segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Tratar a depressão revela-se importante para insuficientes cardíacos

Um estudo refere que a depressão aumenta o risco de morte em pacientes com insuficiência cardíaca, mas o risco aparentemente desaparece com a utilização de antidepressivos.

O Dr. Christopher M. O'Connor, do Centro Médico da Universidade de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, revelou que estudos recentes sugerem que a utilização de antidepressivos pode estar associada a um aumento da mortalidade em pacientes com doença cardíaca.

Contudo, visto que também tem sido demonstrado que a depressão está associada a um aumento da mortalidade nestes pacientes, ainda continua a não ser claro se esta associação é atribuível à utilização de antidepressivos ou à depressão em si.

Desta forma, os investigadores estudaram cerca de mil pacientes hospitalizados, devido a insuficiência cardíaca, que foram seguidos anualmente. Os autores também recolheram dados potenciais relativamente ao estado da depressão e utilização de antidepressivos.

Aproximadamente, 16 por cento dos participantes do estudo estavam a tomar alguma forma de antidepressivo durante a estadia inicial no hospital. No geral, 30 por cento das pessoas foram consideradas deprimidas e 24,5 por cento destas estavam a tomar antidepressivos. A equipa de investigadores também descobriu que 12,5 por cento dos pacientes não deprimidos estavam a tomar antidepressivos.

Durante uma média de cerca de 971 dias, morreram 429 pacientes, aproximadamente 43 por cento. Uma análise inicial, que não considerou relevantes variáveis potencialmente confundíveis, demonstrou que a utilização de antidepressivos estava associada a um aumento de 32 por cento do risco de morte.

Contudo, uma análise multivariável, que controlou a depressão e outros factores potencialmente confundíveis, demonstrou que a utilização de antidepressivos não estava associada a uma pior sobrevivência, mas que a depressão em si estava.

Esta descoberta, publicada na “Archives of Internal Medicine”, suporta a necessidade de ensaios clínicos aleatórios que sejam adequadamente monitorizados, para avaliar se a medicação antidepressiva pode reduzir a mortalidade, e outros desfechos relacionados com o coração, sem levantar questões de segurança entre os pacientes cardíacos deprimidos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AR5R920081128

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