quarta-feira, 25 de março de 2009

Fumar aumenta o risco de inflamação do pâncreas

Investigação dinamarquesa demonstrou que fumar aumenta o risco de desenvolver uma inflamação do pâncreas difícil de tratar, denominada pancreatite, sendo que o risco pode persistir mesmo depois de se deixar de fumar.

Estudos anteriores têm sugerido que o tabagismo poderá estar associado a danos no pâncreas, mas tem sido difícil estabelecer o tabaco como um factor de risco da doença. O consumo excessivo de álcool e os cálculos biliares são consideradas as principais causas na maioria dos casos de pancreatite.

Para investigar se fumar realmente prejudica o pâncreas, a Dra. Janne Schurmann Tolstrup, da Universidade do Sul da Dinamarca, em Copenhaga, e colegas analisaram os resultados de exames físicos e o estilo de vida de 17 905 homens e mulheres, para determinar a associação entre o tabagismo e a pancreatite. Os participantes foram seguidos durante uma média de 20 anos.

De acordo com os investigadores, os participantes que fumavam no início do estudo, ou que tinham sido fumadores, apresentavam maiores riscos de desenvolver pancreatite aguda e crónica, em comparação com os não fumadores. Os participantes que fumavam cerca de 15 a 24 cigarros por dia tinham 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença.

No final do estudo, 235 pessoas desenvolveram pancreatite, sendo que aproximadamente 46 por cento dos casos foram atribuídos ao tabagismo. Os investigadores descobriram que o efeito do tabaco foi independente do consumo de álcool e cálculos biliares.

Entre os participantes, 58 por cento das mulheres e 68 por cento dos homens eram fumadores, 15 por cento das mulheres e 19 por cento dos homens eram ex-fumadores, e 28 por cento das mulheres e 13 por cento dos homens nunca tinham fumado.

Os investigadores concluíram, na “Archives of Internal Medicine”, que, excluindo as evidências epidemiológicas de uma associação entre o tabagismo e o desenvolvimento de pancreatite aguda e crónica, parece plausível um efeito biológico do tabagismo, tanto em modelos animais como em estudos em humanos, pois ambos demonstram alterações no pâncreas e no funcionamento pancreático depois da exposição ao fumo do tabaco.

A pancreatite, uma inflamação do pâncreas que se costuma caracterizar por dor abdominal, tem aumentado nas últimas décadas.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1118591/03/09/El-tabaquismo-aumenta-el-riesgo-de-pancreatitis.html
www.reutershealth.com/archive/2009/03/24/eline/links/20090324elin005.html

Sem comentários: