segunda-feira, 9 de março de 2009

Infarmed: Maioria dos medicamentos à venda na Internet é falsa

Uma investigação desenvolvida pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), em 2008, revelou que 93 por cento dos medicamentos adquiridos pelos portugueses na Internet, e analisados por este organismo, eram falsificados.

Foram analisadas 80 amostras de produtos comprados em sites não autorizados de venda de medicamentos, sendo que os fármacos contrafeitos analisados não continham, nalguns casos, a substância activa que deveriam ter e, quando esta estava presente, existia em quantidades inferiores às estipuladas para o fármaco.

O presidente do Infarmed, Vasco Maria, referiu que “nalguns casos havia impurezas que podem colocar em causa a vida das pessoas".

Os medicamentos em causa são principalmente os de combate à impotência sexual, emagrecimento, oncologia, cardiologia e neurologia. De acordo com os dados fornecidos pelo Infarmed, aproximadamente mais de 50 por cento dos medicamentos adquiridos na Internet, fora dos circuitos legais, são contrafeitos.

O presidente do Infarmed afirmou que este é um problema grave cujo combate é dificultado, porque é um negócio extremamente rentável, o que motiva a actividade das redes de falsificadores.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, salientou que "é preciso ter atenção sobre a venda e uso de alguns medicamentos comprados pela Internet e sensibilizar para que isto é um problema real”.

Isabel Marques

Fontes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1368075&idCanal=62
http://dn.sapo.pt/2009/03/07/sociedade/90_remedios_a_venda_net_falsos.html

FDA: Fármacos com metoclopramida devem incluir alertas mais fortes

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) alertou que os fármacos que contêm metoclopramida, para tratar distúrbios disgestivos, necessitam de avisos mais sérios relativamente ao risco de movimentos repetitivos involuntários em diversas partes do corpo, observado com a utilização a longo prazo ou em elevadas dosagens.

A utilização crónica destes fármacos, que estão disponíveis em diversas formas, como comprimidos, injecções e xarope, tem sido relacionada com discinesia tardia, o que provoca movimentos involuntários das extremidades, movimentos incontroláveis da língua, face, boca ou maxilar (protusão da língua, movimentos de mastigação), movimentos rápidos dos olhos e pestanejar. Os sintomas raramente são reversíveis, mas podem ser atenuados ou resolvidos após se terminar o tratamento com metoclopramida.

A FDA ordenou o acrescento de caixas pretas (black box) de alerta, o mais forte disponível, e o desenvolvimento de um guia amigo do paciente para explicar o risco.

A FDA recomenda que o tratamento não exceda os três meses, porque o risco do distúrbio de movimentos foi directamente relacionado com a duração do tratamento com metoclopramida e com o número de doses tomadas. A agência acrescentou que os idosos, especialmente as mulheres, apresentam maiores riscos.

A directora do Centro de Avaliação e Investigação da FDA, Janet Woodcock, referiu que a utilização crónica da terapia com metoclopramida deve ser evitada no geral, excepto nos casos raros em que os benefícios superem os riscos.

Em Portugal, os fármacos à base de metoclopramida são comercializados como Metoclopramida Labesfal, Metoclopramida Medinfar e Primperan. Estes fármacos estão indicados para náuseas e vómitos, gastroenterites, intolerâncias alimentares e medicamentosas, síndrome vertiginoso, perturbações da motilidade digestiva, dispepsia-eructações, soluços, pirose, dores epigástricas, esvaziamento gástrico retardado, refluxo gastro-esofágico.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/governmentFilingsNews/idUSN2629346520090226