quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Manual sobre doenças cardiovasculares facilita predição e terapia

Profissionais de saúde de todo o mundo poderão recorrer a livro de bolso pioneiro

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um novo livro de bolso auxiliará, sobremaneira, os profissionais de saúde na identificação de pessoas sob risco elevado de ataque cardíaco.

«Pocket Guidelines for Assessment and Management of Cardiovascular Risk» é o nome do manual que permitirá, também, adoptar o tratamento mais eficaz face ao quadro clínico dos doentes vítimas enfarte cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo os investigadores da OMS, trata-se de um “sistema pioneiro de predição de risco para ataques cardíacos e derrame, que poderá ser utilizado mundialmente.”

No manual, constam informações adaptadas para qualquer situação, em qualquer país e com qualquer tipo de paciente. O livro informa ainda sobre os factores de risco mais, comumente, implicados na ocorrência de doenças cardiovasculares.

Nas estimativas da OMS, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes em todo o mundo, sendo responsáveis por um terço dos óbitos registados. A organização vaticina que, em 2015, poderão morrer cerca de 20 milhões de pessoas devido a complicações cardiovasculares.

Raquel Pacheco

Fonte: OMS
No âmbito do ciclo de conferências «Saúde sem fronteiras»
Doenças cardiovasculares em debate na Guarda


A sala da Assembleia Municipal da Guarda acolhe nesta sexta-feira uma conferência subordinada ao tema «Doenças cardiovasculares: prevenção, atitudes e terapêuticas», que ao longo de toda a manhã acolhe diversos especialistas. A sessão acontece no âmbito do ciclo «Saúde sem fronteiras», que arrancou em Março e terá uma última sessão no dia 23 de Novembro, dedicada ao tema «Medicamentos genéricos: generalização e racionalização».

De acordo com o programa do evento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, no encontro desta manhã participam Luís Providência, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Cândido Martín Luengo, da Faculdade de Medicina de Salamanca, e ainda vários representantes da Ordem dos Enfermeiros e de internos do Hospital Sousa Martins, seguindo-se um momento de debate das ideias suscitadas ao longo das intervenções.
Na sessão do dia 23 de Novembro, que como a de hoje arrancará pelas 9h30 e terminará cerca de três horas mais tarde, usarão da palavra Alfonso Domínguz Gil-Hurlé, da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca, Frederico Teixeira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e representantes da Ordem dos Farmacêuticos e da Associação Nacional de Farmácias. No fim da sessão haverá também um debate.
O ciclo «Saúde sem fronteiras», que vai já na sua terceira edição, surge de uma parceria do Centro de Estudos Ibéricos, da Câmara Municipal da Guarda, com as Ordens dos Médicos, dos Enfermeiros e dos Farmacêuticos, com a Escola Superior de Saúde da Guarda e com a Associação Nacional de Farmácias. A coordenação científica é assegurada em conjunto por Manuel Santos Rosa, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e por José Ignacio Paz Bouza, da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca, em Espanha.

Carla Teixeira
Fonte: Fábrica de Conteúdos, Diário «As Beiras», Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, programa do evento

Vírus pode desencadear cancro

Estudo norte-americano sugere que cancro nasce de células mortas; investigadores chamam-lhe “Paradigma de Fénix”

À luz de um estudo publicado (na edição de quarta-feira) da revista «PLoS One», da Public Library of Science, os vírus podem contribuir para o desenvolvimento de cancro. A teoria é sustentada pelos cientistas com base na morte excessiva das células normais, revertendo-se no crescimento de células sobreviventes com características cancerígenas.

De acordo com os investigadores, da Universidade de Pittsburgh, nos EUA,
os vírus podem agir como forças de selecção natural ao eliminar células normais, que suportam a replicação viral e deixar para trás as células que adquiriram defeitos ao longo do seu percurso. “Quando este processo é repetido, incessantemente, pode desenvolver-se cancro”, frisou o coordenador do estudo, Preet Chaudhary.

A relação (vírus/cancro) tem alavancado várias investigações e são diversos os mecanismos de ligação sugeridos pela comunidade científica. Uma hipótese conhecida é a de que o material genético do vírus alteraria a célula ao infectá-la, levando-a a crescer descontroladamente e, eventualmente, provocando cancro.

Sabe-se, também, que a infecção com vírus tem sido associada a diversas formas de cancro em humanos, incluindo os linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin, sarcomas (tumores malignos do tecido conjuntivo) e cancro de garganta e de fígado. Outra das hipóteses avançadas sugere que alguns vírus promovem o cancro ao causar inflamação crónica.

No entanto, para a equipa de Pittsburgh, os vírus conduzem ao cancro, mas de uma maneira menos directa: "Achamos que possa estar em jogo um mecanismo separado, de modo que um dano celular - tal como uma infecção viral - selecciona alguns clones mutantes preexistentes e promove o seu posterior crescimento e multiplicação, originado, eventualmente, a emergência de células plenamente cancerígenas", relatou Preet Chaudhary à «PLoS One».

Segundo explicou o investigador à PLoS One, “à semelhança da influência da selecção natural durante a evolução, o excesso de células mortas - e não a sua ausência - pode ser uma força decisiva para o aparecimento inicial do cancro”, acrescentando que chamam a este processo “Paradigma de Fénix, no qual o cancro, teoricamente, nasce das cinzas das células mortas", sustentou Chaudhary.

Estudo do gene K13

Os investigadores desenvolveram o estudo com base em células infectadas com o vírus Herpes - associado ao sarcoma de Kaposi (KSHV) - e examinaram um gene conhecido como o K13, o qual activa um caminho previamente implicado no desenvolvimento de cancro.

De acordo com os resultados divulgados, as células com baixa expressão de K13 permitiram a replicação do KSHV tendo morrido logo a seguir e as células com expressão mais alta de K13 emergiram depois da replicação do KSHV e mostraram expressão defectiva de duas proteínas-chave conhecidas como promotoras de cancro.

Chaudhary não deixou de realçar que “caso o paradigma seja validado em estudos futuros, terá implicações não apenas para o melhor conhecimento dos processos envolvidos no cancro, mas também, para o desenvolvimento de estratégias efectivas para a sua prevenção e tratamento."

Raquel Pacheco

Fonte: PLoS One/ CBCNews

Investigação lipídica pode «dar luz» a tratamentos

Químico holandês destaca importância da sinalização celular dos lípidos na investigação de doenças e ao serviço da saúde

Trazer novas soluções (terapias) para velhos problemas (doenças) através do estudo dos lípidos foi o desafio lançado, no Porto, pelo químico Gerrit Van Meer da Universidade de Utrecht, na Holanda.

O investigador falava no âmbito do «V Simpósio Internacional da Sociedade Portuguesa de Doenças Metabólicas» - que decorreu, esta semana, no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) - onde destacou a importância da biologia lipídica (cellular lipidomics) na descoberta de respostas.

Ao considerar que “ainda há muito a saber” face à importância da sinalização celular dos lípidos, Van Meer exemplificou: "Depois de 40 anos de investigação e de uns quantos Prémios Nobel ainda não sabemos exactamente onde o colesterol está na membrana celular e como se move" sublinhando que "a doença de Alzheimer tem uma componente ligada ao colesterol (um esteróide).”

Reforçando que “o estudo lipídico tem um papel fundamental ao nível da investigação em doenças”, o químico holandês defendeu “um maior investimento no desenvolvimento de tecnologias capazes de estudar nessa área” e “fortalecer as ligações entre quem desenvolve essas tecnologias e a comunidade que investiga os lípidos.”

Para Gerrit Van Meer, é também de extrema importância "harmonizar todas as práticas ao nível da lipídica na União Europeia, de forma a conseguir uma padronização dos métodos de análises lipídicas", acrescentando que urge, igualmente, criar de uma rede de centros de investigação em lipídica “para que o conhecimento detido por cada um seja mais facilmente acessível e disponível”, sustentou.

Na opinião do especialista, “não basta formar pessoas boas em genómica, em investigação ou em lipídica”, advogando, por isso, o investimento em capital humano, “pessoas que saibam quais são as necessidades de clínicos, das indústrias e da academia," frisou.

Lipídica (ou lipidómica) é um subgrupo da metabolómica que quantifica e caracteriza todos os lípidos existentes nas células e nos organismos com o objectivo de determinar os mecanismos moleculares pelos quais os lípidos actuam.

Dos oito tipos de lípidos já identificados, destacam-se três classes principais: os glicerolípidos (65% de todos os lípidos que compõem as membranas), esfingolípidos (cerca de 10% de todos os lípidos constituintes nas membranas) e os esteróides (25%).

Relativamente aos esfingolípidos, Jairaj Acharya, do Instituto Nacional do Cancro de Frederick, nos Estados Unidos, esclareceu que são componentes estruturais do plasma e da membrana. Afectam processos de secreção de proteínas e de endocitose (processo de transporte de macromoléculas para o interior das células eucarióticas).

Raquel Pacheco

J&J e Galapagos juntas para desenvolver fármacos para artrite reumatóide

A norte-americana Johnson & Johnson e a companhia biotecnológica belga Galapagos assinaram um acordo mundial para descobrir, desenvolver e comercializar terapêuticas orais de pequenas moléculas para a artrite reumatóide (AR). A Galapagos pode vir a ganhar até mil milhões de dólares com este negócio.

Segundo o acordo, a J&J poderá escolher até 12 programas dos alvos de AR internamente identificados da Galapagos. A companhia belga será responsável por descobrir produtos candidatos dos alvos seleccionados pela J&J, e irá desenvolvê-los através de testes de Fase IIa. A J&J irá depois ter uma opção de licenciar exclusivamente estes compostos, e irá assumir todos os desenvolvimentos posteriores e as responsabilidades de comercialização.

A J&J irá efectuar pagamentos iniciais de 17 milhões de euros (24,2 milhões de dólares) à Galapagos, que também poderá receber até 73 milhões de euros (104 milhões de dólares) em pagamentos quando forem atingidos objectivos de descoberta, desenvolvimento, reguladores e de vendas, por cada composto licenciado à J&J. A companhia belga será elegível para receber regalias sobre as vendas mundiais de qualquer dos produtos aprovados.

Em destaque incluem-se mais de 430 milhões de euros em pagamentos quando forem atingidos objectivos de desenvolvimento e reguladores caso seja lançado mais do que um produto, e até pagamentos de 346 milhões de euros quando forem atingidos objectivos de vendas, assim como quantias de dois dígitos em regalias.

Adicionalmente, a companhia norte-americana obteve uma opção para licenciar os produtos candidatos da Galapagos provenientes de outros programas de AR internos, incluindo o programa mais avançado da companhia baseado no alvo da quinase GT418.

Segundo o CEO da Galapagos, Onno van de Stolpe, esta é provavelmente a maior aliança de investigação do mundo centralizada na artrite reumatóide. A companhia espera ter três fármacos candidatos em ensaios clínicos para a artrite reumatóide em 2009. O CEO da companhia sublinhou ainda que a J&J está claramente à procura de uma nova geração de fármacos para substituir o Remicade, que é uma injecção e que os pacientes não gostam, sendo que somente 30 por cento respondem à terapia. O fármaco proveniente da aliança com a Galapagos poderá ser em forma de comprimido. Van de Stolpe acrescentou ainda que o objectivo da aliança é ter um tratamento no mercado entre 2012 e 2013.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Reuters

Despedimentos no sector farmacêutico agravam-se em 2007

O cenário de contenção e competitividade financeira que tem caracterizado a indústria farmacêutica e biotecnológica nos últimos tempos levou a uma série de cortes no número de postos de emprego. Entre demissões, reestruturações, cortes ou acções de reorganização, o processo tem vindo a agravar-se e 2007 está a revelar-se particularmente crítico para o sector.

As preocupações relacionadas com o término de patentes, o falhanço nas vendas de alguns produtos devido a preocupações de segurança e as constantes aquisições são alguns dos motivos que justificam as reduções de postos de trabalho levadas a cabo por algumas farmacêuticas. O portal “Fierce Biotech” elaborou uma lista das cinco empresas farmacêuticas e biotecnológicas com cortes mais significativos à qual o “Pharmalot” acrescentou alguns nomes:

1. Pfizer – 10.000 postos de trabalho;
2. AstraZeneca – 7.600 postos de trabalho;
3. Bayer – 6.100 postos de trabalho;
4. Johnson & Johnson – 5.000 postos de trabalho;
5. Amgen – 2.600 postos de trabalho;
6.
GlaxoSmithKline – 1.650 postos de trabalho (inclui apenas os EUA e Porto Rico)
7. Novartis – 1.260 postos de trabalho;
8. Abbott – 200 postos de trabalho (diz respeito apenas ao sector de investigação).

Marta Bilro

Fonte: Fierce Biotech, Pharmalot.

Medicamentos personalizados preocupam população

Estudo revela que há quem prefira ignorar predisposições genéticas

A possibilidade dos medicamentos virem a ser prescritos de forma personalizada está a causar preocupações junto da população. Um estudo financiado pelo Conselho de Investigação Social e Económica do Reino Unido (ESRC na sigla inglesa) revela que há quem prefira manter-se na ignorância relativamente às suas susceptibilidades genéticas ou mesmo à probabilidade de vir a desenvolver determinada doença, como o cancro.

Brian Wynne, professor e director associado do Cesagen, um dos três centros de investigação da Rede de Genómicos do ESRC, realizou um inquérito para determinar a opinião do público acerca da utilização dos testes genéticos com vista à prescrição e desenvolvimento de fármacos. Wynne e Elisa Pieri concentraram-se em questionar camadas da população cuja opinião é por vezes difícil de obter, como os idosos, os jovens e os pais com crianças pequenas, bem como os membros de comunidades étnicas.

Os resultados salientam as fortes preocupações, incómodos e responsabilidades a que poderiam estar sujeitas as pessoas face à possibilidade de descobrirem o que o futuro lhes reserva em termos genéticos.

“Contrariamente ao que muitas vezes se escreve acerca dos medicamentos personalizados, os membros da população frisaram o quanto essas opções provocariam impacto e tensão no seio das famílias, ao mesmo tempo que poderiam conduzir à estigmatização”, afirmou Wynne. De acordo com o investigador, os inquiridos receiam também que tal hipótese venha a barrar-lhes o acesso a serviços chave, como os seguros, hipotecas, cobertura médica e oportunidades de emprego.

A possibilidade de avaliar as predisposições genéticas de um indivíduo para uma determinada doença é, sem dúvida, algo de positivo. O que o estudo sublinha é que, na prática, esta possibilidade pode vir a levantar problemas de carácter ético.

O termo “medicamentos personalizados” não se refere apenas aos testes de predisposição genética mas também à utilização de informação genética para a prescrição de medicamentos, ou combinação de fármacos que vão mais eficazes no tratamento da doença de um paciente específico.

Vários fármacos actualmente comercializados vêm já acompanhados de testes de diagnóstico para verificar se o doente está apto à administração dos mesmos, é o caso do Herceptin (trastuzumab), produzido pela Genentech.

Apesar da hipótese agradar a muitas pessoas, há ainda quem tenha dúvidas e os resultados demonstram que a indústria farmacêutica e os cientistas têm um logo caminho a percorrer para assegurar que os testes genéticos possam ser utilizados de acordo com os preceitos éticos de forma a garantir à população que os devem realizar.

Ainda que as suspeitas de estigmatização associadas a este procedimento sejam postas de parte, permanece ainda a questão dos custos. Os participantes deste inquérito consideram que a condição social e financeira de cada indivíduo terá relevância na concretização efectiva das alterações aos estilos de vida e ao tratamento sugeridos pelos testes.

Marta Bilro

Fonte: OutSourcing-Pharma.com, Politics.co.uk.

GlaxoSmithKline regista quebra de 5,8% nos lucros do terceiro trimestre

A GlaxoSmithKline anunciou uma quebra de 5,8 por cento nos lucros do terceiro trimestre deste ano relativamente ao período homólogo de 2006. Os resultados vão obrigar a maior farmacêutica europeia a um corte nos postos de trabalho de forma a melhorar a sua performance num ambiente de negócios cada vez mais exigente.

O laboratório britânico registou um lucro de 1,9 mil milhões de euros entre Julho e Setembro de 2007, menos 5,8 por cento do que os 2,1 mil milhões de euros registados no terceiro trimestre de 2006.

A competitividade dos genéricos e uma redução de 38 por cento nas vendas do Avandia (maleato de rosiglitazona), para os 323,5 milhões de euros no trimestre em análise, são as principais causas apontadas para esta descida nos lucros.

Apesar de enfrentar alguns “desafios significativos”, o director executivo da empresa, Jean-Pierre Garnier, considera que “a GlaxoSmithKline continua no caminho certo para conseguir alcançar os resultados estipulados para este ano”.

A empresa tem agora planos para proceder a um corte de 2,15 mil milhões de euros nos custos, uma medida que prevê o desenvolvimento de uma produção mais eficiente, alterações ao modelo de vendas, melhorias na eficácia e redução dos postos de trabalho.

JP Garnier escusou-se a revelar o número de empregos que serão suprimidos, afirmando que a empresa vai ainda proceder a conversações com os funcionários.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Diário Económico, Dinheiro Digital, Globo Online.

OMS prevê aumento da capacidade de produção de vacinas contra gripe pandémica

4,5 mil milhões de vacinas até 2010

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que, até 2010, poderão ser produzidas anualmente a nível global 4,5 mil milhões de vacinas contra uma possível pandemia de gripe, um aumento que fica a dever-se às mais recentes descobertas científicas.

"Com a capacidade de produção de vacinas anti-gripe a aumentar, começaremos a ficar melhor posicionados para tratar de uma pandemia de gripe", afirmou Marie-Paule Kieny, directora da iniciativa da OMS para a pesquisa de vacinas. Isto porque o desenvolvimento de uma fórmula mais eficiente permitiu que as farmacêuticas conseguissem produzir mais vacinas contra a gripe do que o que estava anteriormente previsto.

De acordo com Kieny, os grandes grupos farmacêuticos, como a Novartis, a GlaxoSmithKline e a Sanofi-Pasteur, conseguiram este ano desenvolver a sua produção de vacinas contra a gripe, passado de 350 milhões de doses, em 2006, para 565 milhões. Em 2010, os laboratórios terão capacidade para produzir mil milhões de doses de vacinas sazonais, por ano, acrescentou a responsável.

Esta nova estimativa vem aliviar as preocupações da OMS e da maioria dos especialistas em saúde que acreditam que o mundo não está preparado para o surgimento de uma pandemia de gripe. Este tipo de epidemias globais surge, em média, três vezes em cada século, sempre que emerge uma nova estirpe de gripe para a qual os humanos ainda não estão imunizados.

A gripe pandémica afecta gravemente três a cinco milhões de pessoas a cada ano, sendo responsável por 250 mil a 500 mil mortes, principalmente entre a população idosa e os doentes crónicos.

Marta Bilro

Fonte: Folha Online, Reuters, Medical News, Today.

Ministério da Saúde esclarece atribuição de novas farmácias

“Não existe qualquer dispositivo de preferência a não farmacêuticos”

Num esclarecimento enviado à Ordem dos Farmacêuticos, o Ministério da Saúde refere que a informação veiculada na imprensa acerca do concurso para atribuição de novas farmácias “carece de fundamento”, garantindo que não se propõe que seja dada preferência a não farmacêuticos. Em causa está uma notícia avançada pelo DN esta quarta-feira que afirmava que o Ministério da Saúde pretendia dar preferência aos não farmacêuticos na abertura de novas farmácias.

O Ministério afirma que “nos projectos de diploma regulamentares da propriedade das farmácias de oficina, actualmente em preparação, não existe qualquer dispositivo de preferência a não farmacêuticos nos concursos para novas farmácias”.

O que consta da proposta é o estabelecimento de “uma graduação dos concorrentes em função do número de farmácias, detidas, exploradas ou geridas, sendo graduado em primeiro lugar, em caso de igualdade, o concorrente com menor número de farmácias”.

Neste sentido, um farmacêutico que não detenha a propriedade de qualquer farmácia não será preterido por qualquer outro membro da população que pretenda entrar no negócio. A regra aplica-se apenas aos farmacêuticos que já possuem um estabelecimento do género, com a intenção de evitar a concentração.

Marta Bilro

Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, Diário Económico.

Sorteio elege proprietários de novas farmácias

É a sorte que vai ditar o vencedor de um concurso público para a abertura de uma nova farmácia. De acordo com o Ministério da Saúde, o sorteio é o “único modo” equitativo, transparente e objectivo” para escolher a quem atribuir a exploração destes estabelecimentos à luz da nova lei, refere a edição desta quinta-feira do Diário de Notícias.

O método vai ser aplicado aos que ficarem empatados em primeiro lugar. Sendo que, o “critério decisivo” para garantir o primeiro lugar é o concorrente não estar ligado a nenhuma farmácia existente.

O projecto de portaria, ao qual o jornal teve acesso, determina que os proprietários de actuais farmácias - ou farmacêuticos que não sejam donos mas que estejam já ligados a um estabelecimento com funções de gestão - são preteridos em relação aos outros interessados que entram de novo no negócio. O importante, por isso, é ser novo no ramo.

"Impõe-se como critério decisivo para a graduação o menor número de farmácias detidas, exploradas ou geridas pelo concorrente", lê-se no documento do Ministério da Saúde. O objectivo é limitar a concentração da propriedade que, segundo a nova lei, não pode ultrapassar os quatro estabelecimentos por pessoa ou sociedade.

Para simplificar o processo e uma vez que a lei que enquadra o sector já salvaguarda “os requisitos para o funcionamento de uma farmácia que satisfazem o interesse público” a portaria do ministério não estabelece mais critérios. Nesse sentido, diz o documento, não é razoável «basear a escolha em critérios artificiais».

A Ordem dos Farmacêuticos e a Associação Nacional de Farmácias (ANF) já reagiram ao projecto de portaria através da emissão de pareceres. A bastonária, Irene Silveira, refere que já mandou "sugestões para flexibilizar" os documentos. Por sua vez, a ANF alertou para o facto deste método não ter em consideração a qualidade das propostas. "Aparentemente, deixa de importar ao Estado a qualidade da assistência farmacêutica que cada um dos candidatos se propõe prestar".

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Diário Digital.

Não farmacêuticos vão ter prioridade para abrir novas farmácias

O Ministério da Saúde pretende dar preferência aos não farmacêuticos na abertura de novas farmácias. Os licenciados em farmácia não ficam excluídos da possibilidade de se candidatarem, porém, serão ultrapassados pelo resto da população que queira entrar neste negócio pela primeira vez, avança a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias.

O novo regime jurídico da propriedade das farmácias, que entra em vigor no dia 1 de Novembro, retira aos farmacêuticos a exclusividade sobre a propriedade destes estabelecimentos. As normas que vão reger a candidatura às cerca de 350 novas farmácias que aguardam para ser abertas são um ponto que ainda está por regulamentar, algo que deverá acontecer depois de serem consultados os parceiros.

O presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, está descontente com o rumo das medidas previstas para o sector que constam do compromisso assinado entre esta associação e o Governo. Durante o durante o colóquio sobre a actividade farmacêutica, que decorreu terça-feira na Assembleia da República, o responsável acusou novamente o Ministério de avançar apenas com a parte do acordo que lhe interessa e de "adiar sucessivamente e sem justificação" a prescrição por princípio activo (DCI), a venda de medicamentos até aqui só dos hospitais e o alargamento de novos serviços nas farmácias. "Temo que o compromisso não seja integralmente cumprido, ou que avance com aspectos restritivos", afirmou aos jornalistas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Fábrica de Conteúdos.

Medida inclui corte de postos de trabalho
GlaxoSmithKline em redução de custos


A companhia farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, a segunda maior do mundo e a mais importante na Europa, confirmou nesta quarta-feira uma quebra de 5,8 por cento nos seus lucros líquidos relativos ao terceiro semestre deste ano, por comparação com o mesmo período de 2006, e anunciou a implementação de um plano de redução de custos que inclui o corte de alguns empregos.

Segundo informações avançadas pela imprensa internacional, os resultados trimestrais da companhia, de 11,02 milhões de dólares (menos 2,68 milhões do que no período homólogo de 2006), não são animadores, e impulsionaram o objectivo de uma poupança de até 3,1 milhões, que incluirá o corte de alguns postos de trabalho na área das vendas, acompanhada de uma revisão nas operações em curso em algumas unidades fabris da companhia. Uma retracção de sete pontos percentuais nas vendas no mercado norte-americano, onde a competição dos medicamentos genéricos terá originado uma queda de 38 por cento nas vendas dos medicamentos da família Avandia, poderá justificar parte destes resultados, segundo afirma a companhia.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews

Acordo internacional para combater falsificações

CE preocupada com produtos farmacêuticos falsificados

A União Europeia (UE), Estados Unidos, Japão e outras nações vão negociar um novo Acordo contra a Falsificação Comercial (Anti-Counterfeiting Trade Agreement, ACTA) que tem como objectivo combater a cópia e produção não autorizada de produtos registados, e a contrafacção em todo o mundo. A Comissão Europeia (CE) está principalmente preocupada com a crescente incidência de produtos farmacêuticos falsificados a entrar no mercado.

A CE e o Gabinete do Representante do Comércio Externo dos EUA (Office of the United States Trade Representative, USTR) anunciaram planos para o novo pacto, vendo-o como a forma de fortalecer os esforços para proteger os direitos de propriedade intelectual a nível mundial, e proteger os consumidores de falsificações fracas e potencialmente perigosas. A Comissão Europeia está à procura da autorização dos 27 Estados-Membros da UE para negociar o novo acordo com grandes parceiros de negócios, no qual também estão incluídos Coreia do Sul, México, Nova Zelândia, Canadá e Suiça.

Enquanto que o novo acordo está preparado para abranger todos os aspectos das infracções à propriedade intelectual (desde cosméticos falsificados a partes de aviões contrafeitas), a CE expressou uma preocupação particular relativamente à crescente incidência de produtos farmacêuticos falsificados que chegam ao mercado. Na verdade, a situação mais preocupante é o aumento estrondoso do tráfico de medicamentos contrafeitos dos quais mais de 2,7 milhões foram interceptados nas fronteiras da UE em 2006, e que estão reconhecidos como estando na base de 10 por cento do comércio mundial de medicamentos. A maior parte destes fármacos falsificados vão para os países mais pobres do mundo.

Os dados da UE, lançados em Junho, revelam um grave aumento dos medicamentos contrafeitos em 2006, provenientes originariamente da Índia, China e dos Emirados Árabes Unidos. Este rápido aumento de fármacos falsificados, nos últimos anos, levou a CE a colocar especial ênfase em lidar com medicamentos contrafeitos, e com os efeitos perigosos, potencialmente fatais, que podem ter nos consumidores.

Deste modo, a Comissão recentemente solicitou que fosse iniciado um estudo para poder ter uma ideia mais clara do problema da contrafacção, especificamente nos produtos farmacêuticos. O estudo europeu iniciou há alguns meses, procurando identificar de onde provêem os fármacos falsificados, que tipo de produtos são e que canais são utilizados para a sua distribuição ilegal.

O porta-voz da CE, Ton van Lierop, declarou que a Comissão quer ter uma visão global da extensão dos medicamentos contrafeitos. Os resultados do estudo são esperados durante a primeira metade do próximo ano, e espera-se que forneçam alguns esclarecimentos daquilo que se está a tornar crescentemente num problema premente em todo o mundo.

O acordo ACTA espera juntar a comunidade internacional para criar uma frente unida para combater a praga de contrafacções que afecta todas as indústrias, e reforçar os direitos globais de propriedade intelectual. Os pontos-chave do pacto focam a cooperação internacional para harmonizar padrões e melhorar a comunicação, estabelecer práticas para promover uma protecção mais forte da propriedade intelectual, e a criação de uma estrutura legal robusta, moderna, que reflecte a natureza mutável do roubo da propriedade intelectual na economia global.

Isabel Marques

Fontes: www.outsourcing-pharma.com, Bloomberg, www.euractiv.com, www.siliconrepublic.com

Estudo italiano analisou qualidade de vida dos doentes
Diabéticos preferem bomba de insulina


Um estudo realizado em Itália analisou a qualidade de vida de 1341 diabéticos de tipo I e concluiu que os doentes submetidos à terapia com bomba de insulina vivem com menos restrições motivadas pela diabetes do que aqueles que têm de sujeitar-se às injecções diárias. Os resultados obtidos no estudo Equality I são muito semelhantes à realidade portuguesa.

A análise italiana aferiu que as restrições normalmente associadas à diabetes, designadamente em termos de regime alimentar e dos episódios de hipoglicemia (40 por cento inferior nos doentes que se submeteram à terapia com a bomba de insulina), concorrem para a insatisfação dos doentes diabéticos, e que no caso dos que utilizam o novo método o descontentamento em relação ao tratamento é 70 por cento menos incisivo. No âmbito do estudo foram constituídos dois grupos de doentes: 481 receberam tratamento com a bomba e 860 foram tratados com as múltiplas injecções diárias.
Antonio Nicolucci, médico director do Laboratório de Epidemiologia Clínica de Diabetes e Cancro do Instituto Mario Negri Sud de Chieti, em Itália, declarou, a propósito destes dados, que “a terapia com a bomba de insulina resultou numa redução do número de episódios hipoglicémicos, produzindo um efeito positivo sobre a qualidade de vida dos doentes, e mesmo aqueles que têm diabetes complicadas e difíceis de controlar ficaram satisfeitos quando utilizaram a bomba de insulina”. De acordo com os dados mais recentes da Federação Internacional da Diabetes, que o farmacia.com.pt já ventilou num artigo publicado há dias, actualmente haverá, à escala mundial, cerca de 246 milhões de pessoas, prevendo-se que o número de diabéticos possa atingir os 380 milhões em 2025. Todos os dias são diagnosticados 200 novos casos de crianças com diabetes de tipo I e estima-se que mais de 440 mil jovens com menos de 14 anos têm aquela doença. Em Portugal existem cerca de 650 mil portugueses diagnosticados com a doença, 10 por cento dos quais com a sua forma mais grave, para a qual não existe prevenção.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton Portugal