sábado, 23 de junho de 2007

Infarmed autoriza empresa portuguesa a distribuir pílula abortiva

O mifepristone, vulgarmente conhecido como pílula abortiva, deverá passar a ser vendido aos hospitais que a solicitem, por uma empresa portuguesa, a quem o Infarmed concedeu uma autorização excepcional de venda.

O nome da empresa não foi ainda divulgado, mas tudo leva a crer que dentro de duas semanas a distribuição da pílula abortiva passará ser feita por intermédio desta empresa, de forma muito mais rápida, já que até à data, a pílula tem que ser importada de França, sendo o processo demorado.

Apesar de não estar ainda à venda em Portugal, a empresa em causa terá já recebido 12 pedidos para disponibilização do fármaco, até porque este será um dos medicamento utilizados pelos hospitais a partir de 15 de Julho, quando entrar em vigor a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez.

Inês de Matos

Fonte: TVI

Diabetes gestacional tem riscos acrescidos para recém-nascidos

Os perigos da diabetes para a saúde das grávidas e dos fetos não são uma novidade, um novo estudo revela agora que quanto mais elevado foi o nível de açúcar no sangue da mãe, maiores são os riscos para o recém-nascido. A diabetes gestacional aumenta os riscos de ocorrerem deficiências à nascença e as probabilidades do feto vir a desenvolver diabetes na infância.

Um novo estudo apresentado durante a reunião anual da Associação Americana de Diabetes em Chicago revelou que, mesmo em níveis moderados, a hiperglicemia durante a gravidez está associada a um aumento do número de cesarianas e de bebés mais pesados, entre outras complicações. A investigação, que envolveu 23 mil grávidas de nove países, demonstrou também que os recém-nascidos são mais susceptíveis a ter níveis baixos de açúcar no sangue e níveis elevados de insulina se os níveis de açúcar presentes no sangue materno forem elevados. Um conjunto de condicionantes que, um dia mais tarde, poderão conduzir à obesidade, ao aparecimento da diabetes e a uma elevada pressão sanguínea.

Se não for devidamente controlada, através da adopção duma dieta apropriada ou da administração de insulina, grandes quantidades de glucose podem ser transmitidas ao feto através da placenta. “Estabelecemos sem qualquer dúvida que níveis de açúcar no sangue mais baixos do que os da diabetes comportam riscos”, afirmou Boyd Metzger o principal responsável pela investigação.

Actualmente, o nível de açúcar no sangue adequado para uma mulher grávida durante os últimos meses de gravidez deve situar-se abaixo dos 95 miligramas por decilitro. Os cientistas consideram que o nível adequado deveria agora estabelecer-se abaixo dos 90 miligramas por decilitro. No entanto, as conclusões da investigação ainda não devem ser seguidas como um conselho, advertiu Metzger. As novas directivas deverão surgir durante o próximo ano, depois dos especialistas internacionais reunirem e analisarem as descobertas.

A diabetes gestacional surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo. De acordo com o Portal da Saúde, uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Marta Bilro

Fonte: ABC News, Chicago Tribune, Chron.com. Portal da Saúde.

Proteína artificial permite controlar actividade cerebral

Um grupo de cientistas norte-americanos da Universidade de Berkeley desenvolveu uma proteína artificial que permite manipular as actividades neurais. A proteína é activada pela luminosidade, bloqueando os reflexos normais e a resposta ao toque. Os cientistas acreditam que esta descoberta poderá fornecer pistas importantes na compreensão do funcionamento do cérebro.

O estudo, realizado pelo Laboratório Nacional Lawrence Berkeley sob a orientação do biofísico Ehud Isacoff, analisou a actuação de uma proteína artificial, activada pela luminosidade, inserida geneticamente nos neurónios de um peixe-zebra. Os investigadores observaram que quando a luz é activada dentro do peixe, com um determinado comprimento de onda, os reflexos normais são bloqueados assim como a resposta ao toque. Por sua vez, ao ser atinfido com um segundo raio luminoso, com maior comprimento de onda, os reflexos do animal são recuperados.

Os primeiros testes com o LiGluR (Light-gated Ionotropic Glutamate Receptor), nome atribuído ao dispositivo, foram executados com neurónios do hipocampo, uma região do cérebro que se situa a um nível muito profundo, à direita e à esquerda, no interior dos lobos temporais do córtex cerebral.

“Pela primeira vez, temos capacidade para atingir um tipo específico de neurónios nos circuitos neurais do cérebro para proceder a uma activação selectiva”, salientou Isacoff. A capacidade para estimular neurónios seleccionados, quer em tecidos isolados ou em animais vivos, representa “uma grande vantagem para os cientistas que procuram determinar de que forma especifica é que as células neurais contribuem para as funções e para o comportamento do cérebro”, referiu o mesmo responsável.

Isacoff acredita que a aplicação do LiGluR em ratos e outros animais deverá fornecer um controlo semelhante sobre os reflexos. Caso não surja nenhuma contradição, é provável que esta tecnologia possa também ser aplicada noutros tipos de inibidores dos receptores ionotrópicos e noutras classes de neurónios. Num futuro próximo, os cientistas pretendem utilizar o mecanismo para estudar a formação de circuitos neurais e para investigar as bases neurais de vários comportamentos.

Marta Bilro

Fonte: IDG Now, Science@Berkeley.

Um nossa avanço no cancro da próstata

Um estudo feito por Graciele Paraguaia Silveira no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc), no Brasil, permitiu que um modelo matemático, baseado na Teoria de Conjuntos Fuzzy, diagnostique o estado patológico do cancro da próstata.

O modelo permite a interpretação dos dados gerais do desenvolvimento do tumor de uma forma muito mais próxima da realidade vivida pelo doente.

Para diagnosticar o cancro da próstata, o especialista recorre aos resultados de vários exames, tais como o toque rectal, e a biopsia. Seguidamente dá-se o cruzamento das informações, utilizando, quando necessário, modelos estatísticos para chegar à extensão da doença e, assim, decidir o tratamento mais adequado. É nesta fase que o modelo desenvolvido por Graciele é bastante útil.

Os modelos tradicionais, designados pelo nome nomogramas, só trabalham com probabilidades. A utilização das regras do Modelo Fuzzy, aumentam a possibilidade de oferecer aos doentes resultados mais concrectos, uma vez que oferece uma maior flexibilidade.

O novo modelo irá passar por uma etapa de testes até ser disponibilizado aos especialistas.

Liliana Duarte

Fontes: Saúde em Movimento
Circulação de profissionais de saúde no espaço comunitário
Nova lei europeia põe doentes em risco

A substituição das várias directivas europeias relativas à livre circulação, no espaço comunitário, de profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos, por uma única lei está a gerar preocupação junto dos reguladores britânicos, que consideram que a medida põe em risco a salvaguarda dos interesses dos doentes.

Segundo os reguladores britânicos, os legisladores europeus colocaram a questão os direitos dos profissionais de saúde a exercerem a sua actividade em qualquer dos estados-membros da União Europeia acima da necessidade de salvaguardar os interesses dos doentes e de os proteger das más práticas profissionais. A breve trecho será possível aos farmacêuticos registados num qualquer estado-membro, mediante o registo na Royal Pharmaceutical Society, trabalhar no Reino Unido, na qualidade de visitantes, sem terem de se submeter ao processo de averiguação de competências e de boa conduta que se aplica aos farmacêuticos do país.
A Royal Pharmaceutical Society teme que essa opção, que deverá entrar em vigor no dia 20 de Outubro, venha a colocar em risco os doentes, e acrescenta ainda que o governo britânico decidiu que as exigências aplicáveis aos profissionais locais em termos de formação contínua não serão extensivas aos estrangeiros, favorecidos por uma norma interna que nem sequer surge contemplada na directiva europeia. As novas regras deverão começar a ser aplicadas em Outubro e encontram-se em fase de consulta pública até 17 de Agosto.

Carla Teixeira
Fonte: The Pharmaceutical Journal
Medicamento usado no tratamento da hepatite B
Entecavir gera resistência a fármacos contra a sida


O entecavir, um recente antiviral análogo da guanosina utilizado para o tratamento da hepatite B crónica, gera resistência cruzada com outros medicamentos, usados no combate ao vírus da sida. Um artigo agora publicado no «New England Journal of Medicine» confirma o alerta dado em Fevereiro por especialistas reunidos numa conferência promovida pela Bristol-Myers Squibb, que comercializa o fármaco, sob a designação comercial de Baraclude.

No encontro realizado em Los Angeles, a especialista em Doenças Infecciosas da Universidade John Hopkins responsável pelo estudo que levou ao alerta divulgou os resultados do estudo que levou ao primeiro alerta. Chloé Thio enviou alguns dos dados apurados à Food and Drug Administration, num procedimento que acabaria por ditar uma modificação na bula que acompanha o entecavir. Explicou ainda que “as pessoas que sofrem de hepatite viral B e que também estiverem infectadas com o vírus da sida deverão consultar o seu médico imediatamente, para considerarem outras terapias alternativas”. Lançado em 2005, o entecavir foi agora alvo de novas investigações, que aferiram que nos doentes que sofriam de hepatite B e sida a administração daquele fármaco levou ao desenvolvimento de uma variante do vírus VIH que resiste aos antivirais lamivudine and emtricitabine.

Carla Teixeira
Fonte: Medical News Today, Médicos na Internet

Fobia social comum entre idosos

Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Toronto, detectou que a maioria dos idosos sobre de fobia social, um distúrbio psiquiátrico normalmente causada quando o individuo é submetido à avaliação de outras pessoas.

O estudo feito em 12.792 idosos detectou a doença em mais de 630 idosos, o equivalente a 5%. Não foi encontrada nenhuma associação entre o aparecimento da doença psiquiátrica e o nível económico das pessoas, a sua situação conjugal e o sexo.

Esta doença que até então se sabia ser comum nos jovens e adolescentes, atinge também os idosos.

Isolamento social, estados depressivos, ansiedade e medo excessivo de humilhação em certos contextos sociais, são alguns dos factores da fobia social.

O tratamento deve ser individualizado e dependendo das características apresentadas pelo doente, pode ser necessário o uso de anti-depressivos. Um acompanhamento psiquiátrico ajuda em muitos dos casos.


Liliana Duarte

Fonte: Saúde em Movimento
ABC da Saúde
Fármaco produzido pela Alexion Pharmaceuticals Inc.
Soliris aprovado pela Comissão Europeia

A empresa farmacêutica Alexion Pharmaceuticals Inc. anunciou a aprovação, pela Comissão Europeia, do Soliris (eculizumab), anticorpo monoclonal indicado para o tratamento de doentes com hemoglobinuria paroxística nocturna (PNH), alteração sanguínea grave que destrói os glóbulos vermelhos e conduz à morte prematura. O medicamento está já autorizado nos Estados Unidos.

Segundo informações avançadas pela firma de biotecnologia norte-americana, com sede em Coneticut, o lançamento do fármaco nos principais mercados nacionais da Europa deverá ser implementado ao longo deste ano e alargado a alguns países no ano seguinte, no seguimento das negociações com as entidades competentes, que a empresa quer alavancar de imediato. O anúncio surge escassos dias depois de a Alexion ter anunciado o resultado de um estudo de fase III realizado com o fármaco em que o Soliris mostrou capacidade para reduzir significativamente a hemodiálise nos doentes de PNH, baixando a ocorrência de anemias e tromboses e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
A hemoglobinuria paroxística nocturna consiste numa rara e penalizante desordem sanguínea de origem genética que destrói os glóbulos vermelhos e afecta parte do sistema imunitário. Manifesta-se através de sintomas como anemias graves, fadiga, dores permanentes e dificuldades em respirar, acompanhadas normalmente por episódios de hipertensão pulmonar, doenças de rins e produção de urina vermelha. Estima-se que a doença afecte actualmente oito a dez mil pessoas na Europa e na América do Norte.

Carla Teixeira
Fonte: RTT News, Morningstar, Reuters, Quote.com
Cooperação do governo indonésio com a Baxter International Inc.
Vacina contra a gripe das aves quase pronta

O governo indonésio, que em conjunto com a multinacional norte-americana Baxter International Inc. está a desenvolver uma vacina contra a gripe das aves, anunciou ontem que a imunização deverá estar pronta já no mês de Julho, e advertiu que, na eventualidade do surgimento de novos casos da doença, terá lugar uma vacinação em massa.

De acordo com a ministra da Saúde indonésia, Siti Fadilah Supari, “a imunização é possível nos casos em que a presença do vírus é confirmada”, como aconteceu na pronvíncia de Karo, na Ilha de Sumatra, quando em Maio de 2006 seis pessoas da mesma família morreram na sequência da infecção, ou na região de Garut, na zona ocidental de Java, onde em Agosto do ano passado 18 pessoas foram infectadas e três acabaram mesmo por morrer. A governante confirmou a possibilidade de fazer a vacinação em massa, mas avisou que a decisão deverá caber aos especialistas, embora, na sua opinião, “em casos como os de Karo e Garut, devam ser vacinados todos os que estiveram em contacto com as vítimas ou que se encontravam num raio de pelo menos um quilómetro”.
O governo indonésio associou-se a uma equipa de investigadores da multinacional Baxter International Inc. para produzir uma vacina contra a gripe das aves e revelou agora que o medicamento já foi sujeito a todos os ensaios clínicos, sendo de prever que a vacina possa, muito brevemente, vir a ser introduzida naquele mercado, presumivelmente já no próximo mês. A Indonésia é, até agora, o país atingido de forma mais severa pelo vírus da gripe das aves, que matou pelo menos 80 pessoas no país, de entre os cerca de 100 casos diagnosticados desde 2005.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Xinhua
Irene Silveira define rumo para o seu mandato na Ordem
Liberalização da propriedade das farmácias é o dossier mais urgente


A nova bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, eleita na passada quinta-feira no âmbito de um processo renhido em que acabou por conquistar 54 por cento dos votos, definiu como prioridade máxima para o seu mandato a intervenção rápida da OF no processo de liberalização da propriedade das farmácias, que o Governo vai legislar nos próximos seis meses.

Na entrevista que, durante o período de candidatura, concedeu ao farmácia.com.pt, Irene Silveira tinha já referido que aquela seria uma das grandes prioridades do seu mandato, a par da reformulação do esquema de revalidação da carteira profissional dos farmacêuticos, considerando que, apesar de a liberalização da propriedade das farmácias ser já um dado adquirido, que dificilmente o Governo aceitará rever, deve a Ordem dos Farmacêuticos intervir rapidamente junto da tutela, assumindo uma posição de abertura ao diálogo e de capacidade de negociação.
Primeira mulher a conseguir escalar até ao topo da classe, numa profissão em que o sexo feminino predomina, Irene Silveira rende Aranda da Silva, com quem trocou alguns amargos de boca durante a campanha eleitoral, por ter criticado o silêncio e o alegado atavismo do seu antecessor na defesa dos interesses dos farmacêuticos, designadamente na questão da liberalização da propriedade dos estabelecimentos de dispensa de medicamentos, que dentro de cerca de meio ano deverão poder ser detidos por qualquer cidadão, independentemente da sua formação, e não apenas, como até aqui, por farmacêuticos.
Feita a contagem dos votos expressos na quinta-feira, e confirmando a conquista da liderança da OF, Irene Silveira mostrou-se optimista nos resultados do que disse ser a sua “grande urgência” neste momento, asseverando que pretende manter um “bom diálogo com as autoridades, com o Ministério da Saúde”, e prometendo “uma atitude diferente da que assumiu Aranda da Silva, que ontem lhe passou a gestão do organismo que representa a classe farmacêutica em Portugal. À semelhança do que defendeu durante a campanha, e conforme declarou ao farmácia.com.pt, Irene Silveira preconiza a importância da formação profissional contínua, mas também a valorização da experiência diária integrada no acto farmacêutico.
A nova bastonária é ainda crítica da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica “sem garantia e controlo efectivo pelo farmacêutico”, considerando que a decisão do Governo de disponibilizar aqueles produtos em grandes superfícies e parafarmácias foi “mal acompanhada pela OF, que não conseguiu contrapartidas político-profissionais”. A submissão das estruturas à desregulamentação do sector da Saúde, e em particular do sector farmacêutico, é “um pesado fardo”, de acordo com a catedrática da Universidade de Coimbra, que prometeu “denunciar tudo o que ponha em causa a saúde pública” e “defender as reais capacidades do farmacêutico”.
O diálogo com os estudantes de Farmácia e os farmacêuticos mais jovens, bem como a mudança dos serviços administrativos para uma sede com mais condições são outros objectivos de Irene Silveira, que anteontem conquistou a liderança da Ordem com 1621 votos, num total de 3056 eleitores, batendo a única concorrente, Filomena Cabeça, membro da direcção nacional cessante.

Carla Teixeira
Fontes: Agência Lusa, Irene Silveira

Liraglutide apresenta resultados promissores para a diabetes

A farmacêutica Novo Nordisk, a maior produtora mundial de insulina em quantidade, anunciou que o Liraglutide, medicamento para a diabetes, apresentou resultados positivos na fase III dos estudos clínicos.

Os resultados do primeiro estudo dos cinco que compõem a fase III do Liraglutide, um análogo da hormona intestinal GLP1 de toma única diária, mostrou que este apresenta um controlo de glucose significantemente melhor que a insulina glargina.

O estudo de 26 semanas contou com 581 pacientes com diabetes tipo 2 controlados inadequadamente por dois dos medicamentos antidiabéticos orais mais utilizados: metformina (dimetilbiguanida) e glimepirida (sulfonilureia). Todos os pacientes no estudo continuaram com os dois fármacos e foram randomizados a adicionar uma injecção diária de Liraglutide, placebo ou insulina glargina.

A média do nível de HbA1c (hemoglobina glicosilada, ou seja, glucose ligada aos glóbulos vermelhos), no início do estudo, estava entre os 8% e os 8,5% e, no fim do estudo, mais de 50 por cento dos pacientes no grupo que recebeu Liraglutide tinha atingido o objectivo da Associação Americana de Diabetes de menos de 7%.

A redução de HbA1c no grupo do Liraglutide foi melhor em 0,2 pontos percentuais do que no grupo da insulina glargina, uma diferença que é estatisticamente relevante.

O Liraglutide actua ao estimular a libertação de insulina somente quando os níveis de glucose ficam demasiado elevados. Contrariamente à maioria dos tratamentos antidiabéticos, este fármaco também leva à perda de peso, em vez de provocar um aumento. O peso médio dos pacientes, no início do estudo, era de aproximadamente 85 kg. No final do estudo, a diferença de peso corporal entre os dois grupos era em média de 3,5 kg, estatisticamente favorável ao Liraglutide.

A Novo Nordisk desenvolveu o Liraglutide como alternativa à insulina. Os médicos que tratam os diabéticos afirmam que têm poucas opções antes de porem os pacientes num tratamento à base de insulina, do qual não poderão ser retirados e que pode requerer progressivamente mais injecções com o passar do tempo. O Liraglutide é uma versão manufacturada da hormona produzida naturalmente pelo corpo humano, GLP1, que estimula o pâncreas a produzir insulina.

A Novo Nordisk também está a testar o Liraglutide em pessoas obesas que não sofrem de diabetes, como um tratamento para a perda de peso. Segundo a farmacêutica, o efeito deverá ser maior do que nos diabéticos, uma vez que as pessoas com a doença tendem a ganhar algum peso à medida que a sua saúde melhora com a insulina. O fármaco experimental poderá ser utilizado em conjunto com insulina, porque reduz o peso e, consequentemente, os danos no coração provocados pela diabetes e obesidade.

A Novo Nordisk espera anunciar os resultados principais dos restantes quatro estudos durante a segunda metade de 2007 e primeiro trimestre de 2008.

Isabel Marques

Fontes: Novo Nordisk, Bloomberg, site da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal