sábado, 8 de setembro de 2007

Vírus Tropical chega à Europa

Nos últimos dois meses a província italiana de Ravenna registou cerca de 200 casos de contagio com o vírus Chikungunya, uma doença infecciosa tropical, transportada para a Europa pelo mosquito Aedes albopicuts. Esta é a primeira vez que uma doença tropical chega à Europa e motivou já um alerta do Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC).

Um idoso de 83 anos terá morrido na sequência das picadas deste insecto e um outro homem está internado em coma, existindo fortes suspeitas de que tenha também sido picado pelo mosquito.

Conhecido como “a doença que paralisa”, o vírus provoca febres, dores crónicas, rigidez nas articulações e inchaços dos membros, podendo mesmo ser mortal. Após a picada ocorre uma infecção que dura entre três a cinco dias e a recuperação pode durar entre uma a 10 semanas.

Depois dos casos detectados em duas aldeias perto da cidade de Cervia, na região de Emilia Romagna, a 200 quilómetros de Roma, o ECDC decidiu emitir um alerta, de forma a exortar os turistas europeus, que viajem para a região, para o uso de repelentes e de redes mosquiteiras.

Apesar do alarmismo os habitantes da região não receiam o pior, pois como relembra o escritor Carlo Lucarelli, que vive na área afectada, "esta é uma zona que já teve de lidar com a malária. Atenção, sim, mas sem exagerar".

A Índia é o pais tropical com mais casos registados, só no ano passado foram detectados mais de 1 milhão de casos de infecção com o Chikungunya, para o qual não existe tratamento nem vacina.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias, Sol

Pfizer testa Sutent em combinação com Tarceva da Roche para cancro do pulmão

A Pfizer Inc. irá testar na Fase III do ensaio clínico o Sutent (sunitinib) em combinação com o Tarceva (erlotinib), da Roche Holding AG, como terapia para pacientes com cancro do pulmão de não pequenas células em estado avançado que já receberam tratamento anteriormente.

O estudo aleatório SUN 1087, que envolve 956 pacientes, irá comparar a sobrevivência geral daqueles a quem foi administrada a combinação de fármacos, em relação aos que tomaram Tarceva mais placebo. Este ensaio irá ainda avaliar a eficácia e a segurança do Sutent em combinação com o Tarceva no tratamento do cancro do pulmão avançado.

Os resultados preliminares de uma fase intermédia do ensaio, apresentados na conferência mundial da “Association for the Study of Lung Cancer”, em Seul, Coreia da Sul, forneceram informação acerca da segurança e tolerabilidade do Sutent em combinação com o Tarceva em pacientes com este tipo de cancro do pulmão. O fármaco também está a ser testado no cancro da mama avançado e no cancro colo-rectal avançado.

O Sutent, que atingiu vendas de 146 milhões de dólares no segundo trimestre de 2007, foi aprovado no ano passado nos Estados Unidos para tratar alguns pacientes com carcinoma de células renais e tumores do estroma gastrointestinal.

O cancro do pulmão é o principal tipo de cancro nos homens e mulheres em todo o mundo, segundo afirmou a Pfizer. Mais de metade dos que sofrem de cancro do pulmão de não pequenas células são diagnosticados depois da doença ter avançado e metastizado para outras partes do organismo.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, www.pfizer.com
II Workshop Nacional sobre Malária em Angola
Peritos recomendam combinações de fármacos


O II Workshop Nacional sobre Malária de Angola, que teve lugar entre quarta e sexta-feira da semana passada, terminou com uma recomendação no sentido da interdição da importação de produtos farmacêuticos que incentivem a monoterapia para o tratamento daquela doença, insistindo também na necessidade de maior investimento nas fases de diagnóstico, tratamento e gestão da situação nos municípios.

A recomendação da proibição de entrada no país de medicamentos que exortem a uma terapia tendo por base um único fármaco terá constituído uma das principais conclusões dos peritos que estiveram reunidos durante dois dias no Centro Nacional de Oncologia, no âmbito de um encontro que contou com a presença da directora nacional de Saúde Pública, Adelaide de Carvalho, na sessão de encerramento. Os congressistas, oriundos de 18 províncias de Angola, defenderam uma maior divulgação da política nacional de tratamento da doença entre parceiros, financiadores e doadores, preconizando um maior envolvimento em acções de formação em diagnóstico, tratamento e gestão do problema, que afecta significativamente o país.
O consultor do Programa Nacional de Luta contra a Malária, Telles Francisco, garantiu que o Coartem, novo medicamento para o combate à malária à base de combinações terapêuticas derivadas de artemisinina, encontra-se actualmente disponível para todos os grupos populacionais de Angola, acrescentando que, desde que aquele fármaco foi introduzido no esquema de tratamento dos doentes de paludismo angolanos, há cerca de um ano, 13 das 18 proivíncias do país estão a fazer uso dele, enquanto as restantes cinco têm recorrido ao Arsucam, que associa amodiaquina e artusinato. O responsável assevera que a totalidade do território nacional está coberta com pelo menos um destes medicamentos, recomendados desde 2006 pelo Programa Nacional de Luta contra a Malária, registando resultados positivos.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal de Angola»