialização de novos medicamentos, é «muito moroso, levando sempre muitos anos».

Inês de Matos

Fonte: Diário de Coimbra