quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Alergias urbanas não contribuem para o agravamento da asma nos adultos

Grande parte da população asmática adulta, residente no centro das áreas urbanas, sofre de alergias diversas típicas destas zonas, ao pó e a animais por exemplo. No entanto, de acordo com um novo estudo norte americano esta sensibilidade parece não contribuir para o agravamento do estado asmático.

Juan P. Wisnivesky, responsável pela investigação, adiantou que as conclusões do estudo não corresponderam às expectativas que a equipa tinha à partida, pois esperavam encontrar um relação entre as alergias e os tipos mais graves de asma, como acontece nas crianças, o que não sucedeu.

Os investigadores observaram 245 indivíduos adultos, habitantes no centro de uma área urbana, na sua maioria mulheres, que sofriam de asma persistente. Foram realizados diversos testes para avaliar a sensibilidade a algumas alergias típicas das áreas urbanas, a baratas, aos ácaros do pó, gatos e ratos. Os resultados mostraram que 152 indivíduos, (62 por cento) apresentaram um resultado positivo em pelo menos uma destas alergias.

Todavia, os resultados de um questionário destinado a avaliar a gravidade da asma mostraram que a doença não atinge um estado significantemente avançado nos indivíduos que apresentaram uma reacção alérgica num ambiente tipicamente urbano.

Apesar dos resultados, os investigadores avisam que estas alergias representam sempre um forte contributo para o aparecimento da asma. “O facto é que estes factores podem ser mais relevantes para as crianças do que para os adultos”, adianta Wisnivesky.

Na opinião do investigador, este estudo representa um importante passo para que se passe a prestar maior atenção a outros factores, para além do meio ambiente em que os pacientes estão inseridos, como a forma de inalação dos corticosteroides, concedendo mais informação, de forma a que os paciente compreendam que a asma é uma doença crónica.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Indústria farmacêutica «de olho» nas fontes hidrotermais

Açores: cientistas procuram descobrir propriedades anti-cancerígenas nos organismos férteis e em espécies únicas de profundidade

As fontes hidrotermais no Atlântico estão a merecer a atenção da indústria farmacêutica. A garantia é dada pelo cientista Ricardo Serrão Santos afirmando que, hoje, Portugal “dá cartas no Mundo” na investigação científica destes campos a grande profundidade.

Em todo o mundo, cada vez mais, os laboratórios farmacêuticos estão associados às grandes missões científicas. A indústria financia parte dos trabalhos e, mais tarde, procura tirar o lucro das descobertas.

Em declarações à agência Lusa, o director do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, considerou que um dos objectivos da investigação científica “é encontrar respostas para sectores como a medicina e a indústria farmacêutica, que continuam a financiar as grandes missões aos campos hidrotermais dos oceanos.”

Asseverando que Portugal “dá cartas no mundo em termos de investigação científica nas fontes hidrotermais”, Ricardo Serrão Santos sustentou com o facto de o País ser “o nono em termos de produtividade de artigos científicos.”

Estudo genético de mexilhões

O investigador frisou que a prestação portuguesa deve-se ao papel da Universidade dos Açores, reforçando a existência de domínios específicos em que a UA é mesmo a primeira a nível mundial, nomeadamente, “no estudo dos mexilhões das hidrotermais, porque instalou na Horta um laboratório único que lhe permite fazer estudos sobre fisiologia e genética.”

Ricardo Serrão Santos destacou a recente aprovação pela Convenção OSPAR (entidade encarregue da protecção marinha no Atlântico) das fontes hidrotermais de profundidade existentes ao largo das ilhas açorianas. Para o director do DOP, o campo «Rainbow» (situado a 2.300 metros de profundidade) “trata-se de uma área muito importante”, salientando “trazer uma mais valia” para a investigação científica.

De acordo com a explicação do cientista, trata-se de uma fonte “fértil em espécies únicas, que suscitam o interesse dos investigadores, que procuram descobrir propriedades anti-cancerígenas nos organismos de profundidade.”

Recordando que Portugal poderá vir a ter jurisdição sobre uma área do fundo do mar até 350 milhas náuticas (mais 150 milhas do que a actual Zona Económica Exclusiva) o investigador defendeu o investimento de Portugal na construção de um submersível “para que possa ter alguma autonomia na investigação que faz”, concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa/DOP-UA

EMBARGO até às 20h de hoje

Estudo de quatro investigadoras portuguesas na «Science»
Medir a resistência a tratamentos e antibióticos


Isabel Gordo, Lília Perfeito, Lisete Fernandes e Catarina Mota, investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência, com sede em Oeiras, são autoras de um estudo que poderá ter grande impacto na saúde pública. Em causa está a descoberta de que as bactérias se adaptam a uma velocidade mil vezes superior à estimada até aqui, que poderá ajudar a medir a capacidade de resistência dos microrganismos a tratamentos e antibióticos. O estudo «Adaptive mutations in bacteria: high rate and small effects» é publicado na edição desta sexta-feira da revista «Science».

Isabel Gordo, investigadora que conduziu o estudo, totalmente financiado e feito em Portugal, explicou à Agência Lusa que “as bactérias adaptam-se muito mais rapidamente do que até agora se admitia”, concretizando que a velocidade a que essa adaptação ocorre é superior em cerca de mil vezes à estimada. A equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência utilizou uma técnica para identificar as mutações das bactérias que lhes conferem vantagens na capacidade de resistência, o que demonstra que aqueles organismos têm potencial adaptativo extraordinariamente elevado. A cientista considerou que este estudo é “um contributo substancial para a compreensão de um problema central na teoria da evolução”.
A mesma responsável assegura que as implicações práticas desta descoberta ao nível da saúde pública têm a ver essencialmente com a resistência das bactérias aos tratamentos e antibióticos prescritos para fazer face a determinadas doenças, asseverando que “seriam precisos cerca de 20 mil anos para tirar conclusões de um processo semelhante na espécie humana, uma vez que o estudo analisou mil gerações de bactérias” (nos humanos a separação entre gerações é de cerca de duas décadas). Esta é a quinta publicação do Instituto Gulbenkian de Ciência na revista «Science» e em títulos do grupo «Nature» só no decurso deste ano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Instituto Gulbenkian de Ciência, página pessoal de Isabel Gordo (http://eao.igc.gulbenkian.pt/EB/EB_Isabel.html) e site de investigação do Instituto Gulbenkian de Ciência (http://www.igc.gulbenkian.pt/research/unit/61).

Nova terapia fotodinâmica para Doença de Bowen

Cientistas garantem melhor recuperação do doente com tumor cutâneo

Uma equipa de investigadores brasileiros anunciou a descoberta de um tratamento alternativo para a Doença de Bowen (um tipo de cancro de pele). Trata-se de uma terapia fotodinâmica, não cirúrgica, e que, garantem, resulta na melhor recuperação do doente.

A nova alternativa para o tratamento da Doença de Bowen - uma forma de carcinoma de células escamosas confinado à epiderme – foi alvo de investigação, ao longo de seis meses, por uma equipa do Serviço de Dermatologia do Hospital da PUC-Campinas (Brasil), que assegura “a melhor recuperação do doente.”

De acordo com os especialistas em dermatologia, o trabalho consistiu em relatar “a cura clínica e histológica” da Doença de Bowen através da terapia fotodinâmica (TFD) “um tratamento não cirúrgico, que não deixa cicatriz e que trata, também, as lesões não visíveis ao médico”, informaram.

Esclarecendo que para a realização da TFD é necessária a aplicação de uma substância que se impregna nas células cancerígenas após algum tempo, os investigadores desvendaram o processo: "Antes de iniciar a exposição é possível identificar mais precisamente os limites da doença, por meio de uma iluminação especial (lâmpada de Wood). Em seguida, com a exposição à luz, essas células impregnadas pela substância (inclusive as das margens mais difíceis de delimitar) são conduzidas à morte e, com isso, à cura da lesão."

Sylvia Ypiranga Rodrigues, investigadora envolvida no estudo da TFD, referiu que um doente pode realizar até duas sessões. Segundo explicou a dermatologista, a doença surge associada, principalmente, à a exposição solar, mas também, a factores genéticos e ao tabagismo."

Portugal: 800 casos anuais

Correm maior risco de contrair esta doença as pessoas que sofreram de queimaduras solares na infância e adolescência, as pessoas com pele, olhos e cabelo claros e antecedentes de cancro de pele na família e os trabalhadores ao ar livre (pescadores, trabalhadores agrícolas, construção civil, por exemplo).

A Doença de Bowen é uma forma de tumor cutâneo maligno, cujos principais sintomas são uma mancha avermelhada, espinha e ferida que não cicatriza. A incidência está a aumentar em Portugal e em mais de 90% dos casos a doença tem origem no Sol. Actualmente, estima-se que, cerca de 800 novos casos surjam por ano.

Raquel Pacheco
Fontes: SEGS - Portal Nacional de Seguros & Saúde/Manual Merck/Infocancro.com

Grávida obesa potencia problemas congénitos

Estudo indica que risco de malformações aumenta de 3% para 4%

O excesso de peso de uma grávida pode representar um risco para o bebé. Um estudo feito por investigadores norte-americanos sugere que as mulheres obesas que engravidam têm mais hipóteses de ter filhos com problemas congénitos. A falta de membros e corações malformados são alguns dos exemplos…

A investigação feita pelos cientistas da University of Texas (Estados Unidos) – noticiada na BBC - é considerada “a maior e mais abrangente” sobre a matéria: ao longo de um período de cinco anos foram entrevistadas mais de 15 mil mães - 10 mil que deram à luz filhos com problemas e cinco mil que tiveram crianças saudáveis. As mulheres tinham de informar aos cientistas o peso e a altura que tinham quando ficaram grávidas.

Analisadas as informações, a equipa liderada por Kim Walker constatou que sete tipos de problemas eram mais comuns em bebés de mulheres obesas. Segundo afirmou o cientista, os resultados confirmam a conexão: “O risco de ter bebés com graves problemas congénitos aumenta de 3%, no caso de mulheres de peso saudável, para 4%, entre as obesas.”

Os especialistas revelaram que alguns dos problemas detectados foram a espinha bífida (falha na formação das vértebras na coluna do feto), anormalidades genitais e de intestino, além de atrofia ou falta de dedos dos pés e das mãos, braços e pernas.

Ressalvando que a obesidade pode não ser o factor directo relacionado às malformações, os investigadores admitem ponderar ainda a interferência da dieta da mãe obesa durante o período gestacional. “Não temos uma explicação conclusiva sobre os resultados, pois será precisarão de ser analisados noutro estudo”, rematou Walker.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC

Next Safety vaticina fim da era do tabaco

Dispositivo inovador de distribuição de nicotina começará a ser testado

Um dispositivo pulmonar - inovador na distribuição de nicotina - vai começar a ser testado no próximo dia 14. O aparelho pertence à empresa Next Safety e é apresentado como um “substituto” do tabaco, mas sem carcinógeneos.

Comprovada a eficácia do novo aparelho face aos cigarros, a empresa norte-americana anunciou o início da fase de experimentação em humanos para a semana. Garantindo que o dispositivo “é diferente dos outros produtos à base de tabaco”, a Next Safety, Inc. sublinha que uma das mais valias do dispositivo é a ausência de carcinógenos.

Segundo esclareceu a empresa, os dispositivos serão testados “com a finalidade de seleccionar jornalistas em Boston (dias 14 e 15 de Agosto); em Washington (dias 16 e 17); e em Nova Iorque (dia 20), informando ainda que realizará um debate, dia 21, em Nova Iorque, que contará com a participação de pneumonologistas, oncologistas, jornalistas, representantes das principais companhias de tabaco e fumadores e não fumadores.

A Organização Mundial de Saúde prevê que as mortes provocadas pelo tabaco aumentem 53 por cento até 2030. O cancro do pulmão é a segunda maior causa de morte em todo o mundo, estimando-se que, os actuais 600 milhões de fumadores, morrerão prematuramente devido ao vício. Em Portugal, de acordo com os números da Marktest, morrem 12 mil pessoas todos os anos.

Raquel Pacheco
Fonte: PR Newswire/www.nextsafety.com/Performance Online

Comissão Europeia promove consulta pública sobre sector farmacêutico

A Comissão Europeia (CE) lançou uma consulta pública sobre o futuro do sector farmacêutico no espaço comunitário. O objectivo é perceber os desafios que se colocam à indústria e definir a melhor forma de os enfrentar, referem as directivas da entidade europeia.

“O Futuro dos Medicamentos para Uso Humano na Europa”, documento emitido no âmbito do programa de melhoria de regulação do sector - a que o Farmacia-com.pt teve acesso - enumera os desafios que actualmente se colocam à indústria respeitantes à globalização, ao funcionamento do mercado interno e aos avanços científico-tecnológicos.

A crescente emergência de ameaças à saúde global, o aumento do número de medicamentos contrafeitos e a pandemia da gripe, aliados ao surgimento de novos protagonistas a nível global aumentam a necessidade de intensificar a cooperação internacional. Para fazer face à globalização a CE acredita que é necessário alterar o centro de gravidade da indústria de investigação e desenvolvimento que está muito concentrada nos Estados Unidos da América e na Ásia. A Europa deve, por isso, esforçar-se para reconquistar o território que lhe pertenceu durante a maior parte do século XX, quando era porto de abrigo da inovação farmacêutica.

No mercado interno europeu há ainda entraves ao livre movimento de produtos medicinais, barreiras que, segundo a CE, devem ser eliminadas através de requisitos de monitorização mais eficientes.

A Comissão destaca ainda a emergência das novas tecnologias, terapias e fármacos, entre os quais se incluem a medicina regenerativa, os tratamentos personalizados e o desenvolvimento da nanomedicina, que estão a alterar o funcionamento de todo o sector farmacêutico. A consulta pública, que termina a 12 de Outubro, deverá originar sugestões de medidas que podem ser implementadas para melhorar a segurança destes produtos dentro do espaço comunitário.

Assim, a CE pretende ouvir as sugestões de associações de pacientes, autoridades dos Estados-Membros, organismos internacionais, associações da indústria e empresas privadas (no ramo da inovação, dos genéricos e do sector da auto-medicação), profissionais de saúde ou qualquer outra pessoa ou entidade legal interessada nesta área. Aqueles que pretenderem oferecer o seu contributo devem enviar um e-mail para o endereço nicolas.rossignol@ec.europa.eu. Todas as sugestões serão disponibilizadas on-line no portal da União Europeia.

Marta Bilro

Fonte: iGov, “The Future Of Pharmaceuticals For Human Use In Europe”.

Apotex vai produzir genéricos anti-HIV para o Ruanda

A Apotex, empresa canadiana de genéricos, recebeu autorização para produzir a primeira versão similar de medicamentos anti-HIV. Os fármacos têm como destino o Ruanda e é lá que deverão chegar em Novembro, depois de um programa especial, criado pelas autoridades canadianas, ter permitido que empresas de genéricos produzam cópias de medicamentos de marca para fornecer os países pobres.

O consentimento dado pela GlaxoSmithKline (GSK), detentora dos direitos de patente de duas moléculas presentes na composição dos medicamentos, vai permitir criar um antiretroviral para o tratamento dos 250 mil pacientes infectados com HIV, no Ruanda. De acordo com o director executivo da empresa, Paul Lucas, esta decisão insere-se no compromisso da empresa de combater a crise mundial relacionada com a Sida.

O programa “Acesso a Medicamentos 2004” dá luz verde ao governo para autorizar a produção de determinados medicamentos patenteados, com o objectivo de os exportar para países onde a escassez de medicamentos abunda, de forma a ajudar a controlar a pandemia. Porém, a iniciativa tem vindo a ser alvo de críticas por alguns activistas, uma vez que, desde a sua implementação, há três anos, ainda não foi exportado um único comprimido.

A farmacêutica britânica concordou em abdicar dos royalties do produto já que a Apotex vai fornecer o medicamento sem obter qualquer lucro. Caso se concretize, este acordo vai permitir que sejam enviadas 15 a 16 mil comprimidos do antiretroviral produzido pela Apotex, o suficiente para tratar 21 mil ruandeses durante um ano ou 200 mil durante um mês, afirmou Elie Betito, director do departamento de assuntos públicos e governamentais da empresa.

No entanto, o responsável adverte que é ainda necessário chegar a acordo com um outro grupo que detém os direitos de patente sobre a nevirapina, fármaco que também está incluído na terapia de tripla combinação anti-HIV.

Marta Bilro

Fonte: CTV.ca, The Globe and Mail.

Conjuntivite viral: Crianças mais vulneráveis durante o inverno

Especialista alerta para a importância de distinguir os sintomas

Propícias a ambientes populosos e às temperaturas invernais, a gripe e as conjuntivite encontram nas crianças um alvo fácil para a sua disseminação. Face a um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, as formas virais de conjuntivite tornam-se comuns na infância e caracterizam-se frequentemente pelos olhos lacrimejantes, olhos colados ao acordar, pálpebras inchadas ou aversão à luz. Para não pôr a visão em risco é preciso estar atento aos sintomas e evitar a colocação de um mero colírio adquirido na farmácia.

De acordo com Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, é necessário analisar a situação e avaliar que se trata realmente de uma conjuntivite viral. Até porque, segundo afirma, esta inflamação é fácil de distinguir por produzir uma secreção transparente. No caso da conjuntivite bacteriana, mais comum no verão, a secreção torna-se amarelada. Utilizar colírio antibiótico para tratar a conjuntivite viral é um erro frequente cometido por 3 em cada 10 pacientes, refere o especialista. Uma falha de diagnóstico que pode sair cara, já que, para além do antibiótico não surtir efeito, o paciente torna-se resistente ao fármaco e pode desenvolver ceratite tóxica.

O tratamento ideal para a conjuntivite viral, defende Queiroz Neto, é aplicar compressas nos olhos feitas com gaze e água filtrada quente, já que os vírus se tornam mais resistentes em ambientes frios. Em casos mais graves é utilizada uma terapia com lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais.

No que diz respeito à conjuntivite alérgica, as compressas colocadas sobre o olho devem estar frias, porém, qualquer desconforto deve ser comunicado ao médico numa consulta oftalmológica. O tempo seco e a poluição fazem com que a mucosa ocular fique ressequida, contribuindo para o aparecimento da conjuntivite alérgica e do olho seco. É por isso que Queiroz Neto sugere a colocação de recipientes com água nas diversas divisões da habitação e junto da cama durante o sono, como forma de aliviar a baixa humidade do ar. O aumento do consumo de líquidos também ajuda a evitar esta situação, bem como evitar as plantas, os animais com pelo e as almofadas de penas, mantendo o ambiente arejado e limpo.

A conjuntivite viral surge geralmente num contexto epidémico (um aperto de mão a pessoa atingida, a limpeza das mãos a uma toalha contaminada), mas também por auto-contaminação (quando estamos com gripe, o vírus pode infectar os olhos). Evitar a partilha de toalhas e maquilhagem, assim como trocar diariamente as fronhas das almofadas e usar lenços descartáveis são dicas importantes que devem ser consideradas. Para além disso, os utilizadores de lentes de contacto devem redobrar os cuidados durante o inverno, uma vez que a diminuição do filme lacrimal os torna mais vulneráveis à conjuntivite papilar gigante que provoca ardor, comichão, aversão à luz e redução da acuidade visual. O tratamento implica a não utilização das lentes, a aplicação de compressas geladas e de um colírio corticóide.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do farmácia-press, ABC da Saúde, Manual Merck.

Merck perde recurso em caso que envolve Vioxx

Indemnização é superior a 9 milhões de euros

Um tribunal da Nova Jérsia confirmou o veredicto contra a farmacêutica Merck, que tinha apresentado recurso num caso em que foi condenada a pagar 9,88 milhões de euros a um casal que processou a empresa por danos causados pela toma do anti-inflamatório Vioxx (Rofecoxib).

O juíz Carol Higbee recusou o pedido interposto pela Merck que requeria a realização de um novo julgamento ou uma redução do valor da indemnização que incluía uma recompensa para o júri no valor de 6,6 milhões de euros. A justiça norte-americana ordenou ainda a restituição de 1,5 milhões de euros ao casal, relativos a custos de processo e despesas com o advogado e 1.886 euros, por dia, em juros.

“A Merck alega que põe os interesses dos doentes em primeiro lugar. Penso que isso não se aplica aos que sofreram um ataque cardíaco em resultado da toma de Vioxx”, afirmou o advogado dos queixosos, Jerry Kristal.

O processo que opõe John e Irma McDarby ao laboratório norte-americano remonta a 2005 quando John McDarby, que utilizou Vioxx durante quatro anos, sofreu um ataque cardíaco. Este é apenas um entre os cerca de 10 mil processos judiciais que a Merck enfrenta actualmente.

O Vioxx foi retirado do mercado em Setembro de 2004, quando um estudo interno demonstrou que após 18 meses de tratamento, a toma do medicamento aumentava o risco de acidentes cardiovasculares.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg

Nanotherapeutics desenvolve vacina oral anti-HIV através de nanopartículas

A Nanotherapeutics, empresa norte-americana especializada no ramo da nanotecnologia, vai utilizar um sistema inovador de distribuição de medicamentos por nanopartículas para desenvolver uma vacina peptídica oral anti-HIV. O projecto surge através de um acordo estabelecido com o Insittuto Nacional de Cancro (NCI) dos Estados Unidos da América.

A empresa vai utilizar a sua tecnologia de distribuição de medicamentos NanoDry para desenvolver uma candidata a vacina peptídica oral que tem como alvo o trato gastrointestinal inferior. Em declarações à US-PharmaTechnologist.com, o presidente e co-fundador da Nanotherapeutics, James Talton, revelou que a fórmula actual da vacina, desenvolvida pela unidade de vacinas do NCI, não estava a demonstrar uma resposta imunológica tão elevada como era esperado nos ratos e o NCI pretendia que a vacina fosse desenvolvida numa fórmula oral.

A Nanotherapeutics vai criar uma fórmula da vacina que permita que a molécula candidata permaneça no interior de uma cápsula em forma de nanopartículas que, por sua vez, é envolvida numa cápsula com uma partícula sensível ao pH que tem como alvo o trato gastrointestinal inferior, posteriormente incorporado dentro da cápsula. As nanopartículas serão compostas por um copolímero sintético biocompatível e biodegradável, que em estudos tem demonstrado ser eficazmente absorvido pelas células imunes do trato gastrointestinal, a mesma área que a vacina tem como alvo. Conforme explicou Talton, “este tipo de moléculas demonstrou capacidade para atingir áreas específicas do trato gastrointestinal dependendo da forma como são embaladas”.

De acordo com Talton, a fórmula oral da vacina, que será testada em ratos ainda este ano, tem várias vantagens. Para além da técnica de distribuição dirigida, a vacina comporta níveis altos de absorção pelas células imunes alvo, é não invasiva e fácil de produzir. A fórmula oral da vacina promete torná-la potencialmente mais eficaz do que outras vacinas anti-HIV.

O acordo de cooperação em investigação e desenvolvimento entre a Nanotherapeutics e o NCI marca um avanço importante na história das duas entidades e o desenvolvimento de novas vacinas anti-HIV. “Temos estado interessados em trabalhar com o NIC. Porém, não é fácil consegui-lo. Estamos muito lisonjeados por terem vindo ter connosco e proposto uma parceria. Isto ajuda a publicitar o ramo das nanopartículas orais”, acrescentrou Talton.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com, US-PharmaTechnologist.com.

China investe €1,23 mil milhões para garantir segurança dos medicamentos

À medida que os olhares internacionais se debruçam sob a indústria farmacêutica asiática, o controlo torna-se cada vez mais rigoroso e exigente. Recentemente, a Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA) anunciou medidas mais rígidas no que toca à aprovação de medicamentos, bem como sanções mais pesadas para os produtores de substâncias falsas. Agora, a China promete investir 1,23 mil milhões de euros para fortalecer o sector, cujas práticas têm vindo a ser amplamente questionadas.

Como parte de um esforço de correcção, o país pretende tornar o sistema verdadeiramente eficiente no que diz respeito à monitorização da qualidade dos alimentos e fármacos produzidos dentro das suas fronteiras. Para que tais intenções se concretizem a China tem tentado consertar algumas práticas duvidosas de forma a angariar pontos para a sua reputação e modificar uma visão generalizada a nível internacional que a engloba no cenário dos produtores de medicamentos contrafeitos e inseguros.

O fundo monetário, disponibilizado pelos governos central e locais, deverá ser aplicado na melhoria das infra-estruturas de controlo de segurança dentro dos próximos três a cinco anos, afirmou Yan Jiangying, porta-voz da SFDA, numa conferência de imprensa em Pequim. O mesmo responsável garantiu ainda que durante os próximos três anos deverão ser disponibilizados mais apoios financeiros para permitir um maior investimento na segurança da indústria alimentar e farmacêutica.

De acordo com o matutino “Shanghai Daily”, há objectivos específicos que definem onde será aplicado o dinheiro. Os principais pontos de investimento focam a recolocação e reconstrução do Instituto Nacional de Controlo dos Produtos Farmacêuticos e Biológicos, em Pequim; a reedificação e aquisição de equipamentos para os laboratórios biológicos em 16 institutos de controlo de fármacos; ou a compra de novos instrumentos médicos para 10 centros de controlo de qualidade. Os responsáveis pretendem também estabelecer um sistema de monitorização que registe as reacções adversas a medicamentos que irá ligar um centro nacional a 31 secções locais. Está ainda previsto um projecto para a construção de infra-estruturas locais que inclui novas instalações para a SFDA e laboratórios na parte ocidental e central do país.

A nação liderada por Hu Jintao parece ter pensado em todos os parâmetros. Segundo avançou Yan Jiangying, as leis estão a ser revistas de forma a apertar o controlo das exportações e importações de medicamentos e dispositivos médicos e a facilitar a revisão de produtos perigosos. Para além disso, há planos para lançar uma campanha contra os sites na internet envolvidos na venda ilegal de medicamentos, muitos dos quais são produtos falsos.

Recorde-se que a fiscalização das autoridades chinesas tem vindo a ser cada vez mais intransigente. Recentemente foi eliminado Zheng Xiaoyu, o ex-director da SFDA condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade, acabando por conduzir à morte vários cidadãos chineses.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-reporter.com

Pfizer partilha tecnologia SDD com Bend Research

Farmacêuticas firmam parceria para superar os desafios científicos da baixa solubilidade e biodisponibilidade

Para superar os desafios da descoberta de novos medicamentos e melhorar o valor clínico de compostos experimentais, a Bend Research e a Pfizer anunciaram uma parceria que pressupõe a partilhar da nova tecnologia de dispersão por secagem a spray - SDD (sigla em inglês para Spray-Dried Dispersions).

A baixa biodisponibilidade (velocidade e o grau com que uma substância activa é absorvida a partir de um medicamento e se torna disponível no local de acção) e baixa solubilidade de compostos – muitos deles potencialmente valorosos – representam, por vezes, uma dificuldade na descoberta de novos medicamentos.

No entanto, a tecnologia SDD da Pfizer - que será agora partilhada com a farmacêutica Bend Research - tem sido aplicada com sucesso em mais de 200 compostos com baixa solubilidade na água, além disso, foi verificada uma biodisponibilidade oral melhorada em 17 ensaios clínicos conduzidos pela Pfizer, incluindo um ensaio da Fase III.

Na sequência da parceria, John L. LaMattina, presidente do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Pfizer afirmou que "esta nova iniciativa mostra que podemos partilhar especialização científica para ajudarmos na descoberta de novos medicamentos."

Para Marshall Crew, vice-presidente da Bend Research, a tecnologia SDD constitui “uma oportunidade significativa para o aperfeiçoamento de compostos insolúveis com baixa biodisponibilidade", sublinhando que “é amplamente aplicável a compostos insolúveis e é compatível com as fórmulas convencionais de dosagem sólida.”

A farmacêutica Bend Research abre agora portas a novas colaborações e lança o convite a novos investigadores para testarem a aplicação da tecnologia SDD nos seus compostos experimentais. Caso os resultados sejam promissores, os parceiros terão a oportunidade de negociar acordos de licenciamento com a Pfizer.

Raquel Pacheco
Fonte: PR Newswire
Realiza-se de 31 de Agosto a 6 de Setembro em Pequim
67º Congresso da Federação Internacional de Farmacêuticos


Arranca no ultimo dia deste mês, e prolonga-se até 6 de Setembro em Pequim, na China, o 67º Congresso da Federação Internacional de Farmacêuticos (FIP na sigla em inglês), que deverá subordinar-se à discussão do papel daqueles profissionais de saúde, concretamente no que diz respeito à forma como podem ajudar o doente a fazer uma melhor utilização dos medicamentos.

Num convite assinado por Sang Guowei, presidente da Associação Farmacêutica Chinesa, e Kamal Midha, líder da FIP, a organização deste evento considera que o momento actual é de extrema relevância e oportunidade para a classe, que detém o poder de influenciar significativamente o estado de saúde e a qualidade de vida das pessoas e das comunidades. Considerando que este é o principal encontro de farmacêuticos, investigadores, académicos, estudantes e outros parceiros de várias áreas no domínio da saúde, a FIP salienta que há grandes expectativas e desafios a vencer, sendo dever dos farmacêuticos preparar-se para enfrentar uma mudança de paradigma que se avizinha.
Abrangendo áreas tão diversas como a farmácia comunitária e hospitalar, a política e a administração do sector, a indústria farmacêutica, a investigação científica e as suas aplicações clínicas e a farmácia militar e de emergência, o 67º congresso da FIP visa essencialmente o intercâmbio e a actualização de conhecimentos, a fim de potenciar um desenvolvimento mais eficaz do sector e alavancar uma melhoria na prestação de cuidados aos doentes. Mais informações sobre o evento poderão ser consultadas no site http://www.fip.org/CONGRESS/beijing2007/?id=600.

Carla Teixeira
Fonte: FIP
GlaxoSmithKline pretendia melhorar tratamento da DPOC
FDA chumbou dose mais elevada de Advair


A companhia farmacêutica GlaxoSmithKline informou que a norte-americana Food and Drug Administration recusou o pedido daquele laboratório para permitir a administração de doses mais altas do Advair Diskus (fluticasone/salmeterol) no tratamento da doença pulmonar obstrutiva crónica. Face às preocupações demonstradas pela FDA, que têm a ver essencialmente com o risco associado à toma de doses tão elevadas de fármacos (a GKS pretendia aumentar para o dobro a actual), a companhia contrapõe a desilusão e a surpresa...

Katharine Knobil, vice-presidente da área de desenvolvimento de novos medicamentos para a DPOC na GlaxoSmithKline, lembrou que, em Maio, um painel de 11 especialistas foi unânime na consideração de que o Advair reduz o risco daquela doença pulmonar, que pode provocar bronquite e enfizema. Normalmente a FDA acolhe os pareceres dos especialistas, mas neste caso decidiu de forma contrária, o que surpreendeu a empresa farmacêutica. A autoridade norte-americana do sector considerou que a dose proposta “não é aprovável”.
O Advair resulta de uma combinação de um esteróide com um broncodilatador, e actua através do relaxamento dos músculos nas vias respiratórias, melhorando a respiração. É usado para prevenir ataques de asma (mas só actua antes do seu início, não tendo efeito se administrado depois), e é actualmente o medicamento mais vendido pela Glaxo para o tratamento da DPOC associada à bronquite crónica, gerando lucros anuais na ordem dos 3,3 mil milhões de dólares americanos.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, Bloomberg, Hemscott, Houston Chronicle, Drugs.com

Galapagos extende colaboração com a AstraZeneca

A Galapagos NV anunciou que a sua divisão BioFocus DPI iniciou uma colaboração com a AstraZeneca para a descoberta de novos fármacos. No seguimento das colaborações anteriores na descoberta de fármacos, entre as duas companhias, esta colaboração envolve, por parte da BioFocus DPI, a interpretação química médica, química computacional e suporte de biologia, e serviços ADMET para o programa de descoberta de infecções da AstraZeneca, sedeado em Boston, nos Estados Unidos. O valor total do contrato para a Galapagos será de 680.000 euros.

Este anúncio marca a terceira colaboração entre a AstraZeneca e a BioFocus DPI. Em Agosto de 2006, a Galapagos tinha anunciado a primeira colaboração com a AstraZeneca no campo da descoberta de fármacos. No seguimento de um segundo programa, iniciado em Abril de 2007, a BioFocus DPI está a fornecer a interpretação química e suporte de biologia, e serviços ADME para um programa “hit-to-lead” da AstraZeneca. Enquanto que estas colaborações se focam na divisão de Investigação e Desenvolvimento (I&D) sedeada na Europa, da AstraZeneca, o recente acordo expande os serviços de descoberta de fármacos da BioFocus DPI para a área de I&D da AstraZeneca nos Estados Unidos.

O presidente da Galapagos, Onno van de Stolpe, sublinhou que agora a companhia tem uma relação global com a AstraZeneca, trabalhando em diversos locais na Europa e nos Estados Unidos. Este tipo de expansão acenta muito bem na estratégia da Galapagos para o crescimento da divisão BioFocus DPI.

Trevor Trust, vice-presidente da área de descoberta de infecções da AstraZeneca nos Estados Unidos, acrescentou que os colegas europeus estão satisfeitos com o progresso dos programas de descoberta de fármacos a decorrer, em colaboração com a BioFocus DPI. A decisão da divisão de I&D dos Estados Unidos de iniciar esta colaboração com a BioFocus DPI baseia-se na produtividade e na boa relação de trabalho entre as duas companhias demonstradas até agora.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Complicações da diabetes ligadas à falta de vitamina B1

Uma simples deficiência vitamínica pode ser a causa de muitos dos efeitos secundários da diabetes, segundo as conclusões de um estudo.

Investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram que as pessoas com diabetes expelem 15 vezes mais tiamina, vitamina B1, do organismo do que o normal, segundo os resultados de um estudo que envolveu 94 pessoas.

A equipa de investigadores afirmou que a tiamina ajuda a proteger contra complicações, tais como problemas cardíacos e oftalmológicos, segundo publicado no “Diabetologia journal”. Os peritos sugerem que suplementos alimentares enriquecidos com vitamina B1 podem potencialmente ajudar as pessoas com diabetes.

É a primeira vez que uma deficiência da vitamina, que se encontra na carne, nas leveduras e nos cereais, é identificada em pessoas com diabetes. Este facto não foi encontrado antes, devido aos métodos como são medidos os níveis de tiamina. Tradicionalmente, a actividade da enzima transcetolase nos glóbulos vermelhos tem sido utilizada para indicar os níveis de tiamina. Contudo, os investigadores descobriram que um aumento da actividade desta enzima, que é normalmente um sinal de elevados níveis de tiamina, também está associada a uma resposta do organismo a uma deficiência. Assim, a equipa mediu os níveis de tiamina no plasma sanguíneo e descobriu que as concentrações de tiamina eram 76 por cento mais baixas em pessoas com diabetes tipo 1 e 75 por cento mais baixas em pessoas com diabetes tipo 2.

A tiamina é a chave na protecção contra problemas vasculares, tais como danos nos rins, na retina e nos nervos, assim como problemas cardíacos e acidente vascular cerebral, uma vez que actua ao ajudar a proteger as células contra os efeitos dos níveis elevados de glicose.

Actualmente, estão a ser conduzidos ensaios para averiguar se uma dieta com suplementos com tiamina poderá repor os níveis a um estado normal. O principal investigador, o Professor Paul Thornalley, disse que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas estas descobertas podem significar uma enorme diferença, acrescentando ainda que dietas com suplementos podem ser uma forma efectiva de minimizar os riscos das complicações derivadas da diabetes.

Matt Hunt, da Diabetes UK, que ajudou a financiar este estudo, disse que ainda é necessária mais investigação, acrescentando que o estudo poderá ter consequências muito entusiasmantes.

Cerca de 80 por cento das pessoas com diabetes morrem de doenças cardiovasculares, e a diabetes é a principal causa de cegueira na população activa no Reino Unido. Por isso, qualquer investigação que possa ajudar deve ser encarada com seriedade, concluiu Hunt.

Mais de dois milhões de pessoas sofrem de diabetes no Reino Unido. Em Portugal, cerca de meio milhão de pessoas sofre de diabetes e corre o risco de vir a desenvolver doenças cardiovasculares.

Isabel Marques

Fontes: Saúde Sapo, BBC

APFADA, Pfizer e ANF apoiam doentes de Alzheimer
Governo limita prescrição de medicamentos


O despacho 4250/2007 do Ministério da Saúde, publicado em «Diário da República» no passado dia 7 de Março, pretende limitar o acto de prescrição dos fármacos abrangidos pelo escalão C do regime especial de comparticipação aos psiquiatras e neurologistas, deixando de fora os médicos de clínica geral. A medida, que deverá afectar cerca de 70 mil doentes em Portugal, já está a gerar polémica. É que o tratamento de um doente de Alzheimer tem um custo médio de 100 euros por embalagem de medicamentos, que não são suficientes para um mês...

Os doentes de Alzheimer queixam-se da atitude do Ministério da Saúde, e garantem que estão a ser esquecidos e maltratados pela tutela. Salientam que uma visita a um médico especialista é difícil e onerosa, traduzindo-se numa nova despesa, para muitos doentes insuportável. Rosário Zincke, presidente da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA), disse, em declarações ao jornal «Correio da Manhã», que várias vezes aquela entidade se reuniu com responsáveis do Infarmed, a fim de sensibilizar a tutela para o problema dos doentes, mas até agora sem qualquer sucesso, acrescentando que é muito difícil, nomeadamente nas regiões do Interior, mas também nas grandes cidades, que os doentes tenham acesso a médicos especialistas em neurologia ou psiquiatria.
Difícil também, de acordo com a responsável, é a compra de fraldas, de que muitos dos doentes de Alzheimer precisam. Dadas as dificuldades com que se debatem diariamente aquelas pessoas, Rosário Zincke diz não compreender por que razão o ministério não inclui a doença na lista de patologias crónicas, medida que traria enormes benefícios para milhares de pessoas no que diz respeito ao acesso à terapia. Para tentar minorar os problemas, a APFADA, em parceria com a Associação Nacional de Farmácias e os Laboratórios Pfizer, desenvolveu o programa «Ajudar é cuidar», que apoia os doentes na compra do Aricept (donepezilo), cujo preço de venda ao público é de 87,72 euros. Trata-se de um projecto integrado no plano de ajuda desenvolvido pela associação, que suporta mais de 90 por cento do custo do fármaco quando o doente tem um rendimento inferior ao salário mínimo.
A iniciativa «Ajudar é cuidar» apoia actualmente cerca de 900 doentes, estimando-se que o custo mensal do projecto ascenda aos 26 mil euros. O medicamento é dispensado a doentes de Alzheimer em fase ligeira a moderadamente grave com indicação médica para a sua utilização, desde que façam prova da situação clínica e da condição económica desfavorecida.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», APFADA