quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Agente imunossupressor sirolimus reduz tamanho de angiomiolipomas

Um estudo revelou que o fármaco para transplantes Rapamune (sirolimus, rapamicina), um agente imunossupressor, da Wyeth, reduz drasticamente o tamanho dos angiomiolipomas, após um ano de tratamento, mas destacou que os mesmos regressam se o tratamento for descontinuado.

No estudo, publicado na “New England Journal of Medicine”, a equipa liderada pelo Dr. John Bissler, do Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati e da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, testou o fármaco, normalmente utilizado para impedir a rejeição de órgãos e tecidos transplantados, em 25 voluntários.

Os investigadores descobriram que o fármaco normalmente reduziu o volume das excrescências em quase 50 por cento, nos 20 pacientes que atingiram a marca de um ano de tratamento. 11 dos pacientes com linfangioleiomiomatose pulmonar LAM que tomaram sirolimus demonstraram uma melhora de 10 a 15 por cento da função respiratória.

Após 12 meses o tratamento foi parado. Um ano depois, o tumor tinha voltado a crescer para 86 por cento do seu tamanho original. Contudo, o tratamento provocou efeitos secundários, incluindo úlceras da boca, diarreia, infecções respiratórias superiores e dores nas articulações.

O estudo não teve um grupo de controlo a receber placebo, por isso a efectividade do fármaco não pode ser comprovada.

A equipa do Dr. Bissler disse que é necessária mais investigação para determinar a segurança, efectividade e melhor dosagem do fármaco, para pacientes que precisam de ser tratados a longo prazo para uma doença progressiva e lenta.

Todos os pacientes do estudo tinham angiomiolipomas que surgiram do complexo da esclerose tuberosa, uma doença genética rara, ou da linfangioleiomiomatose pulmonar (LAM), uma doença pulmonar rara, que atinge exclusivamente as mulheres, e que se caracteriza pela perda progressiva da função pulmonar devido à invasão de tecido muscular anormal que obstrui as vias aéreas.

As duas doenças partilham uma mutação genética que afecta a activação da enzima mTOR, que é responsável pelo controlo e extensão das células. A rapamicina previne a actividade da mTOR, e interfere com os genes defeituosos que provocam as doenças raras.

Angiomiolipomas
Os angiomiolipomas são tumores benignos raros, constituídos por tecidos normalmente expressos no órgão atingido, mas em quantidade, disposição ou grau de maturação anormal. A histologia destes tumores caracteriza-se pela presença de tecido adiposo, fibras musculares e neovasos.
Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Forbes, www.apurologia.pt/acta/3-2003/angiomiolipoma.pdf

Codifar promove curso sobre “As Farmácias e o Novo Comércio Electrónico”

A Codifar, Cooperativa Distribuidora Farmacêutica, C.R.L., promove, a partir de dia 31 de Janeiro, o curso “As Farmácias e o Novo Comércio Electrónico”, uma formação que pretende preparar os farmacêuticos para os novos desafios que se colocam ao sector, face ao avanço das novas tecnologias.

Ministrado por uma equipa multi-disciplinar do meio universitário e profissional, o curso compreende três níveis de formação. O novo desafio ético lançado à moderna farmácia de oficina, a utilização recomendada da Internet no comércio retalhista de medicamentos e o alargamento da influência e do poder negocial da farmácia graças aos recursos digitais serão os principais temas em debate.

A formação realiza-se em horário pós-laboral, nas instalações da Codifar, em Lisboa. As inscrições podem ser efectuadas através do formulário disponível no portal www.tactimed.pt.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press, www.tactimed.pt.

Vacina Menveo para meningite apresenta resultados positivos em bebés

Um estudo revelou que um novo tipo de vacina para a prevenção da meningite, a Menveo, da Novartis AG, demonstrou potenciar a imunidade em crianças até seis meses de idade.

A vacina está direccionada a quatro estirpes, A, C, Y e W-135, da meningite meningocócica, uma doença bacteriológica potencialmente fatal, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que envolve a inflamação das membranas que rodeiam o cérebro e a espinal medula. Afecta principalmente bebés, particularmente aqueles com idades compreendidas entre os 3 e os 12 meses.

No estudo, publicado na “Journal of American Medical Association”, Matthew Snape e os colegas, da Universidade de Oxford, analisaram a segurança e eficácia da nova vacina, chamada MenACWY, em 421 bebés saudáveis do Reino Unido e Canadá.

As crianças do estudo receberam uma das três rotinas de dosagem ou uma injecção de uma vacina que só atinge a meningite C. A Menveo aumentou a imunidade para as quatro estirpes nos três grupos de diferentes dosagens, pelo menos 92 por cento dos bebés que receberam a vacina aos dois, três e quatro meses desenvolveram anticorpos para as quatro estirpes da meningite. Contudo, o grupo com dosagens menos frequentes apresentou menos protecção contra o serogrupo A.

Os investigadores revelaram ainda que o estudo demonstrou que a vacina aumentou a imunidade na infância, mas que não era grande suficiente para provar que é segura.

A vacina está actualmente em diversos ensaios de última fase, e a Novartis, que financiou o estudo, afirmou que pretende apresentar candidaturas para aprovação para adolescentes, na União Europeia e nos Estados Unidos, em 2008. A apresentação para bebés é esperada para 2009.

A companhia declarou que a Menveo é a única vacina meningocócica que demonstrou gerar protecção em bebés contra um largo leque de serogrupos, potencialmente preenchendo uma necessidade médica ainda não atendida.

Uma antiga vacina, actualmente licenciada nos Estados Unidos, oferece pouca protecção para bebés, que são os que estão mais em risco, de acordo com Snape.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, The Wall Street Journal Online