segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Hemopurifier pode travar epidemias

Aethlon Medical desenvolveu aparelho inovador que remove vírus e toxinas do sangue antes de atacarem células e órgãos

A Aethlon Medical, uma empresa de biotecnologia da Califórnia, desenvolveu um dispositivo – patenteado como Hemopurifier – que poderá evitar a propagação de epidemias. O laboratório, anunciou, recentemente, a comercialização do aparelho na Índia, em 2008, com vista à aceitação do produto naquele mercado.

Trata-se de um aparelho inovador de filtração do sangue, cujo objectivo é o tratamento de doenças infecciosas. O Hemopurifier usa um método similar à diálise para remover os vírus e as toxinas antes de a infecção atacar as células e os órgãos. A novidade é que a terapêutica pode começar sem identificação prévia do “intruso” infeccioso.

Vários artigos científicos deram “boa nota” ao Hemopurifier, como instrumento de "limpeza" do sangue. Também a FDA - com base nos estudos pré-clínicos em sangue de humanos que provaram a eficácia do Hemopurifier em capturar o VIH (vírus da sida) e da hepatite C, o vírus da SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Severa, assim como, outras doenças infecciosas crónicas resistentes a vacinas - reconheceu o aparelho como um potencial dispositivo médico capaz de travar doenças.

De acordo com a Aethlon Medical, “o objectivo do tratamento é reduzir a carga viral do sangue, de modo a que o natural sistema imunitário da pessoa possa recuperar para, depois, travar uma batalha eficaz contra a infecção.”

No entanto, a empresa ressalva ainda que “a natureza do Hemopurifier permite, também, que seja usado juntamente com outras terapias, nomeadamente, fármacos e vacinas (se existirem).”

“O aparelho de filtração do sangue é apresentado em dois tamanhos e usa-se com bombas portáteis ou com máquinas de diálise. A versão mais pequena tem a dimensão de uma caneta grande e pode ser ligado a uma artéria no braço por pessoal de emergência médica, usando apenas agulhas, tubos e adesivo”, explicou o director da Aethlon, James A. Joyce. Terminada a filtragem do sangue (processo que dura algumas horas), os médicos podem começar a identificar o vírus a partir das amostras de sangue.

“A estratégia para iniciar a comercialização na Índia corresponde aos objectivos internacionais de Aethlon e ao esforço da companhia em avançar o Hemopurifier como um tratamento global das ameaças pandémicas e até, do bioterrorismo emergente”, esclareceu Joyce, anunciando que, naquele país, a tecnologia focalizar-se-á em oferecer tratamento à febre hemorrágica do Dengue, VIH e hepatite-C.

Em iniciativas anteriores na Índia, a Aethlon já conseguiu comprovar a eficácia e segurança do instrumento recorrendo a 24 estudos feitos com doentes.

Raquel Pacheco

Fonte: Aethlon Medical

Melior Discovery inicia acordo para aplicar plataforma theraTRACE para fins farmacêuticos

A Melior Discovery, Inc. assinou um acordo com a Johnson & Johnson Pharmaceutical Research & Development, L.L.C. (J&JPRD) para aplicar a plataforma de descoberta de indicações theraTRACE para identificar possíveis novas indicações para múltiplos fármacos experimentas da J&JPRD. Os valores envolvidos no acordo não foram revelados.

A plataforma theraTRACE é um conjunto multiplexed amplo de modelos in vivo integrados, desenhado para identificar sistemática e rapidamente aplicações anteriormente desconhecidas para compostos farmacêuticos. A plataforma pode ser aplicada à descoberta, à fase de desenvolvimento e a agentes comercializados, tendo já identificado novas indicações para um determinado número de fármacos em fase de desenvolvimento.

A plataforma theraTRACE está delineada para testar sistematicamente a eficácia potencial dos compostos, de maneira rápida e eficiente, em relação a um amplo número de modelos de doenças. Para isso, são utilizados os mesmos modelos in vivo de elevada qualidade, desenvolvidos por investigadores das farmacêuticas líderes, que são usados para determinar se um fármaco experimental demonstra uma eficácia suficiente para merecer o avanço para o desenvolvimento clínico. A abordagem multiplexed registada da Melior integra múltiplos modelos in vivo e reduz o tempo, quantidade de compostos para testes e o número de objectos necessários para os testes, enquanto também reduz o número de resultados falsos positivos. Como resultado, a plataforma fornece grandes melhoras na eficiência e efectividade e uma redução no custo geral no esforço da descoberta de novas indicações.

Segundo o presidente da Melior, Andrew Reaume, este acordo representa uma oportunidade significativa para a companhia acrescentar valor a um leque de compostos pré-clinicos e em fase de desenvolvimento, através da aplicação da sua plataforma única de testes in vivo. A plataforma de descoberta de indicações theraTRACE já está a comprovar o seu valor nas colaborações da Melior com a Merck e com a Pfizer, assim como na projecção dos próprios esforços da companhia no desenvolvimento de fármacos. A Melior está encantada por poder trabalhar com a J&JPRD, e anseia por uma colaboração produtiva.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

FDA dá luz verde ao Selzentry

O Selzentry (maraviroc), produzido pelo laboratório Pfizer, recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA). Este é o primeiro de uma nova classe de medicamentos anti-HIV que deverá estar disponível no mercado dos Estados Unidos da América em meados de Setembro.

O fármaco, que recebeu recentemente aprovação na União Europeia, bloqueia o CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas. A FDA autorizou a utilização do medicamento em doentes que não apresentaram reacção a outras terapias ou em casos nos quais o diagnóstico confirma que a estirpe do vírus está relacionada com o receptor CCR5.

À medida que a competição aumenta e que protecção das patentes de alguns dos seus fármacos mais importantes vai expirando, a farmacêutica norte-americana procura nos novos medicamentos uma janela de oportunidades que lhe permitirá impulsionar os lucros.

Tal como foi referido pelo Farmacia.com.pt, num artigo publicado em Junho, que aborda a insustentabilidade da indústria farmacêutica, em 2012, a Pfizer terá que enfrentar o fim da exclusividade sobre a patente do Viagra (Sildenafil) e do Lipitor (atorvastatina, comercializado em Portugal como Zarator), o medicamento mais vendido no mundo, o que se traduzirá na perda de 41 por cento das suas receitas.

Os analistas do sector prevêem que as vendas anuais do Selzentry atinjam os 360 milhões de euros em 2011.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters.

Recolha de todos os lotes e dosagens de Remodulin

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) anunciou a recolha de todos os lotes e dosagens do medicamento Remodulin (treprostinilo), frasco, solução para perfusão. A circular informativa, classificada como “muito urgente”, explica que a decisão foi tomada devido à ausência de realização de testes de esterilidade na União Europeia aquando da libertação do lote.

A medida, que surge por decisão do Conselho Directivo do INFARMED, teve origem num alerta de qualidade proveniente da Agência Inglesa do Medicamento. Conforme explica a nota difundida pelo Infarmed, apesar dos testes terem sido realizados nos Estados Unidos da América pelo fabricante Baxter, há uma directiva europeia que obriga à realização das mesmas provas de esterilidade dentro do espaço comunitário.

O Remodulin, cujo titular da AIM são os Laboratórios Azevedo – Industria Farmacêutica, S.A, é utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar primária para melhorar a tolerância ao exercício físico e os sintomas da doença, em doentes classificados como pertencendo à Classe III da New York Heart Association.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Depois de um alerta da agência húngara do medicamento
Infarmed manda recolher Haemate P 500


O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde anunciou, num comunicado classificado como “muito urgente”, e que é assinado por Hélder Filipe, um dos vice-presidentes daquele órgão do Infarmed, que mandou recolher todas as embalagens dos lotes com os números 56166411C, 63566411A, 64766411A, 65466411B, 66666411A, 67566411B do medicamento Haemate P 500, frasco, pó e solvente para solução injectavel, Factor VIII da coagulação humana + Factor de Von Willebrand Humano, com registo de AIM n.º 3321981, cujo titular é a firma CSL Behring. Em causa está a “possibilidade de falta de esterilidade do dispositivo de administração, conforme recepção dum alerta de qualidade proveniente da agência húngara do medicamento”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Infarmed ordena recolha do Remodulin

O Conselho Directivo do Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) ordenou a recolha de todas as embalagens de todos os lotes com todas as dosagens do medicamento Remodulin, treprostinil, frasco, solução para perfusão, com registo de AIM n.º FR/H/278/01, FR/H/278/02, FR/H/278/03, FR/H/278/04, cujo titular de AIM é a firma Laboratórios Azevedo – Indústria Farmacêutica, S.A. A ordem de recolha deve-se ao facto de não terem sido realizados testes de esterilidade na União Europeia na altura da libertação de lote, de acordo com a recepção de um alerta de qualidade proveniente da Agência Inglesa do Medicamento.

De mencionar ainda que, apesar dos referidos testes terem sido realizados nos Estados Unidos pelo fabricante Baxter, os testes de esterilidade têm que ser realizados no espaço da UE.

O Remodulin é utilizado para tratar casos de hipertensão arterial pulmonar primária moderada.

Isabel Marques

Fontes: INFARMED

Laboratórios acusados de revalidar prazo de medicamentos

Doentes em fase terminal poderão estar a tomar fármacos expirados, denunciaram enfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros denunciou a toma de fármacos revalidados por doentes em fase terminal. Segundo noticiou o «Correio da Manhã», a organização sindical acusa os laboratórios farmacêuticos de alterar os prazos de validade de medicamentos, acrescentando um ano às datas originais. Esta prática configura uma ilegalidade, porém, tutela, Infarmed e Apifarma alegam desconhecer o caso…

Correia Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros fez chegar ao «Correio da Manhã» a denúncia da revalidação de medicamentos: “Esta situação é uma aberração e uma ilegalidade que precisa ser denunciada, pois já vem a acontecer desde há algum tempo”, frisou, revelando que “há pelo menos um hospital, o S. Sebastião (em Santa Maria da na Feira) que um mês antes de expirar o prazo de validade dos medicamentos envia-os para os laboratórios, sendo remetidos novamente ao hospital mas já com um selo colado por cima da data da validade impressa, apresentando um prazo de expiração renovado, por mais um ano.”

De acordo com o dirigente sindical, “quando os medicamentos não são enviados para o laboratório, por falta de tempo ou outra razão qualquer, então o laboratório envia para a farmácia do hospital os selos com as datas renovadas, que depois são coladas nos lotes dos medicamentos”.

Asseverando que esta situação é do conhecimento da direcção do hospital e também do Ministério da Saúde”, Correia Azevedo delatou que a prática é feita “em medicamentos da classe dos opiáceos – o citrato de fentanil – que são administrados a doentes que se encontram em fase terminal para alívio da dor.”

Entretanto, confrontado com a acusação do sindicalista, o Ministério da Saúde disse não comentar “uma situação de que não tem conhecimento”. Também a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) – que representa os laboratórios portugueses- recusou a possibilidade de algum dos seus associados praticar algo que classificou ser “completamente ilegal e alvo de sanção que pode incluir pesadas coimas ou até a suspensão da actividade no mercado.”

Ao «CM», os responsáveis de saúde do Hospital São Sebastião, - considerado unidade-modelo pela tutela devido aos seus resultados - rejeitaram qualquer ilegalidade, argumentando que só aceitariam receber medicamentos com o prazo aumentado “se fosse autorizado pelo Infarmed.”

Por seu turno, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) afirmou “não ter conhecimento da situação e que qualquer situação denunciada é verificada.” Segundo informa ainda o Infarmed, a alteração do prazo da validade é uma sanção prevista no Código Penal punível com pena de prisão de um a oito anos.
De referir que, os fármacos administrados fora do prazo não produzem os efeitos terapêuticos indicados, porém, também não causarão efeitos nefastos no doente.
Raquel Pacheco

Fonte: «Correio da Manhã»

Infarmed retira Haemate P

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu uma nota de carácter urgente que informa sobre a retirada do medicamento Haemate P 500, 500UI/20ml + 1100UI/20ml frasco, pó e solvente para solução injectável, Factor VIII da coagulação humana Factor de Von Willebrand Humano, pó e solvente para solução injectável. A medida deve-se à possível falta de esterilidade no dispositivo de administração da substância.

A circular informativa, a que o Farmacia.com.pt teve acesso, indica que vão ser recolhidas todas as embalagens dos lotes n.º 56166411C, 63566411A, 64766411A, 65466411B, 66666411A, 67566411B do referido fármaco, justificando esta decisão com a possibilidade de existir falta de esterilidade do dispositivo de administração, conforme recepção dum alerta de qualidade proveniente da Agencia Húngara do Medicamento.

O fármaco, comercializado em Portugal pela CSL Behring, é indicado na profilaxia e tratamento de hemorragias em caso de hemofilia A (deficiência congénita de Factor VIII), deficiência adquirida de Factor VIII, tratamento de doentes com anticorpos contra o Factor VIII e na profilaxia e tratamento de hemorragias na doença de von Willebrand.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Desenvolvimento de fármaco para a pneumonia origina parceria entre Bayer e Nektar

A Bayer HealthCare, divisão de cuidados de saúde do grupo alemão Bayer, e a Nektar Therapeutics estabeleceram um acordo para desenvolver e comercializar o NKTR-061, destinado ao tratamento de pneumonias causadas por bactérias gram negativas. A terapia vai utilizar uma tecnologia da Nektar capaz de distribuir uma fórmula específica de amicacina, um antibiótico que pode ser inalado.

A Bayer deverá entregar um pagamento adiantado superior a 36 milhões de euros e posteriormente, vai proceder ao pagamento de 90,6 milhões de euros referentes ao cumprimento de objectivos. Caso o produto seja aprovado, as duas empresas vão promover o fármaco em conjunto no mercado norte-americano e partilhar os lucros daí provenientes. No exterior, a Nektar vai receber uma parcela dos royalties das vendas do produto que não será superior a 30 por cento.

Conforme ficou definido pelos termos do acordo, a Bayer fica responsável pelo desenvolvimento clínico, a estratégia de regulamentação, produção e comercialização do produto, com a Nektar a participar em todos os aspectos de tomada de decisão.

Marta Bilro

Fonte: FDA News, Reuters, Forbes, Manual Merck.

Amamentação age como vacina

Leite materno nas primeiras horas após parto pode salvar um milhão de bebés no mundo

"A amamentação é a primeira vacina da criança." Quem o diz é um pediatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) reforçando que, nos primeiros dias de vida, o leite materno tem o poder de reduzir o risco de morte dos recém-nascidos.

É inquestionável que o leite materno é o melhor alimento para a criança, novidade a realçar é o papel preponderante que este assume em salvar vidas. De acordo com os dados da Aliança Mundial para Acção em Aleitamento Materno (WABA, na sigla em inglês) – divulgados pelo portal SEGS.com.br – “por ano, morrem quatro milhões de bebés com menos de um mês de vida, em todo o mundo”, sublinhando que “com a amamentação, na primeira hora depois do parto, seria possível salvar um milhão de recém-nascidos.”

Neste sentido, Ary Lopes Cardoso, médico da FMUSP, considera a amamentação como “a primeira vacina da criança”, justificando que o leite materno “é rico em diversas substâncias – anticorpos e prebióticos (bactérias benéficas ao organismo) – que fortalecem o sistema imunológico do bebé, prevenindo doenças alérgicas, dislipidemias e doenças neoplásicas e garantindo, também, uma microflora intestinal saudável.”

O pediatra explicou que o leite materno produzido nos primeiros setes dias chama-se "colostro" (secreção extremamente rica em imunoglobulinas), reforçando, por isso, que a amamentação neste período, “é a primeira forma de imunização para o bebé e deve ser estimulada."

Segundo a presidente do departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roseli Sarni, “o aleitamento pode ainda reduzir o risco de hemorragia pós-parto e de icterícia do bebé”, sustentando que, “a partir do 14° dia, o leite atinge seu estágio "maduro", contendo nutrientes adequados para a alimentação exclusiva do bebé até os seis meses de vida como gorduras, carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e ferro.”

Recorde-se que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam o leite materno como o melhor alimento para o bebé e recomendam a amamentação como fonte alimentar exclusiva nos seis primeiros meses de vida. Mesmo equacionando outros alimentos, o leite materno continua a ser indicado até dois anos ou mais.

De referir que, os carboidratos correspondem a 35% a 44% do leite materno e a principal função é o fornecimento de energia aos bebés. O prebiótico (um tipo de carboidrato) é o terceiro maior componente do leite materno.

No âmbito da Semana Mundial da Amamentação, - que termina amanhã - o farmacia.com.pt anunciou, no arranque deste período, uma campanha informativa promovida pela Ordem dos Enfermeiros que alertou as mães para os benefícios do leite materno.

Portugal: mais de metade das mães abandona amamentação aos dois meses

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, mais de metade das mães portuguesas abandona a amamentação antes de o bebé ter dois meses. Esta realidade preocupante é ditada pelos últimos números do projecto inédito Geração XXI - «Nascer e Viver no Novo Milénio» - que está a seguir 10 mil bebés (nascidos nas maternidades do Porto) até à idade adulta. As estatísticas revelam ainda que, apenas uma em cada cinco mães cumpre as orientações da OMS no que diz respeito à amamentação dos filhos.

Raquel Pacheco
Fonte: SEGS/projecto Geração XXI/OMS

Farmacêuticas indianas protagonizam 1/4 dos litígios de patentes nos EUA

As empresas farmacêuticas indianas disputam mais de um quarto de todos os casos que envolvem irregularidades de patentes registados nos Estados Unidos da América (EUA). Segundo noticia o portal indiano Pharmabiz.com, o valor total de mercado dos produtos acerca dos quais existem conflitos com empresas daquele país é superior a 719 milhões de euros (40 mil milhões de rupias).

Os dados avançados pelo portal indicam que existem mais de 100 casos relacionados com patentes de produtos farmacêuticos a decorrer actualmente nos EUA. O valor de mercado correspondente à totalidade dos produtos envolvidos aproxima-se dos 1,53 mil milhões de euros (85 mil milhões de rupias). Desses 100 processos, 30 dizem respeito a empresas indianas, nos quais a violação de patentes se refere a fármacos como o Aciphex (rabeprazole, comercializado em Portugal pela Janssen-Cilag como Pariet), o Allegra (fexofenadina, comercializado em Portugal pela Marion Merrell como Telfast), o Biaxin XL (claritromicina, comercializado em Portugal pela Higiene Pharma como Cadol, pela Farmoz como Ciclinil ou pela Abbott como Klacid), o Eloxatin (Oxaliplatina, comercializado em Portugal pela Sanofi-Aventis), e o Nexium (Esomeprazol, comercializado em Portugal pela AstraZeneca).

Na lista de farmacêuticas envolvidas em casos de infracção de patentes nos EUA figuram a Dr Reddy's, a Ranbaxy, a Lupin, a Sun Pharma, a Dabur Pharma, a Glenmark, a Orchid Chemicals e a Pharmaceuticals and Wockhardt. A Dr Reddy's ocupa o topo da tabela, com 10 processos pendentes, seguida da Ranbaxy, com oito, da Sun Pharma, com seis, e da Lupin, com quatro. Os mais recentes litígios referentes a uma infracção de patente envolvem as acusações da Novartis contra a Dr Reddy's devido ao Loprel (amlodipina+benazepril) e o processo da Sepracor e da Universidade do Massachussetts contra a Glenmark que envolve a patente do Clarinex (desloratadina).

O mercado do Zyprexa (olanzapina), pelo qual se batem a Eli Lilly e a Dr Reddy’s, está avaliado em mais de 72 milhões de euros (4 mil milhões de rupias), enquanto o do Eloxatin, disputado entre a Sanofi Aventis e a Dabur Pharma atinge os 36 milhões de euros (2 mil milhões de rupias). O Effexor (venlafaxina), actor principal da luta judicial entre a Lupin e a Wyeth, tem um valor de mercado que ronda os 45 milhões de euros (2,5 mil milhões de rupias).

Confrontado acerca da situação, um porta-voz da Ranbaxy afirmou que “ter acesso ao mercado faz parte e é uma parcela das empresas de genéricos”. De acordo com este responsável, “as versões genéricas são sempre uma estratégia da empresa para entrar no mercado”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmabiz.com.

Pfizer inicia ensaio clínico de fase I com agonista do receptor da motilina

A farmacêutica norte-americana Pfizer deu início a um ensaio clínico de Fase I com o PF-04548043, um agonista do receptor da motilina, sucessor do KOS-2187, que está a ser desenvolvido para o tratamento da doença do refluxo gastro-esofágico ( DRGE ) e de potenciais distúrbios gastrointestinais.

O anúncio foi feito pela Kosan Biosciences Inc. que, em 2006, estabeleceu um acordo de licenciamento com a Pfizer, a nível global, que incluía o programa de agonistas da motilina da Kosan, numa transacção que envolveu perto de 181 milhões de euros. “A Kosan tem quatro programas clínicos de investigação, que realçam o valor crescente da nossa linha de desenvolvimento”, afirmou Robert G. Johnson, presidente e director executivo da empresa.

“Estimamos o compromisso da Pfizer com o desenvolvimento e potencial comercialização deste composto promissor e estamos ansiosos pelos rápidos avanços dos ensaios clínicos”, acrescentou o responsável.

A motilina é uma hormona segregada pelo intestino delgado que estimula a motilidade gastrointestinal. Durante o ensaio clínico de Fase I será analisada a segurança, tolerabilidade e farmacocinética do PF-04548043 em pessoas saudáveis.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Live, CNN Money, RTT News.

Justiça indiana recusa apelo da Novartis relativo à patente do Gleevec

Um tribunal indiano rejeitou o pedido da farmacêutica suíça Novartis que pretendia adquirir protecção de patente para o Gleevec (iminitab) naquele país. O medicamento, utilizado no tratamento da leucemia mielóide crónica, é o segundo mais bem sucedido do laboratório e está actualmente patenteado em 40 países.

A Novartis desafiou a legislação indiana devido à rejeição de protecção de patente de uma substância presente na composição do fármaco em questão. A candidatura tinha sido rejeitada no ano passado pelo Governo indiano por considerar que o medicamento era pouco inovador. A Novartis avançou que não deverá recorrer da decisão. “Discordamos da sentença, no entanto, não deveremos recorrer para o supremo tribunal de justiça”, afirmou uma porta-voz da empresa.

A Novartis argumentou que a consolidação das leis relativas à protecção de patentes iria fortalecer o sector de investigação indiano salientando que o sistema de patentes indiano reprime a inovação. O tribunal de Chenai delegou na Organização Mundial do Comércio a responsabilidade de avaliar se a Índia estava a cumprir as leis internacionais de comércio.

Os Médicos sem Fronteiras e algumas organizações não governamentais aplaudem a decisão do tribunal por considerarem que uma vitória da farmacêutica iria eliminar uma fonte importante de medicamentos financeiramente viáveis. “Este é um grande alívio para milhões de doentes e médicos nos países em vias de desenvolvimento que dependem de medicamentos financeiramente viáveis provenientes da Índia”, afirmou Tido von Schoen-Angerer, director do departamento de Acesso aos Medicamentos Essenciais dos Médicos sem Fronteiras.

As vendas do Gleevec, comercializado na Europa como Glivec, atingiram os 1,86 mil milhões de euros em 2006, tornando-se no segundo fármaco mais bem sucedido da Novartis, apenas precedido pelo Diovan (valsartan). A legislação indiana permite aos responsáveis pela regulação das patentes do sector farmacêutico que exclua medicamentos que se baseiam numa “melhoria acrescentada”. De acordo com o portal noticioso Aljazeera, várias empresas farmacêuticas indianas já produzem versões genéricas do Gleevec a um décimo do preço praticado pela Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Reuters Africa, Bloomberg, Aljazeera.net.

Exposição solar diminui risco de desenvolver cancro da mama

As mulheres que evitam a exposição solar aumentam o risco de desenvolver cancro da mama, revela um novo estudo publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”. Os banhos de sol, que muitos especialistas têm lutado para eliminar sucessivamente por contribuírem para o aumento da probabilidade de cancro da pele, são, na realidade, benéficos na prevenção do cancro da mama.

De acordo com os cientistas responsáveis pela investigação, esta probabilidade de desenvolver cancro da mama devido à ausência de sol está relacionada com os níveis de vitamina D presentes na corrente sanguínea, principalmente depois da menopausa. Quanto maior for a quantidade de vitamina D a circular, menor é o risco de desenvolver a doença. Conforme explicam os especialistas da Creighton University, em Omaha (Nebraska), a maior parte da vitamina D é sintetizada pela exposição da pele à luz solar.

Para levar a cabo este estudo, a vitamina D foi fornecida através de suplementos vitamínicos a 1179 mulheres com mais de 55 anos, sem antecedentes de doenças oncológicas. As participantes foram divididas aleatoriamente em vários grupos, sendo que cada um recebeu três tratamentos distintos durante um período de quatro anos. A umas foi administrado apenas cálcio, outras receberam cálcio e vitamina D e outras um placebo.

Ao analisar os resultados, os investigadores observaram que havia algum efeito protector provocado pelo cálcio, mas que era potenciado pela presença da vitamina D, que reduzia o risco em mais de metade, quando comparado com o grupo de controlo (placebo). Os cientistas puderam confirmar a sua maior suspeita de que o cancro da mama é menos comum nas mulheres que vivem mais perto do Equador, onde a luz solar é mais frequente, logo a exposição ao sol é maior.

"O facto de verificarmos uma redução dos riscos de todos os tipos de cancro, sempre que há concentrações elevadas de vitamina D, é consistente com a informação epidemiológica, cada vez mais vasta, que evidencia que tanto o risco de cancro como a mortalidade oncológica são inversamente proporcionais à exposição ao sol e respectiva produção de vitamina D", frisaram os investigadores.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Independent.ie.

Afinal bebé demora a aprender “Olá”, “papá” e “mamã”

Estudo indica que primeiras palavras são "mais difíceis" do que os vocábulos mais complicados

Um estudo feito na Universidade de Iowa, Estados Unidos, concluiu que, mais do que as palavras difíceis, os bebés demoram mais tempo a aprender os vocábulos “olá”, “papá” e “mamã”.

Até hoje, os especialistas ainda não tinham conseguido dar resposta à explosão de vocabulário que ocorre por volta dos 18 meses de idade mas, agora, uma investigação - publicada na revista norte-americana «Science» - parece explicar o fenónemo.

De acordo com o estudo noticiado pela Agência Lusa, “cerca de 4.000 palavras podem ser aprendidas em menos de um quarto do tempo que leva uma criança a aprender as primeiras 1.500”, ou seja, “olá”, “papá” e “mamã” podem ser as primeiras palavras dos bebés, porém, os investigadores acreditam que estes vocábulos levam mais tempo a aprender do que os mais difíceis.

Bob McMurray, autor da pesquisa e psicólogo, defendeu que “as crianças têm que aprender mais do que uma palavra de cada vez e devem aprender um número cada vez maior de palavras mais complicadas, ou mesmo difíceis, e não palavras fáceis”, explicando que o uso de simulações e análises matemáticas permitiu descobrir que “se estas duas condições se verificarem, temos sempre uma explosão de vocabulário.”

O estudo sugere que, as crianças aprendam cerca de 60 mil palavras, desde o nascimento até à idade adulta, isto é, uma média de 8 a 10 palavras por dia. “Mamã”, “papá”, “olá” ou “adeus”, são vocábulos usados por mais de metade dos bebés com cerca de um ano de idade e quatro meses depois, perto de 70 por cento das crianças já usa termos como “bola” ou “bebé” e mais de 50 por cento dos bebés pronuncia palavras como “garrafa”, “passáro”, “balão”, “olho” e “livro”, associadas a objectos.

Segundo a investigação, o vocabulário evolui rapidamente e passa a incluir verbos e adjectivos, como “aberto”, “molhado” ou “sujo” aos dois anos.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa
Governo alargou âmbito do complemento solidário para idosos
Apoio na compra de fármacos, óculos e próteses dentárias

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social anunciou há dias o alargamento do âmbito do Complemento Solidário para Idosos, prestação social que agora passa a incluir ajudas nas despesas relacionadas com a compra de medicamentos, óculos e próteses dentárias, em percentagens que vão dos 50 aos 75 por cento calculados sobre os preços dos produtos não comparticipados.

De acordo com uma portaria publicada nesta semana em «Diário da República», os cerca de 35 mil idosos que actualmente beneficiam daquele complemento solidário vão agora poder usufruir de ajudas estatais que chegam aos 50 por cento no caso dos medicamentos e aos 75 por cento (até um valor máximo de 100 euros por cada período de dois anos) na aquisição de óculos, enquanto a compra ou reparação de próteses dentárias a comparticipação da tutela têm como tecto o montante máximo de 250 euros por cada período de três anos. O reembolso das despesas realizadas pelos idosos deverá ser feito pelo Estado depois de um processo de averiguação da sua veracidade, por consulta de cópias da receita e das facturas discriminadas relativas à compra de óculos e lentes.
O pagamento caberá ao Instituto da Segurança Social, e deverá ser feito em conjunto com a entrega da prestação social devida ao idoso no mês seguinte ao da recepção da ordem de pagamento respectiva. Segundo o farmacia.com.pt apurou, o Complemento Solidário para Idosos foi criado pelo Decreto-Lei nº 232/2005, que entrou em vigor em Fevereiro do ano seguinte, e “destina-se a pessoas com mais de 65 anos de idade que se encontrem numa situação de excepcional carência económica”. Contudo, o acesso foi faseado, devendo ser gradualmente implantado ao longo de quatro anos: em 2006 tiveram direito ao subsídio os idosos com 80 ou mais anos, este ano a prestação foi alargada às pessoas com mais de 75, e no ano seguinte que vem deverá ser estendido a todos os maiores de 70 anos. Em 2009, na fase final do alargamento, o Complemento Solidário para Idosos deverá chegar a todos os portugueses maiores de 65 anos que façam prova da sua situação de extrema pobreza.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, «Jornal de Negócios», Portal do Governo
Só a profilaxia pode evitar uma doença sem tratamento
Vacinas contra a gastroenterite pediátrica


A Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia congratularam-se publicamente com a notícia do desenvolvimento de duas novas vacinas contra a gastroenterite pediátrica por rotavírus, que anualmente é responsável pela morte de meio milhão de crianças com menos de cinco anos de idade, sendo diagnosticada sobretudo em bebés dos três aos 24 meses. Altamente contagioso e muito resistente, o rotavírus não dispõe ainda de qualquer tratamento eficaz, sendo a vacinação a única profilaxia possível.

Muito mais agressiva do que uma vulgar inflamação gástrica, a gastroenterite pediátrica por rotavírus representa actualmente a causa mais frequente de diarreias e desidratação grave secundária em idade infantil. Só na União Europeia estima-se uma prevalência de mais de três milhões de crianças infectadas antes dos cinco anos (num universo de 23,6 milhões de meninos naquela faixa etária) por ano, das quais 700 mil são submetidas a consultas médicas em virtude do problema, e mais de 87 mil acabam mesmo por ter de ser hospitalizadas. A doença não distingue os países industrializados dos que estão em vias de desenvolvimento, afectando de igual forma os menores que vivem naqueles dois meios, o que sugere que as condições ambientais – higiene, salubridade, saneamento e acesso a água potável – não influem significativamente no quadro clínico.
A gravidade da gastroenterite infantil varia entre os casos perfeitamente assintomáticos e os casos graves, acompanhados de enormes perdas de líquidos por desidratação, que podem ser fatais. Os sintomas são normalmente bastante intensos, incluindo diarreia aquosa, vómitos, febres altas e dor abdominal, num quadro muito similar ao de qualquer gastroenterite comum, não sendo raros os casos com mais de 20 episódios de vómitos e diarreias em apenas 24 horas, num quadro clínico que se prolonga por três a nove dias. Não existe um tratamento específico para esta patologia, que se propaga com grande facilidade, através do contacto directo com o agente infeccioso ou uma pessoa infectada (transmissão fecal/oral), por intermédio de secreções respiratórias ou do contacto com objectos contaminados, como água e comida ou, no caso das crianças, brinquedos. A vacinação é, segundo os especialistas, a única medida de controlo com um significativo impacto na incidência da gastroenterite pediátrica por rotavírus.
Terá sido exactamente essa a principal motivação do regozijo demonstrado pelos peritos da Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e da Sociedade Europeia de Gastroenterologia diante do anúncio do desenvolvimento de duas novas vacinas contra aquela enfermidade. Trata-se de duas imunizações por via oral compatíveis com as do restante calendário de vacinação, e que apenas são contra-indicadas em pacientes com alergia a algum dos seus componentes. De acordo com um estudo divulgado há dias no «The New England Journal of Medicine», e citado pela revista espanhola «XL Semanal» desta semana, as novas vacinas demonstraram uma eficácia de 85 por cento nos testes feitos a mais de 63 mil crianças, contribuindo também para uma redução de 96 por cento no número de internamentos.

Carla Teixeira
Fonte: «XL Semanal» de 5 a 11 de Agosto