segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vidaza prolonga sobrevivência de pacientes com síndromes mielodisplásicos

A biotecnológica Pharmion Corp anunciou que uma análise detalhada de um ensaio clínico de última fase do Vidaza (azacitidina suspensão injectável), para tratar as síndromes mielodisplásicos, um distúrbio raro da medula óssea que pode levar a leucemia, confirmou que o fármaco aumenta a sobrevivência e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Os dados, apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta, confirmaram que os pacientes que foram tratados com o Vidaza apresentaram uma vantagem de sobrevivência média de 9,4 meses, em comparação com aqueles que foram tratados com terapia convencional. O Vidaza ajudou os pacientes a sobreviver em média 24,4 meses, em comparação com os 15 meses dos pacientes em quimioterapia ou melhores cuidados de suporte.

Adicionalmente, os dados demonstraram que 45 por cento dos pacientes que estavam dependentes de transfusões sanguíneas, antes de tomarem Vidaza, foram capazes de se tornar independentes de transfusões, em comparação com 11 por cento dos pacientes a tomarem terapia convencional. Também demonstraram que o tempo médio da progressão da doença para leucemia, durante o período de tratamento, foi de 26 meses para os pacientes no regime de Vidaza, e de 12 meses para os pacientes com terapia habitual.

O estudo envolveu 358 pacientes, com cerca de 95 por cento sendo considerados como tendo a forma de risco elevado da doença. Depois de dois anos de seguimento, 51 por cento dos pacientes do grupo Vidaza estavam vivos, em comparação com 26 por cento do grupo de controlo.

A Pharmion, que recentemente acordou ser adquirida pela Celgene Corp por cerca de 3 mil milhões de dólares, afirmou que a análise detalhada demonstrou que a vantagem de sobrevivência aplicou-se independentemente de qual dos três regimes convencionais foi utilizado no grupo de controlo.

O Vidaza está delineado para actuar ao reduzir um processo biológico chamado metilação. O fármaco, administrado por via intravenosa, é conhecido como agente de demetilação, que ajuda os genes supressores tumorais do organismo a fazer o seu trabalho. Desta forma, o fármaco pode permitir que os genes responsáveis pelo desenvolvimento e proliferação das células funcionem mais normalmente. O fármaco pode ainda ser capaz de matar directamente as células anormais na medula óssea.

Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a medula óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afecta os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, www.apcl.pt

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