Um café por dia pode prevenir Alzheimer

Tendo por base um estudo que estabeleceu a comparação entre o estado de saúde de pessoas que consomem diariamente café ao longo da vida e outras que não têm aquele hábito, a investigação desenvolvida pelos cientistas da cidade do Mondego aferiu que a ingestão diária de um café pode ter vantagens na prevenção daquela doença degenerativa, sendo objectivo deste estudo “identificar alvos terapêuticos” e “testar diversos compostos químicos”, para avaliar da sua eventual capacidade para serem neuroprotectores. Avultando entre as demais doenças do foro degenerativo, o Alzheimer afecta actualmente cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, e em Portugal existirão, à luz dos mais recentes dados disponíveis, 70 mil doentes. Nesta linha de pensamento, a equipa de investigadores de Coimbra considera que “estes estudos são importantes”, porque “mostram que os próprios hábitos podem influenciar a doença de Alzheimer, como acontece com as cardiovasculares”, como disse Cláudia Pereira, especialista interveniente neste estudo.
Salientando que a finalidade destes estudos é, invariavelmente, encontrar caminhos para o desenvolvimento de novos fármacos, Cláudia Pereira acredita que “poderá existir uma estratégia terapêutica para problemas associados à memória. A cafeína poderá ser um princípio activo no tratamento de doenças neurodegenerativas”. No Museu da Ciência de Coimbra, onde teve lugar a conferência «Quando a memória nos atraiçoa», a investigadora deu conta da sua convicção de que “uma dose diária de café retarda, de certo modo, o surgimento da doença”, frisando que têm vindo a ser feitos testes laboratoriais com ratos. Porque a perda de neurónios ocorre muito antes das primeiras manifestações da doença de Alzheimer, que normalmente têm lugar por volta dos 65 anos (conduzindo à morte dos pacientes num prazo de oito anos), Cláudia Pereira atesta a importância de perceber, tão rapidamente quanto for possível, os mecanismos da perda da memória associados à patologia.
Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Fábrica de Conteúdos, Universidade de Coimbra
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