segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Exercícios de respiração podem ajudar a melhorar sintomas da asma

Investigadores britânicos revelaram que os adultos com asma podem melhorar o seu bem-estar e o controlo da sua doença, através da aprendizagem de exercícios de respiração e da incorporação desses exercícios no regime de medicação para a asma.

O Dr. Mike Thomas, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, salientou que os exercícios de respiração não curam a asma. Contudo, se forem utilizados juntamente com os tratamentos habituais, estes exercícios podem ajudar a melhorar os sintomas da asma e a qualidade de vida dos pacientes asmáticos.

Os investigadores compararam os benefícios do treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta e a educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira em pacientes asmáticos moderadamente incapacitados, mas de outra forma saudáveis, com uma média de 46 anos.

A equipa distribuiu aleatoriamente 183 pacientes por dois grupos, para receberem três sessões de treino da respiração supervisionado por fisioterapeuta ou de educação sobre a asma apresentada por uma enfermeira.

As sessões de respiração explicaram a respiração normal versus a disfuncional, ensinaram técnicas de respiração nasal e diafragmática e encorajaram os participantes a praticar os exercícios durante, pelo menos, 10 minutos por dia.

Um mês após todas as sessões terem sido completadas, os investigadores notaram melhorias semelhantes e significativos na pontuação da qualidade de vida na asma, em ambos os grupos.

Após seis meses, 64 pacientes do grupo do treino da respiração e 66 do outro grupo ainda continuavam no estudo, sendo que, neste ponto, a pontuação da qualidade de vida na asma melhorou em mais de 90 por cento dos participantes que completaram o treino da respiração, em comparação com os 64 por cento dos participantes que completaram a intervenção de educação.

Adicionalmente, os pacientes do grupo do treino da respiração apresentaram melhorias nas questões centradas no paciente, tais como sentir-se mais em controlo dos sintomas da asma e sentir-se menos ansioso e deprimido.

Estas descobertas, publicadas online na “Thorax”, sugerem que os exercícios de respiração podem beneficiar os pacientes com asma ligeira a moderada parcialmente controlada. Os investigadores recomendam utilizar estas técnicas em conjunto com os regimes de medicação para a asma supervisionados medicamente.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/10/eline/links/20081210elin002.html

Actividade física ajuda a reduzir futuras dores e desconfortos músculo-esqueléticos

Um estudo alargado, conduzido na Noruega, demonstrou que o exercício físico está associado a taxas mais baixas de queixas dolorosas músculo-esqueléticas crónicas, aproximadamente uma década mais tarde.

A Dra. Helene Sulutvedt Holth, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, em Trondheim, e colegas examinaram a relação entre a inactividade física e o desenvolvimento de queixas músculo-esqueléticas crónicas. As descobertas foram publicadas online na “BMC Musculoskeletal Disorders”.

Os investigadores avaliaram os resultados de dois estudos de saúde pública, nos quais 39.520 participantes responderam a questões sobre os padrões de actividade física, entre 1984 e 1986, e sobre queixas músculo-esqueléticas crónicas 11 anos mais tarde, entre 1995 e 1997.

As queixas músculo-esqueléticas crónicas foram definidas como queixas músculo-esqueléticas que duraram três meses ou mais no ano anterior ao questionário. As queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas foram definidas como dores no tronco, acima ou abaixo da cintura, durante 15 dias ou mais no mês anterior.

No questionário de seguimento, os investigadores descobriram que 51 por cento dos participantes relataram queixas músculo-esqueléticas e 5,9 por cento relataram queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

Os participantes que estavam a praticar exercício físico, quando o estudo começou, tinham 9 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas, em comparação com os indivíduos inactivos. Aqueles que praticavam exercício três ou mais vezes por semana tinham 28 por cento menos probabilidade de ter queixas músculo-esqueléticas crónicas difusas.

De acordo com a Dra. Holth, no estudo actual, o nível de actividade física baseou-se somente no exercício efectuado nos tempos de lazer, pelo que o impacto da carga física ocupacional pode ter contribuído para os resultados.

Os investigadores sublinharam que estudos posteriores devem tentar clarificar se as queixas músculo-esqueléticas crónicas são uma causa ou uma consequência da inactividade.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2008/12/09/eline/links/20081209elin032.html

Fármaco para o tratamento da gravidez ectópica não prejudica ovários

Investigadores espanhóis referiram que a utilização de uma única dose do fármaco metotrexato para tratar uma gravidez ectópica não parece reduzir a fertilidade da mulher.

Os investigadores, para perceberem se a terapia com metotrexato para a gravidez ectópica prejudica a fertilidade futura, mediram os níveis no sangue de uma proteína denominada hormona anti-mülleriana (HMA), que é um indicador da reserva ovariana.

Os investigadores efectuaram uma medição dos níveis antes do tratamento com metotrexato e novamente, pelo menos, uma semana após a resolução da gravidez ectópica em 25 mulheres.

O Dr. Juan Antonio Garcia-Velasco, do Instituto Valenciano de Infertilidade de Madrid (IVI-Madrid) e colegas relataram, na “Fertility and Sterility”, que não existiram diferenças significativas nos níveis de HMA antes e depois da administração do metotrexato.

De acordo com o Dr. Garcia-Velasco, o tratamento médico de uma gravidez ectópica com metotrexato é conhecido como sendo uma alternativa segura e eficiente à cirurgia. Além disso, agora sabe-se que não prejudica a reserva ovarina para uma fertilidade futura.

Uma gravidez ectópica (fora do lugar) é aquela em que o feto se desenvolve fora do útero, quer seja na trompa de Falópio, no canal cervical ou na cavidade pélvica ou abdominal. Estas gravidezes podem provocar hemorragias e morte se o embrião não for removido, seja cirurgicamente ou através de terapia farmacológica. Uma gravidez ectópica constitui um risco para a vida e deve ser extraída o mais rapidamente possível.

Uma em cada 100 ou 200 gravidezes é ectópica, sendo cada vez mais frequentes, por razões não muito claras. São factores de risco uma doença na trompa de Falópio, uma gravidez ectópica anterior, a exposição fetal ao dietilestrilbestrol ou uma laqueação de trompas falhada (um procedimento de esterilização em que se corta ou se obstrui a trompa de Falópio).

Geralmente, as gravidezes ectópicas ocorrem numa das trompas de Falópio. Não são habituais as gravidezes no canal cervical, no ovário ou na cavidade abdominal ou pélvica.

Isabel Marques