sexta-feira, 27 de julho de 2007

Autorização expressa e por escrito dos dadores é indispensável

Conselho Nacional de Ética emite parecer sobre lei da investigação em células estaminais

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) tornou hoje público o seu parecer sobre os projectos de lei do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista para a investigação científica em células estaminais, no qual recomenda que a lei preveja o consentimento expresso e escrito do dador, uma questão central e que na opinião do CNECV, “não está bem tratada” nos projectos.

Segundo a recomendação do concelho, “os presumíveis dadores são informados, previamente, de forma completa e compreensível da colheita que vai ser efectuada e das utilizações que vão ser dadas aos produtos colhidos, incluindo o seu uso em investigação. Este consentimento é dado livremente após a prestação da informação e deve ser expresso por escrito”. No que respeita a usos futuros das células doadas, o CNECV considera que o dador deverá poder retirar o seu consentimento a qualquer momento, sem quaisquer penalizações.

De acordo com o parecer do Concelho, está o médico Daniel Serrão, membro do mesmo, que considera que “os interesses da pessoa devem prevalecer sobre os interesses da investigação”, pois “a melhor forma de proteger o cidadão é dar-lhe voz activa no consentimento”.

“No caso do projecto do PS, centrámo-nos sobretudo na questão do consentimento”, admitiu aos jornalistas a presidente do Conselho, Paula Martinho da Silva, frisando que, no caso da doação de células estaminais de origem humana, o dador deve dar o seu consentimento “expresso e declarado”.

De facto, o projecto apresentado pelo PS considerava que o consentimento da doação de células a partir de tecidos adultos ficava presumido quando, no prazo de oito dias a contar da colheita, o dador não se opunha, por escrito, à sua utilização. O Conselho considerou que o modelo anónimo de consentimento, apresentado pelo PS, “é eticamente inaceitável”.

Existem dois tipos de células estaminais, as embrionárias e as adultas, estas últimas provenientes do sangue do cordão umbilical ou, por exemplo, da gordura, da medula óssea dos adultos ou do líquido amniótico. As embrionárias possuem a capacidade de substituir qualquer célula doente do corpo humano, tendo ainda a potencialidade de regenerar qualquer tipo de tecido ou órgão danificado.

O projecto de lei do Bloco de Esquerda apenas refere as células estaminais embrionárias, o que motivou o desagrado do CNECV, pois como relembra Paula Martinho da Silva, “hoje em dia existem muitas outras origens, como as células provenientes de aborto ou as do líquido amniótico”.

O projecto do BE subestima a capacidade das células adultas, nomeadamente as que se encontram no liquido amniótico, que na opinião de Daniel Serrão “têm as mesmas propriedades do que as células embrionárias e não se precisará de estar a sacrificar células embrionárias”.

A comunidade cientifica vê na investigação com células estaminais a possibilidade de encontrar soluções para doenças hoje sem cura, como a diabetes, o Alzheimer ou Parkinson. Por outro lado, as células podem também ser aplicadas em terapias regenerativas, contribuindo para o combate à osteoporose e artrites, como propõe uma investigação a decorrer na Universidade do Minho, que já funciona na prática em diversos modelos animais.

O parecer do CNECV surge a pedido da Comissão Parlamentar de Saúde, encarregue de congregar as propostas do BE e do PS numa única proposta de lei, que tenha contributos da comunidade científica.


Inês de Matos

Fonte: Sol

Farmácias portuguesas perderam 20% da margem de lucro

ANF denuncia incumprimento da legislação

“Portugal tem o melhor serviço de dispensa, cobertura e distribuição farmacêutica ao mais baixo custo na Europa.” Quem o diz é João Cordeiro, presidente da ANF, baseado em dados do Governo - até 2005, Portugal tinha uma margem de 20%, a França 26,67%, a Grécia 26%, Itália 26,7% e a Espanha 27,44%.

Lamentando que o farmacêutico português tenha a mais baixa margem de lucro, o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) - em entrevista ao «Diário Económico» - considerou uma “aberração” a decisão do Governo em reduzir os preços em 6% em 2005 e, em 2006. “Nós somos um sector privado, deste modo, é estranho que seja o Ministério da Saúde, que consome 80%, a marcar o preço”, sustentou.

João Cordeiro clarificou, porém, que uma coisa é a redução dos preços em 6% “obviamente que é uma medida penalizadora, mas nós aceitaríamos”, outra coisa – disse – “é que para além da redução de preços, reduziram-se as margens da distribuição de farmácia e do sector grossista, que já eram as mais baixas.”

Neste sentido, o porta-voz das farmácias denunciou que “a legislação não está a ser cumprida”, concretizando: “Num preço de 100 euros a indústria ganhava 72, a distribuição 8 e a farmácia 20. Hoje, o que se verifica é que o preço baixou 12%, logo as farmácias perderam 20% (da margem de lucro), a distribuição 24,87% e a indústria apenas 8,36%.”

Raquel Pacheco
Fonte: DE

Um quarto dos portugueses de meia idade são obesos

A obesidade está a aumentar rapidamente no nosso país, atingindo já um quarto dos portugueses na faixa etária entre os 55 e os 64 anos. Mas o mal não vem da idade, pois também as crianças e os jovens cada vez mais apresentam excesso de peso, de acordo com o último inquérito Nacional de Saúde relativo aos anos de 2005/2006.

Os resultados do inquérito traduziram a transversalidade do problema ao nível das várias faixas etárias estabelecidas, pois em comparação com outro inquérito realizado em 1998/1999, é visível que uma grande percentagem da população ganhou peso, ainda que a maior fatia se tenha concentrado na faixa etária dos 55 aos 64 anos.

Os dados disponibilizados pelo Alto-Comissariado da Saúde mostram que a obesidade aumentou mais de 30 por cento entre os homens dos 55 aos 64 anos e 16 por cento entre as mulheres da mesma idade.

Apesar da preocupante realidade que os números traduzem, João Breda, responsável da Plataforma Contra a Obesidade, acredita que até 2015 a “epidemia da Obesidade” deverá ser controlada.

De forma a compreender e travar o avanço do fenómeno, a Plataforma Contra a Obesidade prevê vir a realizar três grandes estudos, determinando assim a evolução da patologia.

Inês de Matos

Fonte: Rádio Renascença

Apifarma exige explicações a João Cordeiro

Presidente da ANF acusa indústria farmacêutica de actuar de forma “calada e subterrânea”

Foi a primeira entrevista, em dois anos, do presidente da ANF e já está a gerar furor. Ao «Diário Económico», João Cordeiro começou por acusar o ministro da Saúde de ter “massacrado injustamente o sector” e considerou que a indústria farmacêutica é “subterrânea”. O Farmacia.com.pt sabe que a Apifarma já reagiu. Indignada com as declarações, exige agora explicações a João Cordeiro.

As críticas dominaram a entrevista que o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) – há já 33 anos – deu esta semana ao «Diário Económico»: “O ministro da Saúde tem massacrado injustamente o sector. É óbvio e evidente que tem uma agenda pessoal. Se compararmos o que está no programa do Governo com a prática do Ministério da Saúde vemos que quase não há uma medida que seja coincidente. Há medidas fundamentais que estão no próprio programa do Governo e que não são implementadas. Temos estado a ser massacrados por Correia de Campos”, acusou.

Para exemplificar a dita “discordância de agendas”, João Cordeiro apontou a liberalização da propriedade das farmácias; a questão dos medicamentos não sujeitos a receita médica (anunciada na tomada de posse do Governo) e a prescrição por denominação comum internacional (DCI), “uma medida que consta do programa e não está a ser implementada”, frisou, defendendo que “a política tem de ser transparente e tem de ser coerente.”

Sobre o melhor acesso a medicamentos com a venda fora das farmácias, João Cordeiro ironizou: “Melhorou porque há mais lojas?!”, considerando que “a acessibilidade [em termos nacionais] ficou totalmente desequilibrada.” Segundo o presidente da ANF, neste momento, estão abertas quase 400 lojas, e fora das farmácias está 5% do mercado. Destes, cerca de 50% são vendidos no Continente. Portanto, e de forma objectiva, a única entidade que beneficiou dessa medida foi o Continente”, sustentou.

Confrontado pelo «DE» se a medida não é benéfica para o consumidor, foi peremptório: “Nós fazemos inquéritos à população e o que verificamos é que a liberalização da propriedade das farmácias não faz parte das vinte maiores preocupações. Está lá a preocupação com a qualidade dos serviços, dos hospitais, dos centros de saúde (...) A principal preocupação é o preço dos medicamentos, que estão caros porque a legislação não foi cumprida.”

O porta-voz dos actuais 2749 farmacêuticos portugueses garante não lhe interessar se a ANF tem uma boa ou má imagem nos media. “Definimos as políticas que consideramos adequadas, respeitando os interesses da população. Somos um sector exigente com o Estado e transparente, pois não actuamos debaixo da mesa”, assegurou, admitindo, contudo, que a ANF poderá ser “um mau exemplo, porque modernizamos o sector, temos políticas agressivas, somos um parceiro incómodo e sempre defendemos, por exemplo, a prescrição por DCI, o que não agrada à indústria farmacêutica.”

"Declarações levianas..."

Neste sentido, insinuou que “o poder no sector do medicamento não está na nossa associação, mas sim, em quem está calado e actua de forma subterrânea. São os embaixadores de países que têm farmacêuticas, são as visitas ao estrangeiro do Chefe de Estado ou do primeiro-ministro à indústria farmacêutica e a centros de investigação.” João Cordeiro considerou ainda que os laboratórios actuaram de forma “muito inteligente, conseguindo transmitir através de uma máquina admirável (a propaganda médica) a ideia de que a ANF é um lóbi perigoso.”

Ao que o Farmacia.com.pt conseguiu apurar, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) terá reivindicado que o dirigente da ANF concretize as afirmações que caracterizou como “gratuitas, ligeiras, levianas e não fundamentadas.”

No que concerne às insinuações de que as visitas do primeiro-ministro e do Presidente da República ao estrangeiro servem para a indústria farmacêutica pressionar Portugal, a Apifarma também exige explicações: “A acusação tem de ser justificada. O Dr. João Cordeiro não estará a sugerir que as agendas do Presidente e do primeiro-ministro são decididas pela Indústria Farmacêutica, pois não?”.

Raquel Pacheco
Fonte: Diário Económico/Apifarma/FarmaNews

GlaxoSmithKline estabelece parceria com Targacept

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) assinou um acordo com a Targacept com vista ao desenvolvimento de um novo fármaco. A colaboração poderá render à empresa norte americana de biotecnologia mais de 1 milhão de euros.

Através desta parceria a GSK poderá aceder aos compostos neurais receptores nicotínicos da Targacept, incluindo um fármaco experimental que se encontra em ensaios clínicos de Fase II para a dor aguda no pós-operatório. A GSK garante a opção de licenciamento do candidato a fármaco, ficando responsável por realizar mais investigações sobre a substância e pela comercialização da mesma.

A Targacept deverá receber um pagamento adiantado no valor de 25,6 milhões de euros. As remunerações futuras estão relacionadas com os pagamentos por objectivos relativos ao desenvolvimento do medicamento e aos royalties das vendas.

A aliança permite ainda ao laboratório britânico participar nos programas de descoberta de medicamentos destinados à cessação tabágica, à obesidade ou à doença de Parkinson.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Família japonesa culpa Tamiflu pela morte do filho

Uma família japonesa vai processar o ministério da saúde nipónico pela morte do filho que dizem ter acontecido na sequência da ingestão de Tamiflu (Oseltamivir), um antivírico destinado ao tratamento e prevenção da gripe.

O pai do rapaz que faleceu em Fevereiro de 2004, com 17 anos de idade, exige uma compensação superior a 6 mil euros (1 milhão de ienes) por parte da “Pharmaceuticals and Medical Devices Agency”, uma entidade com ligações ao Ministério da Saúde Japonês. O rapaz terá saído de casa descalço quando foi atropelado por um veículo pesado, cerca de duas horas depois de tomar o medicamento, referem os familiares.

No entanto, a entidade encarregue de analisar as queixas de danos provocados pelos efeitos secundários dos medicamentos determinou que a morte do rapaz não foi causada pelo Tamiflu. Os pais não parecem convencidos e pretendem “saber a verdade sobre se houve ou não uma relação causal entre o Tamiflu e o comportamento anómalo” do filho, refere a imprensa japonesa citando o pai do jovem adolescente.

O caso surge alguns meses depois das autoridades de saúde japonesas terem emitido avisos sobre a utilização do fármaco, indicando aos médicos que não prescrevessem Tamiflu a doentes com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos, uma vez que nos últimos seis anos foram detectados dezenas de casos de mortes e ferimentos entre adolescentes aos quais este foi administrado.

A Roche, empresa farmacêutica responsável pela produção do medicamento, negou qualquer relação entre a utilização de Tamiflu e o registo de comportamentos fora do padrão normal. “Os delírios e distúrbios neuropsiquiátricos relacionados com a gripe não são invulgares e ocorrem, nos Estados Unidos da América, em cerca de 4 em cada 100 mil pacientes com gripe, que resultam em hospitalizações”, referiu a empresa no inicio deste ano. Alguns especialistas concordam que os casos mais graves de gripe podem desencadear comportamentos anómalos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Guardian Unlimited.

Roche prolonga oferta sobre Ventana até 23 de Agosto

A farmacêutica Roche estendeu até ao dia 23 de Agosto o prazo par a concretização da oferta de aquisição das acções da Ventana Medical Systems, dado que a proposta inicial expirou a 26 de Julho.

De acordo com o laboratório suíço, todos os termos e condições da proposta se mantêm inalterados.

A Roche lançou uma oferta pública de aquisição sobre a Ventana, no mês passado, oferecendo 54,5 euros por acção, numa proposta que atingia os 2,2 mil milhões de euros. Porém, empresa norte-americana especializada em histopatologia considerou que a acção era hostil e que o valor oferecido era inadequado em vários aspectos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes

Bulas de medicamentos são confusas, difíceis de ler e contraditórias

A linguagem utilizada pelos laboratórios nas bulas de medicamentos é “confusa, difícil de ler e desactualizada”, conclui um estudo da Deco numa análise a 18 embalagens e folhetos informativos. Apesar de 82 por cento dos doentes consultar os folhetos informativos sempre que compra um fármaco, se o fizer em países diferentes pode encontrar indicações contraditórias.

O estudo desta associação de defesa dos consumidores realizado em Portugal, Espanha, Bélgica e Itália, observou que mesmo havendo directrizes iguais por parte da Comissão Europeia, os folhetos apresentam, por vezes, informações contrárias. Um dos exemplos salientados pela investigação refere-se ao Vicks Syrup (Dextrometorfano) que em Portugal é desaconselhado a crianças com menos de seis anos, em Itália e Espanha com menos de 2 anos e na Bélgica na faixa abaixo dos 12. Por sua vez, o limite diário para a toma de Aspirina são oito comprimidos de 500mg, em Portugal, e apenas seis na Bélgica.

De acordo com a Deco, as embalagens e folhetos informativos ainda deixam algo a desejar, uma vez que incluem a principal informação obrigatória, mas esquecem recomendações comunitárias importantes, como é o caso da obrigação de referirem a frequência das reacções adversas. O antibiótico Augmentin (Amoxicilina + Ácido clavulânico) destaca-se pela positiva, já que é o único que faz bem a separação por frequência.

Há ainda os casos em que o mesmo folheto é utilizado para diversas dosagens e formas farmacêuticas (xarope, comprimidos, etc.), dificultando leitura. Isso mesmo acontece com o Zyrtec (Cetirizina), em comprimidos e xarope. Apenas metade dos medicamentos analisados pela Deco referem a influência do álcool. Uma das situações mais graves é a da Gabapentina, para a epilepsia, dado que a interacção entre o álcool e o fármaco aumenta o risco de sonolência. Já no caso do Fastum (Cetoprofeno) é sublinhada a falta de uma referência importante para o facto de não se apanhar sol, nem frequentar o solário durante o tratamento, por risco de reacções graves.

Há situações de medicamentos sem qualquer referência à duração máxima do tratamento e outros com dosagens ou apresentações diferentes a serem distribuídos com o mesmo folheto informativo. A Deco deixa assim um apelo ao Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) e à Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para que “assegurem uma informação mais homogénea, clara e legível ao consumidor”.

Marta Bilro

Fonte: Deco, Diário de Notícias.

Mercado global de vacinas alcançará os 19.200 milhões de dólares até 2010

Prevê-se que o mercado global de vacinas humanas alcance os 19.200 milhões de dólares até 2010, impulsionado pela tecnologia e pela globalização. Os propulsores chave de crescimento para o mercado de vacinas incluem o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos e profilácticos para combater o VIH, o cancro e a síndrome respiratória aguda grave, entre outras doenças mortais, de acordo com um novo relatório da Global Industry Analysts Inc., dos Estados Unidos.

Apesar das vacinas profiláticas continuarem a ser as que melhor representam os ganhos no mercado das vacinas humanas, as terapêuticas poderão apresentar grandes surpresas nos próximos anos. O mercado global de vacinas profiláticas está estimado em 11.600 milhões de dólares para 2007. No que se refere ao mercado de vacinas terapêuticas, espera-se que este registe um crescimento rápido, chegando a obter vendas no valor de 3.300 milhões de dólares até 2010, segundo o mesmo relatório.

Os Estados Unidos representam o maior mercado para as vacinas humanas, com uma facturação estimada em 6.900 milhões de dólares para 2007. Na Europa, a França, a Alemanha e o Reino Unido em conjunto representam mais de 75 por cento do mercado europeu. No Japão, a comercialização de vacinas profilácticas pediátricas é provável que cresça na proporção de 9,9 por cento por ano no período entre 2005 e 2010.

As vacinas terapêuticas estão actualmente em várias etapas de desenvolvimento e prevê-se que cresçam rapidamente, assim que forem introduzidas no mercado. As companhias farmacêuticas, tanto as que já estão estabelecidas, como as em emergência, estão a investir uma quantidade considerável de recursos de investigação no desenvolvimento de vacinas terapêuticas capazes de combater doenças como o cancro, SIDA, entre outras. A terapêutica de combinação está a ganhar importância e espera-se que resulte em várias “joint ventures”. O mercado espera assistir à introdução, num futuro próximo, de mais de 18 novos produtos para o tratamento do cancro, SIDA, doenças neurológicas, auto-imunes e cardiovasculares, e também para a dependência da cocaína e nicotina.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

Identificado gene da comichão

Descoberta abre caminho a novos medicamentos

Cientistas norte-americanos afirmam ter descoberto um gene associado à comichão. O resultado – publicado na última edição da revista «Nature» - pode representar uma esperança no tratamento, abrindo caminho a medicamentos mais eficazes.

A comunidade científica sempre acreditou que a comichão seria uma versão amena de dor, mas o gene agora descodificado provou que as duas sensações estão associadas a mecanismos genéticos separados.

Segundo explicaram os investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, “o gene fornece instruções para a criação de um receptor de proteína nas células da medula que reage a sinais de comichão enviados pelo cérebro”, acrescentando que, o gene, chamado GRPR (sigla em inglês de "receptor de peptídeo que liberta gastrina"), foi encontrado em células da medula de ratinhos.

De acordo com a «Nature», “os autores do estudo retiraram o gene GRPR de ratos e descobriram que a reacção deles a estímulos dolorosos não tinha mudado.” Contudo, quando injectaram nos animais um composto que simulava a acção do GRPR, “as cobaias começavam a se coçar freneticamente e foi quando pensámos que o gene pudesse ter relação com a sensação de coceira", esclareceu Zhou-Feng Chen, líder da investigação.

Numa fase posterior, os cientistas informam que realizaram novos testes com ratos sem o GRPR, criados em laboratório: “Quando expostos a agentes que provocavam comichão (coceira), eles coçavam muito menos que cobaias normais, com o gene GRPR actuando normalmente.”

Para Zhou-Feng Chen, a identificação do gene e do seu efeito “pode indicar que fármacos podem ser usados para suprimir a sensação de prurido” sem afectar a sensação de dor, concretizando que "e como a dor pode ser um importante sinal de protecção, que adverte para (sinais de) perigo (no organismo), pode ser vantajoso ter medicamentos ‘anticoceira’ que não comprometam a capacidade de sentir dor."

Tratamentos

Actualmente, os tratamentos disponíveis para o problema são escassos. Os casos de comichão crónica podem estar associados a problemas de pele, como o eczema, ou a doenças mais sérias, como problemas nos rins ou no fígado. Este “prurido” também pode ser um efeito colateral de certas terapias para o cancro ou do uso de analgésicos fortes, como a morfina. Nos casos mais severos, a coceira pode provocar dificuldade de dormir e cicatrizes na pele.

Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews/Reuters

Estoril recebe em Outubro o Pediatrics Joint Meeting

O Estoril deverá receber, de 20 a 23 de Outubro, o Pediatrics Joint Meeting Estoril 2007, um importante evento internacional que este ano estará subordinado ao tema “Novos Desafios da Infância à adolescência” e prevê-se que conte com 500 a 1000 participantes.

A iniciativa nasce da parceria entre duas entidades nacionais, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), que em conjunto com outras duas entidades de nível europeu, a European Academy of Allergology and Clinical Immunology (EAACI) e a European Respiratory Society (ERS), patrocinarão o evento.

De forma a fornecer aos participantes do meeting informação e fotografias sobre o evento, será criado o Jornal Diário do Congresso, que ficará a cardo da Jasfarma.
Para mais informações sobre o Pediatrics Joint Meeting Estoril 2007, consultar o site: www.pjmeeting2007.com

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma