quarta-feira, 18 de março de 2009

Farmacêutica relata 15 mortes entre pacientes que utilizaram RoActemra

A Chugai Pharmaceutical Co, a unidade japonesa da Roche Holding AG, relatou a ocorrência de 15 mortes entre os pacientes que utilizaram o fármaco RoActemra (tocilizumab) para a artrite reumatóide.

A Chugai revelou num relatório que entre os 4 915 pacientes com artrite reumatóide que receberam RoActemra, entre Abril de 2008 e Fevereiro de 2009, houve 15 mortes, não sendo possível negar a possibilidade de uma associação à utilização do RoActemra.

O porta-voz da Chugai, Masayuki Yamada, referiu que o facto de uma relação causal não poder ser negada significa que existe a possibilidade do RoActemra poder ter tido um impacto.

Desta forma, a farmacêutica quer continuar a recolher informações e análises para poder fornecer informações atempadas a instituições médicas, entre outros.

A Chugai também revelou que existiram 221 casos de efeitos adversos graves. Esta não foi a primeira vez que a farmacêutica publica um relatório sobre efeitos secundários do fármaco, sendo que tem actualizado periodicamente a informação, incluindo mortes relatadas.

O RoActemra é um anticorpo monoclonal que bloqueia as acções de um tipo específico de proteína (citocina) denominada interleucina-6. Esta proteína está envolvida em processos inflamatórios do organismo e o seu bloqueio pode reduzir a inflamação no seu corpo.

O RoActemra é utilizado no tratamento da artrite reumatóide activa, moderada a grave, uma doença auto-imune, em doentes adultos, se terapêuticas prévias não surtiram o efeito desejado. O RoActemra ajuda a reduzir os sintomas, tais como a dor e o inchaço das articulações, e pode também melhorar a capacidade de realização das tarefas diárias.

Estima-se que a artrite reumatóide, que se caracteriza pela inflamação da membrana que envolve as articulações do corpo, o que pode provocar dores, rigidez e incapacidade, afecte mais de 20 milhões de pessoas a nível mundial.

O Japão foi o primeiro país a aprovar o RoActemra para o tratamento da artrite reumatóide, tendo-se seguido a Europa, que o aprovou em Janeiro, mas ainda não foi aprovado nos Estados Unidos.

Isabel Marques

Sem comentários: