domingo, 5 de abril de 2009

Dados demonstram benefícios de tratamento precoce com anti-retrovirais para VIH

Análises de dados, publicadas na “The New England Journal of Medicine” (NEJM), demonstraram que a iniciação precoce da terapia anti-retroviral em pacientes assintomáticos (não apresentam sintomas) com VIH, antes dos seus sistemas imunitários atingirem níveis pré-especificados de deterioração, melhorou significativamente a sobrevivência, em comparação com aqueles que adiaram o tratamento.

A investigadora principal, a Dra. Mari Kitahata, explicou que o tempo óptimo para iniciar a terapia em pacientes infectados com o VIH assintomáticos tem sido pouco claro, sendo que este estudo acrescenta evidências que apoiam uma iniciação precoce da terapia para melhorar a sobrevivência.

Os investigadores conduziram duas análises envolvendo mais de 17.500 pacientes assintomáticos com a infecção do VIH, que receberam cuidados médicos entre 1996 e 2005, que não tinham recebido tratamento anteriormente com anti-retrovirais.

Os pacientes foram classificados de acordo com a contagem de células T CD4+ quando iniciaram o tratamento. A primeira análise incluiu mais de 8300 pacientes, dos quais cerca de 2 mil iniciaram a terapia anti-retroviral com uma contagem de CD4+ entre as 351 e as 500 células por milímetro cúbico, enquanto os restantes adiaram a terapia até a contagem de CD4+ ter descido para 350 ou menos.

Os dados demonstraram que houve um aumento de 69 por cento do risco de morte para os pacientes que adiaram o tratamento.

A segunda análise envolveu mais de 9100 pacientes, dos quais cerca de 2200 iniciaram a terapia com uma contagem de CD4+ acima de 500. No grupo de pacientes que adiaram a toma de anti-retrovirais até a contagem de CD4+ ter descido para menos de 500, os resultados demonstraram que existia um aumento de 94 por cento do risco de morte.

As directrizes actuais recomendam que os pacientes com uma contagem de CD4+ abaixo de 350 iniciem a terapia anti-retroviral, enquanto que a decisão de tratar os pacientes com níveis mais elevados de CD4+ é deixada à discrição do médico.

A Dra. Kitahata sublinhou que pensa que os dados são fortes o suficiente para se iniciar a terapia, nos pacientes que estão prontos e dispostos, quando a contagem de CD4+ esteja acima de 500 e certamente entre 350 e 500.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=842149F8995541DBA0F77D2E145B05B3

Clopidogrel mais aspirina reduz risco de AVC em pacientes com fibrilhação auricular

Descobertas de um estudo de Fase III revelaram que a combinação de clopidogrel e aspirina reduziu significativamente a ocorrência de eventos vasculares major, em comparação com a aspirina isoladamente, em pacientes com fibrilhação auricular que não podem tomar anticoagulantes orais.

De acordo com a First Word, o ensaio envolveu 7554 pacientes com fibrilhação auricular e com, pelo menos, um factor de risco de acidente vascular cerebral (AVC), que receberam clopidogrel, uma vez por dia, em combinação com aspirina, ou aspirina isoladamente, para prevenir a primeira ocorrência de um evento vascular major.

Após um seguimento médio de 3,6 anos, os resultados demonstraram que os pacientes tratados com clopidogrel apresentaram uma redução significativa de 11 por cento dos eventos vasculares e uma redução significativa de 28 por cento da incidência de AVC.

O estudo, apresentado na conferência do Colégio Americano de Cardiologia, também revelou que o grupo que recebeu a combinação de clopidogrel e aspirina apresentou taxas significativamente mais elevadas de sangramento e hemorragia intracraniana, mas demonstrou que não houve aumentos significativos nas hemorragias fatais e AVC hemorrágico.

O investigador principal, o Dr. Stuart Connolly, sublinhou que para a maioria das pessoas um AVC é muito pior do que uma hemorragia, tendo acrescentado que para os pacientes com intolerância à varfarina, o clopidogrel mais aspirina fornece um benefício importante com um risco aceitável.

Em Portugal, o clopidogrel é comercializado como Plavix, Iscover, Clopidogrel Winthrop e Clopidogrel BMS, sendo utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos (tais como o acidente vascular cerebral, ataque cardíaco ou morte).

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=20A6A3C95E3D4AC7AF075470C1FA877A