sábado, 30 de junho de 2007

Primeiro Prémio Visão António Champalimaud entregue ao sistema indiano Aravind

A Fundação Champalimaud anunciou hoje que o sistema indiano Aravind Eye Care System foi o vencedor do primeiro prémio de Visão António Champalimaud, o maior prémio mundial no sector da oftalmologia e combate à cegueira.

O sistema Aravind, fundado em 1976, na Índia, por G. Venkataswamy, com a missão de combater a cegueira, integra actualmente cinco hospitais, um centro de produção de produtos oftalmológicos e uma fundação internacional de investigação e formação.

De acordo com a Fundação Champalimaud, "o Aravind integra as maiores e mais produtivas instalações do mundo para tratamento dos olhos", disponibilizando tratamentos oftalmológicos a milhões de pessoas. “Entre Abril de 2006 e Março de 2007, foram tratadas 2,3 milhões de pessoas e feitas 270.444 cirurgias".

O sistema indiano oferece serviços pagos, no entanto, disponibiliza também serviços gratuitos, essencialmente à população rural indiana.

O Prémio de Visão António Champalimaud no valor de um milhão de euros, é este ano atribuído pela primeira vez e o anúncio do vencedor está a ser feito através do site de vídeos You Tube.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Novo software aumenta precisão na análise de mamografias

Um software desenvolvido por investigadores brasileiros permite aceder gratuitamente, através da internet e em tempo real, a um diagnóstico preciso dos primeiros sintomas de cancro da mama. Os cientistas da Universidade de São Paulo, responsáveis pela inovação, acreditam que o CAD.Net evita a realização de biópsias desnecessárias em 80 por cento dos casos.

O protótipo do primeiro software detecta e classifica as estruturas possivelmente ligadas aos tumores malignos ou benignos e tem permitido fazer um diagnóstico exacto de mamografias, identificando as células cancerígenas em estado inicial. O sistema auxilia os profissionais na análise de radiografias digitalizadas e tem-se revelado mais eficiente do que o método tradicional a partir de negativos de raio-X.

Os médicos interessados podem digitalizar as mamografias e enviá-las para os especialistas através do site. Os exames são depois analisados por investigadores do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens Médicas e Odontológicas (LAPIMO).

“Com o CAD.Net, é possível identificar sinais da doença que nem sempre são percebidos pela avaliação médica manual ou pela mamografia”, salientou Michele Ângelo, autora da tese de doutoramento que deu origem ao protótipo elaborado pela Escola de Engenharia Elétrica de São Carlos.

O CAD.Net está disponível na internet 24 horas por dia e pode ser acedido através do site do LAPIMO, sendo para isso necessário um scanner de imagens digitais.

Marta Bilro

Fonte: Saúde Business Web, Link, ComuniWeb.

Nestlé autorizada a adquirir unidade da Novartis

A Comissão Europeia aprovou a proposta da Nestlé para adquirir a unidade de nutrição médica da farmacêutica suíça Novartis. A transacção, que envolve 1,88 mil milhões de euros, está sujeita a algumas condicionantes.

Por considerarem que o negócio entre as duas empresas suíças poderia pôr em causa a competição nos mercados de produtos de nutrição enteral (distribuídos através do trato intestinal) em França e Espanha, os responsáveis europeus só o autorizaram depois de estas terem abdicado das actividades nos países referidos.

De acordo com a entidade reguladora europeia, desta forma foram criadas condições para eliminar as preocupações relativas à concorrência e avançar com o negócio. “À luz destes compromissos, a Comissão concluiu que a proposta de transacção não iria impedir a competição efectiva na Zona Económica Europeia ou em qualquer parte dela”, relataram os responsáveis.

Desta forma a Nestlé passará a deter marcas de suplementos nutritivos, onde se incluem a Boost e a Resource, ou a Optifast no ramo dos produtos dietéticos. Numa oferta separada a Nestlé demonstrou também interesse pela Gerber, a unidade da Novartis dedicada à alimentação infantil.

A operação comercial vai colocar a Nestlé no segundo lugar, a nível global, entre os fornecedores de alimentos especiais para pacientes hospitalares. Os responsáveis da Nestlé já afirmaram que os dois mil funcionários da Novartis, que actualmente trabalham na unidade de medicina nutricional, em Gland, na Suíça, deverão juntar-se à empresa de forma a ampliar a sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Herald Tribune, Lukor.

Synagis pode contribuir para reduzir complicações respiratórias em prematuros

Um novo estudo publicado no “Journal of Pediatrics” indica que o Synagis (palivizumab) poderá contribuir para reduzir as complicações respiratórias recorrentes em crianças prematuras.

A Abbott e a MedImmune anunciaram os resultados de um novo estudo, publicado na edição de Julho do “Journal of Pediatrics”, que demonstra que o tratamento com Synagis (palivizumab) poderá reduzir quase para metade as complicações respiratórias recorrentes nas crianças prematuras.

O Synagis é uma terapia biológica conhecida como um anticorpo monoclonal administrado mensalmente nas crianças prematuras para prevenir as infecções graves do tracto respiratório inferior causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções víricas nas crianças. As complicações respiratórias ou sibilos são reconhecidos através de um assobio produzido quando o ar passa pelas vias respiratórias, que se estreitam por causa da inflamação ou espasmos musculares.

Especificamente, o estudo demonstrou que as crianças prematuras, que não sofrem de doença crónica do pulmão, e que receberam Synagis antes do estudo, experimentaram uma redução de 49 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes, em relação aos prematuros que não receberam Synagis. O estudo, com a duração de dois anos, permitiu descobrir que se tinha conseguido uma redução de 51 por cento na incidência de complicações respiratórias recorrentes no grupo do Synagis, em comparação com as crianças que não receberam o tratamento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 64 milhões de pessoas são infectadas com VSR todos os anos e 160 000 irão morrer devido a esta doença. Aproximadamente metade de todas as crianças são infectadas por VSR durante o primeiro ano de vida, e quase todas serão infectadas, pelo menos uma vez, até completarem o segundo aniversário.

As infecções por
VSR manifestam-se normalmente como sendo uma infecção do tracto respiratório superior com sintomas semelhantes aos de uma constipação. Nas crianças prematuras a inflamação apresenta um risco acrescido de progressão da infecção para o tracto respiratório inferior, pelo que é frequente a hospitalização, ventilação mecânica e cuidados intensivos. Para além das consequências agudas da infecção, os dados epidemiológicos sugerem uma relação entre hospitalização associada ao VSR inicial e complicações respiratórias crónicas, tais como sibilos recorrentes e asma, que poderiam chegar até à adolescência.

O Synagis, quando administrado a prematuros como profilaxia do
VSR, tinha demonstrado anteriormente uma redução de 55 por cento nas hospitalizações devido ao VSR. Os investigadores do actual estudo puseram a hipótese de o Synagis, ao prevenir as doenças graves provocadas pelo VSR, poder ser responsável pela redução das complicações respiratórias recorrentes ao longo da vida.

Na recente pesquisa, os investigadores estudaram um grupo de prematuros (nascidos com menos de 35 semanas de gestação) que receberam, pelo menos, três doses de Synagis para a profilaxia do
VSR, durante o primeiro ano de vida, e um grupo semelhante que não recebeu tratamento com Synagis. O grupo do Synagis tinha 191 prematuros com menos de 36 meses e que não estavam hospitalizados por causa do VSR. O grupo de controlo era formado por 230 prematuros que foram emparelhados cronologicamente por idade e por gestação: 76 foram hospitalizados com VSR, ao contrário de 154. Os sujeitos do estudo submeteram-se a um acompanhamento durante 24 meses, sendo a idade média de 19 meses.

O principal objecto deste estudo foi a incidência de complicações respiratórias recorrentes, definidas por três ou mais episódios nos 12 meses posteriores. Um episódio de complicações respiratórias define-se por um ou mais dias consecutivos de complicações, precedidos e seguidos por um período saudável de, pelo menos, uma semana.

Depois do acompanhamento destas crianças durante dois anos, os resultados demonstraram que a incidência de complicações respiratórias recorrentes foi 49 por cento inferior nas crianças que receberam Synagis, em comparação com os que não receberam (13% versus 26%, p=0,001). Houve também significativamente menos complicações respiratórias diagnosticadas por médicos no grupo que recebeu Synagis (8% versus 16%, p=0,011).

O Synagis foi aprovado para comercialização nos Estados Unidos em 1998, na Europa em 1999 e no Japão em 2002, estando actualmente disponível em 62 países.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.abbott.com

Exposição ao fumo passivo pode provocar cancro do pulmão

Ao mesmo tempo que Portugal acaba de aprovar a nova Lei do Tabaco, um estudo norte-americano revela que breves exposições ao fumo passivo, em bares e restaurantes, podem provocar a acumulação no organismo de níveis consideráveis de uma toxina responsável pelo cancro do pulmão. A conclusão resulta de uma investigação realizada por cientistas do “Multnomah County Health Department”, no Oregon.

O estudo, que analisou um grupo de trabalhadores não-fumadores, observou que aqueles que trabalhavam num bar ou restaurante onde era permitido fumar tinham mais probabilidades de possuir níveis de uma substância cancerígena no organismo relacionada com o desenvolvimento do cancro do pulmão, do que os que eram funcionários de estabelecimentos livres de fumo.

Conforme explicou Michael Stark, um dos responsáveis pela pesquisa, a referida substância “só é encontrada no organismo dos fumadores ou daqueles que respiram o fumo de outras pessoas”. O estudo envolveu 52 não fumadores que estavam expostos ao fumo nos locais de trabalho e comparou os resultados com os de 32 não fumadores que trabalhavam em locais sem fumo.

Os trabalhadores forneceram amostras de urina imediatamente antes de cada turno, o que permitiu aos cientistas detectar que 75 por cento dos participantes que tinham trabalhado num estabelecimento onde fumar era permitido continham níveis da substância carcinogénea no organismo.

“Quatro em cada cinco pessoas pertencentes ao grupo dos não fumadores que trabalhavam num ambiente com fumo tinham vestígios da substância química fatal no organismo e, por cada hora que trabalhavam, o nível aumentava 6 por cento”, referiu Stark. Outros estudos demonstraram que os não fumadores expostos ao fumo passivo correm um risco 20 por cento maior de desenvolver cancro do pulmão e um risco acrescido de sofrer de asma e complicações perinatais, no caso das mulheres.

Os malefícios não se ficam por aqui, segundo os especialistas, os fumadores passivos estão expostos a mais de quatro mil substâncias químicas, das quais 69 podem provocar cancro. Por sua vez, os regulamentos sobre a limpeza do ar no interior dos espaços fechados protegem cerca de 70 por cento dos trabalhadores da exposição ao fumo do tabaco, conclui a mesma investigação.

A nova Lei do Tabaco, aprovada no dia 28 de Junho, no Parlamento português, parece vir em defesa dessa camada de trabalhadores, uma vez que prevê que cada proprietário possa decidir se o seu estabelecimento será para não fumadores, para fumadores ou para ambos, desde que fique garantida a qualidade do ar para os não fumadores.

Marta Bilro

Fonte: Medical News, The Vancouver Sun, eMaxHealth.

Infarmed recebe autoridades europeias dos medicamentos

Reuniões decorrem nos dias 10 e 11 de Julho em Lisboa

O grupo dos Chefes das Agências de Medicamentos da União Europeia (UE) vai reunir-se, em Lisboa, nos próximos dias 10 e 11. O Infarmed (Antoridade Nacional do Medicamento) acolhe o encontro que, decorrerá já, sob a égide da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Trata-se de uma reunião de dirigentes máximos (ou seus representantes) das agências que, na Europa, regulam os medicamentos de uso humano e de uso veterinário.

A missão é dedicar especial atenção à liderança de processos no âmbito do Sistema Regulamentar Comunitário de Medicamentos e assegurar um fórum de troca de opiniões sobre assuntos do interesse comum.

Os Chefes das Agências de Medicamentos da UE (Heads of Medicines Agencies - HMA) e da Área Económica Europeia (EEA - Islândia, Liechtenstein e Noruega) da Comissão Europeia e da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) reúnem-se duas vezes por presidência. Deste modo, a primeira discussão está agendada para os dias 10 e 11 de Julho e, a segunda, para os dias 6 e 7 de Novembro, no Funchal (Madeira).

O encontro das autoridades europeias tem como finalidade discutir sobre questões políticas e estratégicas relacionadas com os medicamentos de uso humano e veterinário, com vista a reforçar a Saúde Pública na Europa.


Questões de natureza política e estratégica relacionadas com a autorização, segurança e qualidade dos medicamentos de uso humano e veterinário serão temas igualmente discutidos, assim como, medidas de melhoria da eficiência e de desempenho da rede europeia do medicamento. Está ainda prevista a adoptação de programas conjuntos de divisão e partilha de trabalho.


Em particular, o grupo assegura: apoio ao sistema comunitário através da contribuição com recursos profissionais e científicos de elevada qualidade; a formulação de uma perspectiva equilibrada no funcionamento dos procedimentos de autorização europeus bem como nas suas implicações para as agências dos Estados membros; a capacidade de liderança e uma visão global do procedimento de reconhecimento mútuo no âmbito do sistema europeu; reflexão e proposta de soluções práticas para fazer face aos problemas que emergem no sistema, os quais afectam os Estados membros.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed/HMA

Universidade do Algarve recebe XI Simpósio Europeu de Reactividade Orgânica

A Universidade do Algarve vai receber, de 1 a 6 de Julho, o XI Simpósio Europeu de Reactividade Orgânica, que deverá contar com a presença de mais de 250 químicos, oriundos dos quatro cantos do mundo.

O evento que irá ter lugar no Campus de Gambelas, da Universidade do Algarve, em Faro, pretende aprofundar o estudo da reactividade dos sistemas químicos, nomeadamente ao nível dos efeitos dos medicamentos, mas também no que respeita à sua interacção com o ADN humano.

O simpósio, considerado o maior evento cientifico na Europa, nasceu de uma parceria entre a Universidade do Algarve e do Centro de Ciências do Mar e apresenta em cartaz temas também relacionados com o ambiente, como a discussão das estratégias para sintetizar compostos sem recurso a solventes poluentes.

“Quando falamos de reactividade orgânica, falamos do estudo da estrutura de sistemas químicos e das suas reacções, conhecimento que depois vai poder ser aplicado em áreas tão fundamentais como as ciências da saúde ou o desenvolvimento de novos materiais com potenciais novas aplicações”, explica a Prof. Maria de Lurdes Cristiano, responsável pela organização do evento em Portugal.

De acordo com a responsável, o simpósio vai “potenciar o intercâmbio de ideias e, sobretudo, proporcionar novas colaborações internacionais”, permitindo também maior visibilidade para a investigação cientifica portuguesa.

A sessão de abertura está marcada para as 09:00 horas do dia 2 de Julho, devendo contar com a presença de diversos especialistas de renome mundial.

A Universidade do Algarve disponibiliza o programa do simpósio e a toda a informação sobre o evento, no site www.ualg.pt/esorxi.

Inês de Matos

Fonte: Região Sul, Universidade do Algarve