sexta-feira, 29 de junho de 2007

Pergoveris aprovado na UE como tratamento de fertilidade

Pergoveris é único tratamento para a infertilidade que oferece os benefícios da Hormona Folículo-Estimulante (FSH) recombinante humana e da Hormona Luteinizante (LH) numa única injecção.

A Merck Serono S.A. anunciou que a Comissão Europeia concedeu autorização de comercialização para o Pergoveris destinado à estimulação do desenvolvimento folicular, em mulheres com graves deficiências de Hormona Luteinizante (LH) e Hormona Folículo-Estimulante (FSH). O Pergoveris é o primeiro produto biotecnológico baseado na combinação de FSH recombinante humana (r-hFSH ou folitropina alfa 150 UI) e LH recombinante humana (r-hLH ou lutropina alfa 75 UI), que permite a administração de ambas as substâncias numa única injecção subcutânea.

Segundo a Merck Serono, a autorização da Comissão Europeia para o Pergoveris são boas notícias para as mulheres que sofrem de infertilidade na Europa, que sofrem de graves deficiências endógenas de FSH e LH. O Pergoveris é o único tratamento de fertilidade que combina os benefícios de dois produtos recombinantes puros e consistentes – r-hFSH e r-hLH. O desenvolvimento do Pergoveris mostra a liderança inovadora da Merck nos tratamentos de fertilidade e a capacidade de fornecer produtos puros e de alta qualidade.

A decisão da Comissão Europeia é aplicável a todos os 27 países da União Europeia, assim como à Islândia, Liechtenstein e Noruega. O lançamento do Pergoveris nos vários países da UE irá acontecer no terceiro trimestre de 2007.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, Merck

Asma: tratamento inovador sob investigação

Termoplastia brônquica: aquecer vias respiratórias indiciou melhoras

Chama-se termoplastia brônquica e pode ser uma grande ajuda para os asmáticos. É um tratamento endoscópico inovador - através do aquecimento das vias respiratórias - cujo procedimento (ambulatório) demora 30 minutos. Um estudo efectuado deu provas de melhoras.

“A termoplastia brônquica usa um ‘bronquioscópio’ para fornecer energia térmica às paredes das vias respiratórias, a fim de reduzir a dilatação do músculo liso destas vias, uma vez que, este tecido é que contribui para a contracção das vias e para a dificuldade respiratória dos pacientes com asma”, explicou Sperb Rubin, do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (Brasil).

O especialista brasileiro examinou a eficácia e a segurança da termoplastia brônquica no tratamento de asmáticos, a maioria dos quais com asma severa. A investigação incluiu 112 doentes de quatro países, entre 18 e 65 anos. Sperb Rubin acompanhou ainda estes pacientes, durante um ano, após o tratamento.

No artigo de sua autoria intitulado «Asthma Control during the Year after Bronchial Thermoplasty» (Controle da asma durante o ano após a termoplastia brônquica) - publicado no «New England Journal of Medicine» (NEJM) -, o especialista descreve o processo: “É introduzido na boca ou no nariz um bronquioscópio (um tubo flexível) e é guiado até aos pulmões, depois, a energia de radiofrequência é enviada através de um cateter que aquece a via de passagem, reduzindo, assim, a quantidade de músculo na passagem do ar sem provocar lesões de longo prazo ou cicatrizes”, concretizando “com menos músculo há menos hipóteses de contracção das vias respiratórias ou de espasmos, ou seja, alívio.”

Redução de crises nos doentes tratados


De acordo com o relatório divulgado no NEJM, os doentes tratados com termoplastia brônquica demonstraram melhoras, comparativamente, com o grupo de controlo que não recebeu o tratamento. “Os dados recolhidos, durante um ano, demonstraram que os asmáticos tratados tiveram, aproximadamente, 10 crises de asma a menos por ano, estiveram livres dos sintomas em menos 86 dias (por ano), e exigiram uma quantidade de medicamento de alívio significativamente menor. Relataram ainda uma melhoria significativa na qualidade de vida e no controle da doença”, lê-se no artigo.

A termoplastia brônquica é um procedimento que usa o sistema Alair® - um dispositivo sob investigação e com marca comercial registrada da Asthmatx, Inc.

Portugal

A asma é uma doença crónica e representa um grave problema de saúde pública. Afecta mais de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se que mais de 600 mil pessoas sofram de asma.

No nosso País, os medicamentos têm de ser receitados pelo médico, havendo vários tipos: inaladores ou bombas e comprimidos ou xaropes. Só os médicos podem determinar que comprimidos, xaropes, inaladores ou aerossóis são adequados a cada caso, em que doses devem ser tomados e aplicados e qual a duração do tratamento.

Existem também vacinas, aplicáveis quando é determinado o agente que provoca a alergia, o que as torna uma possibilidade de tratamento eficaz. Os doentes com asma de alto risco têm acesso facilitado às Consultas Diferenciadas de Asma, com atendimento nas primeiras 24 horas após a sua identificação.

Raquel Pacheco

Fonte: New England Journal of Medicine/Jornal de Pneumologia/PortaldaSaúde

Maça na gravidez pode proteger feto da asma

Grávidas que comem muitas maçãs estarão menos predispostas a ter um filho asmático. A conclusão é de um estudo feito por uma universidade escocesa e foi apresentada durante a conferência da Associação Torácica Americana.

A investigação conduzida pelos cientistas da Universidade de Aberdeen, na Escócia, assentou em entrevistas sobre os hábitos alimentares de duas mil grávidas e, posterior acompanhamento da saúde dos filhos por um período cinco anos.

Os investigadores constataram que os bebés cujas mães comeram quatro ou mais maçãs por semana, tiveram menos hipóteses de sofrer de asma, em comparação com aquelas que comeram a fruta menos de uma vez por semana.

No mesmo estudo, os cientistas sugerem que comer peixe durante a gravidez diminui os riscos de a criança desenvolver eczema. “Os filhos de mulheres que tenham comido, pelo menos, uma vez por semana, uma porção de qualquer tipo de peixe durante a gravidez, viram reduzido para metade o risco de desenvolvimento de eczema, pelas crianças, nos primeiros cinco anos de vida”, afirmaram os cientistas, considerando que “nenhuma outra comida parece estar ligada a quedas nos índices de asma e eczema.”

A equipa escocesa ressalvou, porém, que provar as ligações entre dieta materna e a saúde do bebé “é uma tarefa muito difícil”, reconhecendo “o grande número de outros factores que influenciam o desenvolvimento da criança.”

Que a maçã – devido às suas propriedades antioxidantes - pode ter efeitos positivos sobre a saúde pulmonar dos adultos, não é uma descoberta nova para nutricionistas e médicos, assim como, os efeitos benéficos do peixe - devido ao elemento Ômega 3 -, nomeadamente, os mais oleosos.

Sumo de maçã


Um outro estudo publicado no «European Respiratory Journal» - e, na altura, divulgado pelo FARMACIA.COM.PT – revela que, crianças que bebam muito sumo de maçã estão menos propensas a desenvolver sintomas asmáticos.
Segundo a investigação elaborada pelo Instituto Nacional de Coração e Pulmões, do Reino Unido, as crianças que tinham bebido sumo de maçã, pelo menos, uma vez por dia, mostraram metade da probabilidade de desenvolver sintomas asmáticos do que as crianças que o ingeriam apenas uma vez por mês.
Os cientistas envolvidos no estudo, sugeriram que “os flavonóides e ácidos fenólicos encontrados nas maçãs ajudaram a acalmar inflamações nas vias respiratórias, um mecanismo essencial na asma.”

Raquel Pacheco e Pedro Capão


Fonte: Notícias.Terra.com/Correio.web/BBC News

Emea restringe o uso de medicamentos com piroxicam

O Infarmed informou hoje que a Agência Europeia de Medicamentos (Emea) decidiu recomendar a restrição do uso do piroxicam, a substância activa dos medicamentos Brexin, Feldene, Flexar, Flogocan, Remisil, Reumoxican e Roxazin, devido a reacções adversas gastrointestinais e cutâneas.

O piroxicam “não deverá continuar a ser usado no tratamento de curta duração de situações dolorosas e inflamatórias”, “devido ao risco de reacções adversas gastrointestinais e cutâneas graves", alertou o Infarmed em comunicado.

"A prescrição do piroxicam deverá sempre ser iniciada por um médico com experiência no tratamento de pessoas com doenças reumáticas inflamatórias ou degenerativas, devendo ser utilizada a menor dose (não mais do que 20 mg por dia) e durante o mais curto período de tempo possível", recomenda a Emea, salientando também a necessidade de rever o tratamento decorridos 14 dias após o seu início.

No entanto, apesar das contra-indicações, o fármaco pode continuar "a ser prescrito para o alívio sintomático da osteoartrose, artrite reumatóide e espondilite anquilosante", embora não deva "ser o anti-inflamatório não esteróide de primeira linha para estas situações".

Em Portugal, os medicamentos com piroxicam que maior procura registam apresentam-se sob a forma de comprimidos, cápsulas, soluções injectáveis, supositórios, cremes ou gel, não sendo possivel no entanto, “facultar números de imediato ou saber qual é mais utilizado", de acordo com Carlos Pires, assessor de imprensa do Infarmed.

Nas recomendações da Emea encontra-se também a inclusão de novas contra-indicações e o reforço das advertências relativas ao piroxicam, cujas vendas ocorrem já há vários anos.

A Emea irá agora enviar a sua lista de recomendações à Comissão Europeia, na expectativa que esta motive uma decisão legal vinculativa e aplicável a todos os Estados-membros.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Iogurte Actimel evita diarreia causada por antibióticos

Um grupo de investigadores britânicos descobriu que o Actimel, um iogurte liquido produzido pelo grupo francês Danone, contêm uma bactéria benéfica que ajuda a prevenir a diarreia causada pelos tratamentos com antibióticos.

Uma em cada 250 mortes ocorridas nos hospitais é causada pela bactéria Clostridium difficile, particularmente resistente ao efeito dos antibióticos, que provoca fortes diarreias nos pacientes, resultando por vezes em sérias complicações médicas.

Os pacientes sujeitos a tratamentos com antibióticos sofrem frequentemente de diarreia, entre 5 a 25 por cento, o que se deve ao facto dos fármacos destruírem as bactérias intestinais. Como tal, diversos médicos têm vindo a recomendar aos seus pacientes a ingestão de iogurtes, de forma a repor estas bactérias benéficas.

De acordo com o estudo hoje publicado no British Medical Journal, os pacientes em tratamento com antibióticos que ingeriram o iogurte Actimel da Danone registam um processo de recuperação mais rápido

O Actimel contêm três tipos de bactérias benéficas, Lactobacillus casei, L. bulgaricus and Streptococcus thermophilus. Um grupo de investigadores, liderados por Mary Hickson, dietista do Imperial College e do Hammersmith Hospital, em Londres, aperceberam-se que estas bactérias poderiam ajudar a evitar a diarreia e como tal decidiram testar a eficácia do Actimel.

O estudo envolveu a observação de 135 individuos de meia idade e idosos, que concordaram em tomar Actimel ou outro produto similar, duas vezes ao dia, durante o período de tratamento e ao longo da semana seguinte.

Os resultados foram animadores, já que apenas 12 por cento dos pacientes que tomaram Actimel tiveram diarreia, contrariamente aos 34 por cento registados nos pacientes que tomaram outra bebida semelhante.

O Actimel “não tem efeitos adversos e é bem aceite”, garantem os investigadores, representando uma redução muito substancial nos gastos com o tratamento da diarreia, que custam cerca de oito mil dólares por paciente aos hospitais, enquanto que o Actimel representa uma despesa de apenas 120 dólares por pessoa.

Apesar de os investigadores ainda não terem percebido exactamente como funciona o iogurte, os resultados falam por si, no entanto, as conclusões não podem ser extrapoladas para outros produtos probióticos, que precisam ainda de ser testados através de premissas idênticas.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Cientistas dão mais um passo em direcção à cura do HIV

Uma equipa de cientistas conseguiu construir uma enzima que reverte o processo através do qual o vírus do HIV insere o seu material genético no ADN do hospedeiro. A descoberta, publicada na revista “Science”, sugere que um tratamento com enzimas semelhantes poderia eliminar o vírus das células infectadas com HIV, representando um primeiro passo para a cura.

Os especialistas alemães criaram uma enzima que ataca o ADN do vírus do HIV eliminando-o das células infectadas. Para tratar infecções reais através deste método seria necessário controlar a capacidade do vírus para se esconder do sistema imunitário, permanecendo inactivo durante meses ou anos em células hospedeiras. Até ao momento, as pesquisas no âmbito do HIV/Sida têm-se centrado em melhorar as formas de combater a propagação da infecção do vírus do HIV, para assim ir adiando o início da Sida. Porém, enquanto isso, outras infecções apoderam-se do sistema imunitário fragilizado do organismo.

A utilização desta enzima está ainda longe de poder ser utilizada enquanto tratamento, porém oferece uma ponta de esperança aos mais de 40 milhões de pessoas infectadas com o vírus em todo o mundo. “Uma enzima personalizada que efectivamente consiga extirpar in vitro o HIV-1 das células infectadas poderá, um dia, ajudar a erradicar o vírus dos doentes com Sida”, explicou Alan Engelman, do Instituto de Cancro Dana-Farber da Universidade de Harvard, numa nota que acompanha o estudo publicado.

Convertendo o seu genoma em cadeias duplas de ADN e utilizando a enzima integrase para inserir esse ADN no genoma de uma célula T, o HIV infecta o sistema imunitário do organismo eliminando essas mesmas células. Os cientistas prevêem que este processo poderia ser revertido através de bactérias que eliminem as enzimas do ADN que eles adaptaram para adicionar e subtrair genes de ratos e de outros organismos multicelulares.

Para tornar possível este método, os investigadores do Instituto para a Biologia Celular, Molecular e Genética Max Planck, e do Instituto Heinrich Pette para a Virologia e Imunologia Experimental da Universidade de Hamburgo, começaram pela enzima bacteriana Cre recombinase, que troca um dos dois fragmentos de ADN em qualquer das extremidades por um determinado padrão de nucleótidos (subunidades de ADN) designados como loxP.

Por natureza, o HIV não contém marcadores loxP, por isso a equipa de investigadores criou um complexo híbrido das duas moléculas de ADN, que foram utilizadas para seleccionar um conjunto de enzimas Cre modificadas capazes de reconhecer a combinação de ADN. Cerca de três meses depois, a enzima final, denominada Tre, removeu todos os vestígios de HIV das células cervicais humanas cultivadas. Apesar dos resultados serem promissores, Engelman fez questão de sublinhar que ainda terão de certificar-se que a acção lenta da enzima Tre funciona em cadeias reais de HIV, e posteriormente descobrir a forma de a administrar no gene de forma segura e precisa, dando-lhe tempo suficiente para actuar.

Marta Bilro

Fonte: The Australian, Forbes, Scientific American, Aidsportugal.com.

Genmab volta a conseguir os direitos do HuMax-CD4

A Genmab volta a conseguir os direitos do HuMax-CD4, da Merck Serono, e tem previsto ampliar o desenvolvimento da sua gama para o tratamento do cancro e criar um UniBody para o VIH.

A Genmab anunciou que voltou a conseguir todos os direitos do anticorpo HuMax-CD4 (zanolimumab) da Merck Serono S.A. A Genmab prevê continuar a avançar com o desenvolvimento do HuMax-CD4, em programas clínicos já existentes, para o Linfoma Subcutâneo de Células T e para o Linfoma Cutâneo de Células T (CTCL), para além de o estender a pacientes numa fase inicial, em combinação com PUVA e noutras combinações com terapias aprovadas para o CTCL.

Para além disso, a Genmab está a realizar planos para levar a cabo o desenvolvimento de um UniBody para fazer frente ao receptor CD4. O HuMax-CD4 liga-se à molécula CD4 com uma elevada afinidade e bloqueia de forma eficaz e neutraliza a infecção através de um painel amplo de vírus isolados de VIH-1 de algumas pessoas infectadas. Os estudos realizados em laboratórios em ratos com imunodeficiência severa combinada (SCID), em que os animais foram reconstituídos com células de sangue humanas, demonstraram que o HuMax-CD4 bloqueia de forma eficaz a multiplicação de VIH-1 e reduz o desgaste das células CD4+ T pelo vírus. Um UniBody que atinge a CD4 representa um candidato a fármaco que se revela promissor para prevenir ou reduzir a infecção por VIH-1, a SIDA e as células T em excesso.

Os responsáveis da Genmab estão entusiasmados por poder voltar a contar com HuMax-CD4 nas mãos da equipa de desenvolvimento clínico da farmacêutica, que trabalhou de forma diligente para conseguir avançar com o programa. O HuMax-CD4 é um acréscimo à restante gama da Genmab e pode proporcionar uma oportunidade comercial adicional para o avanço da companhia, no que diz respeito às vendas e marketing.

Os direitos mundiais do HuMax-CD4 foram licenciados anteriormente à Merck Serono S.A, em Agosto de 2005, e não irão interferir com as directrizes financeiras da Genmab para 2007.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.genmab.com

Genentech triplica investimentos em Singapura

A Genentech, líder mundial no sector da biotecnologia e produção de medicamentos anti-cancerígenos, prepara-se para aumentar o seu investimento em Singapura para mais do triplo. A empresa norte-americana anunciou que vai gastar 266 milhões de euros na compra de uma unidade biotecnológica desenvolvida pelo Lonza Group, para produzir fármacos, entre os quais estão o Avastin (bevacizumab) e o Herceptin (trastuzumab).

O investimento vai juntar-se a outro que a empresa tem actualmente em mãos na pequena cidade-estado, e que envolve 104 milhões de euros para construir instalações onde será produzido o Lucentis (ranibizumab), o novo fármaco da Genentech para tratar doenças oculares. O anúncio foi feito pelo presidente das operações de produtos da Genentech, Patrick Yang.

A Genentech pretende utilizar Singapura como uma base pare desenvolver fármacos anti-cancerígenos e causadores de cegueira, que deverão chegar ao mercado norte-americano em 2010. Os responsáveis mostraram-se confiantes de que poderão atrair outros gigantes da biotecnologia para Singapura, especialmente para desenvolverem trabalho de alto nível. De acordo com Yang, as novas instalações deverão suportar cerca de 40 por cento do total das vendas globais de fármacos da empresa e empregar 400 funcionários.

As vendas do Avastin, destinado ao tratamento do cancro do pulmão e do cólon, renderam à Genentech, no ano passado, cerca de 1,3 mil milhões de euros. Por sua vez, o Herceptin registou, em 2006, vendas no valor de 888 milhões de euros. O Lucentis, comercializado em Portugal pela Novartis, recebeu autorização para entrar no mercado em Janeiro deste ano. Nos Estados Unidos da América a substância é utilizada, desde há um ano, no tratamento da degeneração macular relacionada com a idade, uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos.

“Para além da produção, a nossa intenção é atrair desenvolvimento para impulsionar a área comercial”, afirmou Philip Yeo, Conselheiro Especial para o Desenvolvimento Económicos do gabinete do primeiro-ministro singapuriano. Desde que no ano 2000, o governo de Singapura assumiu as ciências biomédicas como um motor de crescimento da economia, a produção de medicamentos e dispositivos médicos quadruplicou, atingindo os 11 mil milhões de euros.

Os fármacos equivalem a mais de 22 por cento da produção do país asiático, que está a levar a cabo uma tentativa de atrair as empresas químicas, farmacêuticas e de biotecnologia para reduzir a sua dependência do mercado electrónico. De acordo com o S. Iswaran, Ministro de Estado para as Trocas Comerciais e Indústria, Singapura acolhe 24 instalações farmacêuticas representativas da maioria das empresas de topo do sector.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Channel NewsAsia, The Hindu.

Paxil desencadeia onda de suicídios no Japão

O número de pacientes que cometeram suicídio depois de ingerirem Paxil (paroxetina), comercializado em Portugal como Seroxat, está a aumentar no Japão. O anti-depressivo fez crescer as tentativas de atentado contra a própria vida em 39 por cento no ano passado, revelou o ministro nipónico da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.

Ao longo de 2006, 15 pacientes aos quais foi administrado o fármaco da GlaxoSmithKline cometeram suicídio, comparativamente aos 11 registados no ano anterior, e a apenas um caso em 2004. Yuko Fuke, porta-voz da unidade japonesa da farmacêutica britânica, revelou que a GlaxoSmithKline tem recomendado precaução aos médicos relativamente às quantidades prescritas.

O medicamento é eficaz no tratamento da depressão e distúrbios de pânico mas tende a induzir algumas pessoas a cometerem suicídio, um efeito secundário que é mencionado pelo laboratório nas contra-indicações inerentes à utilização do produto. De acordo com o responsável pela pasta da saúde, em 2005, cerca de 920 mil pessoas sofriam de depressões no Japão.

Desde o ano 2000, altura em que o Paxil começou a ser comercializado no país, o medicamento rendeu aos cofres da unidade japonesa da Glaxo cerca de 337 milhões de euros (57 mil milhões de ienes). No ano passado, as vendas globais do Paxil ascenderam aos 917 milhões de euros (1,24 mil milhões de dólares norte-americanos).

De acordo com os especialistas, este aumento acentuado fica a dever-se ao facto dos médicos não fazerem um diagnóstico correcto das condições dos doentes depois de lhes prescreverem a substância, ao mesmo tempo que o número de pacientes que ingerem o medicamento tem aumentado vertiginosamente. O ministério já divulgou um alerta para que os profissionais examinem as alterações às condições dos pacientes aos quais foi administrado o medicamento.

“O Paxil é eficiente para o tratamento da depressão, e apenas um número limitado de pacientes é induzido a cometer suicídio. No entanto, é importante examinar as condições dos pacientes durante um período de nove dias a seguir à dosagem inicial”, salientou Osamu Tajima, professor da Universidade de Kyorin. Por sua vez, a GSK refere que o médico deve ser consultado para decidir se o paciente deverá ou não cessar o tratamento. “Se os pacientes pararem a toma de Paxil sem autorização médica, a sua condição pode piorar”, acrescentou um representante do laboratório.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Mainichi Daily News.

Transmissão heterossexual do HIV aumenta em Portugal

O HIV Meeting Point reuniu em Óbidos vários especialistas nacionais e internacionais que analisaram a situação do HIV/Sida em Portugal. Uma das principais conclusões deste encontro alerta para o facto da transmissão heterossexual estar a aumentar a nível nacional, ocupando já o segundo lugar na tabela dos principais grupos de contágio.

Elizabeth Pádua, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, encarregou-se de chamar a atenção para a expressividade dos números. De acordo com esta investigadora, “a 31 de Março de 2007, encontravam-se notificados 31.132 casos de infecção VIH / SIDA nos vários estádios de infecção. O total acumulado de casos de SIDA era de 13.762 dos quais 452 causados pelo vírus VIH-2”.

Apesar do maior número de casos notificados se referir a toxicodependentes, o aumento da transmissão heterossexual é uma realidade, sendo já considerada a segunda maior causa de infecção. De acordo com os padrões epidemiológicos registados em 2002, a tendência, afirmam os especialistas, é o aumento proporcional do número de casos de transmissão heterossexual e uma diminuição dos casos associados à toxicodependência.

Durante o encontro, promovido pela Gilead Sciences, foram debatidas as terapêuticas Anti-retrovirais e as suas alterações metabólicas, as suas resistências, as alterações renais e a qualidade de vida dos doentes. Alguns dos presentes deram a conhecer casos clínicos que procuraram servir como exemplo dos resultados obtidos com as actuais terapêuticas praticadas em Portugal.

O HIV Meeting Point ’07, que se realizou no Hotel Marriott, em Óbidos, no dia 23, procurou promover a troca de conhecimentos e experiencias entre os mais de cem profissionais de saúde presentes. O simpósio contou com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas, do Núcleo VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da Sida.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Jornal do Oeste.

Rastreios gratuitos à osteoporose chegam ao distrito de Setúbal

O distrito de Setúbal recebe, em Julho, a iniciativa Rastreios ao Risco da Osteoporose que pretende promover a prevenção e detecção precoce desta doença. Ao abrigo da campanha nacional de rastreios gratuitos à população, cerca de 100 farmácias em todo o país vão acolher o projecto.

O farmacêutico começa por preencher um questionário com os dados do doente que foca alguns dos hábitos do indivíduo e posteriormente é realizado o exame de medição de densiometria óssea.

Os resultados são anexados ao questionário previamente preenchido e o processo é entregue ao paciente rastreado que, deverá dirigir-se ao seu médico de família. O objectivo é apenas avaliar o risco de incidência, sendo que o diagnóstico fica a cargo do médico.

A iniciativa conta com o apoio da Ratiopharm, multinacional alemã líder no mercado de genéricos, que disponibiliza os recursos humanos e materiais necessários à realização do evento. A campanha teve início em Outubro de 2006 nas farmácias aderentes e chega agora à Farmácia Tavares de Matos, em Pinhal Novo nos dias 9 e 10 de Julho.

Marta Bilro

Fonte: Rostos

EMEA autoriza comercialização do Invega para o tratamento da esquizofrenia

Primeiro medicamento oral de libertação prolongada para o tratamento da esquizofrenia

A Comissão Europeia concedeu autorização para a comercialização do Invega (comprimidos de libertação prolongada de paliperidona), um novo medicamento antipsicótico atípico para o tratamento da esquizofrenia. Este fármaco de toma diária única é delineado especificamente para distribuir paliperidona - o ingrediente activo do Invega - através do inovador sistema osmótico de distribuição (OROS), conseguindo uma eficácia considerável, segurança e perfil de tolerância demonstráveis e uma melhoria na funcionalidade do paciente.

Os comprimidos de libertação prolongada serão comercializados na Europa pela Janssen-Cilag. Esta autorização representa outro passo importante no compromisso a longo prazo da farmacêutica para o desenvolvimento de novas e melhoradas opções de tratamento para doenças mentais graves.

Os comprimidos de libertação prolongada de paliperidona são o primeiro e único tratamento para a esquizofrenia que utiliza o sistema osmótico de distribuição (OROS). Este sistema distribui paliperidona de forma permanente durante um período de 24 horas, conseguindo uma libertação suave do fármaco, ao longo do dia, com picos mínimos e através de concentrações de plasma. Este fármaco é um importante acréscimo à gama de opções disponíveis para as pessoas que sofrem de esquizofrenia.

A decisão da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), de conceder a autorização para a comercialização dos comprimidos de libertação prolongada de paliperidona, na União Europeia, baseia-se na eficácia, segurança e nos resultados de longo prazo de um programa extensivo de desenvolvimento clínico, que incluiu três ensaios clínicos de seis semanas controlados por um placebo, no qual foram envolvidos mais de 1 600 pacientes com esquizofrenia aguda precedentes de 23 países; um ensaio de longo prazo (40 semanas), duplamente cego e controlado por placebo que procurava a prevenção da ocorrência dos sintomas, em 207 pacientes seleccionados de forma aleatória e outro estudo duplamente cego e controlado por placebo que avaliou a segurança e tolerância em 114 pacientes mais idosos que sofriam de esquizofrenia.

Nos ensaios pivot de seis semanas, os comprimidos de libertação prolongada de paliperidona reduziram de forma considerável os sintomas da esquizofrenia, tal como se avaliou na Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS), uma ferramenta utilizada habitualmente nas investigações da esquizofrenia para avaliar a gravidade dos sintomas psicopatológicos positivos, negativos e gerais. A redução dos sintomas foi observada logo após o quarto dia de tratamento. A funcionalidade dos pacientes também melhorou, tal como indicou a escala de Rendimento Pessoal e Social (PSP), uma escala de avaliação médica que avalia a capacidade dos pacientes de levar a cabo a sua vida diária. Todas as doses mostraram uma melhoria importante e relevante, desde o ponto de vista clínico, em relação ao placebo, tal como se avaliou através da escala PSP.

O estudo a longo prazo demonstrou que os comprimidos de libertação prolongada de paliperidona foram mais eficazes do que o placebo, no que respeita à prevenção da recorrência dos sintomas e o tratamento continuado foi associado à manutenção do controlo dos sintomas. Este estudo confirmou também que estes comprimidos são seguros e bem tolerados em geral, a longo prazo.

O estudo realizado nos pacientes mais idosos, com 65 anos ou mais, com esquizofrenia, demonstrou que um tratamento baseado em comprimidos de libertação prolongada de paliperidona é eficaz e tolerado de forma correcta nesta população, que poderia ser mais vulnerável aos efeitos secundários.

A esquizofrenia é uma das doenças mentais mais graves. É relativamente frequente e a sua prevalência é semelhante em todo o mundo. Uma em cada 100 pessoas desenvolve esquizofrenia antes de chegar aos 45 anos, estando tanto os homens como as mulheres na mesma situação de risco.

Em Portugal não existem estatísticas que providenciem dados precisos do número de portugueses com esta doença, no entanto estima-se que cerca de 60 mil portugueses sofram de esquizofrenia.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, www.noticiasdamanha.net

Senado norte-americano atento à influência das farmacêuticas nos médicos

Numa audiência apresentada ao Comité Especial do Envelhecimento do Senado Norte-Americano, um grupo de especialistas sugeriu que as farmacêuticas deveriam ser obrigadas a revelar os pagamentos aos médicos. À medida que a competição aumenta, numa indústria que gasta anualmente cerca de 18,6 mil milhões de euros em campanhas de marketing, muitas das quais dirigidas aos médicos e à influência nos hábitos de prescrição, acrescem também as preocupações com a transparência.

Herb Kohl, presidente do comité de senadores, propôs a criação de um registo nacional no qual as empresas farmacêuticas revelassem os pagamentos e ofertas concedidas aos médicos. Os laboratórios têm sido os maiores patrocinadores da formação médica contínua nos últimos anos, o que, de acordo com os especialistas, eleva os custos com a saúde, influencia as prescrições dos médicos e corrompe o tratamento dos pacientes.

“A maioria do conhecimento médico acerca dos fármacos provém da indústria, e isso não é saudável”, salientou Jerry Avorn, professor da Escola de Medicina de Harvard e um crítico deste tipo de financiamentos. “As instituições académicas associam o seu nome a cursos que não passam de publicidade informativa”, acrescentou. Essa tendência foi ainda impulsionada depois de o governo, em 2002, se ter recusado a apoiar um plano para limitar os patrocínios comerciais no auge da indústria, referem os investigadores do senado.

Por sua vez, Scott Lassman, conselheiro geral da Fundação Americana de Pesquisa e Produtores Farmacêuticos (PhRMA, na sigla inglesa), alegou que os cursos de formação médica contínua “são encarados independentemente das empresas farmacêuticas”. Segundo o responsável, “a empresa pode financiá-los mas não influencia o seu conteúdo”. Para além disso, as dissertações acerca dos medicamentos genéricos são sempre um “benefício para os médicos, desde que sejam independentes e que a ciência por detrás dos fármacos seja sólida”, acrescentou.

Porém, para os médicos, os patrocínios das farmacêuticas “fazem com que seja difícil saber qual a investigação em que se deve acreditar”, considera J. Gregory Rosenthal, especialista em cirurgia da retina e fundador dos Médicos pela Responsabilidade Clínica, um grupo que defende fiscalizações mais apertadas ao nível dos conflitos de interesse na medicina. “Parece que todos lucram com este sistema permissivo de presentes e pagamentos, excepto o consumidor”, alertou Kohl.

Sobre a mesma questão, Robert Sade, presidente do painel de ética da Associação Médica Americana, defendeu que algumas das ofertas são aceitáveis, como é o caso das amostras grátis, apesar da sua equipa ainda não ter tomado uma posição.

Marta Bilro

Fonte: First World, The New York Times, The Union Tribune, Washington Post.

ANF promove formação à distância nos meses de Verão

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) vai lançar uma campanha de formação à distância durante os meses de Julho e Agosto, em parceria com a Escola de Pós-Graduação em Saúde e Gestão.

A campanha de formação, intitulada “Aproveite o Verão – Faça Formação”, é composta por nove cursos e tem como objectivo principal a actualização científica e prática em áreas como a Infecção por Vírus herpes Simplex, a Asma, a Diabetes, a Tosse, o Planeamento Familiar e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, entre outras.

De acordo com o a ANF, a campanha de formação tem também uma vertente social, uma vez que pretende “reforçar as competências dos farmacêuticos e das Farmácias, enquanto agentes prestadores de cuidados à comunidade”.

A iniciativa é dirigida aos farmacêuticos associados da ANF, que beneficiarão de descontos de 30% sobre o valor habitual destas acções de formação.

Para mais informações consulte:
http://www.anf.pt

Inês de Matos

Fonte: ANF