Gordon parker argumenta que o problema foi reduzido ao “absurdo” e que se incorre no risco de medicar o sofrimento humano normal procurando qualquer sinal de depressão que justifique a administração de um tratamento. Os parâmetros que definem a depressão clínica são baixos, afirma o professor da Universidade Australiana de New South Wales, e os médicos acabam por tratar uma emoção normal como uma doença do foro psíquico. Para além do mais, acrescenta, “é normal estar-se deprimido”.
Ian Hickie, também especialista em psiquiatria, não partilha da mesma opinião por considerar que o aumento dos diagnósticos relacionados com a depressão conduziu à redução dos suicídios e dissipou o antigo estigma em torno da doença mental. O mesmo aponta Marjorie Wallace, da SANE, ao salientar que “é preferível arriscar um sobre-diagnóstico do que deixar uma depressão por tratar”.
”A depressão pode ser uma condição complexa e desafiante que varia entre a pessoa sentir-se em baixo a sensação de inércia total que pode fazer com que o indivíduo seja incapaz de se levantar da cama de manhã, de manter as suas relações pessoais ou o trabalho”, sublinha Wallace.
Sob as novas linhas de diagnóstico, um em cada cinco adultos sofre de depressão durante a sua vida – o que custa milhões ao Estado, em produtividade perdida e tratamentos. De acordo com o Portal da Saúde, a depressão é a principal causa de incapacidade e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes. Os custos pessoais e sociais da doença são muito elevados. Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.
Marta Bilro
Fonte: Sol, Guardian Unlimited, Scotsman.com, Hindustan Times, Portal da Saúde.
1 comentário:
EXCELENTE!! Muito boa a escolha do tema.
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