terça-feira, 10 de julho de 2007

Pfizer ganha batalha judicial no caso da patente do Lipitor

A justiça irlandesa deu razão à Pfizer num caso que envolvia a quebra da patente do Lipitor (atorvastatina), ao considerar que esta seria infringida pela Ranbaxy caso a farmacêutica indiana lançasse no mercado um semelhante genérico.

O fármaco, indicado na redução do colesterol, é comercializado em Portugal como Zarator. Apesar de estar sujeita a recurso, para já, a sentença obriga a Ranbaxy a aguardar até Novembro de 2011, altura em que expira a patente irlandesa do Lipitor.

“A decisão proferida hoje é mais uma afirmação da resistência da propriedade intelectual por detrás do Lipitor”, sublinhou um porta-voz da farmacêutica norte-americana. Por sua vez, Allen Waxman, conselheiro geral da Pfizer, considera que a deliberação “é importante para a Pfizer e para outros inovadores médicos que investem em investigações de alto risco com o objectivo de desenvolver fármacos que salvam vidas, assim como para os pacientes que beneficiam desses medicamentos”.

A Ranbaxy está envolvida num braço de ferro judicial em mais de 17 países devido à infracção da patente do Lipitor. Em Junho, um tribunal norueguês deu razão à Ranbaxy, invalidando a patente da Pfizer naquele país num processo que visava a produção de atorvastatina amorfa.

O Lipitor, o fármaco para o colesterol mais vendido no mundo, garantiu aos cofres da Pfizer receitas no valor de 9,4 mil milhões de euros em 2006, mais 6 por cento do que no ano anterior. Em 2004 e 2005, a Ranbaxy gastou cerca 26,9 milhões de euros em processos judiciais com o objectivo de destronar a patente do Lipitor. O lançamento da atorvastatina, o semelhante genérico do Lipitor, é um trunfo vital para farmacêutica que poderá originar vendas no valor de 1,5 mil milhões de euros nos próximos cinco anos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, RTT News.

FDA acusa Eli Lilly de publicidade enganosa

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) considera que a farmacêutica Eli Lilly está a utilizar alegações “enganadoras” e “incompletas” para promover uma versão do Prozac destinada ao tratamento da ansiedade provocada por separação, em cães e gatos.

De acordo com a FDA, as informações promocionais acerca do Reconcile, referiam que 73 por cento dos canídeos aos quais foi administrado o medicamento demonstraram melhorias significativas num prazo de oito semanas e que 42 por cento dos animais melhoraram em apenas uma semana, em comparação com os que ingeriram um placebo.

Porém, o laboratório norte-americano omitiu que ambos os grupos de animais receberam treinos de alteração comportamental. Na publicidade não foi referido facto de alguns animais do grupo tratado com placebo terem melhorado apenas devido aos treinos comportamentais, sugerindo “que o produto é mais eficaz do que aquilo que realmente foi demonstrado”, salienta o comunicado da entidade reguladora.

Um porta-voz da Eli Lilly afirmou que a empresa se prepara para analisar as instruções e tomar medidas para obter a total aprovação da FDA. O Reconcile contém hidroclorido de fluoxetina, a mesma substância presente na composição do antidepressivo Prozac. O fármaco foi aprovado em Abril para tratar o sentimento de ansiedade sofrido pelos cães quando ficam separados dos donos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, IndyStar.com, Indianapolis Business Journal.

Autorizado desde 2006 na Europa e nos Estados Unidos…
Fármaco anti-tabaco combate alcoolismo


Uma equipa de cientistas da Universidade de São Francisco, na Califórnia, aferiu que a Vareniclina, medicamento usado no tratamento da dependência tabágica, é útil na luta contra o alcoolismo. Autorizada nos mercados farmacêuticos europeu e norte-americano desde 2006, aquela substância é comercializada pela Pfizer, e demonstrou capacidade para reduzir o consumo de nicotina.

De acordo com o estudo divulgado na última edição da revista «Proceedings for the National Academy of Sciences», a Vareniclina actua sobre os receptores do cérebro que libertam a dopamina, mensageiro químico que proporciona a quem fuma a sensação de prazer e bem-estar. Notando o efeito do medicamento sobre o tabaco, e tendo em conta que os cigarros são frequentemente consumidos em conjunto com a ingestão de bebidas alcoólicas, os investigadores pretenderam saber se a acção com o álcool seria semelhante.
Testaram então o efeito da Vareniclina em ratos de laboratório depois de estes terem consumido grandes quantidades de etanol durante um período de cinco meses. Depois de começarem a ser tratados com doses regulares do fármaco, os animais demonstraram menos interesse no etanol, que tinham à sua disposição. Os resultados do estudo parecem indicar, por isso, que a Vareniclina ajuda a moderar a vontade dos ratos em consumir etanol, supondo-se que a reacção dos seres humanos relativamente ao álcool seja semelhante.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Reportagem

Indústria farmacêutica de olhos postos no Médio Oriente

Empresas internacionais reúnem-se no “Pharmaceutical Manufacturing and Biotechnology Middle East”

À medida que o crescimento da indústria farmacêutica se intensifica no Médio Oriente, um mercado onde a produção de medicamentos e substâncias biotecnológicas está avaliado em cerca de 20 mil milhões de euros, o fenómeno começa a despertar a atenção dos produtores internacionais, gerando alguma agitação em torno do primeiro evento do ramo naquela região.

A realização do “Pharmaceutical Manufacturing and Biotechnology Middle East” (PABME) no Dubai, entre 27 e 29 de Abril de 2008, promete impulsionar ainda mais o crescimento do sector naquele espaço do globo. De acordo com os organizadores, várias empresas internacionais já confirmaram a presença no encontro que, durante três dias, vai colocar o Dubai debaixo das atenções da indústria farmacêutica e biotecnológica mundial.

O PABME não se limita a uma exposição de âmbito global, mas é também um “destino internacional onde as culturas e as ideias se podem encontrar”. Esta pretende ser uma plataforma em rede onde os representantes da indústria internacional convergem e discutem novas alianças de negócios e joint ventures, ao mesmo tempo que decorrem conferências multi-disciplinares nas quais se debatem temas de cariz nacional e internacional, tais como os direitos de propriedade intelectual ou os contratos de produção e investigação.

Apesar do encontro ser um pólo de atracção para a indústria global, os produtores locais têm vindo a desempenhar um papel relevante, com especial destaque para os mercados estabelecidos no Levante, no norte de África e Irão, bem como nos países do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo. Actualmente, estima-se que 450 produtores farmacêuticos operem no Médio Oriente, um mercado avaliado em 13,1 mil milhões de euros e que apresenta um crescimento superior aos 10 por cento anuais.

“Esta exposição é como uma injecção de confiança para os produtores farmacêuticos do Médio Oriente”, considera B R Shetty, director executivo da Neopharma, uma empresa sedeada em Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos), que nasceu de uma parceria entre o New Medical Centre Group, dos Emirados Árabes Unidos, a Ranbaxy, da Índia e a norte-americana Pfizer. O responsável considera que “é graças a este tipo de reuniões que empresas como a Neopharma conseguiram obter a sua própria plataforma para exibir, partilhar e debater o potencial de produção de classe mundial que existe na região”.

Embora o mercado regional de biotecnologia, avaliado em 7,2 mil milhões de euros, seja menor do que o de produção farmacêutica, o seu desenvolvimento tem-se movimentado a uma velocidade superior, atingindo os 15 a 18 por cento de crescimento anual. O sector tem atraído vários investidores públicos e privados, no centro dos quais se encontra a Dubiotech, a primeira empresa dedicada à investigação biotecnológica fruto de uma associação governamental entre o Dubai e os Emirados Árabes Unidos.

Muitas destas empresas esperam encontrar neste evento uma porta de entrada através da qual apareçam investidores que possam financiar alguns dos projectos chave de pesquisa biotecnológica, abrindo-lhes caminhos para a indústria mundial de ciências médicas. “O PABME é a oportunidade ideal para exibirmos os nossos produtos”, salienta Ahmed F. Monged, gestor de vendas da Companhia de Equipamentos Médicos e Farmacêuticos do Kuwait. Para este responsável, o encontro é também uma janela aberta para o mundo, que lhes proporciona uma plataforma para “aumentar a notoriedade não só no Médio Oriente mas também a nível global”. Para além disso, “é uma fonte preciosa de investigação para os profissionais da indústria de produção farmacêutica e biotecnlógica”, acrescentou.

Não só pelo leque de oportunidades que oferece, mas também por todo o conjunto de ideias, investidores e representantes que estarão presentes esta é “uma oportunidade a não perder”, destaca Simon Page, director do departamento de cuidados de saúde da IIR Middle East, empresa responsável pela organização. O PABME realiza-se no Centro Internacional de Exposições do Dubai e as inscrições para participantes e visitantes já se encontram abertas. Todas as informações acerca do e evento estão disponíveis no portal www.pabme.com.

Marta Bilro

Fonte: Al Bawaba, AME Info, pharmaceutical-technology.com, neopharma.ae, dubiotech.com, pabme.com.

Sequenom e SensiGen irão desenvolver testes para o VPH e outros sistemas de diagnóstico

A Sequenom, Inc. e a SensiGen LLC, uma companhia privada de biotecnologia a desenvolver diagnósticos moleculares avançados baseados em genes, anunciaram um acordo de colaboração para comercializar conjuntamente os testes avançados do registado AttoSense da SensiGen. A metodologia da SensiGen utiliza a tecnologia de quantificação da expressão dos genes – QGE (sigla inglesa) - da Sequenom e o sistema MassARRAY para a detecção de doenças graves, incluindo cancro cervical, doença renal crónica, doença de Crohn e lúpus. As duas companhias irão comercializar conjuntamente os testes e sistemas aos laboratórios de referência em todo o mundo. Segundo o acordo, a Sequenom irá fornecer exclusivamente a plataforma de tecnologia utilizada para comercializar os testes registados da SensiGen. Os termos monetários não foram revelados.

A tecnologia registada MassARRAY da Sequenom junta as técnicas mais avançadas de análise de ADN com espectrometria de massa para permitir níveis superiores de sensibilidade e especificidade na identificação de genes e produtos dos genes. Através da utilização desta tecnologia, o método de teste do AttoSense pode detectar o ADN de um amplo leque de espécimes biológicos, incluindo vírus, bactérias ou células, de qualquer amostra biológica, incluindo sangue, urina e tecido.

Segundo o presidente da Sequenom, Harry Stylli, através da interacção dos testes da SensiGen e a tecnologia MassARRAY, a Sequenom espera produzir diagnósticos de próxima geração que oferecem um avanço considerável na detecção precoce de uma variedade de doenças graves. Stylli acrescenta ainda que a empresa está entusiasmada com a oportunidade de trabalhar conjuntamente com a SensiGen para facultar os seus importantes testes em todo o mundo.

O presidente da SensiGen, Shawn M. Marcell, afirmou que, seguindo a avaliação extensiva das múltiplas plataformas tecnológicas avançadas, foi seleccionado o sistema MassARRAY, devido à sua elevada sensibilidade e especificidade e ao seu extensivo conjunto de características. A capacidade de processamento do MassARRAY, que provou ser de confiança e abrangente em institutos de pesquisa e centros médicos académicos em todo o mundo, torna-o especialmente apto para o mercado de laboratório clínico.

O teste do Vírus do Papiloma Humano (VPH) do AttoSense, para a detecção precoce do cancro cervical, é o primeiro teste diagnóstico a ser desenvolvido e comercializado dentro do acordo, e deve ser submetido à aprovação da FDA em 2009. Este novo teste deve ter, pelo menos, duas ordens de magnitude mais sensíveis do que os actuais testes comercializados, e ter o potencial de eliminar quase todos os resultados falso-negativos. Aproximadamente 9 000 casos de cancro cervical e cerca de 4 000 mortes resultantes desta doença são registadas anualmente no Estados Unidos .
Isabel Marques

Fontes: Business Wire, www.pharmacychoice.com
Analistas defendem mais investimento em investigação
Medicamentos: um negócio saudável


A mina de diamantes representada outrora pela indústria farmacêutica já não é o que era. No momento em que as patentes de muitos medicamentos blockbuster estão a caducar, há um florescente negócio de pirataria internacional – com força particular nos continentes africano e asiático – que impede o normal crescimento dos mercados.

A pressão dos governos para controlar, dentro no possível diminuindo, os custos de venda dos medicamentos também tem provocado alguma erosão nas contas da indústria farmacêutica, embora, de acordo com os a generalidade dos grandes analistas daqueles mercados, o negócio dos fármacos continue a ser “saudável” e ainda altamente rentável, sendo apenas de lamentar que os saltos qualitativos de grande monta sejam frequentemente obstaculizados porque o investimento que deveria ser preferencialmente canalizado para a investigação está afinal a ser desviado para o marketing.
Em Portugal as maiores empresas do sector farmacêutico – todas estrangeiras – representam um bolo de mil milhões de euros todos os anos, dos quais a Merck Sharp & Domne assume 6,4 por cento de quota: 154 milhões. Especialistas na análise económica citados pelo «Diário Económico» atestam que as empresas farmacêuticas a operar no nosso país não necessitam de Prozac para sentirem qualquer tipo de reanimação, que dependerá mais do aumento do investimento na área da investigação e desenvolvimento de novos fármacos e menos em acções de marketing.

Carla Teixeira
Fonte: Diário Económico

Barr vai produzir genérico do Dostinex

A Barr Pharmaceuticals obteve autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) para comercializar um genérico do Dostinex (Cabergolina).

O medicamento, utilizado no tratamento de perturbações hiperprolactinémicas, será produzido pela Barr Laboratories, uma subsidiária da empresa norte-americana de produção de genéricos, e deverá chegar ao mercado em Setembro. A farmacêutica adquiriu a substância através da israelita Teva Pharmaceuticals.

A entidade reguladora norte-americana permitiu a produção de Cabergolina em comprimidos de 0,5mg, para tratar a produção excessiva de prolactina pela glândula pituitária, um problema que pode afectar a ovulação e a produção de leite.

A Cabergolina é um alcalóide da cravagem do centeio sintético e um derivado da ergolina com uma potente e prolongada actividade agonista da dopamina e de redução da prolactina. O genérico é comercializado em Portugal pela Teva Pharma desde Novembro de 2006.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, FDA News, Infarmed.

Variante humana da BSE poderá ser detectada melhor

Investigadores testaram nova técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões

Investigadores escoceses desenvolveram uma técnica que poderá permitir detectar melhor a doença de Creutzfeldt-Jakob, a variante humana da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE).


De acordo com o trabalho dos cientistas da University of Edinburgh publicado no «Journal of Pathology», foi desenvolvida uma técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões (proteínas anormais que causam a doença) para que se tornem mais facilmente detectáveis nas amostras de tecido.

Actualmente, os médicos determinam a presença dos chamados priões,
eliminando as células do cérebro, cujo tecido adquire, então, a aparência de uma esponja. A nova técnica foi testada em animais, porém, os investigadores acreditam ser possível utilizá-la em trabalhos com a variante humana. Para isso, será necessária a realização de mais estudos para averiguar se a técnica pode ser aplicada também em outros tecidos.

À BBC, James Ironside, da equipa de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, referiu que, “actualmente, a realização do teste exige muito tempo para que possa ser possível chegar a um diagnóstico rápido num centro de recolha de sangue. No entanto, poderia ser utilizado num centro nacional, para confirmar os resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos.”

Na opinião dos investigadores escoceses, este método será útil para aumentar o número de priões desta variante da doença de Creutzfeldt-Jakob nas amostras de tecido cerebral humano infectado. “A amostra é incubada e exposta a repetidas aplicações de ultra-som, que fragmenta os priões”, clarificaram.

Recorde-se que, a doença das vacas loucas surgiu no início dos anos 90, no Reino Unido. Foram registadas 161 mortes, entre as quais, três pessoas foram contagiadas por transfusões de sangue.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of Pathology»/BBC

Cancro do fígado: maior segregação de proteína aumenta incidência nos homens

Descoberta abre caminho a novos tratamentos

De acordo com um estudo apresentado na revista «Science», a maior incidência de cancro do fígado em homens deve-se aos efeitos inflamatórios provocados por uma maior segregação de uma proteína interleucina-6 (IL-6).

A investigação – feita em ratinhos – e conduzida por cientistas da Escola de Medicina da University of California, San Diego (EUA), - permitiu descobrir que as fêmeas produzem em menor quantidade a proteína em causa, que contribui para a inflamação hepática que causa o cancro.

De acordo a explicação de Michael Karin, professor de Farmacologia da University of Califórnia, “ao eliminar a proteína IL-6, conseguimos reduzir a incidência do cancro hepático nos machos em cerca de 90%", acrescentando que “quando ocorre uma produção de IL-6 nas fêmeas, esta é neutralizada pelo estrogénio (hormona do desenvolvimento sexual feminino).”

Os investigadores acreditam que a descoberta possa abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos contra o cancro hepático masculino, pela redução dos níveis de IL-6 através da administração de compostos similares ao estrogénio.

Cancro da bexiga: mesmo princípio?

Willscott Naugler, um dos principais autores do estudo, considerou ainda a possibilidade de outros órgãos não relacionados às diferenças género serem regidos pelo mesmo princípio - de maiores níveis de IL-6 que levam à inflamação - nomeadamente, no cancro da bexiga que tem também maior incidência nos machos que nas fêmeas: "As diferenças também poderiam ser resultado de maiores níveis de IL-6 que levam à inflamação na bexiga."

Raquel Pacheco

Fonte: Revista «Science»/ MNI

Vendas da Teva deverão atingir os 9,7 milhões de euros em 2010

Um relatório publicado pela Visiongain prevê que, face ao rápido crescimento do laboratório israelita Teva Pharmaceuticals, as vendas da empresa alcancem os 9,7 milhões de euros em 2010.

De acordo com os analistas, a Teva tem uma grande estratégia corporativa que deverá adequar-se aos próximos anos, conduzindo a um forte crescimento e a uma maior inovação. “A Teva é, portanto, uma das empresas mais emocionantes e dinâmicas da indústria farmacêutica mundial”, acrescenta o relatório.

Em 2006, as vendas líquidas da empresa geraram cerca de 6,1 milhões de euros a nível mundial quer no que respeita aos medicamentos genéricos ou às substâncias de marca, estabelecendo-se firmemente com umas das 20 empresas farmacêuticas líderes no mercado dos genéricos. Segundo o relatório, este desempenho é um reflexo do rápido crescimento levado a cabo pela empresa nos últimos anos, que se traduziu no triplicar do valor das vendas face a 2002, ano em que a Teva registou cerca de 1,84 milhões de euros em vendas.

Para Gordon Low, autor do relatório sobre a Teva, o “espectacular crescimento das vendas nos últimos trimestres” deverá fazer com que a empresa eleve ainda mais o seu perfil no sector farmacêutico mundial. O especialista acredita que “o crescimento deverá ser particularmente evidente nos genéricos de marca e produtos inovadores”. Low não se fica por aqui e adianta mesmo que deverão ter lugar “desenvolvimentos significativos nas novas entidades químicas e negócios internacionais, incluindo mais lançamentos de moléculas terapêuticas inovadores no final desta década e princípio da próxima”.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Cientistas conseguem prever acções do VIH

Estudo pode ser chave para criar vacina eficaz

Prever como o vírus se comporta no organismo de forma a colocar o sistema imunitário em alerta pode ser a chave para criar uma vacina eficaz no combate à sida. Cientistas conseguiram agora identificar como o VIH se move para enganar o sistema imunitário.

De acordo com um estudo divulgado na publicação científica «PLoS Pathogens», uma equipa de cientistas liderada por Zabrina Brumme investigadora do Partners AIDS Research Center, do Massachusetts General Hospital, da Harvard Medical School, nos EUA, conseguiu analisar, pela primeira vez, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) - que está na origem da sida - se move para enganar o sistema imunitário.

Segundo os investigadores norte-americanos, na base desta descoberta que consegue identificar as mutações do vírus, tornando-o infalível, está um novo algoritmo “inteligente” criado através de um megacomputador.

No artigo publicado no «PLoS Pathogens», os cientistas esclarecem que “o actual estudo utilizou métodos estatísticos de ponta para identificar locais específicos e padrões de antigénios de leucócitos humanos (HLA) de classe I – mutações de fuga restritas em vários genes do VIH.”

Os resultados foram resumidos “na forma de ‘mapas de fuga imune’, que destacam a contribuição diferencial do processo de aprendizagem imune para a diversidade genética do VIH” explicam os investigadores, acrescentando que foram “identificados locais específicos no genoma viral que estão sobre a pressão da selecção imune.”

No artigo, os cientistas sublinham que “os resultados do actual estudo contribuem para a nossa compreensão sobre como a pressão selectiva imune humana contribui para a variação nos vários genes do VIH e poderão ajudar a desenvolver vacinas para o VIH que tenham em consideração a diversidade viral.”

Prever como se move o VIH tem sido o principal entrave para que a comunidade científica desenvolva uma vacina eficaz capaz no combate à sida.


Monitorizar vírus à superfície

O que torna o VIH tão poderoso é a capacidade de sofrer mutações rapidamente, mesmo antes que o sistema imunitário consiga identificar a sua presença. Isto porque o sistema imunitário humano não consegue monitorizar a actividade do vírus dentro das células, sendo que, só o faz quando essa actividade acontece à superfície das mesmas.

Esta foi a meta dos cientistas norte-americanos: basearam-se no facto já conhecido, de que as proteínas denominadas de antigénios dos leucócitos humanos (HLA), podem acompanhar os movimentos ‘sorrateiros’ do VIH dentro das células e trazer pedaços do vírus para a superfície das mesmas, permitindo que o sistema imunitário se active.

No entanto, apesar deste representar um possível sistema de monitorização dos movimentos do VIH dentro das células, os cientistas deparam-se com um problema - na espécie humana existem cerca de 500 variantes da HLA.

A diversidade das variantes de HLA não ajuda no caso do desenvolvimento de uma vacina que seja eficaz em todos os indivíduos, já que, certas variantes podem ter a capacidade de detectar o VIH enquanto outras não.

Para dar solução a esta questão, os cientistas norte-americanos desenvolveram, assim, um algoritmo inteligente, o qual foi instalado num supercomputador que se baseou em 250 computadores ligados em rede.

De acordo com o «PLoS Pathogens», os cientistas analisaram a amostra sanguínea de 700 indivíduos infectados pelo VIH, há pelo menos cinco anos, mas que nunca tinham sido submetidos a medicamentos antiretrovirais.

Porque o vírus nunca tinha entrado em contacto com os medicamentos antiretrovirais, os cientistas sabem que todas as mutações identificadas no VIH através das HLA, presentes no sangue dos indivíduos, ocorreram porque o vírus estaria a tentar invadir o sistema imunitário e não para criar resistência à medicação.

Raquel Pacheco

Fonte: PLoS Pathogens /TVC

Actemra demonstra eficácia em ensaio clínico de Fase III

O Actemra (tocilizumab), um medicamento desenvolvido pela Roche e destinado ao tratamento da artrite reumatóide, demonstrou eficácia no alívio dos sintomas da doença num ensaio clínico de Fase III.

O estudo, elaborado durante 24 semanas com a participação de 498 pacientes, demonstrou que “a maior parte dos doentes tratados com Actemra em associação com metotrexate, alcançaram melhorias significativas nos sinais e sintomas da doença”, afirmou a farmacêutica suíça.

Este é o terceiro de entre cinco estudos de última fase realizados a nível internacional para avaliar a eficácia e segurança do Actemra. A investigação centrou-se agora em pacientes com artrite reumatóide moderada a grave, nos quais as articulações estão significativamente mais afectadas pela doença.

Ainda este ano a Roche planeia divulgar os resultados de um outro estudo, enquanto as conclusões da última investigação serão tornadas públicas numa data posterior. O medicamento deverá ser submetido à aprovação da entidade reguladora europeia e norte-americana no final de 2007.

Existe, actualmente, um vasto leque de tratamentos disponíveis para a artrite reumatóide, mas muitos deles não desempenham uma função eficaz no alívio da dor e arrastam consigo vários efeitos secundários, sendo um deles a osteoporose e a hipertensão. O Actemra é uma alternativa aos tratamentos existentes uma vez que funciona de maneira diferente. Enquanto anticorpo monoclonal humanizado é o primeiro a inibir a actuação da interleucina-6, uma proteína que causa inflamação, assim como outros sintomas, tais como febre, dor e rigidez.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes.

Acções de formação creditadas pela OF
Farmacêuticos aprendem na Beira Interior

Na sequência de um protocolo assinado em Março entre a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e a Farbeira, os farmacêuticos da Zona Centro do País já podem receber formação na UBI. As acções são creditadas pela Ordem e arrancam já na sexta-feira, contando também para efeitos de revalidação da carteira profissional.

Por ocasião da assinatura do protocolo, a professora Ana Filipa Macedo explicou que ele visa “desenvolver um conjunto de programas de formação contínua pós-graduada nas áreas das Ciências da Saúde e das Ciências da Vida, de um modo geral”. Segundo aquela docente, responsável por cadeiras como Farmacologia, Epidemiologia e Introdução às Ciências Farmacêuticas nos cursos de Medicina e Farmácia da UBI, “a universidade promove diversas pós-graduações e formações de dois ou três dias naquelas áreas”, que agora se abrem aos farmacêuticos, uma profissão em que “o dever de actualização técnica e científica está hoje consagrado estatutariamente pela Ordem”.
Os associados da Farbeira – que integra a Cofarbel e a Farcentro – são convidados a frequentar estas acções de formação, que Manuel Silvestre, responsável daquela cooperativa, diz servirem não só “para reciclagem de conhecimentos”, mas também para que os farmacêuticos possam actualizar-se relativamente aos mais recentes avanços na sua área de actuação”. A ideia do protocolo celebrado com a UBI teve origem na “consciencialização da importância da formação contínua para o correcto desempenho e excelência do exercício profissional dos farmacêuticos”, recordou o representante da Farbeira, adiantando que existe já um acordo semelhante com a Universidade de Coimbra.
A primeira acção de formação está marcada para a próxima sexta-feira, entre as 14 e as 18 horas, e estará a cargo da docente Petronila Rocha Pereira, que abordará temáticas relacionadas com a «Patologia do glóbulo branco e do glóbulo vermelho, coagulação e fibrinólise». Destina-se basicamente a licenciados em Farmácia com alguma experiência em análises clínicas, e visa transmitir conhecimentos sobre as áreas da fisiopatologia hematológica e das alterações susceptíveis na doença, com vista a “sensibilizar os profissionais de saúde para interpretar e abordar, ainda que de modo simples, os resultados obtidos, a situação patológica possível, e ajudar o doente em situação de monitorização terapêutica, diagnóstico e/ou prognóstico, ou em simples situação de interpretação de análises de rotina”.
De acordo com o que apurou o farmacia.com.pt, o programa de formação segue depois no dia 14 de Setembro, com uma sessão a cargo da mesma docente, sobre «Marcadores Tumorais: da investigação à prática clínica», e no dia 12 de Outubro, quando a farmacêutica hospitalar Olímpia Fonseca tomará em mãos a temática dos «Cuidados Paliativos».

Carla Teixeira
Fonte: Universidade da Beira Interior, jornais «Ubi et Orbi» e «Diário XXI»
Só 40 por cento dos europeus sabe que o problema existe
Resistência aos antibióticos: solução à vista?


O advento dos antibióticos foi um dos maiores avanços científicos de sempre, mas a sua utilização generalizada permitiu que muitos agentes infecciosos se tornassem imunes, problema que permanece no obscurantismo de grande parte dos cidadãos (na Europa só 40 por cento já ouviram falar de resistência aos fármacos). Cientistas norte-americanos reclamam ter descoberto a solução.

De acordo com um estudo agora publicado no jornal «Proceedings of the National Academy of Sciences», a equipa de investigadores da Universidade da Carolina do Norte apurou que os bisfosfonatos têm capacidade para bloquear a acção de uma enzima utilizada pelas bactérias para serem reabsorvidas pelos genes e adquirirem ou ampliarem a sua resistência aos antibióticos, descobrindo que a interferência na actuação dessa enzima permite inibir a resistência de um vírus criado em ambiente laboratorial. Matt Redinbo, que conduziu o estudo, afirmou que “os resultados são promissores”, mas reconheceu que ainda há muito a fazer na investigação destes mecanismos de resistência aos medicamentos.
No entanto, acrescentou, “a nossa descoberta pode abrir caminho a mecanismos que permitam exterminar os vírus resistentes presentes no organismo dos doentes, pondo assim termo à disseminação da sua capacidade de resistir aos tratamentos”. Ao longo da última década quase todos os tipos de bactéria desenvolveram alguma espécie de resistência, transformando muitas doenças infecciosas, como a vulgar e mortífera pneumonia ou a tuberculose, em alvos mais difíceis. De cada vez que um doente consome um antibiótico, as bactérias mais enfraquecidas no seu sistema sanguíneo são eliminadas, mas os vírus que já foram capazes de alguma mutação conseguem resistir.
Dados recentes da Comissão Europeia indicam que quase metade dos antibióticos consumidos se destina a tratar animais, visando o seu crescimento ou a destruição de elementos patogénicos presentes na alimentação. A administração contínua de medicamentos aos animais, ainda que em baixas dosagens, favorece o surgimento da resistência bacteriana e de novas estirpes, capazes de migrar dos animais para os seres humanos. Ainda assim, segundo o Eurobarómetro de 2001, apenas 40 por cento dos cidadãos europeus estariam nessa altura conscientes da existência do problema, responsável, nos países desenvolvidos, por 60 por cento das infecções hospitalares, pela acção de micróbios que resistem aos medicamentos. Doenças que nascem nos hospitais, mas que acabam por se propagar entre a população no exterior.

Carla Teixeira
Fonte: BBC, Comissão Europeia
Selénio aumenta problemas de diabetes

A toma de suplementos de selénio com vista à prevenção da diabetes pode, afinal, ter o efeito contrário. A afirmação foi feita ontem por investigadores britânicos que conduziram um estudo cujos resultados evidenciaram uma maior propensão para a doença nas pessoas que consumiam comprimidos de selénio, comparativamente a quem optava por placebos.

De acordo com os dados aferidos na investigação agora divulgada, os suplementos vitamínicos e minerais nem sempre produzem o efeito desejado e têm muitas vezes mais consequências negativas do que positivas. Saverio Stranges, especialista da Warwick Medical School, desaconselhou a toma de quantidades maiores de selénio do que aquelas que estão presentes nos suplementos vitamínicos. O cientista, que antes integrou os quadros da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e a equipa que liderou neste estudo procuravam inicialmente aferir da capacidade do selénio tomado em suplementos para prevenir o cancro da pele, mas o avanço na pesquisa sugeriu que aquele mineral poderia ajudar a prevenir a diabetes.
Contudo, à luz do estudo publicado no jornal «Annals of Internal Medicine», essa expectativa não se confirmou. Os cientistas acompanharam 1202 pessoas que não tinham diabetes. A metade do grupo foram administrados 200 miligramas de selénio e aos restantes foi fornecido um placebo. Dos 600 elementos do primeiro grupo 58 desenvolveram a diabetes, enquanto entre os outros 602 voluntários a doença apenas foi diagnosticada em 39.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters
Investimento de três milhões de euros no novo armazém
COFANOR em Montemor-o-Velho


O anseio de expansão da Cooperativa dos Farmacêuticos do Norte para lá da sua actual área de influência encontrou eco na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho (distrito de Coimbra), onde será instalado, a breve trecho, um novo armazém da COFANOR. Um investimento de três milhões de euros que promete ser uma mais-valia para o sector farmacêutico e para o concelho.

A escritura de compra e venda de quatro lotes de terreno no Parque de Negócios foi formalizada há escassos dias pelo presidente da COFANOR, António Nogueira, e pelo autarca de Montemor-o-Velho, Luís Leal, que deixou clara a sua convicção sobre a relevância do projecto, ao afirmar que “o investimento, no nosso concelho, de uma das empresas mais importantes do sector farmacêutico vem de encontro aos objectivos preconizados pelo executivo, traduzindo-se numa captação, para o concelho, de investimentos capazes de trazer valor acrescentado, nomeadamente com a criação e a promoção do emprego”.
António Nogueira, por seu turno, frisou a “localização privilegiada e as excelentes infra-estruturas de apoio empresarial” disponíveis no Parque de Negócios para justificar a escolha de Montemor-o-Velho para acolher as novas instalações da COFANOR. Tal como no actual armazém, no Porto, as novas instalações serão caracterizadas pelo mais elevado nível de automatismo e tecnologia de ponta, estando em estudo a possibilidade da utilização de energias alternativas na alimentação eléctrica do armazém, que deverá estar totalmente operacional até final deste ano.
Empresa de topo no sector da distribuição farmacêutica em Portugal e uma das 100 maiores do tecido empresarial português, a COFANOR detém hoje uma quota de mercado de oito por cento a nível nacional, que passa para os 20 por cento se for tido em conta apenas o seu mercado relevante (os distritos de Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Viseu e Coimbra). Fundada em Abril de 1967 por um movimento de farmacêuticos do Norte, a COFANOR foi criada com o objectivo de se tornar uma instituição que, com poder acrescido, melhor pudesse defender os interesses da Farmácia e dos farmacêuticos.

Carla Teixeira
Fonte: COFANOR
Projecto experimental de prescrição de estupefacientes
Heroína poderá ser um medicamento


Diante do reiterado fracasso de todas as tentativas para pôr termo a um estado de adição face aos opiáceos, e quando as terapias convencionais não conseguem dar resposta ao problema, ainda há esperança na recuperação de toxicodependentes? Na província espanhola de Andaluzia, os mentores de um projecto experimental de desabituação acreditam que sim…

O Projecto Experimental de Prescrição de Estupefacientes na Andaluzia (PEPSA) consiste na administração e heroína a vários toxicodependentes de rua, no âmbito de um ensaio clínico que visa a autorização do uso daquela substância, hoje ilícita, como um medicamento. Os responsáveis pelo programa, que teve início em 2003, garantem ter vindo a registar resultados muito positivos. A experiência decorre num hospital público de Granada, sob orientação de Pepe Caracuel, que assegura que a generalidade dos participantes no estudo conseguiu conciliar a sua vida quotidiana com a gestão dos consumos, e assevera que alguns lograram mesmo livrar-se do vício e deixaram as ruas.
Segundo o director do Centro PEPSA, o ensaio clínico – a única maneira de validar o projecto e obter a autorização do uso de qualquer substância como medicamento – comparou a evolução de dois grupos de pacientes: ao primeiro grupo foi injectada heroína (os seus elementos eram dependentes daquela droga e usavam-na por via intravenosa) e metadona por via oral, enquanto aos do segundo só foi administrada metadona, também por via oral. Pepe Caracuel garante que o que está em causa no programa não é, de todo, a legalização das drogas, mas apenas uma solicitação para que a Agência Espanhola de Medicamentos autorize a utilização terapêutica da heroína no tratamento da toxicodependência.
De acordo com aquele responsável, desde a entrada no programa dos primeiros doentes, “a avaliação é muito positiva”. Os doentes que integraram o grupo a que foi administrada apenas metadona também melhoraram, “até porque a assistência dada aos pacientes do Centro PEPSA não é a mesma que fornecem os serviços normalizados, onde o médico só vê o doente de tempos a tempos, nas consultas”. Aqui os doentes são acompanhados em permanência e têm sempre ao dispor uma equipa multidisciplinar composta por um médico, um psiquiatra, um psicólogo e várias enfermeiras. Pepe Caracuel explica que o objectivo do PEPSA é sempre o abandono das drogas ilícitas por parte dos seus utilizadores, mas reconhece que, “como em qualquer tratamento medicinal, também este pode falhar”. No entanto, considera que, mesmo nos casos em que o objectivo principal não seja alcançado, “reduzir os riscos e conferir alguma dignidade à vida das pessoas poderá constituir, por si só, uma vitória.

Carla Teixeira
Fonte: PEPSA, revista Dependências

Biochip garante a segurança das transfusões sanguíneas

A Progenika Biopharma, empresa basca de biotecnologia dedicada à investigação e desenvolvimento de medicina personalizada, apresentou um biochip de ADN, denominado BLOODchip, que permite eliminar o risco de reacções adversas devido à incompatibilidade nas transfusões entre o grupo sanguíneo de um dador e o do receptor.

Com o objectivo de garantir a segurança das transfusões de sangue, a Progenika desenvolveu e validou mil amostras clínicas em colaboração com os principais bancos de sangue europeus. Especificamente, a validação das amostras é de 99,8 por cento, sensivelmente superior à técnica actual de serologia, que pode ter uma margem de erro de cerca de 3 por cento. Assim sendo, o BLOODchip é actualmente a ferramenta mais segura e exacta para determinar geneticamente os grupos sanguíneos, o que permitirá reduzir as reacções adversas das transfusões de sangue.

Actualmente utilizam-se duas técnicas diferentes para detectar possíveis incompatibilidades nas transfusões sanguíneas: o método serológico e a sequenciação de ADN. A técnica serológica tem uma capacidade limitada e não permite detectar cerca de 3 por cento das incompatibilidades. Por outro lado, a sequenciação de ADN, que permite ultrapassar o inconveniente do procedimento serológico, é, contudo, um sistema lento e dispendioso.

A Progenika desenvolveu o BLOODchip para superar as limitações dos processos actuais, sendo que este permite detectar todas as incompatibilidades sanguíneas através de um processo analítico mais seguro, rápido e específico do que a técnica serológica. Adicionalmente, o custo é 20 vezes inferior aos testes de sequenciação de ADN, o que permite uma utilização generalizada e rotineira em todas as transfusões de sangue.

O BLOODchip é o resultado de uma investigação que faz parte do IV Programa Marco da União Europeia, realizado pela Progenika em colaboração com os principais bancos de sangue da União Europeia: Universidade de Bristol, Instituto de Transfusões da Universidade de Bristol, Sanquin de Amesterdão, Hospital Universitário de Ulm (Alemanha), Centro de Sangue do Hospital Universitário de Luna (Suécia), Centro de Transfusões e Banco de Sangue de Barcelona e o Instituto de Hematologia e Transfusão de Sangue de Praga.

A Progenika conseguiu a liderança tecnológica internacional no desenvolvimento de biochips genéticos, tendo já desenvolvido e patenteado diversos produtos que estão no mercado para vários tipos de diagnósticos. Em 2004, a Progenika lançou no mercado o LIPOchip, para o diagnóstico da Hipercolesterolemia Familiar, comercializado desde esse ano, sendo o primeiro biochip com marcação CE. Actualmente, a Progenika tem outros três produtos em fase de desenvolvimento, que estarão terminados no final deste ano.

Os biochips permitem analisar simultaneamente milhares de variáveis genéticas, multiplicando a capacidade das técnicas convencionais para diagnosticar uma doença, prognosticar a agressividade da sua progressão e prever a resposta do paciente ao tratamento.

Isabel Marques

Fontes: Science Daily, www.basqueresearch.com, www.progenika.com

Cientistas apresentam benefícios do tabaco contra a doença de Parkinson

Há muito que os cientistas teorizavam à cerca dos efeitos do tabagismo sobre a doença de Parkinson, concluindo frequentemente que os fumadores correm menos riscos de vir a sofrer desta doença neuro-degenerativa, em comparação com os indivíduos que não consomem tabaco. Uma equipa de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Los Angeles, Califórnia, vem agora apresentar novas provas que reforçam esta ideia.

Apoiados nas conclusões de 11 estudos realizados entre 1960 e 2004, que observaram mais de 11.800 indivíduos, 2.816 dos quais doentes de Parkinson, os investigadores concluíram que existe uma “relação inversa entre os consumo de cigarros e a doença de Parkinson”.

O tabaco parece ter um efeito protector contra a doença de Parkinson, ainda que os cientistas não tenham conseguido perceber exactamente como se processa o efeito, mas estudos anteriormente realizados em animais apontam duas possibilidades.

Por um lado, os investigadores acreditam que o monóxido de carbono e outros agentes existentes no fumo do tabaco desencadeiam um efeito protector, promovendo a sobrevivência dos neurónios que produzem dopamina, permitindo o movimento preciso dos músculos, o que não sucede com os doentes de Parkinson.

Por outro lado, é também apontada ao tabaco a capacidade de provocar um efeito preventivo do desenvolvimento de substâncias tóxicas, que interferem com o sistema neurológico.

De acordo com o relatório apresentado segunda-feira, para além dos fumadores de cigarros também os fumadores de cachimbo e charutos apresentam um menor risco de vir a sofrer da doença de Parkinson, bem como os consumidores de tabaco de mascar, ainda que o hábito de mascar tabaco esteja cada vez mais em desuso.

Inês de Matos

Fonte: Reuters