terça-feira, 17 de março de 2009

Um inibidor da secretase apresenta-se como possível opção para a Alzheimer

Um fármaco experimental, um inibidor da secretase, reduziu a produção da proteína beta-amilóide em ratos, o que poderá pressupor uma nova via para reduzir as lesões cerebrais características da Doença de Alzheimer.

Os resultados do estudo, liderado pelo Dr. Mark Burns, da Universidade de Georgetown, em Washington, revelaram que uma classe de fármacos para a Alzheimer, que se encontra em fase de ensaios clínicos, parece reduzir os danos produzidos pelas lesões cerebrais em animais.

As gama e beta-secretases são duas enzimas necessárias para a produção da proteína beta-amilóide. É esta proteína que forma as placas no cérebro, que ocorrem na doença de Alzheimer. O aumento do risco desta doença está associado a níveis elevados de fragmentos de beta amilóide no sangue.

Se estas enzimas forem bloqueadas, pode-se reduzir os défices de movimento, as alterações de comportamento e a perda neuronal que se produz depois de uma lesão cerebral. Assim, os investigadores propõem que as duas secretases sejam um objectivo prioritário para tratar as lesões cerebrais próprias da Alzheimer.


Para analisar o papel da proteína amilóide na lesão cerebral, os investigadores utilizaram duas formas de bloquear a activação das vias que produzem os péptidos amilóides. Desta forma, utilizaram um grupo de ratos geneticamente alterados incapazes de produzir secretases e, por isso, sem possibilidade de gerar amilóide.

Os investigadores também trataram ratos normais com uma molécula experimental, a DAPT, um dos primeiros inibidores da gama-secretase desenvolvidos e cuja eficácia está a ser avaliada para a Alzheimer.

No modelo observou-se uma redução da produção de péptidos amilóides neste grupo. No grupo de controlo comprovou-se que a lesão cerebral produzia mais péptidos amilóides e que o hipocampo era a região mais afectada, igual ao que se passa na Alzheimer.

Após três semanas da lesão inicial, os dois grupos foram capazes de efectuar as provas de memória de forma semelhante.

Contudo, as imagens de ressonância mostraram que as lesões no hipocampo desses grupos de ratos eram diferentes das do grupo de controlo. O estudo, publicado na “Nature Medicine”, demonstrou que a DAPT reduz a produção de beta-amilóide.

Isabel Marques

Fontes:
www.dmedicina.com/edicion/diario_medico/dmedicina/enfermedades/neurologicas/es/desarrollo/1200911.html

Sem comentários: