segunda-feira, 9 de março de 2009

FDA: Fármacos com metoclopramida devem incluir alertas mais fortes

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) alertou que os fármacos que contêm metoclopramida, para tratar distúrbios disgestivos, necessitam de avisos mais sérios relativamente ao risco de movimentos repetitivos involuntários em diversas partes do corpo, observado com a utilização a longo prazo ou em elevadas dosagens.

A utilização crónica destes fármacos, que estão disponíveis em diversas formas, como comprimidos, injecções e xarope, tem sido relacionada com discinesia tardia, o que provoca movimentos involuntários das extremidades, movimentos incontroláveis da língua, face, boca ou maxilar (protusão da língua, movimentos de mastigação), movimentos rápidos dos olhos e pestanejar. Os sintomas raramente são reversíveis, mas podem ser atenuados ou resolvidos após se terminar o tratamento com metoclopramida.

A FDA ordenou o acrescento de caixas pretas (black box) de alerta, o mais forte disponível, e o desenvolvimento de um guia amigo do paciente para explicar o risco.

A FDA recomenda que o tratamento não exceda os três meses, porque o risco do distúrbio de movimentos foi directamente relacionado com a duração do tratamento com metoclopramida e com o número de doses tomadas. A agência acrescentou que os idosos, especialmente as mulheres, apresentam maiores riscos.

A directora do Centro de Avaliação e Investigação da FDA, Janet Woodcock, referiu que a utilização crónica da terapia com metoclopramida deve ser evitada no geral, excepto nos casos raros em que os benefícios superem os riscos.

Em Portugal, os fármacos à base de metoclopramida são comercializados como Metoclopramida Labesfal, Metoclopramida Medinfar e Primperan. Estes fármacos estão indicados para náuseas e vómitos, gastroenterites, intolerâncias alimentares e medicamentosas, síndrome vertiginoso, perturbações da motilidade digestiva, dispepsia-eructações, soluços, pirose, dores epigástricas, esvaziamento gástrico retardado, refluxo gastro-esofágico.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/governmentFilingsNews/idUSN2629346520090226

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