terça-feira, 24 de julho de 2007

MedImmune desenvolve anticorpo eficaz em doentes asmáticos

Os resultados provisórios de um ensaio clínico de Fase I indicam que o novo anticorpo monoclonal desenvolvido pela MedImmune é bem tolerado e demonstra actividade biológica em adultos com asma. Segundo revelou a empresa de biotecnologia, o estudo comprovou que os anticorpos são biologicamente activos e reduzem o número de eosinófilos, uma espécie de glóbulos brancos que estão implicados na maioria dos casos de asma.

As células, também responsáveis pelo combate às infecções por parasitas, produzem o receptor de interleucina-5 (IL-5) e acredita-se que respondam de forma diferente na medula óssea face à presença das citoquinas IL-5 e IL-3. Este tipo de células circula no sangue e migra para zonas inflamadas no organismo, como é o caso daquelas que são provocadas por respostas alérgicas.

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que, em indivíduos susceptíveis, origina episódios recorrentes de pieira, dispneia (dificuldade na respiração), aperto torácico e tosse, conduzindo a cerca de 180 mil mortes por ano, em todo o mundo. O anticorpo monoclonal MEDI-536 tem vindo a ser desenvolvido num esforço para reverter os efeitos debilitantes provocados pela doença através da eliminação dos eosinófilos que se acumulam nos pulmões.

De acordo com os resultados da investigação, apresentados no 5º Simpósio Bianual da Sociedade Internacional de Eosinófilia, realizado em Snowbird, nos Estados Unidos da América, este anticorpo tem capacidade não só para destruir as células produtoras do receptor de IL-5, como também para inibir a interacção entre o IL-5 e as células. As pesquisas pré-clinicas indicaram que a diminuição de libertação de eosinófilos através da actuação da inibição do IL-5 promoveu a redução da inflamação nas vias aéreas, da hipersensibilidade das vias respiratórias e da segregação do muco.

“Os dados iniciais deste ensaio clínico sugerem que os nossos esforços para inibir a citoquina envolvida na produção de eosinófilos e também para efectivamente diminuir de forma directa os eosinófilos, podem revelar-se uma abordagem terapêutica viável para o desenvolvimento de novos tratamentos para os doentes com asma”, destacou Barbara White, vice-presidente do departamento de desenvolvimento clínico e doenças inflamatórias da MedImmune.

O MEDI-536 foi desenvolvido através de uma tecnologia da BioWa, subsidiária da Kyowa Hakko Kogyo, uma empresa japonesa líder no ramo farmacêutico e biotecnológico. Em Dezembro de 2006, as duas empresas estabeleceram um acordo de licenciamento e colaboração para desenvolver e comercializar novas terapias para doenças inflamatórias que tenham como alvo o IL-5.Em Junho do ano corrente a MedImmune foi adquirida pela farmacêutica britânica AstraZeneca numa operação que envolveu 11,1 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-reporter.com, medarex.com, Portal da Saúde.

«Vencer o tabu do Cancro» em debate no Porto

Hoje, dia 25 de Julho, pelas 18:00 horas vai ser apresentado na Fnac do GaiaShopping do Porto o resultado de um estudo que teve como objectivo saber qual o nível de esclarecimento das pessoas em relação ao cancro. A apresentação vai ser seguida de um debate sobre o tema «Vencer o tabu do cancro».

O director do GaiaShopping, Paulo Valentim, Victor Cavaco, Sociólogo da empresa SPIRITUC e responsável pela análise do inquérito, Helena Gervásio, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Nuno Costa, Medical Adviser da Novartis Oncology e o Atleta Olímpico Roberto Dória Durão, doente oncológico recuperado, vão estar presentes na mesa de debate.

«Vencer o tabu do cancro» é também o nome da semana dedicada à oncologia. As pessoas que passaram pelo centro comercial GaiaShopping, no Porto, entre os dias 10 e 16 deste mês puderam assistir a acções informativas e formativas sobre a doença e responderam ainda a algumas questões para avaliar o grau de conhecimento sobe o cancro.

Da amostra deste inquérito fazem parte 298 pessoas, 139 homens e 159 mulheres, solteiros, casados, unidos ou divorciados, com e sem filhos, entre os 15 anos e maiores de 55 anos.

A Sonae Sierra e a Sociedade Protuguesa de Oncologia em parceria com a Novartis Oncology são os autores desta semana de informção que decorreu entre os dias 10 e 16 de Julho no Espaço «Saúde no Centro», no GaiaShopping.

Os dados mais recentes datam de 2003 e revelam que morreram 22.711 mil portugueses vítimas de cancro. A Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica calcula que até 2020 este número possa aumentar 20%.

sara pelicano

fontes: press release do grupo gci, setubal na rede

Nova esperança contra o paludismo

Processo inovador de identificação de proteínas contribui para a elaboração de vacinas

Uma nova abordagem científica desenvolvida por um grupo de investigadores suíços, da Universidade de Lausanne na Suiça, resultou na rápida identificação de uma dezena de moléculas de fragmentos de proteínas, susceptíveis de servirem para a elaboração de vacinas eficazes contra o paludismo, que continua a matar mais de um milhão de pessoas por ano, em todo o mundo.

O trabalho foi hoje publicado na revista PLoS One e identificou uma dezena de fragmentos de proteínas, chamadas péptidas, fáceis de reproduzir e susceptíveis de servirem como base para a formação de vacinas eficazes.

A universidade helvética anunciou que a investigação combinou os mais recentes progressos da bio-informática e da síntese química, identificando certos fragmentos particulares das proteínas, "as péptidas em forma de hélices intercaladas" que, de acordo com professor Giampietro Corradin, responsável pelo projecto, podem ser os alvos dos anticorpos protectores produzidos pelo sistema de defesa do organismo humano.

Na etapa seguinte, os investigadores sintetizaram quimicamente uma centena dessas péptidas, das quais "uma dezena revelou ser o alvo dos anticorpos capazes de inibirem o crescimento in vitro do parasita".

O processo revelou-se vantajoso e relativamente fácil, identificando os segmentos de proteínas de forma bastante rápida, permitindo "testá-las rapidamente em fase clínica e a custos reduzidos".

Os investigadores acreditam que no futuro, esta investigação será fundamental não só para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de vacinas contra o parasita responsável pelo paludismo, como também contra outros agentes patogénicos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Isotechnika completa recrutamento de pacientes para Fase 3 do estudo da Psoríase

A 20 de Julho de 2007, a Isotechnika terminou o recrutamento de 638 pacientes, sendo 228 provenientes do Canadá, 294 da Alemanha e 116 da Polónia

O principal composto da Isotechnika, o ISA247, está a ser investigado actualmente num ensaio de Fase 3 sobre a Psoríase, na Europa e no Canadá, tendo a companhia completado recentemente o recrutamento para este ensaio pivot, o ESSENCE. O ISA247 completou com êxito um ensaio clínico humano de Fase 3 no Canadá para o tratamento da Psoríase moderada e grave e num ensaio de Fase 2b na América do Norte para a prevenção da rejeição do enxerto após transplantes do rim.

Existe uma necessidade médica importante que ainda não está atendida no que se refere aos tratamentos de transplantes de órgãos sólidos e doenças auto-imunes. Estima-se que o potencial de mercado supera os dois mil milhões de dólares canadianos por ano, no que diz respeito às vendas dos inibidores da calcineurina, como o ISA247.

O director geral da Isotechnika, Dr. Randall Yatscoff, declarou que a companhia está muito satisfeita por se ter conseguido o recrutamento no período estipulado. A capacidade de finalizar o recrutamento de forma rápida serve para fazer frente à necessidade médica ainda não atendida de tratamento para a Psoríase, uma doença grave e debilitante. Este é um marco importante para facilitar o avanço do ISA247 para conseguir a aprovação final para comercialização do tratamento para a Psoríase.

Espera-se que no primeiro trimestre de 2008 comece um segundo ensaio europeu da Fase 3 da Psoríase incluindo aproximadamente 630 pacientes. Este ensaio, em conjunto com o ensaio actual ESSENCE, proporcionará dados suficientes sobre os pacientes para pedir a aprovação na Europa e no Canadá.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Cannabis afinal pode espoletar esquizofrenia


IDT admite uso para fins medicinais; Infarmed não recebeu pedidos de regulamentação de fármacos com a substância

Fumar cannabis - a droga ilícita mais consumida em todo o mundo - pode desencadear esquizofrenia e outros tipos de psicoses. O alerta partiu de investigadores que conduziram um estudo realizado na Clínica Universitária Psiquiátrica de Zurique, na Suíça, e contraria um estudo da Universidade de Colónia, na Alemanha, que apontava a planta como cura da mesma doença.

A pesquisa publicada, esta semana, na revista especializada «Schizophrenia Research» é uma recompilação de dados clínicos levantados ao longo das últimas três décadas no país.

Os cientistas recomendam uma reavaliação dos factores de risco propiciados pelo consumo de THC (tetrahidrocanabinol), princípio activo desta erva, e sua influência no desenvolvimento de outros males psíquicos.

De acordo com as estatísticas, os casos de psicoses esquizofrénicas (entre os jovens de 15 a 19 anos) aumentaram de 20 para 50, por cada 100 mil habitantes, entre 1990 e 1998.


Legalização para fins medicinais?

De acordo com o livro «Marijuana - A medicina proibida», da autoria de Lester Grinspoon e James B. Bakalar (da Harvard Medical School), a cannabis tem um uso médico corrente no alívio dos sintomas de tratamentos de quimioterapia, glaucoma, epilepsia, paraplegia e quadriplegia, sida, dor crónica, enxaqueca, doenças reumáticas, sintomas pré-menstruais e dores de parto, depressões e outras doenças mentais.

O Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) afirmou, recentemente, não ter "objecções de princípio" à legalização da marijuana para fins medicinais. O presidente do IDT, João Goulão, admitiu, assim, o uso da cannabis em tratamentos médicos, desde que os fins sejam "devidamente comprovados", afirmando, porém, não conhecer as "investigações médicas em curso" para validar as vantagens terapêuticas da planta.

João Goulão não deixou de alertar para os efeitos nocivos relacionados com o consumo não controlado: "O sintoma mais comum é a desmotivação, mas também há registo das chamadas psicoses canábicas, doenças mentais que, embora tendo uma associação estatística com o consumo, não possuem uma relação de causa-efeito confirmada."

Já a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) advogou, por seu turno, que é preciso provar a eficácia da substância e a sua relação benefício/risco, dando o exemplo de alguns fármacos comercializados em Portugal que contêm derivados do ópio.

Confirmando que estão em curso estudos sobre o uso da planta da cannabis e da sua substância psico-activa para fins terapêuticos, o Infarmed negou, no entanto, ter recebido qualquer pedido de regulamentação de medicamentos com base na marijuana.


Raquel Pacheco
Fonte: «Schizophrenia Research»/Saúde em Movimento/Agência Lusa/IDT/Infarmed/Livro «Marijuana - A medicina proibida»

Agência Europeia do Medicamento recomenda retirada do mercado de medicamento para a menopausa

A Agência Europeia do Medicamento recomendou a retirada do mercado do medicamento Agreal/Agradil, utilizado para tratamento dos afrontamentos associados à menopausa, por considerar que a sua utilização acarreta mais riscos do que benefícios para a saúde das consumidoras.

Para além da limitada eficácia da substância activa do Agreal/Agradil, a veralipride, esta tem sido também associada a efeitos secundários como a depressão, ansiedade e uma alteração da mobilidade que pode ser de longa duração ou mesmo irreversível.

Em Setembro de 2006, a Comissão Europeia pediu a avaliação do fármaco em questão, depois de este ter sido retirado do mercado espanhol por apresentar efeitos secundários graves, que afectaram o sistema nervoso dos doentes que o ingeriram.

A Sanofi-Aventis, empresa que comercializa o produto, anunciou entretanto que irá enviar uma carta a todos os profissionais de saúde com as normas de boa utilização do produto em causa, antecipando assim a decisão da Comissão Europeia, que apoiada na recomendação da Agência Europeia, deverá emitir um parecer em Outubro.

Até lá, os doentes que se encontrem em tratamento com este medicamento devem consultar o seu médico e discutir as hipóteses de alteração do tratamento, aconselha a Agência Europeia, que salienta ainda que o medicamento não deve deixar de ser tomado abruptamente, devendo haver uma redução progressiva da dose

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias
Prometidas novidades para um encontro científico em Agosto
Cientistas brasileiros estudam vacina para a sida


Edécio Cunha Neto, um investigador brasileiro da Universidade de São Paulo que lidera uma equipa de cientistas que tem conseguido resultados muito promissores no que respeita à possibilidade de, a breve trecho, desenvolver uma vacina contra a sida, vai estar presente no XIII Congresso Internacional de Imunologia, agendado para os dias 21 a 25 de Agosto no Rio de Janeiro, onde vai apresentar novidades sobre o assunto.

No encontro, que deverá reunir cerca de cinco mil especialistas ligados à pesquisa do vírus da imunodeficiência adquirida, Edécio Cunha Neto deverá reiterar o que já disse publicamente noutras ocasiões: “Embora a resposta global ideal para a epidemia de VIH/sida inclua factores como a educação, a prevenção e o tratamento dos casos já diagnosticados”, há diversas circunstâncias sócio-culturais e de custo que limitam a eficácia daquela estratégia. Por isso, de acordo com aquele perito, “a única forma de travar a proliferação da doença é o desenvolvimento de uma vacina preventiva segura, estável e de custo reduzido”.
O desenvolvimento de uma imunização eficaz em todas as regiões do mundo é, por isso, “uma prioridade global”, mas a variabilidade genética do vírus constitui ainda o principal obstáculo à obtenção de uma vacina, visto que o VIH assume mutações e ganha resistência aos medicamentos que vão sendo desenvolvidos com o objectivo de pôr fim à incidência e mortalidade daquela epidemia, que se assume já como a maior crise de saúde pública a nível mundial desde a medieval peste negra. Com 40 milhões de indivíduos infectados e mais de 20 milhões na contagem dos mortos, a sida é diariamente contraída por 15 mil pessoas.
A vacina ideal deveria demonstrar capacidade para gerar anticorpos contra o vírus, que agiriam nas mucosas genital e anal, onde tem origem a maior parte dos casos de contágio, neutralizando o VIH de modo a impedir a sua entrada e progressão no organismo e, por essa via, a impossibilitar a infecção das células. Numa altura em que esse tipo de imunização permanece ainda muito longe da realidade, os peritos têm concentrado esforços na elaboração de vacinas que controlem a multiplicação do vírus e desacelerem a disseminação da doença. Mesmo sem impedir a infecção, uma vacina deste tipo já constituiria um grande passo em termos de saúde pública.

Sida em Portugal
No nosso país o primeiro caso de sida foi diagnosticado em 1983 no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, num homem que se encontrava já em fase terminal da doença. A OnuSida estima a existência de 42 mil infectados em Portugal, que detém a mais elevada taxa de diagnósticos de sida da Europa. O volume de casos notificados até ao dia 31 de Dezembro de 2005 era de 28370, dos quais 46,1 por cento utilizavam drogas por via endovenosa, 36,3 por cento tinham sido contagiados em relações heterossexuais desprotegidas, 11,7 por cento através de transmissão homossexual masculina, e 5,9 por cento pelas restantes formas de transmissão. Até ao final de 2005 morreram 7399 pessoas com infecção por VIH em Portugal.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal do Brasil, BBC, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
Purdue Pharma foi condenada a pagar 634,5 milhões de dólares
Publicidade enganosa com medicamentos


A empresa farmacêutica Purdue Pharma, que fabrica e comercializa o OxyContin, e três dos seus quadros executivos, foi condenada em tribunal a pagar uma multa de 634,5 milhões de dólares americanos por ter enganado os consumidores ao afirmar na rotulagem daquele analgésico que ele seria menos viciante do que os fármacos de marcas concorrentes.

Fontes judiciais informaram que o ex-presidente da empresa, o advogado principal e outro antigo quadro executivo, que em Maio passado se declararam culpados das acusações, foram condenados ao pagamento daquele montante, tendo igualmente sido decidido que o laboratório farmacêutico terá de ser vigiado durante cinco anos, e que os três arguidos terão de prestar 400 horas de trabalho comunitário vinculado à prevenção do consumo de medicamentos que causem dependência.
A multa foi estipulada na parte final de uma audiência de cerca de cinco horas em que foram lidos os testemunhos de pessoas que afirmaram ter visto a sua vida ser prejudicada pelo consumo daquele produto, que segundo disseram terá um efeito semelhante ao da heroína. Números da Direcção Americana Anti-Drogas referem a ocorrência, no período compreendido entre 1996 e 2001, do quíntuplo das mortes associadas ao consumo de OxyContin, acrescentando que o medicamento já terá provocado a morte de 146 norte-americanos, sendo também responsável por danos na saúde de outras 318 pessoas.

Carla Teixeira
Fonte: Agência JB
No tratamento de doentes com sida em falha terapêutica
Darunavir é mais eficaz do que o lopinavir

O anti-retroviral darunavir revelou ser mais eficaz do que o lopinavir no tratamento de doentes com sida em situação de falha terapêutica. Um estudo desenvolvido por cientistas do Centro de Referência em Doenças Sexualmente Transmissíveis/Sida de São Paulo aferiu que o darunavir, aprovado em Junho no Brasil, e que em breve deverá ser disponibilizado no mercado, permitiu reduzir a carga viral dos doentes em que foi testado.

Segundo José Valdez Madruga, investigador que conduziu o estudo que comparou os dois fármacos, que ao longo de 48 semanas acompanhou 595 pacientes, houve mais doentes no grupo tratado com darunavir a conseguir baixar significativamente a sua carga viral, com menos efeitos colaterais do que os mais diagnosticados nos pacientes tratados com o lopinavir: 31 por cento dos doentes do primeiro grupo tiveram problemas de diarreia após a toma do medicamento, enquanto no segundo grupo foram 41 por cento os casos em que aquele efeito secundário se manifestou. “O único efeito colateral superior mais presente no darunavir foi a alergia de pele”, explicou o investigador, referindo que 16 por cento dos doentes que usaram o novo medicamento apresentaram aquele problema.
Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, o darunavir é a mais recente esperança dos doentes com sida, mas em Portugal ainda não tem a autorização do Infarmed para entrar no mercado. O fármaco, que se destina exclusivamente a ser usado em meio hospitalar, tem revelado sucesso no combate ao VIH2, mas o Estado português argumenta não ter ainda dados conclusivos dessa efectividade, pelo que ainda não autorizou a sua utilização em seres humanos.

Carla Teixeira
Fonte: Agência de Notícias da Sida, jornal «24 Horas»

Imigração traz de volta a lepra

Em 2006 o número de casos duplicou em relação ao ano anterior

Portugal registou no ano passado 16 casos de lepra, o dobro do ano anterior em que tinham sido detectados apenas sete, segundo dados oficiais da Direcção-Geral de Saúde. A maior incidência da doença deve-se à imigração, pessoas que chegam a Portugal provenientes de países fortemente afectados pela lepra, também denominada por doença de Hansen.

De acordo com as estatísticas das doenças de declaração obrigatória, divulgadas hoje pela OMS, o elevado número de casos de lepra detectados em 2006 corresponde à totalidade de casos identificados entre 2002 e 2005, período em que também se verificou um forte aumento da imigração oriunda da Ásia, África e América Latina.

O director do Serviço de Dermatologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, Jorge Cardoso, explica que estes “são casos importados. Tem a ver com a imigração de pessoas, nomeadamente do Brasil e África, onde a doença é endémica”.

Segundo a Associação Portuguesa Mãos Unidas, que apoia os doentes com lepra, os 12 países mais atingidos são: Brasil, Índia, Guiné-Bissau, Moçambique, Madagáscar, Nepal, Níger, Bangladesh, República Centro Africana e República Democrática do Congo.

Os tratamentos com antibióticos tornam a doença controlável podendo mesmo curá-la, mas os medicamentos têm de ser administrados por longos períodos de tempo e, nalguns casos, para o resto da vida do doente.

A Associação Mãos Unidas acredita que cada vez mais é possível curar os doentes com lepra, pois ao longo de 15 anos contabilizam-se já mais de 10 milhões de doentes curados. Ao contrário do que se possa pensar a lepra nem sempre exige o isolamento do doente, o que acontece apenas na sua forma mais grave, apesar de existirem ainda muitos países que continuam a recorrer a este método em todos os casos de lepra.

A lepra é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que atinge mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo. Nos casos mais graves, os doentes podem ficar completamente desfigurados e sem um tratamento adequado, leva à morte.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Compostos fotodinâmicos activados por laser para o tratamento do cancro em desenvolvimento

A Theralase Technologies Inc. anunciou que entrou num acordo com a University Health Network (UHN) e com o Center Of Excellence for Photonics do Ontario Centres of Excellence (OCE), para expandir em conjunto a pesquisa e o desenvolvimento dos componentes fotodinâmicos patenteados (PDC, sigla em inglês) da companhia, que são activados por tecnologia laser de biofeedback super-pulsed, o TLC-3000 PDC, que poderá ser utilizado no tratamento do cancro.

A Theralase desenha, desenvolve e fabrica tecnologia laser super-pulsed patenteada que é utilizada num amplo leque de aplicações clínicas de bio-estimulação e bio-destruição. A plataforma tecnológica da Theralase aponta para diversos sectores da saúde: em primeiro lugar, para controlar a dor de forma não invasiva, e terapia clínica, em centenas de doenças neuro-musculares e esquelético-musculares, incluindo artrite; em segundo, para bio-estimular e acelerar o tratamento de feridas e cicatrização, incluindo regeneração óssea pós-fractura e doenças osteoartríticas e, por último, combinando compostos fotodinâmicos com tecnologia laser biofeedback super-pulsed para atacar especificamente cancros seleccionados, bactérias, vírus e células adiposas.

O presidente da Theralase Technologies Inc., Roger White, afirmou que este é um marco significativo para a companhia, que posteriormente irá expandir a pesquisa e o desenvolvimento dos compostos fotodinâmicos combinados e da tecnologia laser para a destruição selectiva de cancros, bactérias, vírus e células adiposas. As aplicações clínicas desta tecnologia, caso seja bem sucedida, poderão ter um impacto significativo numa das doenças mais devastadoras dos nossos tempos.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Cabra produz “antídoto” contra gases mortais

Medicamento em estudo da PharmAthene recebeu fundos do Departamento de Defesa americano

Cabras modificadas geneticamente podem produzir um antídoto no leite que protege contra os efeitos mortais de gases nervosos, como o sarin e o VX. A descoberta - que os cientistas acreditam ser uma protecção para soldados em cenário de guerra - foi publicada na revista científica «Proceedings of the National Academy of Sciences», nos Estados Unidos.

De acordo com a publicação, o Departamento de Defesa do governo americano está a patrocinar as investigações conduzidas pela empresa PharmAthene, que desenvolve a experiência com as cabras.

As autoridades esperam que o “antídoto” que será produzido a partir da enzima butirilcolinesterase - obtida em grandes quantidades no leite de cabras modificadas geneticamente -, possa proteger soldados contra a exposição a agentes nervosos nos campos de batalha.

Segundo relatam os cientistas no artigo publicado, “a enzima butirilcolinesterase é produzida em baixas quantidades pelo organismo humano.” Os investigadores explicam que, durante a experiência, “o gene humano foi incorporado pela sequência de ADN da cabra”, sublinhando que os caprinos resultantes da experiência, todos saudáveis, produziram grandes quantidades da enzima no seu leite.

“Até agora, as cabras modificadas geneticamente produziram quase 15 quilos do antídoto”, salientaram, reforçando que “na cabra, podemos obter entre dois ou três gramas por litro."

Protexia

Langermann, autor da investigação, considera que o “antídoto”, baptizado com o nome comercial de Protexia, será mais eficiente do que a combinação dos actuais, atropina e 2-PAM utilizados, actualmente, por soldados para a prevenir a acção dos gases nervosos.

"As substâncias actuais são eliminadas pelo organismo rapidamente, mas mesmo que o soldado sobreviva, vai sofrer graves danos neurológicos", advertiu, frisando que "com Protexia, ele sobrevive e ainda poderá retornar ao campo de batalha."

No entanto, apesar da ventilada “eficiência”, para entrar em uso, o novo medicamento tem ainda de passar por testes de segurança e ter a aprovação do governo americano.

De referir que, os agentes como o gás sarin fazem parte do grupo de organofosforados, substâncias que podem ser utilizadas na fabricação de armas químicas. Em contacto com o organismo, os gases afectam o sistema nervoso, provocando convulsões, paralisia no sistema circulatório e nos pulmões, podendo causar a morte.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/www.pharmathene.com/protexia

Sida: Circuncisão pode evitar contágio de milhões

VIH: Novos tratamentos em foco na Austrália

A prática da circuncisão masculina como método para reduzir o risco de transmissão da sida pode evitar o contágio de milhões de pessoas. A conclusão foi apresentada, ontem, durante a Conferência sobre Patogénese e Tratamento e Prevenção do VIH que está a decorrer, em Sidney (Austrália) e que, também, avançou novas estratégias de tratamento da doença.

Segundo garantiu o professor de Epidemiologia da Universidade de Illinois (Estados Unidos), Robert Bailey, a circuncisão reduz a transmissão do VIH em 60%. O especialista esclareceu que suas conclusões se baseiam em 45 estudos com testes clínicos e várias pesquisas biológicas.

O especialista americano – que realizou trabalhos sobre circuncisão em Uganda, Quênia, Malawi, Zâmbia e Estados Unidos - informou que a circuncisão foi considerada, pela primeira vez, no âmbito científico como uma técnica preventiva para a sida, há já 24 anos, e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a medida somente, em Março.

Apesar de se tratar de uma prática originária do Egipto (que data do ano 2.300 a.C.), e praticada em 67% dos homens na África, em muitos países deste continente, com a maior incidência da sida, há uma forte oposição por motivos culturais e religiosos.

“É preciso passar da pesquisa às políticas, é necessário que a circuncisão possa ser praticada de forma segura e que eticamente não seja discriminatória”, defendeu Bailey.

Segundo adiantou o professor, apesar dos receios das mulheres face às possíveis reacções dos homens à prática, “foram realizados diversos estudos que indicam que elas são as primeiras a relacionar a circuncisão com higiene.” Bailey afirmou que serão elas que, como mães, deverão decidir a circuncisão dos filhos, de preferência imediatamente após o nascimento.

Novos tratamentos: tradicionais e inovadores

Sidney também foi palco da apresentação de novas estratégias de tratamento da sida que combinam medicamentos tradicionais, como os inibidores, e tratamentos genéticos inovadores.

John Rossi, professor de biologia molecular americano, abordou o sistema de alteração genética para conter a multiplicação do vírus. O estudo no qual trabalha começou com a identificação de três inibidores de genes baseados em ácidos ribonucléicos (chamados RNA, que são macromoléculas encarregadas de mediar a transferência de informação) que inibem a propagação do VIH.

A equipa de investigadores de Rossi espera que esta tripla combinação iniba a infecção pelo VIH, sendo que, o método já começou a ser testado em doentes.

"Os novos inibidores CCR-5, NRTIs, TMC 125 e TMC 278 podem melhorar a vida dos doentes com sida", sublinhou também o diretor das unidades de Doenças Infecciosas e Sida do Hospital de Barcelona.

José Gatell explicou que estes inibidores “não causam a chamada 'lipoatrofia' - perda de gordura subcutânea que dá um aspecto doentio às pessoas em tratamento -, e outras alterações do metabolismo das gorduras que provocam problemas secundários, como os acidentes vasculares.

“É um momento muito emocionante em matéria de desenvolvimento de novos medicamentos, temos novas fórmulas de fármacos que já existiam, mas também temos novos tipos. Os doentes e médicos agora têm um rol de possibilidades muito mais amplo”, concretizou o co-presidente da conferência considerada a mais importante do mundo na área, e que termina amanhã, na Austrália.

Raltegravir mais eficaz do que Efavirenz

Durante a IV Conferência Internacional de Patogénese, Tratamento e Prevenção do VIH foi ainda apresentado um estudo norte-americano que indica que o Raltegravir (novo anti-retroviral produzido pela Merck Sharpe & Dohme) – quando combinado com outros - apresenta menos efeitos colaterais do que o Efavirenz.

De acordo com Martin Markowitz, investigador da pesquisa e diretor-clínico da Aaron Diamond Aids Research (Estados Unidos), a utilização deste fármaco - que está no fim da fase II – em terapia combinada produz um efeito parecido com o Efavirenz, porém com o mínimo de efeitos adversos.

“Num estudo efectuado a longo-prazo (48 semanas) a combinação do raltegravir com o tenofovir e a lamivudina demonstrou ser eficaz no aumento de células CD4 (de 144 para 221), sem efeito adverso no colesterol baixo (LDL) e triglicerídeos”, explicou Martin Markowitz em Sidney.

Estas conclusões divulgadas, na Autrália, contrariam as apresentadas no ano passado, na Conferência Internacional de Aids, em Toronto, Canadá, quando a pesquisa tinha 24 semanas.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência EFE/Rodrigo Vasconcellos (em Sidney)

“Vencer o tabu do tabaco” é tema de debate no GaiaShopping

No âmbito do projecto “Saúde Centro”, a FNAC do GaiaShopping recebe amanhã (25 de Julho), às 18:00 horas, um debate subordinado ao tema “Vencer o tabu do cancro”. Na mesma ocasião serão apresentados os resultados do estudo sobre o grau de conhecimento, percepções e comportamentos da população do grande Porto face às doenças oncológicas.

A iniciativa surge na sequência da semana da oncologia, uma iniciativa da Sonae Sierra desenvolvida em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Oncologia, em parceria com Novartis Oncology, que decorreu, entre os dias 10 e 16 de Julho, no Espaço “Saúde no Centro”, no GaiaShopping. Durante sete dias realizaram-se acções formativas e informativas sobre a patologia em causa e foi lançado o desafio à população residente do grande Porto para a elaboração de inquéritos, com a finalidade de verificar o grau de conhecimento sobre o cancro.

O evento conta com a presença de Paulo Valentim, director do GaiaShopping, Victor Cavaco, sociólogo da empresa SPIRITUC e responsável pela análise do inquérito, Helena Gervásio, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia e Nuno Costa medical advisor da Novartis Oncology.

Marta Bilro

Fonte: e-mail do farmácia-press

Antidepressivos: prescrição para crianças quadruplicou

Médicos britânicos receitaram mais de 630 mil medicamentos em 2006

De acordo com dados oficiais, em 2006, os médicos britânicos prescreveram mais de 630 mil antidepressivos para jovens diagnosticados com doenças mentais ou depressão. O número deste tipo de medicamentos receitados para crianças (menores de 16 anos) quadruplicou, nos últimos dez anos, na Grã-Bretanha.

Os dados foram obtidos por David Laws, um deputado do Partido Liberal Democrata que lida com temas ligados à infância. Segundo apurou o responsável, a quantia excede em muito a média de antidepressivos recomendados pelos médicos do país para jovens em meados dos anos 90, sendo que, naquela época, a quantidade era de, aproximadamente, 146 mil por ano.

De acordo com uma reportagem publicada, ontem, no jornal «Daily Telegraph», uma menina de quatro anos tornou-se na mais jovem do país a ser medicada com antidepressivos. Segundo informa o «DT», a menina passou a sentir-se mal e a chorar quando foi enviada para o novo colégio. Neste sentido, a publicação britânica conta que os pais levaram a criança a um médico (com mais de 20 anos de prática) que receitou o uso de antidepressivos.

Ainda segundo aquele diário, o médico defendeu a sua acção, afirmando concordar que tal prática é ''pouco comum, mas não sem precedentes.'' ''Nós primeiro tentamos uma série de uma série de terapias psicológicas, mas não descartamos o uso de antidepressivos nem por uma criança de quatro anos'', terá sustentado o especialista.

Para o deputado David Laws, o facto de este tipo de medicamento ser indicado para crianças em idade escolar é um tema “de grande preocupação”, revelando que, segundo os dados que recolheu, no ano passado, no Reino Unido, “em cerca de 31 milhões de receitas constava a prescrição de antidepressivos para pessoas de todas as idades.” Esta taxa representa um aumento de seis por cento em relação ao ano anterior.

Entretanto, Mayur Lakhani, presidente do principal órgão britânico de clínicos gerais, - o Royal College of General Practicioners - defendeu que ''os médicos receitam antidepressivos apenas após uma cuidadosa avaliação da condição do paciente.''

Portugal segue aviso europeu

Recorde-se que, a relação entre os antidepressivos e o suicídio nas crianças e jovens levou a Autoridade Europeia do Medicamento a recomendar, em 2005, a não utilização, ou seja, a não prescrição destes fármacos nesta faixa etária, aviso que está a ser seguido em Portugal.

Na altura, o alerta não surpreendeu alguns pedopsiquiatras, que garantiram a "segurança" dos fármacos, "desde que seja dado o devido acompanhamento." Os especialistas consideraram que, em Portugal, "há um abuso" na prescrição de psicofármacos nestes jovens, baseado numa "confiança excessiva e injustificada."

No entanto, um novo estudo sobre os efeitos dos antidepressivos em jovens com comportamentos suicidas - divulgado este mês pelo Farmacia.com.pt - sugere que aqueles que recorrem ao tratamento correm menos riscos de tentar suicidar-se do que aqueles que não tomam quaisquer antidepressivos.

Consumo aumentou 65%

Recentemente, um outro relatório - divulgado pelo Alto-Comissariado da Saúde e que teve em conta o período compreendido entre 2001 e 2005 - revelou que os portugueses consomem cada vez mais antidepressivos. Só nos últimos cinco anos, o consumo destes medicamentos aumentou 65 por cento.

"A caixa milagrosa que tira a tristeza", é assim que um técnico farmacêutico descreve os antidepressivos, corroborando da tendência crescente. "Como dizem os americanos, é a vitamina da alegria", disse ao JN, acrescentando que muitos destes medicamentos causam dependência logo à terceira semana. "As pessoas sentem-se melhor, mais alegres e desinibidas, mas há muita gente dependente", considerou o técnico, advertindo para o maior problema deste consumo, "mais expressivo nas componentes fluoxetina - e, no caso dos ansiolíticos, alprazolam, do Xanax, e lorazepan, do Lexotan e Lorenin - a dependência."

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/«Daily Telegraph»/Psicologia.com.pt/JN/Ministério da Saúde

Anti-inflamatórios não esteróides reduzem risco de cancro colorretal

Os anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina, permitem reduzir o risco de cancro colorrectal revela um estudo realizado com pacientes da Medicare. No entanto, antes desta terapia preventiva poder ser utilizada são necessários fármacos mais seguros, referem os especialistas.

“Esta é uma boa notícia para as pessoas que tomam regularmente medicamentos anti-inflamatórios não esteróides para a osteoartrite”, notou Elizabeth Lamont, do Centro de Cancro do Hospital Central do Massachussets e a principal autora do estudo. Embora estejam sujeitos a riscos de hemorragias ou lesões renais provocadas por esta terapia, “provavelmente correm um risco inferior de desenvolver cancro colorretal”, acrescentou.

Ensaios clínicos aleatórios já tinham demonstrado anteriormente que o tratamento com medicamentos anti-inflamatórios não esteróides actuava na prevenção do desenvolvimento de pólipos colorretais pré-cancerígenos, porém a eficácia desta terapia na redução dos riscos de desenvolver cancro colorretal invasivo ainda não tinha sido confirmada. Essas investigações utilizaram doses reduzidas de aspirina e não detectaram diferenças significativas nos níveis de cancro colorretal entre esses pacientes e os que ingeriram um placebo. Vários estudos de observação demonstraram um efeito protector destes fármacos relativamente ao cancro colorrectal, mas a interpretação de alguns desses resultados pode ter sido deturpada por outros comportamentos saudáveis dos pacientes.

“O ideal seria realizar um ensaio clínico aleatório – no qual metade dos pacientes recebessem anti-inflamatórios não esteróides em doses mais elevadas do que as utilizadas em estudos anteriores e a outra metade recebesse placebos – em dois grupos que seriam vigiados quanto à presença de vestígios de cancro durante vários anos” considera Lamont. Porém, essas investigações são dispendiosas, demoradas e poderiam representar sérios riscos para a saúde dos participantes. Foi por isso que a equipa de investigadores resolveu “aproveitar a experimentação natural comparando os dados de pacientes que regularmente tomam grandes quantidades desses medicamentos, com os de outros que ingerem doses reduzidas, de forma a avaliar qualquer efeito no risco de desenvolver cancro colorretal”, explicou a orientadora do estudo.

De acordo com os resultados da pesquisa publicados na edição de Agosto do “Journal of General Internal Medicine”, os riscos inerentes às dosagens destes medicamentos destinadas ao tratamento da osteoratrite, levam os investigadores a desaconselhar que as substâncias anti-inflamatórias não esteróides, disponíveis actualmente, sejam utilizadas unicamente para prevenir o cancro. Ainda assim, o sucesso dos resultados leva os cientistas a afirmarem que é “necessária mais investigação para identificar anti-inflamatórios não esteróides que sejam suficientemente seguros para uso regular enquanto terapia preventiva”.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Science Daily.

FDA quer mais informações sobre Pristiq no tratamento dos sintomas da menopausa

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recusou a aprovação do Pristiq (desvenlafaxina), um medicamento da Wyeth, em fase experimental, destinado ao alívio dos sintomas da menopausa.

A entidade reguladora emitiu uma carta de aprovação onde se salienta que são necessárias mais informações acerca do medicamento antes de poder ser tomada uma decisão final. Segundo afirmou Rita Chapelle, porta-voz da FDA, a candidatura submetida pela Wyeth está completa em vários aspectos, mas os cientistas exigiram mais informações sobre o tratamento antes de o aprovarem. A emissão de uma carta de aprovação indica que a FDA considera que o produto deveria ser aprovado, mas requer detalhes adicionais para que o possa garantir um parecer final.

“Espero que o Pristiq seja aprovado”, frisou Barbara Ryan, analista do Deutsche Bank. Depois disso, a utilização do fármaco no tratamento dos sintomas da menopausa deverá depender dos custos, isto porque, segundo referiu Ryan, “algumas mulheres poderão não querer pagar mais por um medicamento que não funciona tão bem como o Premarin”. Caso seja aprovado, as vendas do Pristiq poderão ascender aos 216,8 milhões de euros em 2012, prevê Steven Scala, analista da Cowen & Co.

A utilização do fármaco no tratamento da depressão profunda está também a ser analisada, tendo já recebido uma carta de aprovação da FDA. A farmacêutica norte-americana pretende agora enviar uma missiva que responde a todas as informações requeridas e está confiante que o medicamento possa ser aprovado no primeiro semestre de 2008 com estas indicações de utilização.

Marta Bilro

Fonte: Firts Word, CNN Money, Chron.com

Monitores hemodinâmicos Nexfin recebem aprovação CE

A Bmeye anunciou que recebeu aprovação CE para a Nexfin, a nova linha de monitores hemodinâmicos precisos e de fácil utilização. A linha de monitores Nexfin utiliza um sensor de dedo fácil de aplicar, permitindo monitorizar a pressão sanguínea e o rendimento cardíaco constantemente e de maneira simples, produzindo dados contínuos e precisos, não invasivos, que são mostrados num ecrã de toque intuitivo.

Segundo o presidente da Bmeye, Bill Bednarski, a companhia foi criada para desenvolver e comercializar tecnologia inovadora, que irá transformar a prática médica no que respeita à monitorização hemodinâmica do paciente. A Bmeye está satisfeita e grata pela aprovação CE que lhe permite comercializar os monitores Nexfin junto a cardiologistas e a qualquer clínico que precise de medir a pressão sanguínea e o rendimento cardíaco facilmente e com precisão, de maneira não invasiva e de forma contínua. Os monitores Nexfin têm uma óptima relação produtividade/preço e irão melhorar significativamente a cura dos pacientes.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Lucros da Almirall descem 1,1% no primeiro semestre

O grupo espanhol Almirall registou lucros no valor de 92,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma diminuição de 1,1 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior. A empresa refere que a descida é justificada com os 29,7 milhões de euros em receitas extraordinárias registadas naquela altura.

Excluindo estas especificidades atípicas, os resultados do grupo teriam aumentado 45 por cento, salienta um comunicado divulgado pela farmacêutica junto da Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhol, no qual destaca que os lucros antes da dedução dos impostos atingiram os 112,5 milhões de euros, face aos 103,6 milhões em igual período de 2006.

Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA na sigla inglesa), alcançaram os 118,1 milhões de euros, uma subida de 32,2 por cento, impulsionada pelo aumento das vendas e pela diminuição dos gastos gerais. No primeiro semestre do ano, a empresa registou 412,8 milhões de euros em receitas líquidas, mais 3,1 por cento do que no período homólogo do ano anterior, aumento que se fica a dever ao crescimento nas vendas de alguns produtos no mercado espanhol e mexicano.

A Almirall emprega 2.900 pessoas e está representada em mais de 80 países, principalmente na Europa e América Latina, através das fliais localizadas na Alemanha, Bélgica, França, Itália, Portugal e México.

Marta Bilro

Fonte: Invertia, Intereconomia.com.

Descargas de medicamentos no passado ameaçam rios no presente

O desperdício de fármacos é um fenómeno crescente e uma realidade cada vez mais comum nos países desenvolvidos. Não passou muito tempo desde que se recomendava que os medicamentos inutilizados fossem depositados na sanita, hoje em dia esse é um conselho errado e que está a levantar preocupações face à detecção de vestígios de substâncias em vários rios um pouco por todo o mundo.

Algumas investigações recentes demonstraram que as substâncias hormonais desperdiçadas pelos seres humanos e descartadas através de uma descarga de autoclismo podem estar a alterar as espécies selvagens e as reservas de água, prejudicando os peixes e diminuindo as probabilidades de sobrevivência dos ovos.

Um estudo realizado entre 2004 e 2005 pelo departamento norte-americano de inspecção geológica, nos rios Columbia e Willamette, em Oregon, detectou a presença na água de acetaminofenos, anti-histamínicos e antibióticos. No entanto, o relatório salienta que não há padrões de descarga estabelecidos para indicar o prejuízo causado à vida humana ou aquática relativamente às substâncias detectadas, logo esses mesmos padrões não estariam a ser infringidos. O rio Rogue, em Oregon, nos Estados Unidos da América, está também entre os mais afectados.

Em 1999, estudos europeus revelaram que a presença de vestígios de contraceptivos orais nos rios estava a causar anomalias reprodutivas nos peixes. “O tratamento de águas convencional não tem capacidade para, nesta altura, filtrar estas substâncias”, afirmou Jim Hill, administrador da estação de tratamento de águas do rio Rogue e membro de um grupo especial que luta pela criação de alternativas para solucionar o desperdício de medicamentos. Reunidos em Salem, capital do estado do Oregon, desde Outubro de 2006, os participantes estão agora a finalizar um esboço que projecta um depósito seguro para os fármacos inutilizados. Este plano é substancialmente financiado pela indústria farmacêutica que, no entanto, não faz parte do grupo que o elabora.

Dados apresentados pela Associação das Agências de Limpeza de Águas, em Portland, indicam que 77 por cento das consultas dadas em hospitais pediátricos no Oregon, em 2004, tiveram origem em intoxicações acidentais com medicamentos prescritos. Nos EUA, a intoxicação é a segunda causa de morte das pessoas entre os 35 e os 54 anos de idade e a terceira em pessoas entre os 25 e os 34 anos de idade. As farmacêuticas não são as culpadas do problema, porém podem ser uma parte da solução, considera Jim Thompson, da Associação de Farmácias Estatais do Oregon e um dos membros do projecto. Na opinião deste responsável, a melhor alternativa seria que os doentes tomassem os seus medicamentos até ao final, tal como lhes são prescritos.

Uma das ideias que está a ser ponderada por este grupo de trabalho sugere que os abrigos e instalações de cuidados a longo prazo pudessem devolver os medicamentos inutilizados para que fossem depositados num recipiente nas farmácias ou que os enviassem aos responsáveis legais ou outras entidades competentes. Os fármacos seriam posteriormente incinerados através do mesmo método de eliminação de substâncias ilegais.

Marta Bilro

Fonte: MailTribune.com